"Semeia-se corpo animal, ressuscitará corpo espiritual." - Paulo - ( I Coríntios, 15, 44 )
Amados irmãos, bom dia!
"Muita gente aguarda a morte para entrar numa boa vida, contudo, a lei é clara quanto à destinação de cada um de nós. Toda criatura provisoriamente algemada à matéria pode aproveitar o tempo na criação de espiritualidade divina." -( Vinha de Luz - Chico Xavier / Emmanuel )-
"A despeito da atividade literária, sempre vigilante, que imprimiu
em todo lugar a sua marca e assegura a unidade do livro, percebem-se,
facilmente, algumas correntes principais nas tradições recolhidas por
Lucas. Os doze primeiros capítulos do livro dos Atos contam a vida da
primeira comunidade reunida ao redor de Pedro depois da Ascensão
(1-5), e os inícios de sua expansão graças às iniciativas missionárias
de Filipe (8:4-40) e dos “helenistas” (6:1-8, 3; 11:19-30; 13:1-3), e,
enfim, do próprio Pedro (9,32, 11,18). As tradições petrinas subjacentes
seriam aparentadas ao “evangelho de Pedro”, que é conhecido na
literatura da Igreja antiga. Para a segunda parte dos Atos, o autor teria
usado os relatos da conversão de Paulo, de suas viagens missionárias,
e de sua viagem por mar para Roma como prisioneiro.
Na escritura de Atos dos Apóstolos, Lucas emprega, corriqueiramente,
a primeira pessoa do plural. Dessa forma, muitos exegetas
viram, no “nós”, uma prova de que Lucas teria acompanhado Paulo nas
segunda e terceira viagens, bem como na que Saulo fez, por mar, a Roma.
Entretanto, é notável que Lucas nunca é mencionado por Paulo como
companheiro de sua obra de evangelização. Esse “nós” parece mais
o traço de um diário de viagem feito por um companheiro de Paulo
(Silas?) e utilizado pelo autor de Atos. De qualquer forma, o trabalho realizado por Lucas foi ao mesmo
tempo excepcional quanto fascinante. Nos fornece uma visão geral
do trabalho realizado pelos primeiros cristãos, as suas lutas, desafios
e extrema dedicação à causa do Cristo.
O valor histórico dos Atos dos Apóstolos não é igual. De uma parte, as
fontes de que Lucas dispunha não eram homogêneas; de outra, para manejar
as suas fontes, Lucas gozava de liberdade muito grande segundo
o espírito da historiografia antiga, subordinando seus dados históricos
a seu desígnio literário e sobretudo a seus interesses teológicos.
A descrição das viagens de Paulo muito nos esclarecem sobre a
vida no primeiro século da Era Cristã: “administração romana, cidades
gregas, cultos, rotas, geografia política, topografia local”. De valor histórico também inestimável são os relatos que Lucas
nos transmite sobre a organização e administração da igreja cristã primitiva, assim como a forma como se realizava a pregação nas comunidades
cristãs nascentes, em que se utilizava, essencialmente da prédica
ou explanação discursiva. Essa prédica tinha como base o kerygma
[ensinamento essencial]: a pregação doutrinária dos apóstolos, a fé em
Jesus Cristo — o Messias crucificado e ressuscitado, o servidor divino,
um novo Moisés e um novo Elias (Atos dos Apóstolos, 2:24-32;
3:13-26; 4:27-30; 7:20, 8:32-33; 13:34-36).
Atos dos Apóstolos demonstram, com clareza, como se realizou
a propagação das ideias cristãs.
1. A pregação dos apóstolos representava as “testemunhas”
confiáveis dos ensinamentos do Cristo (Atos dos Apóstolos, 1:8; 2:
1-41), a despeito das imperfeições que ainda possuíam.
Todos os Apóstolos do Mestre haviam saído do teatro humilde de
seus gloriosos ensinamentos; mas, se esses pescadores valorosos eram
elevados Espíritos em missão, precisamos considerar que eles estavam
muito longe da situação de espiritualidade do Mestre, sofrendo as
influências do meio a que foram conduzidos.
2. Formação e desenvolvimento da igreja de Jerusalém (1:1-5,
42): os integrantes da igreja de Jerusalém reuniram-se, primeiro, ao
redor de Pedro e, posteriormente, de Tiago Maior, mas permaneceram
fieis à tradição judaica (Atos dos Apóstolos, 15:1-5; 21:20). Esse
fato dificultou a adesão dos gentílicos, provocando muitas discussões,
sobretudo entre os judeus helenistas. Os helenistas eram judeus convertidos
ao Cristianismo, que não aceitavam a lei judaica, nem seus
ritos e práticas.
Tão logo se verificou o regresso do Cordeiro às regiões da Luz, a
comunidade cristã, de modo geral, começou a sofrer a influência do
Judaísmo, e quase todos os núcleos organizados, da doutrina, pretenderam
guardar feição aristocrática, em face das novas igrejas e a
associações que se fundavam nos mais diversos pontos do mundo.
3. A ascensão e atividade dos judeus helenistas na igreja de
Jerusalém. Esta questão, colocada no Concílio de Jerusalém, foi muito
debatida, optando-se, então, por uma solução conciliadora. Por
exemplo, foi dispensada aos convertidos a necessidade de realizar a
circuncisão. Pedro, Tiago, Barnabé e Paulo muito contribuíram para
conciliar as diferentes correntes de ideias existentes no Cristianismo nascente. Mesmo assim, os helenistas foram perseguidos e expulsos de
Jerusalém pelos judeus não convertidos. Um helenista, muito famoso,
foi Estêvão, preso e morto por apedrejamento, sob as ordens de Saulo
de Tarso (Atos dos Apóstolos, 6:1-15; 15:1-31).
A doutrina do crucificado propaga-se com a rapidez de um relâmpago.
Fala-se dela tanto em Roma como nas gálias e no norte da África.
Surgem os advogados e os detratores. Os prosélitos mais eminentes
buscam doutrinar, disseminando as ideias e interpretações. As primeiras
igrejas surgem ao pé de cada apóstolo, ou de cada discípulo
mais destacado e estudioso.
4. A pregação apostólica procura, junto aos judeus, mostrar que
Jesus é o Messias esperado, exortando-os a não resistirem ao recebimento
desta graça: aceitar o Cristo como o enviado de Deus (Atos
dos Apóstolos, 1:1-11; 7:2-53; 13:16-41). A pregação junto aos povos
politeístas, por outro lado, tenta justificar a supremacia do amor do
Cristo (Atos dos Apóstolos,14:15-17; 17:22-31).
Doutrina alguma alcançara no mundo semelhante posição, em face
da preferência das massas. É que o divino Mestre selara com exemplos
as palavras de suas lições imorredouras. Os povos antigos eram submetidos a contínuas privações, morais
e materiais, sobretudo a maioria deles, que era escrava. Dessa forma, a
mensagem cristã surgia como um alento, um raio de esperança.
Em virtude dos seus postulados sublimes de fraternidade, a lição do
Cristo representava o asilo de todos os desesperados e de todos os
tristes. As multidões dos aflitos pareciam ouvir aquela misericordiosa
exortação: “vinde a mim, vós todos que sofreis e tendes fome de justiça
e eu vos aliviarei” — e da cruz chegava-lhes, ainda, o alento de uma
esperança desconhecida.
5. Fazia parte das atividades doutrinárias da igreja cristã primitiva
o culto de ação de graças. Esse culto caracterizava-se pelas das
pregações dos apóstolos, seguida de comunhão fraterna, pela prece
e pela partilha do pão e dos bens (Atos dos Apóstolos, 2:42-47).
Envolvidos pelo espírito da caridade, abnegação e fraternidade que a
mensagem cristã lhes transmitia, os primeiros cristãos procuravam
conviver de forma solidária: “Tudo possuíam em comum” e “eram
queridos de todo o povo” (Atos dos Apóstolos, 2:44-47; 4:32-36)." -( FEB - EADE )-
Estudo do Livro dos Espíritos
230. Na erraticidade, o Espírito progride?
“Pode melhorar-se muito, tais sejam a vontade e o
desejo que tenha de consegui-lo. Todavia, na existência
corporal é que põe em prática as idéias que adquiriu.”
Que a graça e a paz sejam conosco!
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