“A paz vos deixo, a minha paz vos dou; não vo-la dou como o mundo a dá.” - Jesus - ( João, 14:27 )
Amados irmãos, bom dia!
"Há muitos ímpios, caluniadores, criminosos e indiferentes que desfrutam a
paz do mundo. Sentem-se triunfantes, venturosos e dominadores no século. A
ignorância endinheirada, a vaidade bem vestida e a preguiça inteligente sempre dirão
que seguem muito bem. Não te esqueças, contudo, de que a paz do mundo pode ser, muitas vezes, o
sono enfermiço da alma. Busca, desse modo, aquela paz do Senhor, paz que excede
o entendimento, por nascida e cultivada, portas a dentro do espírito, no campo da
consciência e no santuário do coração." -( Vinha de Luz - Chico Xavier / Emmanuel )-
"Um bom exemplo de transformação definitiva no bem, livre de autopiedade
ou autocondescendência, encontra-se em Marcos,10:42, que registra a
seguinte cura de um cego:
Depois, foram para Jericó. E, saindo ele de Jericó com seus discípulos e uma grande multidão,
Bartimeu, o cego, filho de Timeu, estava assentado junto ao caminho, mendigando.
E, ouvindo que era Jesus de Nazaré, começou a clamar e a dizer: Jesus, Filho de Davi,
tem misericórdia de mim! E muitos o repreendiam, para que se calasse; mas ele clamava
cada vez mais: Filho de Davi, tem misericórdia de mim! E Jesus, parando, disse que o
chamassem; e chamaram o cego, dizendo-lhe: Tem bom ânimo; levanta-te, que ele te
chama. E ele, lançando de si a sua capa, levantou-se e foi ter com Jesus. E Jesus, falando,
disse-lhe: Que queres que te faça? E o cego lhe disse: Mestre, que eu tenha vista. E Jesus
lhe disse: Vai, a tua fé te salvou. E logo viu, e seguiu a Jesus pelo caminho.
A citação demonstra, em linhas gerais, o seguinte: Bartimeu não se
limitou apenas ao desejo da própria cura, mas fez alarde de forma enfática,
no momento em que identificou aquele que o curaria (“E, ouvindo que era
Jesus de Nazaré”). Encontrando Jesus, ouviu o que ele pregava e partiu para
a ação: foi em busca da cura (“E ele, lançando de si a sua capa, levantou-se e
foi ter com Jesus”). Ao suplicar auxílio de forma insistente foi notado tanto
pelos que se sentiram constrangidos com a mudança revelada pelo mendigo,
daí repreendê-lo, quanto pelo próprio Cristo que, acalmando-o, fez o cego
testemunhar a vontade de curar-se. Por este motivo pergunta ao mendigo:
“Que queres que te faça?”.
Nem se deita vinho novo em odres velhos; aliás, rompem-se os odres, e
entorna-se o vinho, e os odres estragam-se; mas deita-se vinho novo em odres
novos, e assim ambos se conservam (Mt, 9:17).
A análise espírita dos dois versículos, tanto o dezesseis, estudado no item
anterior, quanto este, o dezessete, extrapola o sentido simbólico claramente
expresso, pois, obviamente, Jesus estava dando muito mais do que lições de
costura ou indicação sobre preferíveis processos de preparação de vinho.
O vinho foi amplamente trabalhado por Jesus em suas mensagens. Assim,
importa considerar que o vinho novo indica fermentação recente da uva, devendo
ser colocado em recipientes adequados porque, durante o processo, há
produção e expansão de gases que multiplicam o volume do líquido fermentado.
Antigamente a fermentação e o transporte de vinho eram feitos em recipientes
denominados odres, espécie de saco feito de pele de animais. A expansão dos
gases, decorrentes da fermentação, exigia que os odres fossem novos para não
se romperem. Por outro lado, a fabricação cuidadosa do vinho evita a deterioração
provocada por certos micróbios, em geral presentes nos vinhos velhos,
quando muito manuseados.
Tais vinhos, assim como as vestes velhas, indicam que a Humanidade se
defronta com uma ciência materialista, uma filosofia obscura que discute os
efeitos não as causas dos atos humanos, e, também, uma religião distanciada
da vida, dogmática e inacessível.
O resultado aí temos nesta ebulição de ódios, de lutas e reivindicações, que dão ao nosso
mundo na hora atual o aspecto de campo de batalhas sem prólogos nem epílogos. Os
sistemas políticos, impotentes para sintonizar aspirações e anseios coletivos, oscilam
entre anarquia e despotismo; as legislações se ressentem do exclusivismo de interesses
emergentes e flutuantes, sem balisas de equidade e justiça na consciência das massas.
Todas as medidas e alvitres postos em equação, redundam improfícuos e ruem fragorosamente
na prática, porque de fato não têm a vivê-los e justificá-los mais que uma
finalidade unilateral, por só decalcadas nas conveniências fortuitas de uma existência
falaz e transitória.
A produção de vinho, de forma correta, indica na mensagem um simbolismo
que pode ser assim esclarecido: a maceração da uva é necessária para
que surja o substrato ou essência do vinho. Da mesma forma, é preciso que o
Espírito se entregue à “maceração” das provas existenciais através dos inevitáveis
sacrifícios, afim de que surja a essência do homem de bem, liberto das
imperfeições. É necessário que se dê o renascimento do Espírito pela modificação das idéias, e do corpo,
sem o que não se verá o Reino de Deus. A esta operação Paulo chamou “a substituição
do homem novo pelo despojamento do homem velho”; e acrescentou: “os que são de
Cristo se tornam novas criaturas.”
Os ensinamentos espíritas além de oferecerem a chave para o entendimento
da mensagem cristã, em sua pureza e sentido originais, esclarecem a criatura
humana a respeito das consequências dos seus atos impensados e, também,
como corrigi-los. O espírita deve estar consciente de que não é suficiente aceitar
a doutrina que lhe ensina de onde vem, o que faz aqui e para onde vai.
A essa noção precisa ele acrescentar a de uma ética superior, a de uma lei moral absoluta
— divina diremos — que legitime as vicissitudes e incertezas da própria vida, de modo a
poder harmonizá-la com a dos semelhantes em justificados lances de justiça e liberdade.
Assim e só assim ele compreenderá que o benefício próprio está no alheio benefício; que
a postergação dos direitos de outrem vale pela postergação dos seus direitos e que, se
na luta pela vida corpórea e no ambiente psíquico, em suma, a reação é sempre igual à
ação, o mesmo se dá para o ambiente espiritual, no plano universal.
A aceitação do Evangelho de Jesus sem dogmas, sem interpretação literal,
representa o vinho novo, livre de impurezas, que é colocado em odres novos,
não contaminados, é proposta do Espiritismo, na sua feição de Cristianismo
redivivo.
Essa mentalidade assim formada poderá, então e só então resistir aos embates e seduções
do mundo e, onde quer que no mundo lhe seja dado irradiar influências estas serão benéficas
por colimarem princípios e não pessoas, idéias e não interesses efêmeros, visando
não já uma família restrita, uma classe, uma sociedade, um povo, mas a Humanidade
no que esta tem de mais grandioso e se não afere não por um ciclo de gerações, mas de
Eternidade." -( FEB - EADE )-
Estudo do Livro dos Espíritos
475. Pode alguém por si mesmo afastar os maus Espíritos e
libertar-se da dominação deles?
“Sempre é possível, a quem quer que seja, subtrair-se
a um jugo, desde que com vontade firme o queira.”
Que a graça e a paz sejam conosco!