domingo, 21 de maio de 2017

Foi em busca da cura


“A paz vos deixo, a minha paz vos dou; não vo-­la dou  como o mundo a dá.”  - Jesus - ( João, 14:27 )




Amados irmãos, bom dia!
"Há muitos ímpios, caluniadores, criminosos e indiferentes que desfrutam a paz do mundo. Sentem­-se triunfantes, venturosos e dominadores no século. A ignorância endinheirada, a vaidade bem vestida e a preguiça inteligente sempre dirão  que seguem muito bem. Não te esqueças, contudo, de que a paz do mundo pode ser, muitas vezes, o  sono enfermiço da alma. Busca, desse modo, aquela paz do Senhor, paz que excede o entendimento, por nascida e cultivada, portas a dentro do espírito, no campo da consciência e no santuário do coração." -( Vinha de Luz - Chico Xavier / Emmanuel )-








"Um bom exemplo de transformação definitiva no bem, livre de autopiedade ou autocondescendência, encontra-se em Marcos,10:42, que registra a seguinte cura de um cego: Depois, foram para Jericó. E, saindo ele de Jericó com seus discípulos e uma grande multidão, Bartimeu, o cego, filho de Timeu, estava assentado junto ao caminho, mendigando. E, ouvindo que era Jesus de Nazaré, começou a clamar e a dizer: Jesus, Filho de Davi, tem misericórdia de mim! E muitos o repreendiam, para que se calasse; mas ele clamava cada vez mais: Filho de Davi, tem misericórdia de mim! E Jesus, parando, disse que o chamassem; e chamaram o cego, dizendo-lhe: Tem bom ânimo; levanta-te, que ele te chama. E ele, lançando de si a sua capa, levantou-se e foi ter com Jesus. E Jesus, falando, disse-lhe: Que queres que te faça? E o cego lhe disse: Mestre, que eu tenha vista. E Jesus lhe disse: Vai, a tua fé te salvou. E logo viu, e seguiu a Jesus pelo caminho. 

A citação demonstra, em linhas gerais, o seguinte: Bartimeu não se limitou apenas ao desejo da própria cura, mas fez alarde de forma enfática, no momento em que identificou aquele que o curaria (“E, ouvindo que era Jesus de Nazaré”). Encontrando Jesus, ouviu o que ele pregava e partiu para a ação: foi em busca da cura (“E ele, lançando de si a sua capa, levantou-se e foi ter com Jesus”). Ao suplicar auxílio de forma insistente foi notado tanto pelos que se sentiram constrangidos com a mudança revelada pelo mendigo, daí repreendê-lo, quanto pelo próprio Cristo que, acalmando-o, fez o cego testemunhar a vontade de curar-se. Por este motivo pergunta ao mendigo: “Que queres que te faça?”. 

Nem se deita vinho novo em odres velhos; aliás, rompem-se os odres, e entorna-se o vinho, e os odres estragam-se; mas deita-se vinho novo em odres novos, e assim ambos se conservam (Mt, 9:17). A análise espírita dos dois versículos, tanto o dezesseis, estudado no item anterior, quanto este, o dezessete, extrapola o sentido simbólico claramente expresso, pois, obviamente, Jesus estava dando muito mais do que lições de costura ou indicação sobre preferíveis processos de preparação de vinho. O vinho foi amplamente trabalhado por Jesus em suas mensagens. Assim, importa considerar que o vinho novo indica fermentação recente da uva, devendo ser colocado em recipientes adequados porque, durante o processo, há produção e expansão de gases que multiplicam o volume do líquido fermentado. Antigamente a fermentação e o transporte de vinho eram feitos em recipientes denominados odres, espécie de saco feito de pele de animais. A expansão dos gases, decorrentes da fermentação, exigia que os odres fossem novos para não se romperem. Por outro lado, a fabricação cuidadosa do vinho evita a deterioração provocada por certos micróbios, em geral presentes nos vinhos velhos, quando muito manuseados. Tais vinhos, assim como as vestes velhas, indicam que a Humanidade se defronta com uma ciência materialista, uma filosofia obscura que discute os efeitos não as causas dos atos humanos, e, também, uma religião distanciada da vida, dogmática e inacessível. 

O resultado aí temos nesta ebulição de ódios, de lutas e reivindicações, que dão ao nosso mundo na hora atual o aspecto de campo de batalhas sem prólogos nem epílogos. Os sistemas políticos, impotentes para sintonizar aspirações e anseios coletivos, oscilam entre anarquia e despotismo; as legislações se ressentem do exclusivismo de interesses emergentes e flutuantes, sem balisas de equidade e justiça na consciência das massas. Todas as medidas e alvitres postos em equação, redundam improfícuos e ruem fragorosamente na prática, porque de fato não têm a vivê-los e justificá-los mais que uma finalidade unilateral, por só decalcadas nas conveniências fortuitas de uma existência falaz e transitória. 

A produção de vinho, de forma correta, indica na mensagem um simbolismo que pode ser assim esclarecido: a maceração da uva é necessária para que surja o substrato ou essência do vinho. Da mesma forma, é preciso que o Espírito se entregue à “maceração” das provas existenciais através dos inevitáveis sacrifícios, afim de que surja a essência do homem de bem, liberto das imperfeições.  É necessário que se dê o renascimento do Espírito pela modificação das idéias, e do corpo, sem o que não se verá o Reino de Deus. A esta operação Paulo chamou “a substituição do homem novo pelo despojamento do homem velho”; e acrescentou: “os que são de Cristo se tornam novas criaturas.” 

Os ensinamentos espíritas além de oferecerem a chave para o entendimento da mensagem cristã, em sua pureza e sentido originais, esclarecem a criatura humana a respeito das consequências dos seus atos impensados e, também, como corrigi-los. O espírita deve estar consciente de que não é suficiente aceitar a doutrina que lhe ensina de onde vem, o que faz aqui e para onde vai. A essa noção precisa ele acrescentar a de uma ética superior, a de uma lei moral absoluta — divina diremos — que legitime as vicissitudes e incertezas da própria vida, de modo a poder harmonizá-la com a dos semelhantes em justificados lances de justiça e liberdade. Assim e só assim ele compreenderá que o benefício próprio está no alheio benefício; que a postergação dos direitos de outrem vale pela postergação dos seus direitos e que, se na luta pela vida corpórea e no ambiente psíquico, em suma, a reação é sempre igual à ação, o mesmo se dá para o ambiente espiritual, no plano universal. 

A aceitação do Evangelho de Jesus sem dogmas, sem interpretação literal, representa o vinho novo, livre de impurezas, que é colocado em odres novos, não contaminados, é proposta do Espiritismo, na sua feição de Cristianismo redivivo. Essa mentalidade assim formada poderá, então e só então resistir aos embates e seduções do mundo e, onde quer que no mundo lhe seja dado irradiar influências estas serão benéficas por colimarem princípios e não pessoas, idéias e não interesses efêmeros, visando não já uma família restrita, uma classe, uma sociedade, um povo, mas a Humanidade no que esta tem de mais grandioso e se não afere não por um ciclo de gerações, mas de Eternidade." -( FEB - EADE )-





Estudo do Livro dos Espíritos






475. Pode alguém por si mesmo afastar os maus Espíritos e libertar-se da dominação deles? 

“Sempre é possível, a quem quer que seja, subtrair-se a um jugo, desde que com vontade firme o queira.”




Que a graça e a paz sejam conosco!

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