"Não andeis, pois, inquietos." - Jesus - ( Mateus, 6: 31 )
Amados irmãos, bom dia!
Neste dia em que comemoramos o dia dos namorados, cabe uma reflexão sobre o ato de confiar. Sabemos que ainda andaremos por pântanos e desertos e que precisamos renovar atitudes mentais nessa obra a que fomos chamados. Como indivíduos devemos aprender a ter coragem na arte de amar, pois, na expectativa de sermos corretos muitas vezes nos tornamos os donos da verdade e transformamos nossos relacionamentos em disputa de quem está certo e/ou errado.
Como já foi dito pelo apóstolo João, Deus é amor, portanto, busquemos nele a direção para a caminhada também, na estrada do namoro.
Se você pensou que ia ler um
texto romântico sobre almas gêmeas, sinto
muito por decepcioná-lo. Você acha que eu devia ser mais romântico? Então você
ainda acredita em almas gêmeas? Que pena. O
amor de verdade é muito mais bonito.
O amor de duas pessoas
completas é muito mais rico e apaixonante que o amor de duas metades de pessoa.
Não é isso que diz a teoria das almas gêmeas? Que somos
seres incompletos e que só seremos completos quando encontrarmos nossa outra
metade?
Você é uma pessoa completa. Não falta nada em você.
Não falta ninguém para você. Não é uma pessoa determinada que tem o poder de
fazer você feliz. Ou você é feliz ou você não é. Isso é falta de romantismo?
Acho que não. Acho que falta de romantismo é acreditar que
dependemos de alguém, que talvez nem conhecemos ainda, para
sermos felizes.
O amor não acontece uma vez só.
Você pode amar mais de uma pessoa, pode amar a mesma pessoa mais de uma vez. O
amor não tem limites, você sabe. Claro que você não vai passar
a vida procurando a pessoa certa, até porque seria muito difícil definir o que
seria a pessoa certa.
Algumas pessoas acham que numa
relação amorosa os dois têm que pensar igual, ter os mesmos gostos, as mesmas
opiniões, os mesmos objetivos, têm que concordar em tudo. Não descobriram ainda
que numa relação assim os dois anulam partes importantes de si, deixam de se
desenvolver plenamente, não crescem como poderiam crescer se cada um mantivesse
sua individualidade.
Porque é isso que nós somos, é
isso que você é: indivíduo. Cada um com suas
características, cada um com seu modo de pensar e de agir.
E que bom que seja assim! Que bom que podemos aprender um com o outro, aprender com as diferenças.
É isso que nos enriquece. Enquanto tentamos nos moldar um ao outro ficamos
estagnados, não evoluímos. E estamos aqui para evoluir, né?
Essas datas todas se tornaram
essencialmente comerciais, você sabe. Natal, páscoa, dia das mães, dia dos
pais, dia da criança, dia dos namorados. Mas
elas existem, não se pode passar batido por elas. E, bem ou mal, elas cumprem
seu papel de nos lembrar de que há alguém a ser lembrado.
Mas você não acha, pelo menos um pouquinho, que
é uma “forçação” de barra demonstrar amor com procedimentos padronizados?
Jantar à luz de velas, flores, presentes e uma fila enorme no motel?
Se você pensar um pouco, vai
perceber que os melhores momentos com quem você ama, as horas mais bonitas, as
coisas mais românticas, não aconteceram com data marcada. Eles simplesmente
aconteceram. Não pense que estou tentando
convencer alguém a não comemorar o dia dos namorados. Cada
um sabe de si, cada um vive o seu momento. Só que esse romantismo de propaganda
de shopping não é amor. Pode ser algo parecido com o amor, pode ser até uma das
faces do amor, mas não é o amor.
Há pessoas que passam esse dia
sozinhas, lamentando não ter alguém para compartilhar a data… Mas há quem não
lamente por estar só. Fazem disso uma opção, e vivem muito bem assim. Sabem
que não precisam de ninguém para completá-los, e descobriram
outras maneiras de dividir aprendizados e companheirismo.
Feliz dia dos namorados, independente de sua situação
amorosa. Goste mais de você mesmo,
hoje. Comemore por ser quem você é,
sinta-se feliz e realizado por isso, sabendo que o
amor está dentro de você mesmo. Você escolhe como e com quem
compartilhá-lo. Está bem?
Estudo do Livro dos Espíritos
131. Há demônios, no sentido que se dá a esta palavra?
“Se houvesse demônios, seriam obra de Deus. Mas,
porventura, Deus seria justo e bom se houvera criado seres
destinados eternamente ao mal e a permanecerem eternamente
desgraçados? Se há demônios, eles se encontram no
mundo inferior em que habitais e em outros semelhantes.
São esses homens hipócritas que fazem de um Deus justo um Deus mau e vingativo e que julgam agradá-lo por meio
das abominações que praticam em seu nome.”
A palavra demônio não implica a idéia de Espírito mau, senão
na sua acepção moderna, porquanto o termo grego daïmon,
donde ela derivou, significa gênio, inteligência e se aplicava aos
seres incorpóreos, bons ou maus, indistintamente.
Por demônios, segundo a acepção vulgar da palavra, se entendem
seres essencialmente malfazejos. Como todas as coisas,
eles teriam sido criados por Deus. Ora, Deus, que é soberanamente
justo e bom, não pode ter criado seres prepostos, por sua
natureza, ao mal e condenados por toda a eternidade.
Se não
fossem obra de Deus, existiriam, como ele, desde toda a eternidade,
ou então haveria muitas potências soberanas.
A primeira condição de toda doutrina é ser lógica. Ora, à dos
demônios, no sentido absoluto, falta esta base essencial. Concebe-se
que povos atrasados, os quais, por desconhecerem os atributos
de Deus, admitem em suas crenças divindades maléficas,
também admitam demônios; mas, é ilógico e contraditório que
quem faz da bondade um dos atributos essenciais de Deus suponha
haver ele criado seres destinados ao mal e a praticá-lo perpetuamente,
porque isso equivale a lhe negar a bondade. Os partidários
dos demônios se apóiam nas palavras do Cristo. Não
seremos nós quem conteste a autoridade de seus ensinos, que
desejáramos ver mais no coração do que na boca dos homens;
porém, estarão aqueles partidários certos do sentido que ele dava
a esse vocábulo? Não é sabido que a forma alegórica constitui um
dos caracteres distintivos da sua linguagem? Dever-se-á tomar
ao pé da letra tudo o que o Evangelho contém? Não precisamos
de outra prova além da que nos fornece esta passagem:
“Logo após esses dias de aflição, o Sol escurecerá e a Lua
não mais dará sua luz, as estrelas cairão do céu e as potências do
céu se abalarão. Em verdade vos digo que esta geração não
passará, sem que todas estas coisas se tenham cumprido.”
Não temos visto a Ciência contraditar a forma do texto bíblico, no tocante à Criação e ao movimento da Terra? Não se dará
o mesmo com algumas figuras de que se serviu o Cristo, que
tinha de falar de acordo com os tempos e os lugares? Não é possível que ele haja dito conscientemente uma falsidade. Assim, pois,
se nas suas palavras há coisas que parecem chocar a razão, é
que não as compreendemos bem, ou as interpretamos mal.
Os homens fizeram com os demônios o que fizeram com os
anjos. Como acreditaram na existência de seres perfeitos desde
toda a eternidade, tomaram os Espíritos inferiores por seres perpetuamente
maus. Por demônios se devem entender os Espíritos
impuros, que muitas vezes não valem mais do que as entidades
designadas por esse nome, mas com a diferença de ser transitório o estado deles.
São Espíritos imperfeitos, que se rebelam contra
as provas que lhes tocam e que, por isso, as sofrem mais
longamente, porém que, a seu turno, chegarão a sair daquele
estado, quando o quiserem. Poder-se-ia, pois, aceitar o termo demônio
com esta restrição. Como o entendem atualmente, dando-se-lhe um sentido exclusivo, ele induziria em erro, com o fazer
crer na existência de seres especiais criados para o mal.
Satanás é evidentemente a personificação do mal sob forma
alegórica, visto não se poder admitir que exista um ser mau a
lutar, como de potência a potência, com a Divindade e cuja única
preocupação consistisse em lhe contrariar os desígnios. Como
precisa de figuras e imagens que lhe impressionem a imaginação,
o homem pintou os seres incorpóreos sob uma forma material,
com atributos que lembram as qualidades ou os defeitos humanos.
É assim que os antigos, querendo personificar o Tempo, o
pintaram com a figura de um velho munido de uma foice e uma
ampulheta. Representá-lo pela figura de um mancebo fora contra-senso.
O mesmo se verifica com as alegorias da fortuna, da
verdade, etc. Os modernos representaram os anjos, os puros Espíritos,
por uma figura radiosa, de asas brancas, emblema da
pureza; e Satanás com chifres, garras e os atributos da animalidade,
emblema das paixões vis. O vulgo, que toma as coisas ao pé
da letra, viu nesses emblemas individualidades reais, como vira
outrora Saturno na alegoria do Tempo.
Que a graça e a paz sejam conosco!
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