sexta-feira, 11 de agosto de 2017

O povo que estava assentado em trevas


"A balança fraudulenta é abominada pelo Senhor,mas o peso justo lhe é agradável." -( Provérbios, 11: 1 )-




Amados irmãos, bom dia!
"Ponderemos, quanto a isso, e reconheçamos a nossa obrigação de trabalhar pelo bem para que se faça, em toda a parte, o bem de todos. Lavrar o solo do espírito com os instrumentos do estudo, semear a compreensão, difundir os valores humanos, exemplificar lealdade aos compromissos esposados na oficina de elevação, espalhar para os outros, tanto quanto possível, as bênçãos do Senhor." -( Mãos Unidas - Chico Xavier / Emmanuel )-








Interpretação do texto evangélico:

O povo que estava assentado em trevas viu uma grande luz; e aos que estavam assentados na região e sombra da morte a luz raiou. (Mt 4: 16). 

"A palavra “povo” traz o sentido de coletividade ou de agrupamento de indivíduos, como se sabe. Pode fazer referência a todos os habitantes do Planeta ou de uma parte destes. No texto evangélico em questão, refere-se a um povo específico o “que estava assentado em trevas”, que faz, por sua vez, referência cruzada com Isaías, 9:2. Mas, há algo mais: o referido povo além de se encontrar em trevas, estava “assentado”, ou seja, totalmente acomodado na situação. Afinal, o que significa “estar em trevas”? Que povo era aquele que “estava assentado em trevas”? A palavra “trevas” significa estado de ignorância e de desinformação, relativo às verdades espirituais. O indivíduo pode até possuir informações de natureza espiritualista ou religiosa. Entretanto, tais informações são mantidas na superfície do processo evolutivo, sem força moral suficiente para operar uma verdadeira transformação no ser, tornando-o melhor. É por este motivo que o Cristo assevera: “Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida” (Jo 8:12). 

A Doutrina Espírita esclarece que não é suficiente o indivíduo estar informado sobre um ou outro ensino moral. É necessário desenvolver esforço persistente de melhoria espiritual, combatendo as imperfeições. O espírita, nesse particular, está suficientemente esclarecido de que para se libertar das trevas é preciso seguir Jesus, incorporando em suas ações cotidianas a mensagem de amor ensinada no Evangelho. Entretanto, para se transformar em “a luz do mundo” (“vós sois a luz do mundo”- Mt 5: 14), é preciso esforço maior. Há quem admire a glória do Cristo. Mas a admiração pura e simples pode transformar-se em êxtase inoperante. Há quem creia nas promessas do Senhor. Todavia, a crença só por si pode gerar o fanatismo e a discórdia. Há quem defenda a revelação de Jesus. Entretanto, a defesa considerada isoladamente pode gerar o sectarismo e a cegueira. Há quem confie no Divino Mestre. Contudo, a confiança estagnada pode ser uma força inerte. Há quem espere pelo Eterno Benfeitor. No entanto, a expectativa sem trabalho pode ser ansiedade inútil. Há quem louve o Salvador. Louvor exclusivo, porém, pode coagular a adoração improdutiva. A palavra do Enviado Celeste, entretanto, é clara e incisiva: — “Aquele que me segue não andará em trevas.” 

“O povo que estava assentado em trevas” representa, em especial, os religiosos que priorizam as práticas e a teologia em detrimento do ensinamento espiritual, elemento renovador da posição evolutiva do ser humano. Sendo assim, é imperativo penetrar na essência dos ensinamentos e segui-los na íntegra. Há religiões mais esclarecidas do que outras, mas todas ensinam o bem. O religioso que se prende às práticas da religião, não se revela suficientemente atento ao processo de transformação moral e, em geral, não mede os efeitos dos seus atos na vida das pessoas e na sociedade. Em consequência, desenvolve excessivo apego às ordenações da existência material. Por exemplo, pelo «[...] simples fato de duvidar da vida futura, o homem dirige todos os seus pensamentos para a vida terrestre. Sem nenhuma certeza quanto ao porvir, dá tudo ao presente.» 

“O povo que estava assentado nas trevas” pode indicar, igualmente, qualquer coletividade humana que se mantém indiferente ao processo de melhoria espiritual. Esse povo representa os grupos de pessoas descuidadas, ignorantes da realidade e alheias à manifestação da vida. Cedo ou tarde, serão sacudidas pela lei do progresso e verão a “grande luz”, segundo o relato do texto evangélico. Sigamos de perto o sentido desta orientação de Emmanuel, a fim de não nos comprometer com a ignorância e retardar o nosso processo evolutivo: Cede aos poderes humanos respeitáveis o que lhes cabe por direito lógico da vida, mas não te esqueças de dar ao Senhor o que lhe pertence. [...] Não convém concentrar em organizações mutáveis do plano carnal todas as nossas esperanças e aspirações. O homem interior renova-se diariamente. Por isso, a ciência que lhe atende as reclamações, nos minutos que passam, não é a mesma que o servia, nas horas que se foram, e a do futuro será muito diversa daquela que o auxilia no presente. 

A política do pretérito deu lugar à política das lutas modernas. Ao triunfo sanguinolento dos mais fortes ao tempo da selvageria sem peias, seguiu-se a autocracia militarista. A força cedeu à autoridade, a autoridade ao direito. No setor das atividades religiosas, o esforço evolutivo não tem sido menor. [...] Examinando a fisionomia indisfarçável da verdade, como hipertrofiar o sentimento, definindo-te, em absoluto, por instituições terrestres que carecem, acima de tudo, de teu próprio auxílio espiritual?  A evolução se encaminha de forma que envolve toda a comunidade humana, em um ou outro momento: ao lado das criaturas já plenamente esclarecidas, encontram-se as ignorantes, de diferentes graus. Estas, no momento propício, porém, serão banhadas por uma “grande luz” implementadora do progresso espiritual. E os que estavam “assentados” se erguerão. 

A segunda parte do versículo 16 apresenta esta informação: “e aos que estavam assentados na região e sombra da morte a luz raiou.” Não deixa de ser interessante este detalhe. Percebemos que, o esclarecimento doutrinário não se aplica apenas ao povo “que estava assentado em trevas” (ou seja, todos os ignorantes e desinformados), mas, especificamente, aos que “estavam assentados na região e sombra da morte”. As anotações do evangelista apontam, portanto, para um grupo de Espíritos que se encontrava em uma esfera, morada ou região evolutiva. É preciso atenção: tais localidades não devem ser confundidas com habitações físicas. São moradas mentais, os locais onde a mente se encontra, de acordo com o progresso evolutivo alcançado. São regiões eleitas por cada um, de acordo com as manifestações do livre arbítrio, e em decorrência dos desejos, vontade e seleções íntimos." -( FEB - EADE )-





Estudo do Livro dos Espíritos







BÊNÇÃOS E MALDIÇÕES 

557 Podem a bênção e a maldição atrair o bem e o mal para aquele sobre quem são lançadas? 

“Deus não escuta a maldição injusta e culpado perante ele se torna o que a profere. Como temos os dois gênios opostos, o bem e o mal, pode a maldição exercer momentaneamente influência, mesmo sobre a matéria. Tal influência, porém, só se verifica por vontade de Deus como aumento de prova para aquele que é dela objeto. Demais, o que é comum é serem amaldiçoados os maus e abençoados os bons. Jamais a bênção e a maldição podem desviar da senda da justiça a Providência, que nunca fere o maldito, senão quando mau, e cuja proteção não acoberta senão aquele que a merece.”




Que a graça e a paz sejam conosco!

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