sexta-feira, 18 de agosto de 2017

Doando de nós mesmos


"Quem se isola, busca interesses egoístas, e se rebela contra a sensatez." -( Provérbios, 18: 1 )-




Amados irmãos, bom dia!
"A reencarnação não seria caminhada redentora se já houvesses atendido a todas as exigências do aprimoramento espiritual. Enquanto na escola, somos chamados ao exercício das lições. Ante a Lei do Renascimento, surpreenderás no mundo dificuldades e lutas, espinhos e tentações." -( Provérbios, 18: 1 )-







Interpretação do texto evangélico: primeira parte

Texto de Lucas: primeira multiplicação

E, regressando os apóstolos, contaram-lhe tudo o que tinham feito. E, tomando-os consigo, retirou-se para um lugar deserto de uma cidade chamada Betsaida. E, sabendo-o a multidão, o seguiu; e ele os recebeu, e falava-lhes do Reino de Deus, e sarava os que necessitavam de cura. E já o dia começava a declinar; então, chegando-se a ele os doze, disseram-lhe: Despede a multidão, para que, indo aos campos e aldeias ao redor, se agasalhem e achem o que comer, porque aqui estamos em lugar deserto. Mas ele lhes disse: Dai-lhes vós de comer. E eles disseram: Não temos senão cinco pães e dois peixes, salvo se nós próprios formos comprar comida para todo este povo. Porquanto estavam ali quase cinco mil homens. Disse, então, aos seus discípulos: Fazei-os assentar, em grupos de cinquenta em cinquenta. -(Lc 9: 10-14)-

Texto de Mateus: segunda multiplicação

E Jesus, chamando os seus discípulos, disse: Tenho compaixão da multidão, porque já está comigo há três dias e não tem o que comer, e não quero despedi-la em jejum, para que não desfaleça no caminho. E os seus discípulos disseram-lhe: Donde nos viriam num deserto tantos pães, para saciar tal multidão? E Jesus disse-lhes: Quantos pães tendes? E eles disseram: Sete e uns poucos peixinhos. Então, mandou à multidão que se assentasse no chão. -(Mt 15:32-35)-

No texto de Lucas, os apóstolos revelam preocupação com a quantidade de pessoas para alimentar. Pedem, então, a Jesus para dispensá-las: “E já o dia começava a declinar; então, chegando-se a ele os doze, disseram-lhe: Despede a multidão, para que, indo aos campos e aldeias ao redor, se agasalhem e achem o que comer, porque aqui estamos em lugar deserto”.

No outro texto, Mateus anota que o Cristo percebeu a necessidade de alimentar as pessoas, movido pela compaixão: “E Jesus, chamando os seus discípulos, disse: Tenho compaixão da multidão, porque já está comigo há três dias e não tem o que comer, e não quero despedi-la em jejum, para que não desfaleça no caminho”.

Em ambas as citações se identifica a necessidade de auxiliar a multidão faminta. Há, porém, uma grande diferença: o primeiro texto informa que a iniciativa foi dos apóstolos, por desejarem ficar livres do problema, daí terem pedido ao Cristo: “Despede a multidão”. O segundo texto relata que a percepção inicial foi do Cristo, que tendo compaixão dos que o seguiam por três dias, quis alimentá-los. Ambos, Jesus e os apóstolos identificaram a problemática: alguém com fome. A resolução do problema, entretanto, seguiu o nível de entendimento de cada um: livrar-se da dificuldade ou amparar os que sofriam a privação. 
Lucas registrou que, por ter Jesus detectado nos apóstolos o sentimento de “querer livrar-se do problema”, disse-lhes: “Dai-lhes vós decomer” (Lc 9:13). Justamente o que eles não queriam fazer, por ignorar como, afinal só possuíam alguns pães e peixes. Uma inesquecível lição foi ensinada por Jesus naquele momento: Diante da multidão fatigada e faminta, Jesus recomenda aos apóstolos: — “Dai-lhes vós de comer”. A observação do Mestre é importante, quando realmente poderia Ele induzi-los a recriminar a multidão pela imprudência de uma jornada exaustiva até o monte, sem a garantia do farnel. O Mestre desejou, porém, gravar no espírito dos aprendizes a consagração deles ao serviço popular. Ensinou que aos cooperadores do Evangelho, perante a turba necessitada, compete tão somente um dever — o da prestação de auxílio desinteressado e fraternal. Naquela hora do ensinamento inesquecível, a fome era naturalmente do corpo, vencido de cansaço, mas, ainda e sempre, vemos a multidão carecente de amparo, dominada pela fome de luz e de harmonia, vergastada pelos invisíveis azorragues da discórdia e da incompreensã.

Os colaboradores de Jesus são chamados, não a obscurecê-la com o pessimismo, não a perturbá-la com a indisciplina ou a imobilizá-la com o desânimo, mas sim a nutri-la de esclarecimento e paz, fortaleza moral e sublime esperança. 
Com sua autoridade, o Mestre veio abrir o entendimento dos seres quanto às realidades que norteiam o crescimento espiritual. Ensinou que todo processo renovador sublima-se nos fundamentos do amor e da caridade, perfeitamente identificáveis nos textos em estudo. Afiançava Jesus, quanto à multidão, que não queria “despedi-la em jejum”, para que não desfalecesse pelo caminho. O amor é, sem dúvida, o substancioso alimento das almas. Erguido no alicerce da realização efetiva e consciente, identifica necessidades e peculiaridades a cada criatura humana, em processo de auxílio continuado do Senhor junto do semelhante.
Assim, quando informado sobre a escassa provisão de alimentos, a primeira providência do Mestre foi manter a situação sob controle, com equilíbrio, daí afirmar: “Fazei-os assentar, em grupos de cinquenta em cinquenta” (Lc 9:14), ou, “mandou à multidão que se assentasse” (Mt 15:35). 

É importante que a ordem e a harmonia sejam preservadas, principalmente quando surge a dificuldade. Emmanuel interpreta com lucidez essas orientações de Jesus, tendo como base não os dois textos evangélicos citados neste Roteiro, mas o de João, 6: 1-14: Esta passagem do Evangelho de João é das mais significativas. Verifica-se quando a multidão de quase cinco mil pessoas tem necessidade de pão, no isolamento da natureza. Os discípulos estão preocupados. Filipe afirma que duzentos dinheiros não bastarão para atender à dificuldade imprevista. André conduz ao Mestre um jovem que trazia consigo cinco pães de cevada e dois peixes. Todos discutem. Jesus, entretanto, recebe a migalha sem descrer de sua preciosa significação e manda que todos se assentem, pede que haja ordem, que se faça harmonia. E distribuí o recurso com todos, maravilhosamente. A grandeza da lição é profunda. Os homens esfomeados de paz reclamam a assistência do Cristo. Falam nele, suplicam-lhe socorro, aguardam-lhe as manifestações. Não conseguem, todavia, estabelecer a ordem em si mesmos, para a recepção dos recursos celestes. Misturam Jesus com as suas imprecações, suas ansiedades loucas e seus desejos criminosos.

Naturalmente se desesperam, cada vez mais desorientados, porquanto não querem ouvir o convite à calma, não se assentam para que se faça a ordem, persistindo em manter o próprio desequilíbrio.É de fundamental importância, contudo, analisar que a preocupação dos apóstolos era justa. É natural admitir que ante “[...] o quadro da legião de famintos, qualquer homem experimentaria invencível desânimo, considerando a migalha de cinco pães e dois peixes. Mas Jesus emprega o imenso poder da bondade e consegue alimentar a todos, sobejamente”.

O texto de Mateus assinala, por outro lado, a seguinte indagação de Jesus: “Quantos pães tendes?”. Então, os apóstolos respondem: “Sete e uns poucos peixinhos”.
Observemos que o Senhor, diante da multidão faminta, não pergunta aos companheiros: “De quantos pães necessitamos?” mas, sim, “Quantos pães tendes?”. A passagem denota a precaução de Jesus no sentido de alertar os discípulos para a necessidade de algo apresentar à Providência divina como base para o socorro que suplicamos. Em verdade, o Mestre conseguiu alimentar milhares de pessoas, mas não prescindiu das migalhas que os apóstolos lhe ofereciam.
“Quantos pães tendes?” é indagação que traz implicações de ordem espiritual. A pergunta denuncia a necessidade de algum concurso para o serviço da multiplicação. Conta-nos o evangelista Marcos que os companheiros apresentaram-lhe sete pãezinhos, dos quais se alimentaram mais de quatro mil pessoas, sobrando apreciável quantidade. Teria o Mestre conseguido tanto se não pudesse contar com recurso algum? A imagem compele-nos a meditar quanto ao impositivo de nossa cooperação, para que o celeste benfeitor nos felicite com os seus dons de vida abundante. [...] — Que tendes? Infinita é a Bondade de Deus, todavia, algo deve surgir de nosso “eu”, em nosso favor. Em qualquer terreno de nossas realizações para a Vida mais alta, apresentemos a Jesus algumas reduzidas migalhas de esforço próprio e estejamos convictos de que o Senhor fará o resto." -( FEB - EADE )-




Estudo do Livro dos Espíritos








564.Haverá Espíritos que se conservem ociosos, que em coisa alguma útil se ocupem?

“Há, mas esse estado é temporário e dependendo do desenvolvimento de suas inteligências. Há, certamente, como há homens que só para si mesmos vivem. Pesa-lhes, porém, essa ociosidade e, cedo ou tarde, o desejo de progredir lhes faz necessária a atividade e felizes se sentirão por poderem tornar-se úteis. Referimo-nos aos Espíritos que hão chegado ao ponto de terem consciência de si mesmos e do seu livre-arbítrio; porquanto, em sua origem, todos são quais crianças que acabam de nascer e que obram mais por instinto que por vontade expressa.”




Que a graça e a paz sejam conosco!

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