“Saiba que aquele que fizer converter do erro do seu caminho um pecador, salvará da morte uma alma e cobrirá uma multidão de pecados.” -( Tiago, 5:20 )-
Amados irmãos, bom dia!
"Se desejas, portanto, propagar o espírito sublime do Cristianismo, atende à
obra individual com Jesus. Afasta os corações amados do campo escuro do erro, através de teus atos
que constituem lições vivas do amor edificante. Recordate de que pela conversão verdadeira e substancial de um só espírito
ao Infinito Bem, escuras multidões de males poderão desaparecer para sempre." -( Vinha de Luz - Chico Xavier / Emmanuel )-
Análise do texto de Lucas: a cura de dez leprosos (hansenianos)
E aconteceu que, indo ele a Jerusalém, passou pelo meio de
Samaria e da Galileia; e, entrando numa certa aldeia, saíram-lhe ao encontro dez homens leprosos, os quais pararam de longe. E levantaram
a voz, dizendo: Jesus, Mestre, tem misericórdia de nós! E ele, vendo-os,
disse-lhes: Ide e mostrai-vos aos sacerdotes. E aconteceu que, indo eles,
fi caram limpos. E um deles, vendo que estava são, voltou glorificando a
Deus em alta voz. E caiu aos seus pés, com o rosto em terra, dando-lhe
graças; e este era samaritano. E, respondendo Jesus, disse: Não foram
dez os limpos? E onde estão os nove? Não houve quem voltasse para dar
glória a Deus, senão este estrangeiro? E disse-lhe: Levanta-te e vai; a tua
fé te salvou (Lc 17: 11-19).
"Há três pontos diferentes entre este relato e o de Marcos, anteriormente
estudado:
a) o número de leprosos atendidos é maior, dez em vez
de um;
b) a “limpeza” das lesões não foi por contato magnético direto,
mas por irradiação natural das energias superiores do Cristo;
c) Jesus
deu a instrução de informar a cura aos sacerdotes, que é fato incomum.
Por que razão Jesus instrui os doentes para relatar o acontecimento
aos sacerdotes?
A resposta a esta pergunta encontra-se nos versículos dezesseis
e dezessete, indicando que um dos doentes era samaritano, por sinal o
único que agradeceu a Jesus o benefício recebido: “E um deles, vendo
que estava são, voltou glorificando a Deus em alta voz. E caiu aos seus
pés, com o rosto em terra, dando-lhe graças; e este era samaritano”.
Este, pela fé que possuía foi, efetivamente, o único curado. Os demais
receberam a oportunidade de merecer a cura definitivamente.
Chama atenção de ser, justamente, o samaritano revelar gratidão
e ser efetivamente curado em razão da fé que possuía, conforme se
deduz destas palavras de Jesus: “Não foram dez os limpos? E onde estão
os nove? Não houve quem voltasse para dar glória a Deus, senão este
estrangeiro? E disse-lhe: Levanta-te e vai; a tua fé te salvou”.
Os judeus desprezavam os samaritanos, em razão das divergências
políticas e religiosas, considerando-os hereges.
Após o cisma das dez tribos, Samaria se constituiu a capital do reino
dissidente de Israel. Destruída e reconstruída várias vezes, tornou-se, sob os romanos, a cabeça da Samaria, uma das quatro divisões
da Palestina. [...]Os samaritanos estiveram quase constantemente em
guerra com os reis de Judá. Aversão profunda, datando da época da
separação, perpetuou-se entre os dois povos, que evitavam todas as
relações recíprocas. Aqueles, para tornarem maior a cisão e não terem
de vir a Jerusalém pela celebração das festas religiosas, construíram para si um templo particular e adotaram algumas reformas. Somente
admitiam o Pentateuco, que continha a lei de Moisés, e rejeitavam
todos os outros livros que a esse foram posteriormente anexados.
Seus livros sagrados eram escritos em caracteres hebraicos da mais
alta antiguidade. Para os judeus ortodoxos, eles eram heréticos e,
portanto, desprezados, anatematizados e perseguidos.
Fica demonstrado, assim, que a valorização das práticas exteriores
afasta o homem dos propósitos superiores que toda religião ensina.
Como se explica o fato de a cura destes leprosos ter despertado precisamente
no samaritano, tido como herege, um avivamento íntimo que
não se produziu nos demais? Por que não ficaram os nove judeus possuídos
do mesmo entusiasmo, do mesmo ardor sagrado, que invadiu o
coração do samaritano? Por que não vieram, como ele, transbordantes
de júbilo, render graças ao seu benfeitor? Não receberam, acaso, o
mesmo benefício? Por que não experimentaram, como era natural,
necessidade de expandirem em demonstrações positivas de gratidão,
sentimento este, tão nobre e tão belo? [...] Encontramos a reposta na
qualidade da fé alimentada pelos leprosos. A dos nove judeus era a
fé falseada em sua natureza, adstrita aos dogmas e às ordenanças de
uma igreja sectária. A cura realizada por Jesus atendeu, pois, a objetivos maiores, que
chegam até nós, após a sucessão dos séculos, como lições inestimáveis.
Curando indistintamente os judeus e os samaritanos, dava Jesus,
ao mesmo tempo, uma lição e um exemplo de tolerância; e fazendo
ressaltar que só o samaritano voltara a glorifi car a Deus, mostrava
que havia nele maior soma de verdadeira fé e de reconhecimento, do
que nos que se diziam ortodoxos. Acrescentando: “Tua fé te salvou”,
fez ver que Deus considera o que há no âmago do coração e não a
forma exterior da adoração. Entretanto, também os outros tinham
sido curados. Fora mister que tal se verificasse, para que ele pudesse
dar a lição que tinha em vista e tornar-lhes evidente a ingratidão.
Quem sabe, porém, o que daí lhes haja resultado; quem sabe se eles
terão se beneficiado da graça que lhes foi concedida? Dizendo ao
samaritano: “Tua fé te salvou”, dá Jesus a entender que o mesmo não
aconteceu aos outros.
Devemos considerar que, independentemente dos benefícios
que recebemos ao longo da jornada evolutiva, a gratidão é uma virtude que deve ser cultivada. Neste aspecto, o apóstolo Paulo, já destacava a
necessidade de sermos agradecidos (Colossenses, 3:5):
Entre os discípulos sinceros, não se justifica o velho hábito de manifestar
reconhecimento em frases bombásticas e laudatórias. Na comunidade
dos trabalhadores fiéis a Jesus, agradecer significa aplicar proveitosamente
as dádivas recebidas, tanto ao próximo, quanto a si mesmo.
Para os pais amorosos, o melhor agradecimento dos filhos consiste
na elevada compreensão do trabalho e da vida, de que oferecem testemunho.
Manifestando gratidão ao Cristo, os apóstolos lhe foram leais até ao
último sacrifício; Paulo de Tarso recebe o apelo do Mestre e, em sinal
de alegria e de amor, serve à Causa divina, por meio de sofrimentos
inomináveis, por mais de trinta anos sucessivos.
Agradecer não será tão somente problema de palavras brilhantes; é
sentir a grandeza dos gestos, a luz dos benefícios, a generosidade da
confiança e corresponder, espontaneamente, estendendo aos outros
os tesouros da vida.
A gratidão e a fé do samaritano doente são sentimentos
admiráveis, que devem ser estimulados em todos os círculos do
ralacionamento humano.
Diante da lição eloquente deste soberbo episódio, cumpre imitarmos
o leproso samaritano. Cultivemos, portanto, a fé, e não uma fé.
Identifiquemo-nos com a religião, e não com uma religião. Pertençamos à igreja, e não a uma igreja. Seja o nosso culto, o da verdade,
o da justiça, o do amor. É tal o que Jesus ensina e exemplifica em
seu santo Evangelho." -( FEB - EADE )-
Estudo do Livro dos Espíritos
548. O Espírito que, como espectador, assiste calmamente
a um combate observa o ato de separar-se a alma do
corpo? Como é que esse fenômeno se lhe apresenta à
observação?
“Raras são as mortes verdadeiramente instantâneas.
Na maioria dos casos, o Espírito, cujo corpo acaba de ser
mortalmente ferido, não tem consciência imediata desse
fato. Somente quando ele começa a reconhecer a nova condição
em que se acha, é que os assistentes podem distingui-lo,
a mover-se ao lado do cadáver. Parece isso tão natural,
que nenhum efeito desagradável lhe causa a vista do
corpo morto. Tendo-se a vida toda concentrado no Espírito,
só ele prende a atenção dos outros. É com ele que estes
conversam, ou a ele é que fazem determinações.”
Que a graça e a paz sejam conosco!
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