quarta-feira, 2 de agosto de 2017

Não foram dez os limpos? E onde estão os nove


“Saiba  que  aquele  que  fizer  converter  do  erro  do seu  caminho um pecador, salvará da morte uma alma e cobrirá uma  multidão de pecados.” -( Tiago, 5:20 )-




Amados irmãos, bom dia!
"Se desejas, portanto, propagar o espírito sublime do Cristianismo, atende à obra individual com Jesus. Afasta os corações amados do campo escuro do erro, através de teus atos que constituem lições vivas do amor edificante. Recorda­te de que pela conversão verdadeira e substancial de um só espírito  ao Infinito Bem, escuras multidões de males poderão desaparecer para sempre." -( Vinha de Luz - Chico Xavier / Emmanuel )-








Análise do texto de Lucas: a cura de dez leprosos (hansenianos) 

E aconteceu que, indo ele a Jerusalém, passou pelo meio de Samaria e da Galileia; e, entrando numa certa aldeia, saíram-lhe ao encontro dez homens leprosos, os quais pararam de longe. E levantaram a voz, dizendo: Jesus, Mestre, tem misericórdia de nós! E ele, vendo-os, disse-lhes: Ide e mostrai-vos aos sacerdotes. E aconteceu que, indo eles, fi caram limpos. E um deles, vendo que estava são, voltou glorificando a Deus em alta voz. E caiu aos seus pés, com o rosto em terra, dando-lhe graças; e este era samaritano. E, respondendo Jesus, disse: Não foram dez os limpos? E onde estão os nove? Não houve quem voltasse para dar glória a Deus, senão este estrangeiro? E disse-lhe: Levanta-te e vai; a tua fé te salvou (Lc 17: 11-19). 

"Há três pontos diferentes entre este relato e o de Marcos, anteriormente estudado: 

a) o número de leprosos atendidos é maior, dez em vez de um; 

b) a “limpeza” das lesões não foi por contato magnético direto, mas por irradiação natural das energias superiores do Cristo; 

c) Jesus deu a instrução de informar a cura aos sacerdotes, que é fato incomum. 

Por que razão Jesus instrui os doentes para relatar o acontecimento aos sacerdotes? A resposta a esta pergunta encontra-se nos versículos dezesseis e dezessete, indicando que um dos doentes era samaritano, por sinal o único que agradeceu a Jesus o benefício recebido: “E um deles, vendo que estava são, voltou glorificando a Deus em alta voz. E caiu aos seus pés, com o rosto em terra, dando-lhe graças; e este era samaritano”. Este, pela fé que possuía foi, efetivamente, o único curado. Os demais receberam a oportunidade de merecer a cura definitivamente. Chama atenção de ser, justamente, o samaritano revelar gratidão e ser efetivamente curado em razão da fé que possuía, conforme se deduz destas palavras de Jesus: “Não foram dez os limpos? E onde estão os nove? Não houve quem voltasse para dar glória a Deus, senão este estrangeiro? E disse-lhe: Levanta-te e vai; a tua fé te salvou”. 

Os judeus desprezavam os samaritanos, em razão das divergências políticas e religiosas, considerando-os hereges. Após o cisma das dez tribos, Samaria se constituiu a capital do reino dissidente de Israel. Destruída e reconstruída várias vezes, tornou-se, sob os romanos, a cabeça da Samaria, uma das quatro divisões da Palestina. [...]Os samaritanos estiveram quase constantemente em guerra com os reis de Judá. Aversão profunda, datando da época da separação, perpetuou-se entre os dois povos, que evitavam todas as relações recíprocas. Aqueles, para tornarem maior a cisão e não terem de vir a Jerusalém pela celebração das festas religiosas, construíram  para si um templo particular e adotaram algumas reformas. Somente admitiam o Pentateuco, que continha a lei de Moisés, e rejeitavam todos os outros livros que a esse foram posteriormente anexados. Seus livros sagrados eram escritos em caracteres hebraicos da mais alta antiguidade. Para os judeus ortodoxos, eles eram heréticos e, portanto, desprezados, anatematizados e perseguidos.

Fica demonstrado, assim, que a valorização das práticas exteriores afasta o homem dos propósitos superiores que toda religião ensina. Como se explica o fato de a cura destes leprosos ter despertado precisamente no samaritano, tido como herege, um avivamento íntimo que não se produziu nos demais? Por que não ficaram os nove judeus possuídos do mesmo entusiasmo, do mesmo ardor sagrado, que invadiu o coração do samaritano? Por que não vieram, como ele, transbordantes de júbilo, render graças ao seu benfeitor? Não receberam, acaso, o mesmo benefício? Por que não experimentaram, como era natural, necessidade de expandirem em demonstrações positivas de gratidão, sentimento este, tão nobre e tão belo? [...] Encontramos a reposta na qualidade da fé alimentada pelos leprosos. A dos nove judeus era a fé falseada em sua natureza, adstrita aos dogmas e às ordenanças de uma igreja sectária. A cura realizada por Jesus atendeu, pois, a objetivos maiores, que chegam até nós, após a sucessão dos séculos, como lições inestimáveis. Curando indistintamente os judeus e os samaritanos, dava Jesus, ao mesmo tempo, uma lição e um exemplo de tolerância; e fazendo ressaltar que só o samaritano voltara a glorifi car a Deus, mostrava que havia nele maior soma de verdadeira fé e de reconhecimento, do que nos que se diziam ortodoxos. Acrescentando: “Tua fé te salvou”, fez ver que Deus considera o que há no âmago do coração e não a forma exterior da adoração. Entretanto, também os outros tinham sido curados. Fora mister que tal se verificasse, para que ele pudesse dar a lição que tinha em vista e tornar-lhes evidente a ingratidão. Quem sabe, porém, o que daí lhes haja resultado; quem sabe se eles terão se beneficiado da graça que lhes foi concedida? Dizendo ao samaritano: “Tua fé te salvou”, dá Jesus a entender que o mesmo não aconteceu aos outros.

Devemos considerar que, independentemente dos benefícios que recebemos ao longo da jornada evolutiva, a gratidão é uma virtude que deve ser cultivada. Neste aspecto, o apóstolo Paulo, já destacava a necessidade de sermos agradecidos (Colossenses, 3:5): Entre os discípulos sinceros, não se justifica o velho hábito de manifestar reconhecimento em frases bombásticas e laudatórias. Na comunidade dos trabalhadores fiéis a Jesus, agradecer significa aplicar proveitosamente as dádivas recebidas, tanto ao próximo, quanto a si mesmo. Para os pais amorosos, o melhor agradecimento dos filhos consiste na elevada compreensão do trabalho e da vida, de que oferecem testemunho. Manifestando gratidão ao Cristo, os apóstolos lhe foram leais até ao último sacrifício; Paulo de Tarso recebe o apelo do Mestre e, em sinal de alegria e de amor, serve à Causa divina, por meio de sofrimentos inomináveis, por mais de trinta anos sucessivos. Agradecer não será tão somente problema de palavras brilhantes; é sentir a grandeza dos gestos, a luz dos benefícios, a generosidade da confiança e corresponder, espontaneamente, estendendo aos outros os tesouros da vida.

A gratidão e a fé do samaritano doente são sentimentos admiráveis, que devem ser estimulados em todos os círculos do ralacionamento humano. Diante da lição eloquente deste soberbo episódio, cumpre imitarmos o leproso samaritano. Cultivemos, portanto, a fé, e não uma fé. Identifiquemo-nos com a religião, e não com uma religião. Pertençamos à igreja, e não a uma igreja. Seja o nosso culto, o da verdade, o da justiça, o do amor. É tal o que Jesus ensina e exemplifica em seu santo Evangelho." -( FEB - EADE )-





Estudo do Livro dos Espíritos






548. O Espírito que, como espectador, assiste calmamente a um combate observa o ato de separar-se a alma do corpo? Como é que esse fenômeno se lhe apresenta à observação? 

“Raras são as mortes verdadeiramente instantâneas. Na maioria dos casos, o Espírito, cujo corpo acaba de ser mortalmente ferido, não tem consciência imediata desse fato. Somente quando ele começa a reconhecer a nova condição em que se acha, é que os assistentes podem distingui-lo, a mover-se ao lado do cadáver. Parece isso tão natural, que nenhum efeito desagradável lhe causa a vista do corpo morto. Tendo-se a vida toda concentrado no Espírito, só ele prende a atenção dos outros. É com ele que estes conversam, ou a ele é que fazem determinações.”




Que a graça e a paz sejam conosco!

Nenhum comentário:

Postar um comentário