"Mas se não me credes quando vos falo das coisas da Terra, como me crereis quando vos falar das coisas do céu?" -( São João, 3: 12 )-
Amados irmãos, bom dia!
Estudando as diferentes categorias dos mundos, hoje veremos a situação do nosso planeta. Ainda habitamos um mundo de espiação e provas devido ao estado em que nos encontramos ainda. Que saibamos aproveitar a oportunidade de aqui estarmos e busquemos colaborar fielmente com nossa evolução.
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“Ensina a Doutrina Espírita que a [...] Terra não é o ponto
de partida da primeira encarnação humana. O período da humanização começa,
geralmente, em mundos ainda inferiores à Terra. As nossas existências no orbe
terráqueo [...] são, porém, das mais materiais e das mais distantes da
perfeição.
A Terra pertence à categoria dos mundos de expiação e provas, razão
por que aí vive o homem a braços com tantas misérias. Muitos se admiram de que
na Terra haja tanta maldade e tantas paixões grosseiras, tantas misérias e
enfermidades de toda natureza, e daí concluem que a espécie humana bem triste
coisa é. Provém esse juízo do acanhado ponto de vista em que se colocam os que
o emitem e que lhes dá uma falsa ideia de conjunto. Deve-se considerar que na
Terra não está a Humanidade toda, mas apenas uma pequena fração da Humanidade.
Com efeito, a espécie humana abrange todos os seres dotados de razão que povoam
os inúmeros orbes do Universo. Ora, que é a população da Terra, em face da
população total desses mundos? Muito menos que a de uma aldeia, em confronto
com a de um grande império.
A situação material e moral da Humanidade terrena
nada tem que espante, desde que se leve em conta a destinação da Terra e a
natureza dos que a habitam. Faria dos habitantes de uma grande cidade
falsíssima ideia quem os julgasse pela população dos seus quarteirões mais
ínfimos e sórdidos. Num hospital, ninguém vê senão doentes e estropiados; numa
penitenciária, veem-se reunidas todas as torpezas, todos os vícios; nas regiões
insalubres, os habitantes, em sua maioria, são pálidos, franzinos e enfermiços.
Pois bem: figure-se a Terra como um subúrbio, um hospital, uma penitenciária,
um sítio malsão, e ela é simultaneamente tudo isso, e compreender-se-á por que
as aflições sobrelevam aos gozos, porquanto não se mandam para o hospital os
que se acham com saúde, nem para as casas de correção os que nenhum mal
praticaram; nem os hospitais e as casas de correção se podem ter por lugares de
deleite. Ora, assim como, numa cidade, a população não se encontra toda nos
hospitais ou nas prisões, também na Terra não está a Humanidade inteira. E, do
mesmo modo que do hospital saem os que se curaram e da prisão os que cumpriram
suas penas, o homem deixa a Terra, quando está curado de suas enfermidades
morais.
A superioridade da inteligência, em grande número dos seus habitantes,
indica que a Terra não é um mundo primitivo, destinado à encarnação dos
Espíritos que acabaram de sair das mãos do Criador. As qualidades inatas que
eles trazem consigo constituem a prova de que já viveram e realizaram certo
progresso. Mas, também, os numerosos vícios a que se mostram propensos
constituem o índice de grande imperfeição moral. Por isso os colocou Deus num
mundo ingrato, para expiarem aí suas faltas, mediante penoso trabalho e
misérias da vida, até que hajam merecido ascender a um planeta mais ditoso.
Note-se, entretanto, conforme assinala Emmanuel, que a [...] capacidade
intelectual do homem terrestre é excessivamente reduzida, em face dos elevados
poderes da personalidade espiritual independente dos laços da matéria. Os elos
da reencarnação fazem o papel de quebra-luz sobre todas as conquistas
anteriores do Espírito reencarnado. Nessa sombra, reside o acervo de lembranças
vagas, de vocações inatas, de numerosas experiências, de valores naturais e
espontâneos, a que chamais subconsciência.
O homem comum é uma representação
parcial do homem transcendente, que será reintegrado nas suas aquisições do passado,
depois de haver cumprido a prova ou a missão exigidas pelas suas condições
morais, no mecanismo da justiça divina. Aliás, a incapacidade intelectual do
homem físico tem sua origem na sua própria situação, caracterizada pela
necessidade de provas amargas. O cérebro humano é um aparelho frágil e
deficiente, onde o Espírito em queda tem de valorizar as suas realizações de
trabalho. Por outro lado, também [...] se explicam pela pluralidade das
existências e pela destinação da Terra, como mundo expiatório, as anomalias que
apresenta a distribuição da ventura e da desventura entre os bons e os maus
neste planeta. Semelhante anomalia, contudo, só existe na aparência, porque
considerada tão-só do ponto de vista da vida presente. Aquele que se elevar, pelo
pensamento, de maneira a apreender toda uma série de existências, verá que a
cada um é atribuída a parte que lhe compete, sem prejuízo da que lhe tocará no
mundo dos Espíritos, e verá que a justiça de Deus nunca se interrompe.
Nem todo
o sofrimento suportado na Terra, porém, constitui expiação de determinada falta
cometida em pregressas reencarnações. Muitas vezes são simples provas buscadas
pelo Espírito para concluir a sua depuração e ativar o seu progresso. Assim, a
expiação serve sempre de prova, mas nem sempre a prova é uma expiação. Provas e
expiações, todavia, são sempre sinais de relativa inferioridade, porquanto o
que é perfeito não precisa ser provado. Pode, pois, um Espírito haver chegado a
certo grau de elevação e, nada obstante, desejoso de adiantar-se mais,
solicitar uma missão, uma tarefa a executar, pela qual tanto mais recompensado
será, se sair vitorioso, quanto mais rude haja sido a luta. Para que na Terra
sejam felizes os homens, preciso é que somente a povoem Espíritos bons,
encarnados e desencarnados, que somente ao bem se dediquem. Havendo chegado o
tempo, grande emigração se verifica dos que a habitam: a dos que praticam o mal
pelo mal, ainda não tocados pelo sentimento do bem, os quais, já não sendo
dignos do planeta transformado, serão excluídos, porque, senão, lhe
ocasionariam de novo perturbação e confusão e constituiriam obstáculo ao
progresso. Irão expiar o endurecimento de seus corações, uns em mundos
inferiores, outros em raças terrestres ainda atrasadas, equivalentes a mundos
daquela ordem, aos quais levarão os conhecimentos que hajam adquirido, tendo
por missão fazê-las avançar. Substituí-los-ão Espíritos melhores, que farão
reinem em seu seio a justiça, a paz e a fraternidade.
A Terra, no dizer dos
Espíritos, não terá de transformar-se por meio de um cataclismo que aniquile de
súbito uma geração. A atual desaparecerá gradualmente e a nova lhe sucederá do
mesmo modo, sem que haja mudança alguma na ordem natural das coisas. Tudo,
pois, se processará exteriormente, como sói acontecer, com a única, mas capital
diferença de que uma parte dos Espíritos que encarnavam na Terra aí não mais
tornarão a encarnar. Em cada criança que nascer, em vez de um Espírito atrasado
e inclinado ao mal, que antes nela encarnaria, virá um Espírito mais adiantado
e propenso ao bem. Dessa forma, o [...] bem reinará na Terra quando, entre os
Espíritos que a vêm habitar, os bons predominarem, porque, então, farão que aí
reinem o amor e a justiça, fonte do bem e da felicidade. Por meio do progresso
moral e praticando as leis de Deus é que o homem atrairá para a Terra os bons
Espíritos e dela afastará os maus. Estes, porém, não a deixarão, senão quando
daí estejam banidos o orgulho e o egoísmo. Assim, como vimos, avizinha-se o
momento da transformação moral da Humanidade, e da consequente ascensão da
Terra na hierarquia dos mundos. Essa transformação se verificará por meio da
encarnação de Espíritos melhores, que constituirão na Terra uma geração nova.
Então, os Espíritos dos maus, que a morte vai ceifando dia a dia, e todos os
que tentem deter a marcha das coisas serão daí excluídos, pois que viriam a
estar deslocados entre os homens de bem, cuja felicidade perturbariam”. -( FEB
)-
Que a graça e a paz sejam conosco!
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