“Importa, porém, caminhar hoje, amanhã e no dia seguinte.” - Jesus - ( Lucas, 13: 33 ) -
Amados irmãos, bom dia!
Muitas vezes não compreendemos certos acontecimentos que temos de vivenciar. Como nada é por acaso, hoje iremos estudar as razões que os originam. Toda a nossa caminhada é acompanhada por nosso Pai celestial e tanto nossos sucessos quanto os fracassos tem origem em nossas próprias escolhas.
Livre-arbítrio e
fatalidade
“A Doutrina Espírita ensina que a [...] fatalidade existe
unicamente pela escolha que o Espírito fez, ao encarnar, desta ou daquela prova
para sofrer.
Escolhendo-a, instituiu para si uma espécie de destino, que é
a consequência mesma da posição em que vem a achar-se colocado [...].
Essas provas planejadas são de natureza física (deficiências
no corpo físico, doenças, limitações financeiras etc.), [...] pois, pelo que
toca às provas morais e às tentações, o Espírito, conservando o livre-arbítrio
quanto ao bem e ao mal, é sempre senhor de ceder ou de resistir. Ao vê-lo
fraquear, um bom Espírito pode vir-lhe em auxílio, mas não pode influir sobre
ele de maneira a dominar-lhe a vontade.
As doutrinas que pregam a existência de um fatalismo
comandando a vida da pessoa em todos os sentidos, do nascimento à morte,
ensinam [...] que todos os acontecimentos estão previamente fixados por uma
causa sobrenatural, cabendo ao homem apenas o regozijar-se, se favorecido com
uma boa sorte, ou resignar-se, se o destino lhe for adverso. Os
predestinacionistas baseiam-se na soberania da graça divina, ensinando que
desde toda a eternidade algumas almas foram predestinadas a uma vida de retidão
e, depois da morte, à bem-aventurança celestial, enquanto outras foram de
antemão marcadas para uma vida reprovável e, consequentemente, precondenadas às
penas eternas do inferno.
Se Deus regula, antecipadamente, todos os atos e todas as
vontades de cada indivíduo – argumentam –, como pode este indivíduo ter
liberdade para fazer ou deixar de fazer o que Deus terá decidido que ele venha
a fazer? Os deterministas, a seu turno, sustentam que as ações e a conduta do
indivíduo, longe de serem livres, dependem integralmente de uma série de
contingências a que ele não pode furtar-se, como os costumes, o caráter e a
índole da raça a que pertença; o clima, o solo e o meio social em que viva; a
educação, os princípios religiosos e os exemplos que receba; além de outras
circunstâncias não menos importantes, quais o regime alimentar, o sexo, as
condições de saúde, etc.
Essas doutrinas, como se vê, reduzem o homem a simples
autômato, sem mérito nem responsabilidade.
O Espiritismo nos apresenta ensinamentos mais concordantes
com a justiça, bondade e misericórdia divinas. A fatalidade é entendida como um
produto do livre-arbítrio, cujos acontecimentos resultam de escolhas
previamente definidas, na maioria das vezes, no plano espiritual. Essas
escolhas refletem sempre a necessidade de progresso espiritual, e podem ser modificadas
segundo o livre-arbítrio da pessoa, ou replanejadas, em se considerando o
benefício que pode resultar para alguém. Na verdade, o planejamento
reencarnatório é flexível, adaptado às circunstâncias e aos resultados
esperados. É por esta razão que os Espíritos Superiores afirmam: A fatalidade,
verdadeiramente, só existe quanto ao momento em que deveis aparecer e
desaparecer deste mundo. Afastada, nesta situação, a hipótese do suicídio —
sempre vista como uma transgressão à Lei Divina —, não devemos temer qualquer
perigo que ameace a nossa integridade física, porque não pereceremos se a nossa
hora não tiver chegado. Porém, é oportuno destacar que, pelo fato de ser
infalível a hora da morte, não se deve deduzir que sejam inúteis as precauções
para evitá-la. O fato de o homem pressentir que a sua vida corre perigo
constitui um aviso dos bons Espíritos para que se desvie do mal e reprograme
seus atos.
Existem pessoas que parecem ser perseguidas por uma
fatalidade, independentemente da maneira como procedem. Neste caso, são provas
que, escolhidas anteriormente, aconteceriam de qualquer forma. No entanto,
devemos considerar a hipótese de que tais provações reflitam apenas as consequências
de faltas cometidas em razão de atos impensados, na atual existência.
O exercício do livre-arbítrio, tendo em vista a nossa
felicidade espiritual, é uma tarefa árdua que devemos persistir sem desânimo. A
luta e o trabalho são tão imprescindíveis ao aperfeiçoamento do espírito como o
pão material é indispensável à manutenção do corpo físico. É trabalhando e
lutando, sofrendo e aprendendo, que a alma adquire as experiências necessárias
na sua marcha para a perfeição. Nunca há fatalidade nas opções morais, pois uma
decisão pessoal infeliz não deve ser vista como uma má-sorte ou como imposição
de Deus aos seus filhos. Esta é a razão de os Espíritos Superiores nos
afirmarem: [...] Ora, aquele que delibera sobre uma coisa é sempre livre de
fazê-la, ou não. Se soubesse previamente que, como homem [encarnado], teria que
cometer um crime, o Espírito estaria a isso predestinado. Ficai, porém, sabendo
que ninguém há predestinado ao crime e que todo crime, como qualquer outro ato,
resulta sempre da vontade e do livre-arbítrio. Em suma, a fatalidade que parece
presidir aos destinos, é resultante de escolhas estipuladas no nosso
planejamento reencarnatório e do nosso livre-arbítrio nas ações cotidianas.
Dessa forma, atentos à orientação que um dos Espíritos da Codificação nos dá:
Tu mesmo escolheste a tua prova. Quanto mais rude ela for e melhor a
suportares, tanto mais te elevarás. Os que passam a vida na abundância e na
ventura humana são Espíritos pusilânimes, que permanecem estacionários. Assim,
o número dos desafortunados é muito superior ao dos felizes deste mundo, atento
que os Espíritos, na sua maioria, procuram as provas que lhes sejam mais
proveitosas. [...] Acresce que a mais ditosa existência é sempre agitada,
sempre perturbada, quando mais não seja, pela ausência da dor”. -( FEB )-
Que a graça e a paz sejam conosco!
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