Amados irmãos, bom dia!
Hoje iniciamos os estudos sobre as leis morais. O textos que apresentaremos nos oferecem
oportunidade para refletir a respeito da conduta moral ante os
imperativos da nossa evolução espiritual.
Que os bons Espíritos sejam conosco a fim de que possamos compreender esses ensinamentos e os tornar vivos em nossa caminhada.
Liberdade de pensar e liberdade de consciência
"Liberdade é a faculdade que permite ao indivíduo decidir ou agir
conforme sua própria vontade. Desta forma, o [...] homem é,
por natureza, dono de si mesmo, isto é, tem o direito de fazer tudo
quanto achar conveniente ou necessário à conservação e ao desenvolvimento
de sua vida. Essa liberdade, porém, não é absoluta, e nem
poderia sê-lo, pela simples razão de que, convivendo em sociedade,
o homem tem o dever de respeitar esse mesmo direito em cada um
de seus semelhantes.
Para que o homem pudesse gozar de liberdade absoluta,
seria necessário que ele vivesse isolado, como o eremita no deserto.
Desde que juntos estejam dois homens, há entre eles direitos
recíprocos que lhes cumpre respeitar.
A liberdade é, portanto, relativa,
devendo ser adequada à liberdade do outro, pois a liberdade
e o direito de uma pessoa terminam onde começam a liberdade
e o direito do outro.
A compreensão da lei de liberdade nos faz perceber que, para progredir,
precisamos uns dos outros e que todos temos direitos recíprocos, que precisam ser
respeitados, uma vez que qualquer prejuízo que provoquemos ao semelhante, em
decorrência dos nossos atos, não ficará impune perante a Lei de Deus. É por esta
razão que o ensinamento de Jesus de não fazer aos outros o que não gostaríamos
que os outros nos fizessem (Mateus, 7:12) — ensinamento conhecido como regra
de ouro — estabelece os limites da nossa liberdade e nos orienta como viver em
sociedade, conforme os direitos e os deveres que nos cabem.
A lei de liberdade é bem compreendida quando aprendemos a fazer relação
entre a liberdade de pensar e a liberdade de consciência. Como sabemos,
a liberdade de pensar é plena no ser humano: No pensamento goza o homem de
ilimitada liberdade, pois que não há como pôr-lhe peias. [...] Voando nas asas do
pensamento, a mente espiritual reflete as próprias idéias e as idéias das mentes
com as quais se afiniza, nos processos naturais de sintonia.
Nos seres primitivos, [a
mente] aparece sob a ganga do instinto, nas almas humanas surge entre as ilusões que
salteiam a inteligência, e revela-se nos Espíritos Aperfeiçoados por brilhante precioso a
retratar a Glória Divina. Estudando-a de nossa posição espiritual, confinados que nos
achamos entre a animalidade e a angelitude, somos impelidos a interpretá-la como
sendo o campo de nossa consciência desperta, na faixa evolutiva em que o conhecimento
adquirido nos permite operar.
Compreende-se, pois, que o pensamento
tudo move, [...] criando e transformando, destruindo e refazendo para acrisolar e
sublimar. [...]
A consciência, nesse contexto, representa, como nos esclarecem
os Espíritos da Codificação, um pensamento íntimo, que pertence ao homem, como
todos os outros pensamentos. Ela é o [...] centro da personalidade, centro permanente,
indestrutível, que persiste e se mantém através de todas as transformações
do indivíduo. A consciência é não somente a faculdade de perceber, mas também o
sentimento que temos de viver, agir, pensar, querer. É una e indivisível. [...] No entanto, à medida que os Espíritos evoluem, a consciência do bem e
do mal está mais bem definida neles, de sorte que a liberdade de consciência,
regulando as relações interpessoais, reflete [...] um dos caracteres da verdadeira
civilização e progresso. A consciência, entendida como faculdade de estabelecer julgamentos morais
ou juízos de valor, é um atributo pelo qual o homem pode conhecer e julgar
sua realidade e a realidade do outro. Os julgamentos feitos pela consciência e as
interpretações de atos e fatos do cotidiano apresentam limitações, visto que estão
fundamentados em parâmetros morais que cada um estabelece para si. É ela
fruto de experiências e crenças individuais, elaboradas no contexto cultural onde
a criatura humana está inserida, e que se manifesta de acordo com a evolução espiritual do ser. Assim, enquanto a liberdade de pensar é ilimitada, a liberdade
de consciência sofre restrição, já que depende do nível evolutivo do Espírito.
A consciência não esclarecida pode alimentar idéias malsãs, gerar e provocar
ações moral e eticamente abusivas, resultando na manifestação de sofrimentos
e desarmonias para si mesma e para o próximo. Os embaraços à liberdade de
consciência, a propagação de doutrinas perniciosas e a escravidão humana são
exemplos de desvios provocados por Espíritos imperfeitos, dominados pelo
orgulho e pelo egoísmo. Devemos agir com cautela quando condenamos as
ações, as idéias ou as crenças das pessoas, a fim de que não atentemos contra a
liberdade de consciência. No entanto, é oportuno considerar que reprimir [...]
os atos exteriores de uma crença, quando acarretam qualquer prejuízo a terceiros,
não é atentar contra a liberdade de consciência, pois que essa repressão em nada tira
à crença a liberdade, que ela conserva integral. Por outro lado, sempre que nos é
possível, podemos e devemos trazer ao caminho da verdade os que se transviaram,
servindo-nos, a exemplo de Jesus, da brandura e da persuasão e não da força. Como nos esclarecem os Espíritos superiores, se [...] alguma coisa se pode impor,
é o bem e a fraternidade. Mas não cremos que o melhor meio de fazê-los admitidos
seja obrar com violência. A convicção não se impõe. Outro abuso da manifestação da consciência é a escravidão, ou seja, a submissão
da vontade, do cerceamento da liberdade de ir e vir, de agir e de pensar do
ser. A escravidão, independentemente das formas em que se manifeste, é contrária
à lei de Deus, porque é um abuso de força, mesmo quando faz parte dos costumes
de um povo. É contrária à Natureza a lei humana que consagra a escravidão, pois
que assemelha o homem ao irracional e o degrada física e moralmente.
A escravidão
humana é um mal. E o [...] mal é sempre o mal e não há sofisma que faça se torne
boa uma ação má. A responsabilidade, porém, do mal é relativa aos meios de que o
homem disponha para compreendê-lo. Aquele que tira proveito da lei da escravidão
é sempre culpado de violação da lei da Natureza. A despeito de todo sofrimento existente no Planeta, é certo que a Humanidade
tem progredido, ocorrendo uma preocupação mundial de valorizar a
paz entre os povos e entre os indivíduos: De século para século, menos dificuldade
encontra o homem para pensar sem peias e, a cada geração que surge, mais amplas
se tornam as garantias individuais no que tange à inviolabilidade do foro íntimo.
[...] Nas dissensões religiosas, as chamas das fogueiras foram substituídas pelas luzes
do esclarecimento, e na catequese filosófica ou política, estejamos certos, daqui para
o futuro, buscar-se-á empregar, cada vez mais, a força da persuasão ao invés da
imposição pela força". -( FEB )-
Que a graça e a paz sejam conosco!
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