Amados irmãos, bom dia!
A todos deu o Senhor dons para que fossem utilizados no bem
pessoal e da coletividade, portanto, saibamos utilizá-los com prontidão em
nosso dia a dia.
Necessidade do trabalho
“A necessidade do
trabalho é lei da Natureza?
O trabalho é lei da
Natureza, por isso mesmo que constitui uma necessidade, e a civilização obriga
o homem a trabalhar mais, porque lhe aumenta as necessidades e os gozos”. Allan
Kardec: O livro dos espíritos, questão 674.
“O trabalho [...] é lei da Natureza, mediante a qual o homem
forja o próprio progresso, desenvolvendo as possibilidades do meio ambiente em
que se situa, ampliando os recursos de preservação da vida, por meio das suas
necessidades imediatas na comunidade social onde vive. Desde as imperiosas
necessidades de comer e beber, defender-se dos excessos climatéricos até os
processos de garantia e preservação da espécie, pela reprodução, o homem vê-se
coagido à obediência à lei do trabalho. Sendo assim, o trabalho se impõe ao ser
humano como uma necessidade porque é um [...] meio de aperfeiçoamento da sua
inteligência. Sem o trabalho, o homem permaneceria sempre na infância, quanto à
inteligência. Por isso é que seu alimento, sua segurança e seu bem-estar
dependem do seu trabalho e da sua atividade.
Ao extremamente fraco de corpo outorgou Deus a inteligência,
em compensação. Mas é sempre um trabalho. O trabalho, entendido como lei da
Natureza, [...] é das maiores bênçãos de Deus no campo das horas. Em suas
dádivas de realização para o bem, o triste se reconforta, o ignorante aprende,
o doente se refaz, o criminoso se regenera. É [...] o guia na descoberta de
nossas possibilidades divinas, no processo evolutivo do aperfeiçoamento
universal. Nele [...] a alma edifica a própria casa, cria valores para a
ascensão sublime. Os Espíritos Orientadores nos esclarecem que o trabalho do
homem [...] visa duplo fim: a conservação do corpo e o desenvolvimento da
faculdade de pensar, o que também é uma necessidade e o eleva acima de si
mesmo.
O trabalho, em tese, para o ser em processo de evolução,
configura-se sob três aspectos principais: material, espiritual, moral. Através
do trabalho material, propriamente dito, dignifica-se o homem no cumprimento
dos deveres para consigo mesmo, para com a família que Deus lhe confiou, para
com a sociedade de que participa. Pelo trabalho espiritual, exerce a
fraternidade com o próximo e aperfeiçoa-se no conhecimento transcendente da
alma imortal. No campo da atividade moral, lutará, simultaneamente, por
adquirir qualidades elevadas, ou, se for o caso, por sublimar aquelas com que
já se sente aquinhoado. Devemos considerar, porém, que não [...] basta se diga
ao homem que lhe corre o dever de trabalhar. É preciso que aquele que tem de
prover à sua existência por meio do trabalho encontre em que se ocupar, o que
nem sempre acontece. Quando se generaliza, a suspensão do trabalho assume as
proporções de um flagelo, qual a miséria. Refletindo a respeito desse assunto,
entendemos que os conflitos sociais representam uma das principais causas de
sofrimento do mundo contemporâneo. Na verdade, é [...] bem sabido que a maior
parte das misérias da vida tem origem no egoísmo dos homens. Desde que cada um
pensa em si antes de pensar nos outros e cogita antes de tudo de satisfazer aos
seus desejos, cada um naturalmente cuida de proporcionar a si mesmo essa
satisfação, a todo custo, e sacrifica sem escrúpulo os interesses alheios, assim
nas mais insignificantes coisas, como nas maiores, tanto de ordem moral, quanto
de ordem material. Daí todos os antagonismos sociais, todas as lutas, todos os
conflitos e todas as misérias, visto que cada um só trata de despojar o seu
próximo.
Os conflitos sociais não resolvidos, ou incorretamente
administrados, podem gerar uma situação de pobreza generalizada, e todas as
suas consequências calamitosas. Os espíritas, sabemos que as desigualdades
sociais existentes no Planeta estão vinculadas a dois pontos fundamentais: a
manifestação da lei de causa e efeito e a visão materialista da vida. No
primeiro caso, a pobreza e riqueza devem ser entendidas como instrumento de
melhoria espiritual, pois a [...] pobreza é, para os que a sofrem, a prova da
paciência e da resignação; a riqueza é, para outros, a prova da caridade e da
abnegação.
A visão materialista da vida, alimentada pelo orgulho e
egoísmo, estimula a permissibilidade moral, causa do relaxamento dos usos e
costumes sociais. As pessoas tornam-se indolentes e omissas, nada fazendo para
impedir ou minimizar o estado de sofrimento material e moral reinante ao seu
derredor. As desigualdades humanas trazem implicações de ordem
econômico-social, em geral decorrentes da má distribuição de rendas,
permitindo-se que uma minoria humana viva em abundância, e uma maioria sofra os
rigores da pobreza e da miséria. Uma sociedade estabelecida sob essas bases
está marcada pelos contrastes sociais, estimuladores do desemprego, da
violência e da miséria. A ciência econômica procura remédio para isso no
equilíbrio entre a produção e o consumo. Mas, esse equilíbrio, dado seja
possível estabelecer-se, sofrerá sempre intermitências, durante as quais não
deixa o trabalhador de ter que viver. Há um elemento, que se não costuma fazer
pesar na balança e sem o qual a ciência econômica não passa de simples teoria.
Esse elemento é a educação, não a educação intelectual, mas a educação moral.
Não nos referimos, porém, à educação moral pelos livros e sim à que consiste na
arte de formar os caracteres, à que incute hábitos, porquanto a educação é o
conjunto de hábitos adquiridos. Considerando-se a aluvião de indivíduos que
todos os dias são lançados na torrente da população, sem princípios, sem freio
e entregues a seus próprios instintos, serão de espantar as consequências
desastrosas que daí decorrem? Quando essa arte for conhecida, compreendida e
praticada, o homem terá no mundo hábitos de ordem e de previdência para consigo
mesmo e para com os seus, de respeito a tudo o que é respeitável, hábitos que
lhe permitirão atravessar menos penosamente os maus dias inevitáveis. A
desordem e a imprevidência são duas chagas que só uma educação bem entendida
pode curar. Esse o ponto de partida, o elemento real do bem-estar, o penhor da
segurança de todos. Não podem os homens ser felizes, se não viverem em paz,
isto é, se não os animar um sentimento de benevolência, de indulgência e de
condescendência recíprocas; numa palavra: enquanto procurarem esmagar-se uns
aos outros. A caridade e a fraternidade resumem todas as condições e todos os
deveres sociais; uma e outra, porém, pressupõem a abnegação. Ora, a abnegação é
incompatível com o egoísmo e o orgulho; logo, com esses vícios, não é possível
a verdadeira fraternidade, nem, por conseguinte, igualdade, nem liberdade, dado
que o egoísta e o orgulhoso querem tudo para si. Eles serão sempre os vermes
roedores de todas as instituições progressistas; enquanto dominarem, ruirão aos
seus golpes os mais generosos sistemas sociais, os mais sabiamente combinados.
É belo, sem dúvida, proclamar-se o reinado da fraternidade, mas, para que
fazê-lo, se uma causa destrutiva existe? É edificar em terreno movediço; o
mesmo fora decretar a saúde numa região malsã. Em tal região, para que os
homens passem bem, não bastará se mandem médicos, pois que estes morrerão como
os outros; insta destruir as causas da insalubridade. Para que os homens vivam
na Terra como irmãos, não basta se lhes deem lições de moral; importa destruir
as causas de antagonismo, atacar a raiz do mal: o orgulho e o egoísmo.
O Espiritismo nos
apresenta uma solução para o problema da miséria social, expressa nas seguintes
palavras de Allan Kardec: Liberdade, igualdade, fraternidade. Estas três
palavras constituem, por si sós, o programa de toda uma ordem social que
realizaria o mais absoluto progresso da Humanidade, se os princípios que elas
exprimem pudessem receber integral aplicação [...]. A fraternidade, na rigorosa
acepção do termo, resume os deveres dos homens, uns para com os outros.
Significa: devotamento, abnegação, tolerância, benevolência, indulgência. É,
por excelência, a caridade evangélica e a aplicação da máxima: Proceder para com os outros, como
quereríamos que os outros procedessem para conosco. O oposto do egoísmo
[...]. Considerada do ponto de vista da sua importância para a realização da
felicidade social, a fraternidade está na primeira linha: é a base. Sem ela,
não poderiam existir a igualdade, nem a liberdade séria. A igualdade decorre da
fraternidade e a liberdade é consequência das duas outras. Com efeito,
suponhamos uma sociedade de homens bastante desinteressados, bastante bons e
benévolos para viverem fraternalmente [...]. Num povo de irmãos, a igualdade
será consequência de seus sentimentos, da maneira de procederem, e se
estabelecerá pela força mesma das coisas. Qual, porém, o inimigo da igualdade?
O orgulho, que faz queira o homem ter em toda parte a primazia e o domínio
[...]. A liberdade [...] é filha da fraternidade e da igualdade [...]. Os
homens que vivam como irmãos, com direitos iguais, animados do sentimento de
benevolência recíproca, praticarão entre si a justiça, não procurarão causar
danos uns aos outros e nada, por conseguinte, terão que temer uns dos outros. A
liberdade nenhum perigo oferecerá, porque ninguém pensará abusar dela em prejuízo
de seus semelhantes. [...].
Esses [...] três princípios são [...] solidários entre si e
se prestam mútuo apoio; sem a reunião deles o edifício social não estaria
completo. O da fraternidade não pode ser praticado em toda a pureza, com
exclusão dos dois outros, porquanto, sem a igualdade e a liberdade, não há
verdadeira fraternidade. A liberdade sem a fraternidade é rédea solta a todas
as más paixões, que desde então ficam sem freio; com a fraternidade, o homem
nenhum mau uso faz da sua liberdade: é a ordem; sem a fraternidade, usa da
liberdade para dar curso a todas as suas torpezas: é a anarquia, a licença. Por
isso é que as nações mais livres se veem obrigadas a criar restrições à
liberdade. A igualdade, sem a fraternidade, conduz aos mesmos resultados, visto
que a igualdade reclama a liberdade; sob o pretexto de igualdade, o pequeno
rebaixa o grande, para lhe tomar o lugar, e se torna tirano por sua vez; tudo
se reduz a um deslocamento de despotismo”. -( FEB )-
Que a graça e a paz sejam conosco!
Que a graça e a paz sejam conosco!
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