“A família é, pois, uma instituição
divina, cuja finalidade precípua consiste em estreitar os laços sociais,
ensejando-nos o melhor modo de aprendermos a amar-nos como irmãos”.
Amados irmãos, bom dia!
Sabemos que a família é a célula mãe da sociedade. E em meio
a tantas transformações que temos acompanhado, sempre é bom meditar sobre esse
tema de crucial importância. O texto é um pouco longo, mas, necessário para a importância do tema.
Que os bons Espíritos sejam conosco para nossa plena
compreensão de tão nobre questão.
Vida em família e laços de parentesco
“Há no homem alguma coisa mais, além das necessidades
físicas: há a necessidade de progredir. Os laços sociais são necessários ao
progresso e os de família mais apertados tornam os primeiros. Eis que os
segundos constituem uma lei da Natureza. Quis Deus que, por essa forma, os
homens aprendessem a amar-se como irmãos.
A família é, pois [...] uma instituição divina, cuja
finalidade precípua consiste em estreitar os laços sociais, ensejando-nos o
melhor modo de aprendermos a amar-nos como irmãos. Nesse sentido, o relaxamento
dos laços de família representa uma prática anti-natural, uma [...]
recrudescência do egoísmo. De todas as associações existentes na Terra [...]
nenhuma talvez mais importante em sua função educadora e regenerativa: a
constituição da família. De semelhante agremiação, na qual dois seres se
conjugam, atendendo aos vínculos do afeto, surge o lar, garantindo os alicerces
da civilização. Através do casal, aí estabelecido, funciona o princípio da
reencarnação, consoante as Leis Divinas, possibilitando o trabalho executivo
dos mais elevados programas de ação do Mundo Espiritual. Fácil entender que é
assim justamente que nós, os espíritos eternos, atendendo aos impositivos do
progresso, nos revezamos na arena do mundo, ora envergando a posição de pais,
ora desempenhando o papel de filhos, aprendendo, gradativamente, na carteira do
corpo carnal, as lições profundas do amor — do amor que nos soerguerá, um dia,
em definitivo, da Terra para os Céus.
A [...] família, genericamente, representa o clã social ou de
sintonia por identidade que reúne espécimes dentro da mesma classificação.
Juridicamente, porém, a família se deriva da união de dois seres que se elegem
para uma vida em comum, através de um contrato, dando origem à genitura da
mesma espécie. [...] A família tem suas próprias leis, que consubstanciam as
regras do bom comportamento dentro do impositivo do respeito ético, recíproco
entre os seus membros, favorável à perfeita harmonia que deve vigir sob o mesmo
teto em que se agasalham os que se consorciam. [...] O lar, no entanto, não
pode ser configurado como a edificação material, capaz de oferecer segurança e
paz aos que aí se resguardam. Habitualmente — nunca sempre — somos nós
mesmos quem planifica a formação da família, antes do renascimento terrestre,
com o amparo e a supervisão de instrutores beneméritos, à maneira da casa que
levantamos no mundo, com o apoio de arquitetos e técnicos distintos. Comumente
chamamos a nós antigos companheiros de aventuras infelizes, programando-lhes a
volta ao nosso convívio, a prometer-lhes socorro e oportunidade, em que se lhes
reedifique a esperança de elevação e resgate, burilamento e melhoria. É
importante considerar, entretanto, que não [...] são os da consanguinidade os
verdadeiros laços de família e sim os da simpatia e da comunhão de idéias, os
quais prendem os Espíritos antes, durante e depois de suas encarnações.
Segue-se que dois seres nascidos de pais diferentes podem ser mais irmãos pelo
Espírito, do que se fossem pelo sangue. Podem então atrair-se, buscar-se,
sentir prazer quando juntos, ao passo que dois irmãos consanguíneos podem
repelir-se, conforme se observa todos os dias: problema moral que só o
Espiritismo podia resolver pela pluralidade das existências.
Há, pois, duas espécies de famílias: as famílias pelos laços
espirituais e as famílias pelos laços corporais. Duráveis, as primeiras se
fortalecem pela purificação e se perpetuam no mundo dos Espíritos, através das
várias migrações da alma; as segundas, frágeis como a matéria, se extinguem com
o tempo e muitas vezes se dissolvem moralmente, já na existência atual. Por
intermédio da paternidade e da maternidade, o homem e a mulher adquirem mais
amplos créditos da Vida Superior. [...] Os filhos são liames de amor
conscientizado que lhes granjeiam proteção mais extensa do Mundo Maior, de vez
que todos nós integramos grupos afins. Na arena terrestre, é justo que
determinada criatura se faça assistida por outras que lhe respiram a mesma
faixa de interesse afetivo. De modo idêntico, é natural que as inteligências
domiciliadas nas Esferas Superiores se consagrem a resguardar e guiar aqueles
companheiros de experiência, volvidos à reencarnação para fins de progresso e
burilamento. A parentela no Planeta faz-se filtro da família espiritual sediada
além da existência física, mantendo os laços preexistentes entre aqueles que
lhe comungam o clima. Arraigada nas vidas passadas de todos aqueles que a
compõem, a família terrestre é formada, assim, de agentes diversos, porquanto
nela se reencontram, comumente, afetos e desafetos, amigos e inimigos, para os
ajustes e reajustes indispensáveis, ante as leis do destino. Formam famílias os
Espíritos que a analogia dos gostos, a identidade do progresso moral e a
afeição induzem a reunir-se. Esses mesmos Espíritos, em suas migrações
terrenas, se buscam, para se gruparem, como o fazem no espaço, originando-se
daí as famílias unidas e homogêneas. Se, nas suas peregrinações, acontece
ficarem temporariamente separados, mais tarde tornam a encontrar-se, venturosos
pelos novos progressos que realizaram. Mas, como não lhes cumpre trabalhar
apenas para si, permite Deus que Espíritos menos adiantados encarnem entre
eles, a fim de receberem conselhos e bons exemplos, a bem de seu progresso.
Esses Espíritos se tornam, por vezes, causa de perturbação no meio daqueles
outros, o que constitui para estes a prova e a tarefa a desempenhar. Na [...]
esfera do grupo consanguíneo o Espírito reencarnado segue ao encontro dos laços
que entreteceu para si próprio, na linha mental em que se lhe caracterizam as
tendências. A chamada hereditariedade psicológica é, por isso, de algum modo, a
natural aglutinação dos Espíritos que se afinam nas mesmas atividades e
inclinações. Modernamente, ante a precipitação dos conceitos que generalizam na
vulgaridade os valores éticos, tem-se a impressão de que paira rude ameaça
sobre a estabilidade da família. Mais do que nunca, porém, o conjunto doméstico
se deve impor para a sobrevivência a benefício da soberania da própria
Humanidade. Atualmente, na fase de aferição de valores morais por que passa a
Humanidade, é comum ouvir a voz da imaturidade e do pessimismo anunciando a
extinção da família. Entretanto, devemos tranquilizar [...] os nossos corações,
porque a família não está em extinção, o processo é de transformação. A
vulnerabilidade do bebê humano e sua dependência dos cuidados do adulto são
indícios muito fortes de que a família é uma necessidade psicofísica do homem
e, portanto, será difícil imaginar um sistema social sem essa instituição
básica. O fato de ser a instituição familiar uma necessidade do homem não
significa, contudo, que ela seja imutável. A família já se modificou muito
desde a fase da sociedade predominantemente agrícola até os dias de hoje.
Estamos assistindo a uma nova transformação. Toda mudança sempre acarreta um
momento de desorganização e talvez daí tenha surgido a idéia de que a família
está se desmoronando, desestruturando-se, extinguindo-se. Algumas pessoas se
sentem tão abaladas por essa desordem transitória, que se aferram a um modo de
viver já ultrapassado, na tentativa de preservar valores decadentes,
acreditando defender assim os interesses da coletividade. Outras se aproveitam
da oportunidade para extravasar seus próprios impulsos desequilibrados.
Entretanto, o indivíduo que consegue ver o panorama social de um ponto mais
elevado, que já desenvolveu a capacidade de pensar criticamente, pode discernir
com mais facilidade acerca dos valores a serem preservados, separando-os
daqueles que devem ser descartados, contribuindo, desse modo, para a
consolidação do progresso”. -( FEB )-
Tipos de família
Que a graça e a paz sejam conosco!
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