Amados irmãos, bom dia!
Nenhum homem é uma ilha, não nascemos para vivermos isolados.
O homem tem que progredir. Insulado, não lhe é isso possível,
por não dispor de todas as faculdades. Falta-lhe o contato com os outros
homens.
Necessidade da vida
social
“A vida vem de Deus e pertence a Deus, pois a vida é a
presença de Deus em toda parte. Deus criou a vida de tal forma que tudo nela
caminhará dentro da Lei de Evolução. A lei de evolução estabelece que a vida
social é necessária porque o [...] homem tem que progredir. Insulado, não lhe é
isso possível, por não dispor de todas as faculdades. Falta-lhe o contato com
os outros homens. No insulamento, ele se embrutece e estiola. O ser humano é,
por natureza, um ser gregário, criado para viver em sociedade. O seu
insulamento, mesmo a pretexto de servir a Deus ou de desenvolver virtudes,
constitui uma agressão à lei natural, por caracterizar uma fuga injustificável
às responsabilidades requeridas ao seu progresso espiritual.
A vida social faz parte da lei natural, uma vez que Deus
[...] fez o homem para viver em sociedade. Não lhe deu inutilmente a palavra e todas
as outras faculdades necessárias à vida de relação. O insulamento é contrário à
lei da Natureza, [...] pois que, por instinto, os homens buscam a sociedade e
todos devem concorrer para o progresso, auxiliando-se mutuamente. Graças ao
aprendizado desenvolvido ao longo dos tempos, e em razão do próprio dinamismo
da existência atual na Terra, diminuem as antigas incursões ao isolacionismo —
comuns entre religiosos e filósofos de eras passadas —, seja na solidão das
regiões desérticas ou montanhosas, para onde o homem fugia em busca da
iluminação espiritual que as meditações favoreciam; seja no silêncio dos
claustros e monastérios, que as práticas religiosas impunham, como meio de
atingir o estado de contemplação ou êxtase espiritual. Nesse sentido, “negar o
mundo”, no conceito evangélico, não significa abandoná-lo, antes criar
condições novas a uma vivência mais solidária, capazes de modificar as
estruturas e comportamentos egoísticos, engendrando recursos que transformem a
habitação terrestre em reduto de esperança, de paz e de fraternidade, à
semelhança do “reino dos céus”, a que se reportava Jesus. Devemos considerar,
no entanto, que existem seres humanos que fogem dos prazeres e das comodidades
do mundo, não para viverem isolados, mas para socorrerem pessoas mais
necessitadas. Esses se elevam, rebaixando-se. Têm o duplo mérito de se
colocarem acima dos gozos materiais e de fazerem o bem, obedecendo à lei do
trabalho. A história da humanidade traz exemplos de homens e mulheres notáveis
que se destacaram nos campos do saber religioso ou científico. Essas pessoas,
vivendo uma existência de simplicidade e renúncia aos confortos oferecidos pela
sociedade, optaram por algo fazer em benefício do próximo. É importante que
ampliemos a nossa visão a respeito da vida no planeta Terra, entendendo que a
vida é uma grande realização de solidariedade humana.
Assim, a existência terrestre [...] é uma escola, um meio de
educação e de aperfeiçoamento pelo trabalho, pelo estudo e pelo sofrimento.
Sendo assim, homem [...] nenhum possui faculdades completas.
Mediante a união social é que elas umas às outras se completam, para lhe
assegurarem o bem-estar e o progresso. Por isso é que, precisando uns dos
outros, os homens foram feitos para viver em sociedade e não insulados. Essas
orientações espíritas, fundamentadas em esclarecimentos evangélicos, determinam
que a vida social deve ser caracterizada por um clima de convivência fraterna
em que todos se ajudam e se socorrem mutuamente, dirimindo dificuldades e
problemas cotidianos. O Espiritismo nos esclarece também que nas relações
sociais humanas, o homem deve fazer o bem, [...] pois que isso constitui o
objetivo único da vida [...] Sendo assim, [...] facultado lhe é impedir o mal,
sobretudo aquele que possa concorrer para a produção de um mal maior. O
relacionamento humano equilibrado nos impõe regras de convivência social que
devem, necessariamente, estimular aquisições de valores morais, tendo em vista
que o [...] mundo, por mais áspero, representará para o nosso espírito a escola
de perfeição, cujos instrumentos corretivos bendiremos, um dia. Os companheiros
de jornada que o habitam, conosco, por mais ingratos e impassíveis, são as
nossas oportunidades de materialização do bem, recursos de nossa melhoria e de
nossa redenção, e que, bem aproveitados por nosso esforço, podem
transformar-nos em heróis. Não há medida para o homem, fora da sociedade em que
ele vive. Se é indubitável que somente o nosso trabalho coletivo pode
engrandecer ou destruir o organismo social, só o organismo social pode
tornar-nos individualmente grandes ou miseráveis”. -( FEB )-
Que a graça e a paz sejam conosco!
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