“E o fogo provará qual seja a obra de cada um.” -(São Paulo, 1ª Epístola aos Coríntios, Cap. 3: 13 )-
Amados irmãos, bom dia!
Deus nos
deu a liberdade e o livre-arbítrio como instrumentos de felicidade e precisamos fazer uso ideal, pois, é por eles que seremos medidos. Apoiando-nos nos santos ensinamentos do nosso Mestre Jesus e com a colaboração dos bons Espíritos temos todo o necessário para nosso caminhar seguro.
Livre-arbítrio e responsabilidade
“O livre-arbítrio é [...] a faculdade que tem o indivíduo de
determinar a sua própria conduta, ou, em outras palavras, a possibilidade que ele
tem de, entre duas ou mais razões suficientes de querer ou de agir, escolher
uma delas e fazer que prevaleça sobre as outras.
O livre-arbítrio é a condição básica para que a pessoa
programe a sua vida e construa o seu futuro, entendendo, porém, que os
direitos, limitações e capacidades individuais devem ser respeitados pelas
regras da vida em sociedade. A pessoa percebe, instintivamente, os limites da
sua liberdade, uma vez que, intrinsecamente livre, criado por Deus para ser
feliz, o homem traz na própria consciência a compreensão desses limites. O
direito natural de liberdade está atrelado ao de responsabilidade, ou seja,
quanto mais livre é o indivíduo, mais responsável ele é.
A responsabilidade produz o amadurecimento do Espírito ao
longo das experiências vividas nos planos material e espiritual.
As noções de responsabilidade são observadas, inicialmente,
no cumprimento dos deveres sociais e morais para consigo mesmo e para com o
próximo em geral. À medida que aprende a associar as noções de liberdade e de
responsabilidade, a pessoa melhor exercita o seu livre-arbítrio, sendo
impulsionada por um sentimento superior, que lhe permite desenvolver ações de
amor ao próximo. O ser humano responsável sabe, na verdade, dosar os próprios
limites, entendendo que a sua liberdade termina onde começa a do próximo. O
homem tem livre-arbítrio de seus atos porque tem a liberdade de pensar e de
obrar. Sem o livre-arbítrio, o homem seria uma máquina não teria
responsabilidade sobre o mal que praticasse, nem mérito pelo bem que fizesse. O
livre-arbítrio que considera a lei de liberdade e o senso de responsabilidade,
habilita o Espírito a agir equilibradamente nas diferentes situações do
cotidiano. Deus nos deu a liberdade e o livre-arbítrio como instrumentos de felicidade.
A liberdade nos é concedida para que possamos ter uma visão mais lúcida de nós
mesmos e das demais pessoas, de forma a discernir que papel devemos exercer na
sociedade, quais são os nossos limites e possibilidades, assim como os dos
semelhantes. Devemos considerar que há [...] liberdade de agir, desde que haja
vontade de fazê-lo.
Nas primeiras fases da vida, quase nula é a liberdade, que se
desenvolve e muda de objeto com o desenvolvimento das faculdades. Estando seus
pensamentos em concordância com o que a sua idade reclama, a criança aplica o
seu livre-arbítrio àquilo que lhe é necessário. A criança, sendo menos livre em
razão de suas limitações naturais é, consequentemente, menos responsável pelos
próprios atos. O adulto é considerado responsável pelos seus atos e suas
atitudes porque suas faculdades orgânicas e psíquicas estão desenvolvidas,
devendo, desta forma, assumir as consequências das ações praticadas.
Não podemos deixar de considerar, entretanto, que o processo
de amadurecimento espiritual é gradual, estando diretamente subordinado à lei
do esforço próprio. As nossas imperfeições espirituais refletem o nosso estado
evolutivo. Nesse sentido, os Orientadores Espirituais nos esclarecem que as
[...] predisposições instintivas são as do Espírito antes de encarnar. Conforme
seja este mais ou menos adiantado, elas podem arrastá-lo à prática de atos
repreensíveis, no que será secundado pelos Espíritos que simpatizam com essas
disposições. Não há, porém, arrastamento irresistível, uma vez que se tenha a
vontade de resistir [...].
O Espírito que, de algum modo, já armazenou certos valores
educativos, é convocado para esse ou aquele trabalho de responsabilidade junto
de outros seres em provação rude, ou em busca de conhecimentos para a aquisição
da liberdade. Esse trabalho deve ser levado a efeito na linha reta do bem, de
modo que [...] seja o bom cooperador de seu Pai Supremo, que é Deus.
O administrador de uma instituição, o chefe de uma oficina, o
escritor de um livro, o mestre de uma escola, têm a sua parcela de
independência para colaborar na obra divina, e devem retribuir a confiança
espiritual que lhes foi deferida. Os que se educam e conquistam direitos
naturais, inerentes à personalidade, deixam de obedecer, de modo absoluto, no
determinismo da evolução, porquanto estarão aptos a cooperar no serviço das
ordenações, podendo criar as circunstâncias para a marcha ascensional de seus
subordinados ou irmãos em humanidade, no mecanismo de responsabilidade da
consciência esclarecida.
Em suma, pode dizer-se que a [...] liberdade e a
responsabilidade são correlativas no ser e aumentam com sua elevação; é a
responsabilidade do homem que faz sua dignidade e moralidade. Sem ela, não
seria ele mais do que um autômato, um joguete das forças ambientes: a noção de
moralidade é inseparável da de liberdade. A responsabilidade é estabelecida
pelo testemunho da consciência, que nos aprova ou censura segundo a natureza de
nossos atos. [...] Se a liberdade humana é restrita, está pelo menos em via de
perfeito desenvolvimento, porque o progresso não é outra coisa mais do que a
extensão do livre-arbítrio no indivíduo e na coletividade. [...] O
livre-arbítrio é, pois, a expansão da personalidade e da consciência. Para
sermos livres é necessário querer sê-lo e fazer esforço para vir a sê-lo,
libertando-nos da escravidão da ignorância e das paixões baixas, substituindo o
império das sensações e dos instintos pelo da razão”. -( FEB )-
Que a graça e a paz sejam conosco!
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