domingo, 30 de agosto de 2015

Limite do trabalho e do repouso


“o Senhor Deus colocou o homem no jardim do Éden para cuidar dele e cultivá-lo” -( Gênesis, 2: 15 )-



Amados irmãos, bom dia!
Deus é justo em tudo e, assim como nos capacitou ao trabalho nos orienta ao descanso. Não seria justo se “apenas” a um nos entregássemos. Que saibamos dividir nosso tempo e usufruir  de ambos.











Limite do trabalho e do repouso

“Sendo o trabalho uma lei natural, o repouso é a consequente conquista a que o homem faz jus para refazer as forças e continuar o ritmo de produtividade. O repouso se lhe impõe como prêmio ao esforço despendido, sendo-lhe facultando o indispensável sustento nos dias da velhice, quando diminuem o poder criativo, as forças e a agilidade na execução das tarefas ligadas à subsistência. Assim, o limite do trabalho é o das próprias forças. [...] Em suma, a esse respeito Deus deixa inteiramente livre o homem. Isso deixa claro que, sendo, como é, fonte de equilíbrio físico e moral, o trabalho deve ser exercido por tanto tempo quanto nos mantenhamos válidos. É preciso buscar a medida do equilíbrio nessa questão, evitando, sempre que possível, comportamentos extremos: nem nos entregar à ociosidade degradante, filha da preguiça, nem nos impor um ritmo excessivo de trabalho, causador de enfermidades.

A natureza exige o emprego de nossas energias e aqueles que se aposentam, sentindo-se ainda em pleno gozo de suas forças físicas e mentais, depressa caem no fastio, tornando-se desassossegados, irritadiços ou hipocondríacos. Alguns tentam eliminar o vazio de suas horas em viagens; outros, em diversões; quase todos, porém, se cansam de uma coisa e outra, entregando-se, por fim, ao alcoolismo, à jogatina e a outros vícios que lhes arruínam, de vez, tanto a saúde como a paz íntima. Abalizados psiquiatras e psicanalistas afirmam, com exato conhecimento de causa, que todos os seres humanos precisam encontrar alguma coisa que possam fazer, pois ninguém consegue ser feliz sem que se sinta útil ou necessário a alguém. Por outro lado, as exigências e competições existentes no mudo moderno vêm contribuindo para que um número significativo de pessoas adotem comportamentos compulsivos, em relação à atividade laboral. São pessoas denominadas Workaholics (ou Work-a-holics), palavra inglesa usada para designar pessoas que têm compulsão por trabalho. Elas trabalham em excesso, vivem e respiraram trabalho vinte e quatro horas por dia. Dividido o tempo entre o trabalho e o lazer, ação e espairecimento, ampliam-se as possibilidades da existência do homem que, então, frui a decorrência do progresso na saúde, nas manifestações artísticas, na cultura, no prazer, dispondo de tempo para as atividades espirituais, igualmente valiosas, senão indispensáveis para a sua paz interior.

Mediante o “trabalho remunerado” o homem modifica o meio, transforma o habitat, cria condições de conforto. Através do “trabalho abnegação”, do qual não decorre troca nem permuta remuneração, ele se modifica a si mesmo, crescendo no sentido moral e espiritual.

O limite do trabalho e do repouso é observado, inclusive, no plano espiritual. André Luiz nos faz inúmeras referências a respeito deste assunto em sua obra. Em Nosso Lar, por exemplo, nos informa: Aqui, em verdade, a lei do descanso é rigorosamente observada, para que determinados servidores não fiquem mais sobrecarregados que outros; mas a lei do trabalho é também rigorosamente cumprida.

Em Os Mensageiros, há um relato do benfeitor Aniceto relacionado a uma específica distribuição de tarefas entre os colaboradores: Na oficina – disse-nos, bondoso – encontramos revigoramento imprescindível ao trabalho. Recebemos reforços de energia, alimentando-nos convenientemente para prosseguir no esforço, mas convenhamos que, para muitos de nós, a noite representou uma série de atividades longas e exaustivas. Necessitamos de algum descanso. Se nos propomos retratar mentalmente a luz dos Planos Superiores, é indispensável que a nossa vontade abrace espontaneamente o trabalho por alimento de cada dia.

No pretérito, apreciávamo-lo por atitude servil de quantos caíssem sob o ferrete da injúria. A escola, as artes, as virtudes domésticas, a indústria e o amanho do solo eram relegados a mãos escravas, reservando-se os braços supostos livres para a inércia dourada. O trabalho escravo, ainda existente em muitas nações, inclusive no Brasil, foi uma prática muito comum no passado. Na época exclusivamente agrícola, a produção exigia uma mão-de-obra permanente, não-remunerada. Por muitos anos, após o período da revolução industrial, o trabalhador era remunerado, mas, em contrapartida, deveria assumir o ônus de uma desumana carga de trabalho, sem descanso ou com pouquíssimo tempo destinado ao repouso. Nesse sentido, o Espiritismo esclarece que devemos ser muito cuidadosos, pois não é correto abusar da autoridade, impondo aos subalternos excessivo trabalho. Segundo os Espíritos Orientadores, quem assim procede está cometendo [...] uma das piores ações. Todo aquele que tem o poder de mandar é responsável pelo excesso de trabalho que imponha a seus inferiores, porquanto, assim fazendo, transgride a lei de Deus”. -( FEB )-



Que a graça e a paz sejam conosco!

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