terça-feira, 31 de janeiro de 2017

Para que os que entram vejam a luz


“E até das cidades circunvizinhas concorria muita gente  a Jerusalém,  conduzindo  enfermos  e  atormentados  de  espíritos  imundos, os quais todos eram curados.” -( Atos, 5:16 )-




Amados irmãos, bom dia!
"A igreja cristã dos primeiros séculos não estagnava as idéias redentoras do  Cristo em prataria e resplendores do culto externo. Era viva, cheia de apelos e respostas.  O tratamento de obsessões, portanto, não é trabalho excêntrico, em nossos círculos de fé renovadora. Constitui simplesmente a continuidade do esforço de salvação aos transviados de todos os matizes, começado  nas luminosas mãos de Jesus." -( Pão Nosso - Chico Xavier / Emmanuel )






Interpretação do texto evangélico: 

"E ninguém, acendendo uma candeia, a põe em oculto, nem debaixo do alqueire, mas no velador, para que os que entram vejam a luz (Lc 11:33). 

Está claro, neste versículo, que pessoas conscientes sabem que todo o conhecimento destinado à melhoria moral e intelectual do ser humano não deva permanecer oculto, mas ser amplamente divulgado. A candeia simboliza instrumento de iluminação cuja chama, alimentada pelo óleo que a abastece, afasta a escuridão reinante. Do ponto de vista espiritual, a candeia assemelha-se à mente esclarecida e enobrecida de valores morais que afasta as trevas da ignorância existentes na humanidade. 

O Espíritos superiores não mantêm ocultos os conhecimentos que possuem, mas disponibiliza-os a qualquer pessoa. Mantêm-se na retaguarda espiritual quem acredita que conhecimentos superiores, destinados à melhoria humana, devam permanecer ocultos, em círculos fechados, inacessíveis às massas populares. Por força da lei do progresso a verdade chega, à medida que o ser humano evolui. Se, pois, em sua previdente sabedoria, a Providência só gradualmente revela as verdades, é claro que as desvenda à proporção que a humanidade se vai mostrando amadurecida para as receber. Ela as mantém de reserva e não sob o alqueire. Os homens, porém, que entram a possuí-las, quase sempre as ocultam do vulgo com o intento de o dominarem. São esses os que, verdadeiramente, colocam a luz debaixo do alqueire. [...] Não podem existir mistérios absolutos e Jesus está com a razão quando diz que nada há secreto que não venha a ser conhecido. Tudo o que se acha oculto será descoberto um dia e o que o homem ainda não pode compreender lhe será sucessivamente desvendado, em mundos mais adiantados, quando se houver purificado. Aqui na Terra, ele ainda se encontra em pleno nevoeiro.

A palavra alqueire, citada no texto, é antiga medida de capacidade (13,8 litros para cereais e 8 litros para óleo e líquidos) que servia também para guardar a reserva do óleo destinada a abastecer a candeia. Segundo Jesus, a candeia acesa deve ser colocada no velador, utensílio formado de uma haste de madeira apoiada numa base, tendo na parte superior uma espécie de disco onde se coloca o candeeiro, candeia ou uma vela. Colocando a candeia no velador a luz se espalha de maneira uniforme, facilitando a visão das pessoas. Tais ensinamentos do Mestre “[...] dão-nos a entender, claramente, que as leis divinas devem ser expostas por aqueles que tiveram a felicidade de conhecê-las, pois sem esse conhecimento paralisar-se-ia a marcha da evolução humana.

Sabemos que nem todos estão predispostos a acolher a luz. Por isso, quem mais sabe ou quem mais possui valores morais deve, com  naturalidade, irradiar pensamentos, palavras, ações, atitudes e gestos que atinjam os circunstantes de modo agradável e edificante, como chama abençoada. Manda a prudência, entretanto, que se gradue a transmissão de todo e qualquer ensinamento à capacidade de assimilação daquele a quem se quer instruir, uma vez que uma luz intensa demais o deslumbraria, ao invés de o esclarecer. Cada ideia nova, cada progresso, tem que vir na época conveniente. Seria uma insensatez pregar elevados códigos morais a quem ainda se encontrasse em estado de selvageria, tanto quanto querer ministrar regras de álgebra a quem mal dominasse a tabuada.

Esta é a razão de Jesus colocar parte dos seus ensinos, os mais complexos, sob o véu do símbolo. O Espiritismo, hoje, projeta luz sobre uma imensidade de pontos obscuros; não a lança, porém, inconsideradamente. Com admirável prudência se conduzem os Espíritos, ao darem suas instruções. Só gradual e sucessivamente consideraram as diversas partes já conhecidas da Doutrina, deixando as outras partes para serem reveladas à medida que se for tornando oportuno fazê-las sair da obscuridade. Se a houvessem apresentado completa desde o primeiro momento, somente a reduzido número de pessoas se teria ela mostrado acessível; houvera mesmo assustado as que não se achassem preparadas para recebê-la, do que resultaria ficar prejudicada a sua propagação. Se, pois, os Espíritos ainda não dizem tudo ostensivamente, não é porque haja na Doutrina mistérios em que só alguns privilegiados possam penetrar, nem porque eles coloquem a lâmpada debaixo do alqueire; é porque cada coisa tem de vir no momento oportuno. Eles dão a cada ideia tempo para amadurecer e propagar-se, antes que apresente outra, e aos acontecimentos o de preparar a aceitação dessa outra." -( FEB - EADE )-





Estudo do Livro dos Espíritos






365. Por que é que alguns homens muito inteligentes, o que indica acharem-se encarnados neles Espíritos superiores, são ao mesmo tempo profundamente viciosos? 

“É que não são ainda bastante puros os Espíritos encarnados nesses homens, que, então, e por isso, cedem à influência de outros Espíritos mais imperfeitos. O Espírito progride em insensível marcha ascendente, mas o progresso não se efetua simultaneamente em todos os sentidos. Durante um período da sua existência, ele se adianta em ciência; durante outro, em moralidade.”




Que a graça e a paz sejam conosco!

segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

A candeia


“E estes sinais seguirão aos que crerem; em meu nome  expulsarão os demônios; falarão novas línguas.”  - Jesus - ( Marcos, 16:17 )




Amados irmãos, bom dia!
"Sinais do reino dos Espíritos seguirão os que crerem, afirma o Cristo. Em todas as instituições da fé, há os que gozam, que aproveitam, que calculam, que criticam, que fiscalizam... Esses são, ainda, candidatos à iluminação definitiva e renovadora. Os que creem, contudo, e aceitam as determinações de serviço  que fluem do Alto, serão seguidos pelas notas reveladoras da imortalidade, onde estiverem. Em nome do Senhor, emitindo vibrações santificantes, expulsarão a treva e a maldade, e serão facilmente conhecidos, entre os homens espantados, porque falarão sempre na linguagem nova do sacrifício e da paz, da renúncia e do amor." -( Pão Nosso - Chico Xavier / Emmanuel )-  









Texto evangélico: 

"E ninguém, acendendo uma candeia, a põe em oculto, nem debaixo do alqueire, mas no velador, para que os que entram vejam a luz. A candeia do corpo é o olho. Sendo, pois, o teu olho simples, também todo o teu corpo será luminoso; mas, se for mau, também o teu corpo será tenebroso. Vê, pois, que a luz que em ti há não sejam trevas. Se, pois, todo o teu corpo é luminoso, não tendo em trevas parte alguma, todo será luminoso, como quando a candeia te alumia com o seu resplendor. -( Lc 11:33 a 36 )-. 

A Parábola da Candeia revela o quanto é importante fazer a divulgação de verdades espirituais. Descendo o Cristo das esferas de luz da Espiritualidade superior à Terra, teve por escopo orientar a humanidade na direção do aperfeiçoamento. “Brilhe a vossa luz” — eis a palavra de ordem, enérgica e suave, de Jesus, a quantos lhe herdaram o patrimônio evangélico, trazido ao mundo ao preço do seu próprio sacrifício. 

A infinita ternura de sua angelical alma sugere-nos, incisiva e amorosamente, o esforço benéfico: “Brilhe a vossa luz”. O interesse do Senhor é o de que os seus discípulos, de ontem, de hoje e de qualquer tempo, sejam enobrecidos por meio de uma existência moralizada, esclarecida, fraterna. O Evangelho aí está, como presente dos céus, para que o ser humano se replete com as suas bênçãos, se inunde de suas luzes, se revigore com as suas energias, se enriqueça com os seus ensinos eternos. 

O Espiritismo, em particular, como revivescência do Cristianismo, também aí está, ofertando-nos os oceânicos tesouros da Codificação. Pode-se perguntar: de que mais precisa o homem, para engrandecer-se, pela cultura e pelo sentimento, se lhe não faltam os elementos de renovação, plena, integral e positiva?" -( FEB - EADE )-





Estudo do Livro dos Espíritos






364. O mesmo Espírito dá ao homem as qualidades morais e as da inteligência? 

“Certamente e isso em virtude do grau de adiantamento a que se haja elevado. O homem não tem em si dois Espíritos.”




Que a graça e a paz sejam conosco!

domingo, 29 de janeiro de 2017

Mas o trigo, ajuntai-o no meu celeiro


“Mas recebereis o poder do Espírito Santo, que há de vir  sobre vós;  e ser­me­eis testemunhas, tanto em Jerusalém como  em toda a Judéia e Samária, e até aos confins da Terra.” -( Atos, 1:8 )-




Amados irmãos, bom dia!
"Realmente, Jesus é o Salvador do Mundo, mas não libertará a Terra do  império do mal, sem a contribuição daqueles que lhe procuram os recursos salvadores. Raras criaturas, porém, fazem por  merecer de Jesus o poder  celeste de obedecer, ensinando, de amar, construindo para o bem, de esperar, trabalhando, de ajudar desinteressadamente. Sem a recepção de semelhantes recursos, que nos identificam com o Trabalhador Divino, e sem as possibilidades de refleti-­Lo para o  próximo, em espírito e verdade, através do nosso esforço  constante de aplicação  pessoal do Evangelho, podemos personificar excelentes pregadores, brilhantes literatos ou notáveis simpatizantes da doutrina cristã, mas não testemunhas d’Ele." -( Pão Nosso - Chico Xavier / Emmanuel )-






"E, quando a erva cresceu e frutificou, apareceu também o joio. E os servos do pai de família, indo ter com ele, disseram-lhe: Senhor, não semeaste tu no teu campo boa semente? Por que tem, então, joio? E ele lhes disse: Um inimigo é quem fez isso. E os servos lhe disseram: Queres, pois, que vamos arrancá-lo? Porém ele lhes disse: Não; para que, ao colher o joio, não arranqueis também o trigo com ele. Deixai crescer ambos juntos até à ceifa; e, por ocasião da ceifa, direi aos ceifeiros: colhei primeiro o joio e atai-o em molhos para o queimar; mas o trigo, ajuntai-o no meu celeiro (Mt 13:26-30). 

Na natureza não há saltos evolutivos: semeia-se, germina-se, cresce e frutifica-se. O mesmo ocorre com o bem e o mal. Quem planta, colhe a seu tempo, segundo a qualidade da sua semeadura. Toda semente semeada irá crescer e frutificar, cedo ou tarde. Por este motivo devemos ter cuidado com nossos pensamentos, palavras, gestos e ações, pois receberemos da vida aquilo que oferecemos a ela. Nem sempre, todavia, conseguimos perceber a presença do mal, sendo necessário, então, que este cresça para que possa ser enxergado. Por esta razão, nos alerta Jesus: “E quando a erva cresceu e frutificou, apareceu também o joio”.  

Vemos, assim, que no plano evolutivo onde nos situamos é preciso que o bem esteja ao lado do mal. Não somente para que possamos exercitar a capacidade de discernimento, entre um e outro, mas permitir que os bons exemplos ajam sobre o mal, tornando-o melhor. 

A parábola nos relata que os servos, surpreendidos com a presença do joio no meio do trigo, indagaram ao Senhor se deveriam arrancá-lo. A orientação que o Senhor lhe ofereceu foi sábia: “não, deixai-os crescer juntos até a ceifa”. Analisando este trecho do registro de Mateus, percebemos que “os servos” citados são os trabalhadores da seara divina. O “pai de família” é Deus, o Criador supremo. Neste sentido, os servos são os instrumentos utilizados por Jesus, o semeador da boa semente, nas múltiplas expressões de serviço existentes em sua seara bendita. Metaforicamente, os servos podem ser entendidos também como mãos operantes ou inteligência sublimada, subordinadas aos ditames da lei de amor. A gleba imensa do Cristo reclama trabalhadores devotados, que não demonstrem predileções pessoais por zonas de serviço ou gênero de tarefa. Apresentam-se muitos operários ao Senhor do Trabalho, diariamente, mas os verdadeiros servidores são raros. A maioria dos tarefeiros que se candidatam à obra do Mestre não seguem além do cultivo de certas flores, recuam à frente dos pântanos desprezados, temem os sítios desertos ou se espantam diante da magnitude do serviço, recolhendo-se a longas e ruinosas vacilações ou fugindo das regiões infecciosas. Em algumas ocasiões costumam ser hábeis horticultores ou jardineiros, no entanto, quase sempre repousam nesses títulos e amedrontam-se perante os terrenos agressivos e multiformes.

A ceifa expressa o momento final da produção agrícola. No plano individual, trata-se do momento em que a criatura colhe o que cultivou. Gratificados seremos quando os frutos positivos puderem superar, na colheita, os valores menos felizes que a invigilância permitiu crescessem no transcurso das experiências. Merece destaque a seguinte afirmativa de Jesus: “E, por ocasião da ceifa, direi aos ceifeiros: colhei primeiro o joio”. Observemos que antes da colheita os trabalhadores eram denominados “servos”. Por  ocasião da ceifa, porém, o Mestre os nomeia de “ceifeiros”. Os segundos são diferentes dos primeiros. Ceifeiros, no conceito geral, são trabalhadores que exercem atividades específicas. São, no contexto interpretativo do ensinamento de Jesus, os cooperadores conscientes, detentores de responsabilidades maiores. 

O plantio pode ser feito por qualquer um de nós, a ceifa, porém, cabe a tarefeiros sintonizados com as fontes do eterno bem. Essa ceifa tem um significado especial, considerando o sentido não literal do texto evangélico. O joio, ao brotar, é muito parecido com o trigo e arrancá-lo antes de estar bem crescido seria inconveniente, por motivos óbvios. Na hora de produção de frutos, em que será perfeita a distinção entre ambos, já não haverá perigo de equívoco: será ele, então, atado em feixes para ser queimado. Coisa semelhante irá ocorrer com a humanidade. Aproxima-se a época em que a Terra deve passar por profundas modificações, física e socialmente, a fim de transformar-se num mundo regenerador, mais pacífico e, consequentemente, mais feliz.

A seguinte orientação de Jesus define o programa que deverá ser executado pelos Espíritos ceifeiros, na ocasião propícia: “e, por ocasião da ceifa, direi aos ceifeiros: colhei primeiro o joio e atai-o em molhos para o queimar; mas o trigo, ajuntai-o no meu celeiro”. Chegada a inevitável hora da colheita, joio — representado pelas lágrimas, dores e amarguras, decepções, desilusões e conturbações — é reunido e expurgado da seara do Senhor, pelo funcionamento natural da engrenagem de quitação dos débitos adquiridos. A lei de causa e efeito, agindo de forma inderrogável, encaminha o ser a novas experiências. O joio, reunido em feixes para ser queimado, simboliza os momentos de real aferição do aprendizado desenvolvido pelo Espírito. 

Percebe-se, então, que as dificuldades não vêm isoladas, mas formam, quase sempre, um conjunto de apreensões e desafios que devemos superar. [...] Muitas plantas espinhosas ou estéreis são modificadas em sua natureza essencial pelos filtros amorosos do Administrador da Seara, que usa afeições novas, situações diferentes, estímulos inesperados ou responsabilidades ternas que falem ao coração; entretanto, se chega a  época da ceifa, depois do tempo de expectativa e observação, faz-se então necessária a eliminação do joio em molhos. [...] Eis por que, aparecendo o tempo justo, de cada homem e de cada coletividade exige-se a extinção do joio, quando os processos transformadores de Jesus foram recebidos em vão. Nesse instante, vemos a individualidade ou o povo a se agitarem em razão de aflições e hecatombes diversas, em gritos de alarme e socorro, como se estivessem nas sombras de naufrágio inexorável.[...]

O último ensino de Jesus (“Mas o trigo, ajuntai-o no meu celeiro”) do texto em estudo, mostra que no Celeiro divino só há espaço para o bem, para o Evangelho do Reino, representado pela semente de trigo. Praticando o bem estaremos dando expansão ao que há de divino em nós, e, em consequência, experimentando a felicidade plena. É imperioso guardar confiança no Senhor, tendo fé em suas promessas e contando com a sua proteção, sobretudo nos momentos de sofrimento em que se faz necessário separar o joio do trigo e aquele seja atado em molhos para serem queimados. 

O seguinte cântico-oração de Davi expressa a confiança no Senhor, concedendo-nos a fortaleza moral para superar os obstáculos que surgem na nossa caminhada evolutiva: O Senhor é o meu pastor; nada me faltará. Deitar-me faz em verdes pastos, guia-me mansamente a águas tranquilas. Refrigera a minha alma; guia-me pelas veredas da justiça por amor do seu nome. Ainda que eu andasse pelo vale da sombra da morte, não temeria mal algum, porque tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me consolam. Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges a minha cabeça com óleo, o meu cálice transborda. Certamente que a bondade e a misericórdia me seguirão todos os dias da minha vida; e habitarei na Casa do Senhor por longos dias (Sl 23:1-6)." -( FEB - EADE )-





Estudo do Livro dos Espíritos






363. Têm os Espíritos paixões de que não partilhe a Humanidade? 

“Não, que, de outro modo, vo-las teriam comunicado.”




Que a graça e a paz sejam conosco!

sábado, 28 de janeiro de 2017

Veio o seu inimigo


“De sorte que transportavam os enfermos para as ruas e  os punham em leitos e em camilhas para que ao menos a sombra  de Pedro, quando este passasse, cobrisse alguns deles.” -( Atos, 5:15 )-




Amados irmãos, bom dia!
" A sombra de Simão Pedro, que aceitara o Cristo e a Ele se consagrara, era disputada pelos sofredores e doentes que encontravam nela esperança e alívio, reconforto e alegria. Examina os assuntos e as atitudes que a tua presença desperta nos outros. Com atenção, descobrirás a qualidade de tua sombra e, se te encontras interessado  em aquisição de valores iluminativos com Jesus, será fácil descobrires as próprias deficiências e corrigi­-las." -( Pão Nosso - Chico Xavier / Emmanuel )-








“Veio o seu inimigo...” pode simbolizar adversário, pessoa que não simpatiza conosco ou paixões e vícios que ainda albergamos. A despeito de ambos serem um instrumento avaliador do progresso que tenhamos alcançado, não devem ser objeto de inquietações. Perante qualquer tipo de inimigo devemos dar “[...] sempre o bem pelo mal, a verdade pela mentira e o amor pela indiferença...”

O adversário, em qualquer contexto, representa as perigosas infiltrações do mal. O mundo está cheio de enganos dos homens abomináveis que invadiram os domínios da política, da ciência, da religião e ergueram criações chocantes para os Espíritos menos avisados [...]. Mas o discípulo de Jesus, bafejado pelos benefícios do Céu todos os dias, que se rodeia de esclarecimentos e consolações, luzes e bênçãos, esse deve saber, de antemão, quanto lhe compete realizar em serviço e vigilância e, caso aceite as ilusões dos homens abomináveis, agirá sob responsabilidade que lhe é própria, entrando na partilha das aflitivas realidades que o aguardam nos planos inferiores.

As imperfeições morais são ferrenhos adversários. Quando menos esperamos, somos envolvidos pelas tramas das próprias imperfeições. Daí a importância do conselho de Jesus sobre o “vigiai e orai” (Mt 26:41). Mencionamos com muita frequência que os inimigos exteriores são os piores expoentes de perturbação que operam em nosso prejuízo. Urge, porém, olhar para dentro de nós, de modo a descobrir que os adversários mais difíceis são aqueles que não nos podemos afastar facilmente, por se nos alojarem no cerne da própria alma. Dentre eles, os mais implacáveis são o egoísmo, que nos tolhe a visão espiritual, impedindo vejamos as necessidades daqueles que amamos; o orgulho que não nos permite acolher a luz do entendimento [...]; a vaidade, que nos sugere superestimação do próprio valor [...]; o desânimo, que nos impele aos princípios da inércia; a intemperança mental que nos situa na indisciplina; o medo de sofrer, que nos subtrai as melhores oportunidades de progresso, e tantos outros agentes nocivos que se nos instalam no Espírito, corroendo-nos as energias e depredando-nos a estabilidade mental.

É importante estarmos atentos porque as investidas do mal, alheias ou próprias, não marcam hora: surgem subitamente. O joio, caracterizado pela erva daninha, representa a ação contrária ao bem. Semeado quando estivermos desatentos (“dormindo”) pode gerar resultados funestos. O homem enxerga sempre, através da visão interior. Com as cores que usa por dentro, julga os aspectos de fora. Pelo que sente, examina os sentimentos alheios. [...] Daí, o imperativo de grande vigilância para que a nossa consciência não se contamine pelo mal.

A frase: “E semeou joio no meio do trigo” tem significado específico. Jesus poderia ter escolhido outra semente, que não o joio, para ilustrar o adversário do bem. O joio, porém, é uma erva daninha que se parece com o trigo, e que se desenvolve no meio dele. Assim também acontece na vida: encontramos ações infelizes ao lado de sublimes realizações humanas. Quando Jesus recomendou o crescimento simultâneo do joio e do trigo, não quis senão demonstrar a sublime tolerância celeste, no quadro das experiências da vida. O Mestre nunca subtraiu as oportunidades de crescimento e santificação do homem e, nesse sentido, o próprio mal, oriundo das paixões menos dignas, é pacientemente examinado por seu infinito amor, sem ser destruído de pronto. Importa considerar, portanto, que o joio não cresce por relaxamento do Lavrador divino, mas sim porque o otimismo do celeste Semeador nunca perde a esperança na vitória final do bem.

A luta da vida, como processo educativo, nos oferece contínuas oportunidades para semearmos o bem, evitando o mal. Empenhados nesse propósito, é comum termos que enfrentar padrões menos edificantes da própria personalidade, que surgem no caminho como poderosos adversários. Jesus, porém, manda aplicar processos defensivos com base na iluminação e na misericórdia. O tempo e a bênção do Senhor agem devagarinho e os propósitos inferiores se transubstanciam.

O texto de Mateus nos fala que após a semeadura do joio o inimigo “retirou-se”. Percebemos, assim, que em todos os acontecimentos infelizes e decorrentes da invigilância ou da insinuação de forças inferiores, o mal opera às escondidas. Instaurado o processo de desarmonia, o agente causador da perturbação “retira-se”, observando, à distância, os seus efeitos. Ante as devastações do mal, apoia o trabalho que objetive o retorno ao bem. [...] Onde haja desastre, auxilia a restauração. [...] Se a maldade enodoa essa ou aquela situação, faze o melhor que possas para que a bondade venha a surgir." -( FEB - EADE )-





Estudo do Livro dos Espíritos






362. Qual o caráter dos indivíduos em que encarnam Espíritos desassisados e levianos? 

“São indivíduos estúrdios, maliciosos e, não raro, criaturas malfazejas.”




Que a graça e a paz sejam conosco!

sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

Dormindo os homens, veio o seu inimigo, e semeou o joio no meio do trigo


“E  quando  estavam  saciados,  disse  Jesus  aos  seus  discípulos: Recolhei os pedaços que sobejaram, para que nada se  perca.” -( João, 6:12 )-




Amados irmãos, bom dia!
"Observada a lei do uso, a miséria fugirá do caminho humano. Contra o desperdício e a avareza é imperioso o trabalho de cada um, porque, identificado o equilíbrio, o serviço da justiça econômica estará completo, desde que a boa­vontade habite com todos.   É que, em todas as coisas, o homem deverá reconhecer que o uso é compreensível na Lei, desprezando o abuso que é veneno mortal nas fontes da vida. -( Pão Nosso - Chico Xavier / Emmanuel )-




Interpretação do texto evangélico:  


Propôs-lhes outra parábola, dizendo: O reino dos Céus é semelhante ao homem que semeia boa semente no seu campo; mas, dormindo os homens, veio o seu inimigo, e semeou o joio no meio do trigo, e retirou-se (Mt 13:24-25).  

Os ensinamentos: “Propôs-lhes outra parábola, dizendo: O reino dos Céus é semelhante ao homem que semeia boa semente no seu campo” indicam que o homem que semeia é Jesus, nosso orientador maior e agricultor divino. A boa semente é o seu Evangelho de luz e amor que nos concede os meios de nos libertarmos das nossas imperfeições. A humanidade, representada pelo campo, indica os Espíritos, encarnados e desencarnados, em processo de aperfeiçoamento no Planeta. O “homem que semeia a semente no seu campo” é uma assertiva, aplicada a nós próprios, noutro sentido. Demonstra que possuímos um campo de atuação, característico do nosso nível evolutivo, onde desenvolvemos experiências importantes de aprimoramento espiritual. À medida que evoluímos descobrimos a necessidade da seleção de valores que devem ser aplicados nesse campo. A “boa semente” representa, pois, a semeadura de valores morais e intelectuais. Jesus tem o seu campo de serviço no mundo inteiro. Nele, naturalmente, como em todo o campo de lavoura, há infinito potencial de realizações, com faixas de terra excelente e zonas necessitadas de arrimo, corretivo e proteção.

Semelhantemente, nos esforços de semear a boa semente devemos estabelecer condições propícias ao surgimento e manutenção da harmonia, da segurança e da paz na própria vida. A outra assertiva: “Mas, dormindo os homens, veio o seu inimigo, e semeou joio no meio do trigo, e retirou-se,” nos conduz a duas reflexões: uma relativa à necessidade de repouso, após as atividades laborais. Outra, associada à preguiça. Em O livro dos espíritos aprendemos que o descanso físico e mental é lei da natureza: “[...] O repouso serve para a reparação das forças do corpo e também é necessário para dar um pouco mais de liberdade à inteligência, a fim de que se eleve acima da matéria.” Entretanto, devemos aprender discernir descanso de ociosidade. Urge, pois, que saibamos fugir, desassombrados, aos enganos da inércia, porque o espelho ocioso de nossa vida em sombra pode ser longamente viciado e detido pelas forças do mal que, em nos vampirizando, estendem sobre os outros as teias infernais da miséria e do crime." -( FEB - EADE )-





Estudo do Livro dos Espíritos






FACULDADES MORAIS E INTELECTUAIS DO HOMEM 

361. Qual a origem das qualidades morais, boas ou más, do homem? 

“São as do Espírito nele encarnado. Quanto mais puro é esse Espírito, tanto mais propenso ao bem é o homem.” 

a) — Seguir-se-á daí que o homem de bem é a encarnação de um bom Espírito e o homem vicioso a de um Espírito mau? 

“Sim, mas, dize antes que o homem vicioso é a encarnação de um Espírito imperfeito, pois, do contrário, poderias fazer crer na existência de Espíritos sempre maus, a que chamais demônios.”




Que a graça e a paz sejam conosco!

quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

O trigo e o joio


“A língua também é um fogo.” -( Tiago, 3:6 )-




Amados irmãos, bom dia!
"A desídia das criaturas justifica as amargas considerações de Tiago, em sua epístola aos companheiros. O início de todas as hecatombes no Planeta localiza­se, quase sempre, no  mau uso da língua. O discípulo sincero encontra nos apontamentos de Tiago uma tese brilhante para todas as suas experiências. E, quando chegue a noite de cada dia, é justo  interrogue a si mesmo: – “Terei hoje utilizado a minha língua, como Jesus utilizou a dele?” -( Pão Nosso - Chico Xavier / Emmanuel )-  






Texto evangélico: 

"Propôs-lhes outra parábola, dizendo: O reino dos Céus é semelhante ao homem que semeia boa semente no seu campo; mas, dormindo os homens, veio o seu inimigo, e semeou o joio no meio do trigo, e retirou-se. E, quando a erva cresceu e frutificou, apareceu também o joio. E os servos do pai de família, indo ter com ele, disseram-lhe: Senhor, não semeaste tu no teu campo boa semente? Por que tem, então, joio? E ele lhes disse: Um inimigo é quem fez isso. E os servos lhe disseram: Queres, pois, que vamos arrancá-lo? Porém ele lhes disse: Não; para que, ao colher o joio, não arranqueis também o trigo com ele. Deixai crescer ambos juntos até à ceifa; e, por ocasião da ceifa, direi aos ceifeiros: colhei primeiro o joio e atai-o em molhos para o queimar; mas o trigo, ajuntai-o no meu celeiro (Mt 13:24-30). 

Esta parábola tem um significado que pode ser assim expresso: O campo somos nós, a humanidade; o semeador é Jesus; a semente de trigo — o Evangelho; a erva má — as interpretações capciosas de seus textos; e o inimigo — aqueles que as tem lançado de permeio com a lídima doutrina cristã. O crescimento do joio junto ao trigo representa a luta entre o bem e o mal, comum em mundos de expiação e provas como o nosso. Indica também as dificuldades e as bênçãos existentes na luta cotidiana. Importa considerar que muitos “joios” encontrados na pauta da existência ocorrem como produto da nossa invigilância ou decorrentes de processos atávicos ainda não superados." -( FEB - EADE )-





Estudo do Livro dos Espíritos






360. Será racional ter-se para com um feto as mesmas atenções que se dispensam ao corpo de uma criança que viveu algum tempo? 

“Vede em tudo isso a vontade e a obra de Deus. Não trateis, pois, desatenciosamente, coisas que deveis respeitar. Por que não respeitar as obras da criação, algumas vezes incompletas por vontade do Criador? Tudo ocorre segundo os seus desígnios e ninguém é chamado para ser seu juiz.”




Que a graça e a paz sejam conosco!

quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

Ali, haverá pranto e ranger de dentes


“Eles têm os olhos cheios de adultério.” -( II Pedro, 2:14 )-




Amados irmãos, bom dia!
"Raros homens se utilizam dos olhos por lâmpadas abençoadas e poucos os empregam como instrumentos vivos de trabalho santificante na vigília necessária. Olhos otimistas saberão extrair motivos sublimes de ensinamento, nas mais diversas situações do caminho em que prosseguem. Ninguém invoque a necessidade de vigilância para justificar  as manifestações de malícia. O homem cristianizado e prudente sabe contemplar os problemas de si mesmo, contudo, nunca enxerga o mal onde o mal ainda não existe." -( Pão Nosso - Chico Xavier / Emmanuel )-








E lançá-los-ão na fornalha de fogo; ali, haverá pranto e ranger de dentes (Mt 13:50). 

"Efetivamente, a humanidade terrestre passa por ocorrências difíceis, vivendo sob o impacto de dores e de sacrifícios. Neste sentido, é sempre válida esta advertência de Paulo aos coríntios: “E não murmureis, como também alguns deles murmuraram e pereceram pelo destruidor. Ora, tudo isso lhes sobreveio como figuras, e estão escritas para aviso nosso, para quem já são chegados os fins dos séculos” Paulo (I Co 10:10-11). 

O “pranto” e o “ranger de dentes” são as provações amargas que os Espíritos endividados, perante Deus e si mesmos, deverão passar. 

O fogo depurador das reencarnações reparadoras, determinado pela lei de causa e efeito, lhes reajustarão a marcha evolutiva. No momento de transição por que passa o Planeta, caracteriza-se uma aferição de valores morais e de impulsos progressivos da inteligência humana, marcados, sim, por prantos e ranger de dentes, necessários ao processo de transformação da humanidade. Nesse sentido, é preciso aprender a glorificar as tribulações, evitando lamentá-las. Recordemos que a tribulação produz fortaleza e paciência e, em verdade, ninguém encontra o tesouro da experiência, no pântano da ociosidade. É necessário acordar com o dia, seguindo-lhe o curso brilhante de serviço, nas oportunidades de trabalho que ele nos descortina. A existência terrestre é passagem para a luz eterna. E prosseguir com o Cristo é acompanhar-lhe as pegadas, evitando o desvio insidioso." -( FEB - EADE )-





Estudo do Livro dos Espíritos







359. Dado o caso que o nascimento da criança pusesse em perigo a vida da mãe dela, haverá crime em sacrificar-se a primeira para salvar a segunda? 

“Preferível é se sacrifique o ser que ainda não existe a sacrificar-se o que já existe.”




Que a graça e a paz sejam conosco!

terça-feira, 24 de janeiro de 2017

Virão os anjos e separarão os maus dentre os justos


“E no primeiro dia da semana Maria Madalena foi ao  sepulcro,  de  madrugada,  sendo  ainda  escuro,  e  viu  a  pedra  removida do sepulcro.” -( João, 20:1 )-




Amados irmãos, bom dia!
"Não devemos esquecer a circunstância em que Maria de Magdala recebe a primeira mensagem da ressurreição do Mestre. Vigilante, atenta a si mesma, antes de qualquer satisfação a velhos convencionalismos, vai ao encontro do grande obstáculo  que se constituía do  sepulcro, muito cedo, precedendo o despertar  dos próprios amigos e encontra a radiante resposta da Vida Eterna. Rememorando esse acontecimento simbólico, recordemos nossas antigas quedas, por havermos esquecido o “primeiro dia da semana”, trocando, em todas as ocasiões, o “mais cedo” pelo “mais tarde”. -( Pão Nosso - Chico Xavier / Emmanuel )-








Assim será na consumação dos séculos: virão os anjos e separarão os maus dentre os justos (Mt 13:49). 

"À primeira vista, este versículo sugere que estamos destinados a aguardar o momento da consumação ou julgamento final, sempre de sentido punitivo. Mas a “consumação dos séculos” é um fato de natureza evolutiva. Significa, apenas, o fim de um período e início do outro, marcados pelas inevitáveis transições. Tendo que reinar na Terra o bem, necessário é sejam dela excluídos os Espíritos endurecidos no mal e que possam acarretar-lhe perturbações. Deus permitiu que eles aí permanecessem o tempo que precisavam para se melhorarem; mas, chegado o momento em que, pelo progresso moral de seus habitantes, o globo terráqueo tem de ascender na hierarquia dos mundos, interdito será ele, como morada, a encarnados e desencarnados que não hajam aproveitado os ensinamentos que uns e outros se achavam em condições de aí receber. Serão exilados para mundos inferiores, como o foram outrora para a Terra os da raça adâmica, vindo substituí-los Espíritos melhores.

Jesus, como governador do Planeta, presidirá essas transformações, auxiliado pelos seus servidores diretos, os Espíritos puros, citados como “anjos” na parábola. Esses prepostos celestiais, por sua vez, contam com o apoio de Espíritos esclarecidos, benfeitores e entidades amigas que, assumindo missões e compromissos, como encarnados ou desencarnados, saberão aliviar dores, administrar perturbações e conflitos. Ser-nos-á sempre fácil discernir a presença dos mensageiros divinos, ao nosso lado, pela rota do bem a que nos induzam. Ainda mesmo que tragam consigo o fulgor solar da Vida celeste, sabem acomodar-se ao nosso singelo degrau nas lides da evolução, ensinando-nos o caminho da Esfera superior. E ainda mesmo se alteiem a culminâncias sublimes na ciência do universo, ocultam a própria grandeza para guiar-nos no justo aproveitamento das possibilidades em nossas mãos. Sem  ferir-nos de leve, fazem luz em nossas almas, a fim de que vejamos as chagas de nossas deficiências, de modo a que venhamos saná-las na luta do esforço próprio." -( FEB - EADE )-





Estudo do Livro dos Espíritos






358. Constitui crime a provocação do aborto, em qualquer período da gestação? 

“Há crime sempre que transgredis a lei de Deus. Uma mãe, ou quem quer que seja, cometerá crime sempre que tirar a vida a uma criança antes do seu nascimento, por isso que impede uma alma de passar pelas provas a que serviria de instrumento o corpo que se estava formando.”




Que a graça e a paz sejam conosco!

segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

Apanham para os cestos os bons; os ruins, porém, lançam fora


“Transformai-­vos pela renovação do vosso entendimento.” - Paulo - ( Romanos, 12:2 )




Amados irmãos, bom dia!
"Não te cristalizes, pois, em falsas noções que já te prejudicaram o dia de ontem. Repara a estrutura dos teus raciocínios de agora, ante as circunstâncias que te rodeiam. Pergunta a ti próprio quanto ganhaste no Evangelho para analisar retamente esse ou aquele acontecimento de teu caminho. Faze isto e a Bondade do Senhor te auxiliará na esclarecedora resposta a ti mesmo." -( Pão Nosso - Chico Xavier / Emmanuel )- 






"E, estando cheia, a puxam para a praia e, assentando-se, apanham para os cestos os bons; os ruins, porém, lançam fora (Mt 13:48).

Uma vez arregimentados os valores evolutivos dessa pesca simbólica, a rede é puxada a fim de dar início ao esforço seletivo. Isto é fato rotineiro no encaminhamento da existência. A cada momento fazemos nossas escolhas, operando nas mais variadas frentes, pela seleção de companhias, situações, interesses e desejos. Em consequência, nos deparamos sempre com os resultados do uso do livre-arbítrio: positivos ou negativos. Os pontos positivos são vitórias espirituais que nos fazem ascender a mais um degrau na escada evolutiva. Os resultados negativos serão “lançados fora”, no mar da existência, para que ocorram as devidas retificações, no momento apropriado, determinado pela lei de causa e efeito.  

Essa é uma contextualização da parábola no plano individual. Entretanto, o processo de seleção — simbolizado na triagem dos peixes bons e ruins que o texto evangélico especifica — pode ser aplicado às transformações que, coletivamente acontecem na humanidade. Fisicamente, o globo terráqueo há experimentado transformações que a Ciência tem comprovado e que o tornaram sucessivamente habitável por seres cada vez mais aperfeiçoados. 

Moralmente, a humanidade progride pelo desenvolvimento da inteligência, do senso moral e do abrandamento dos costumes. [...] De duas maneiras se executa esse duplo progresso: uma lenta, gradual e insensível; a outra, caracterizada por mudanças bruscas, a cada uma das quais corresponde um movimento ascensional mais rápido, que assinala, mediante impressões bem acentuadas, os períodos progressivos da humanidade. Esses movimentos, subordinados, quanto às particularidades, ao livre-arbítrio dos homens, são, de certo modo, fatais em seu conjunto [...].

As convulsões físicas e morais que presentemente assolam o planeta são indicativas da existência de um estado de transição que a humanidade passa. É preciso, pois, muita prudência no agir, uma vez que “as redes” do Evangelho foram lançadas há tempo. Se nos mantivermos fiéis aos ensinamentos do Cristo, agora esclarecidos pela Doutrina Espírita, não há razão de temermos os acontecimentos futuros: o bem prevalecerá na Terra. A propósito, Jesus nos orienta: “Pedi e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei, e abrir-se-vos-á” (Lc 11:9). Emmanuel, por sua vez, analisando esta orientação de Jesus esclarece: Pedi, buscai, batei... Estes três imperativos da recomendação de Jesus não foram enunciados sem um sentido especial. No emaranhado de lutas e débitos da experiência terrestre, é imprescindível que o homem aprenda a pedir caminhos de libertação da antiga cadeia de convenções sufocantes, preconceitos estéreis, dedicações vazias e hábitos cristalizados. É necessário desejar com força e decisão a saída do escuro cipoal em que a maioria das criaturas perdeu a visão dos interesses eternos. Logo após, é imprescindível buscar. A procura constitui-se de esforço seletivo. O campo jaz repleto de solicitações inferiores, algumas delas recamadas de sugestões brilhantes. É indispensável localizar a ação digna e santificadora [...]. É imperativo aprender a buscar o bem legítimo. Estabelecido o roteiro edificante, é chegado o momento de bater à porta da edificação; sem o martelo do esforço metódico e sem o buril da boa vontade, é muito difícil transformar os recursos da vida carnal em obras luminosas de arte divina, com vistas à felicidade espiritual e ao amor eterno." -( FEB - EADE )-





Estudo do Livro dos Espíritos






357. Que consequências tem para o Espírito o aborto? 

“É uma existência nulificada e que ele terá de recomeçar.”




Que a graça e a paz sejam conosco!

domingo, 22 de janeiro de 2017

Apanha toda qualidade de peixes


“Portanto, se o teu inimigo tiver fome, dá-­lhe de comer;  se tiver sede, dá­lhe de beber; porque, fazendo isto, amontoarás  brasas de fogo sobre a sua cabeça.” - 
Paulo - ( Romanos, 12:20 )




Amados irmãos, bom dia!
"Um discípulo sincero do Cristo liberta-­se facilmente dos laços inferiores, mas o antagonista de ontem pode persistir muito  tempo, no endurecimento do  coração. Eis o motivo pelo qual dar-­lhe todo o bem, no momento oportuno, é amontoar o fogo renovador  sobre a sua cabeça, curando-­lhe o ódio, cheio de expressões infernais." -( Pão Nosso - Chico Xavier / Emmanuel )-  






Interpretação do texto evangélico:


"Igualmente, o reino dos Céus é semelhante a uma rede lançada ao mar e que apanha toda qualidade de peixes (Mt 13:47). 

A expressão reino dos Céus, muito usada por Jesus em suas lições, têm dois sentidos: o sentido objetivo e o sentido subjetivo. Quando usada objetivamente designa o mundo exterior, isto é, o universo, do qual a Terra faz parte e onde habitamos. Reserva-se, então, a denominação reino dos Céus para os lugares felizes do universo, que são os mundos regenerados, os felizes e os divinos. [...] Tomada no sentido subjetivo, a expressão reino dos Céus designa a tranquilidade de consciência, a paz interior, a felicidade íntima, a suavidade no coração, a calma interna, a fé viva em Deus, tudo isso originado da perfeita compreensão das leis divinas e de completa submissão à vontade do Senhor.

O religioso tradicional costuma ver “céus” como um lugar específico, a ser conquistado após a morte, de acordo com a sua conduta moral durante a existência física. Para nós, espíritas, abre-se uma nova concepção: o “reino dos Céus” é um estado de alma, reflexo da soma de caracteres positivos que já detemos e operacionalizamos na existência. Na parábola, o reino dos Céus é comparado a uma rede. Não se trata, porém, de uma rede enrolada e encostada à margem, sem utilidade. Mas de um instrumento em perfeita condição de uso, que é lançado ao mar com técnica e sabedoria. “Lançar” envolve trabalho meticuloso, operação inteligente e bem direcionada. Neste sentido, a rede deve estar sempre pronta e bem cuidada, apta para o trabalho. 

A rede representa a lei de amor, inscrita por Deus em todas as consciências, e os peixes de toda a espécie apanhados por ela são os homens de todas as raças e de todos os credos, que serão jugados de acordo com as suas obras. De um lado está a rede a ser lançada do barco e, do outro, o mar, precioso celeiro de onde podem emergir elementos valiosos. O barco é a nossa posição perante a vida. A lei de amor, aqui representada pela rede, nos oferece, em qualquer situação e época, os instrumentos necessários para navegarmos no “mar da vida” com segurança. 

Tais instrumentos são: a inteligência, a saúde, a palavra, os recursos financeiros, o aprendizado, a família, os amigos, o apoio religioso etc. São elementos que se bem aproveitados e aplicados, poderão suprir o nosso Espírito, concedendo-nos sustentação para ascender a novos patamares de progresso. A rede é “lançada” num plano onde vige a heterogeneidade; num mundo que, além de escola é, também, fonte inesgotável de recursos, onde se pode capturar auxílio de toda natureza. A arte da convivência pacífica demonstra que é importante saber qual é a condição espiritual das pessoas que nos são apresentadas, trazidas ao nosso barco existencial. Dentre elas, encontramos as de caráter digno, ilibado. Outras, mais despreparadas, ainda estão presas aos interesses materiais. Algumas, entretanto, já se identificam com os processos de melhoria espiritual. É lógico que todos os que compartilham, direta e indiretamente, a jornada de nossa vida, devem merecer compreensão e serem vistos como irmãos. Devemos estar sempre atentos ao que cada pessoa tem a nos oferecer. Entretanto, ainda que guiados pelos valores da moralidade e do conhecimento, temos a liberdade para agir, fato que define a nossa conduta perante a sociedade. 

O correto é seguir as diretrizes do bem, realizando escolhas acertadas, observando com atenção as pessoas e os acontecimentos, como nos orienta Emmanuel. Observa em derredor de ti e reconhecerás onde, como e quando Deus te chama em silêncio a colaborar com ele, seja no desenvolvimento das boas obras, na sustentação da paciência, na intervenção caridosa em assuntos inquietantes para que o mal não interrompa a construção do bem, na palavra iluminativa ou na seara do conhecimento superior, habitualmente ameaçada pelo assalto das trevas. Sem dúvida, em lugar algum e em tempo algum, nada conseguiremos, na essência, planejar, organizar, conduzir, instituir ou fazer sem Deus; no entanto, em atividade alguma não nos é lícito olvidar que Deus igualmente espera por nós." -( FEB - EADE )-





Estudo do Livro dos Espíritos








356. Entre os natimortos alguns haverá que não tenham sido destinados à encarnação de Espíritos? 

“Alguns há, efetivamente, a cujos corpos nunca nenhum Espírito esteve destinado. Nada tinha que se efetuar para eles. Tais crianças então só vêm por seus pais.” 

a) — Pode chegar a termo de nascimento um ser dessa natureza? 

“Algumas vezes; mas não vive.” 

b) — Segue-se daí que toda criança que vive após o nascimento tem forçosamente encarnado em si um Espírito? 

“Que seria ela, sé assim não acontecesse? Não seria um ser humano.”




Que a graça e a paz sejam conosco!