“E até das cidades circunvizinhas concorria muita gente a Jerusalém, conduzindo enfermos e atormentados de espíritos
imundos, os quais todos eram curados.” -( Atos, 5:16 )-
Amados irmãos, bom dia!
"A igreja cristã dos primeiros séculos não estagnava as idéias redentoras do
Cristo em prataria e resplendores do culto externo. Era viva, cheia de apelos e respostas. O tratamento de obsessões, portanto, não é trabalho excêntrico, em nossos
círculos de fé renovadora. Constitui simplesmente a continuidade do esforço de
salvação aos transviados de todos os matizes, começado nas luminosas mãos de
Jesus." -( Pão Nosso - Chico Xavier / Emmanuel )
Interpretação do texto evangélico:
"E ninguém, acendendo uma candeia, a põe em oculto, nem debaixo do
alqueire, mas no velador, para que os que entram vejam a luz (Lc 11:33).
Está claro, neste versículo, que pessoas conscientes sabem que
todo o conhecimento destinado à melhoria moral e intelectual do ser
humano não deva permanecer oculto, mas ser amplamente divulgado.
A candeia simboliza instrumento de iluminação cuja chama,
alimentada pelo óleo que a abastece, afasta a escuridão reinante. Do
ponto de vista espiritual, a candeia assemelha-se à mente esclarecida
e enobrecida de valores morais que afasta as trevas da ignorância existentes
na humanidade.
O Espíritos superiores não mantêm ocultos os
conhecimentos que possuem, mas disponibiliza-os a qualquer pessoa.
Mantêm-se na retaguarda espiritual quem acredita que conhecimentos
superiores, destinados à melhoria humana, devam permanecer
ocultos, em círculos fechados, inacessíveis às massas populares. Por força
da lei do progresso a verdade chega, à medida que o ser humano evolui.
Se, pois, em sua previdente sabedoria, a Providência só gradualmente
revela as verdades, é claro que as desvenda à proporção que a humanidade
se vai mostrando amadurecida para as receber. Ela as mantém
de reserva e não sob o alqueire. Os homens, porém, que entram a
possuí-las, quase sempre as ocultam do vulgo com o intento de o dominarem.
São esses os que, verdadeiramente, colocam a luz debaixo do
alqueire. [...] Não podem existir mistérios absolutos e Jesus está com a
razão quando diz que nada há secreto que não venha a ser conhecido.
Tudo o que se acha oculto será descoberto um dia e o que o homem
ainda não pode compreender lhe será sucessivamente desvendado,
em mundos mais adiantados, quando se houver purificado. Aqui na
Terra, ele ainda se encontra em pleno nevoeiro.
A palavra alqueire, citada no texto, é antiga medida de capacidade
(13,8 litros para cereais e 8 litros para óleo e líquidos) que servia
também para guardar a reserva do óleo destinada a abastecer a candeia.
Segundo Jesus, a candeia acesa deve ser colocada no velador, utensílio
formado de uma haste de madeira apoiada numa base, tendo na parte
superior uma espécie de disco onde se coloca o candeeiro, candeia ou
uma vela. Colocando a candeia no velador a luz se espalha de maneira
uniforme, facilitando a visão das pessoas. Tais ensinamentos do Mestre
“[...] dão-nos a entender, claramente, que as leis divinas devem ser
expostas por aqueles que tiveram a felicidade de conhecê-las, pois
sem esse conhecimento paralisar-se-ia a marcha da evolução humana.
Sabemos que nem todos estão predispostos a acolher a luz. Por
isso, quem mais sabe ou quem mais possui valores morais deve, com naturalidade, irradiar pensamentos, palavras, ações, atitudes e gestos
que atinjam os circunstantes de modo agradável e edificante, como
chama abençoada.
Manda a prudência, entretanto, que se gradue a transmissão de
todo e qualquer ensinamento à capacidade de assimilação daquele a
quem se quer instruir, uma vez que uma luz intensa demais o deslumbraria,
ao invés de o esclarecer. Cada ideia nova, cada progresso, tem
que vir na época conveniente. Seria uma insensatez pregar elevados
códigos morais a quem ainda se encontrasse em estado de selvageria,
tanto quanto querer ministrar regras de álgebra a quem mal dominasse
a tabuada.
Esta é a razão de Jesus colocar parte dos seus ensinos, os mais
complexos, sob o véu do símbolo.
O Espiritismo, hoje, projeta luz sobre uma imensidade de pontos
obscuros; não a lança, porém, inconsideradamente. Com admirável
prudência se conduzem os Espíritos, ao darem suas instruções. Só
gradual e sucessivamente consideraram as diversas partes já conhecidas
da Doutrina, deixando as outras partes para serem reveladas à
medida que se for tornando oportuno fazê-las sair da obscuridade.
Se a houvessem apresentado completa desde o primeiro momento,
somente a reduzido número de pessoas se teria ela mostrado acessível;
houvera mesmo assustado as que não se achassem preparadas para
recebê-la, do que resultaria ficar prejudicada a sua propagação. Se,
pois, os Espíritos ainda não dizem tudo ostensivamente, não é porque
haja na Doutrina mistérios em que só alguns privilegiados possam
penetrar, nem porque eles coloquem a lâmpada debaixo do alqueire; é
porque cada coisa tem de vir no momento oportuno. Eles dão a cada
ideia tempo para amadurecer e propagar-se, antes que apresente outra,
e aos acontecimentos o de preparar a aceitação dessa outra." -( FEB - EADE )-
Estudo do Livro dos Espíritos
365. Por que é que alguns homens muito inteligentes, o que
indica acharem-se encarnados neles Espíritos superiores,
são ao mesmo tempo profundamente viciosos?
“É que não são ainda bastante puros os Espíritos encarnados
nesses homens, que, então, e por isso, cedem à
influência de outros Espíritos mais imperfeitos. O Espírito
progride em insensível marcha ascendente, mas o progresso
não se efetua simultaneamente em todos os sentidos.
Durante um período da sua existência, ele se adianta em
ciência; durante outro, em moralidade.”
Que a graça e a paz sejam conosco!