“Mas a manifestação do Espírito é dada a cada um, para o que for útil.” - Paulo - ( I Coríntios, 12:7 )
Amados irmãos, bom dia!
"É justo que os discípulos pretendam o engrandecimento espiritual, todavia, quem possua faculdade humilde não a despreze porque o irmão mais próximo seja
detentor de qualidades mais expressivas. Trabalhe cada um com o material que lhe
foi confiado, convicto de que o Supremo Senhor não atende, no problema de
manifestações espirituais, conforme o capricho humano, mas, sim, de acordo com a
utilidade geral." -( Pãp Nosso - Chico Xavier / Emmanuel )-
Interpretação do texto evangélico
"E, respondendo Jesus, disse: Descia um homem de Jerusalém para Jericó,
e caiu nas mãos dos salteadores, os quais o despojaram e, espancando-o,
se retiraram, deixando-o meio morto (Lc 10:30).
Jerusalém (do hebraico urusalim que significa “a fundação de
Salém”) é uma cidade bíblica espalhada entre dois montes (altitude
média de 750 m), limitada ao sul e a oeste pelo vale do Enom e a leste
pelo vale do Cedron, que a separa do Monte das Oliveiras. Jerusalém
começou a ser habitada desde o terceiro milênio a.C. Depois da
conquista do local pelos israelitas, Jerusalém foi ocupada pela tribo
de Benjamin (uma das doze tribos de Israel) que, sob o comando do
rei Davi, subjugou os habitantes nativos, formados por uma população
racial heterogênea: os jebuseus, os amorreus e os hinitas. Davi
transformou Jerusalém na capital independente das 12 tribos, fez
dela um centro de tradição cultural e espiritual do Judaísmo, levando
para lá a arca da aliança, a que todas as tribos prestavam vassalagem.
O primeiro templo da religião judaica foi erguido nesta cidade por
Salomão, em 960 a.C.
Jerusalém sofreu vários ataques de povos conquistadores, os
mais importantes foram: o babilônico (587-586 a.C); o do Egito (guerra
dos ptolomeus) e da Síria (guerra dos selêucitas), entre os anos 201,
199 e 198 a.C. Em 63 a.C. os romanos dominam a região e designam
Herodes rei da Judeia, em 40 a.C.
Espiritualmente falando, Jerusalém é considerada a sede do
Monoteísmo, simbolizando para o Judaísmo uma cidade santa, da
mesma forma que Meca para os muçulmanos e Roma para os católicos. Nos dias atuais, Jerusalém é a capital de Israel e, também, para
os palestinos, a capital do Estado Palestino. Esta situação representa
um foco de contínuos conflitos religiosos e políticos, acerbado pelas
ideologias fanáticas e extremistas ali existentes.
Jericó (do hebraico yareath que significa “lua”) situa-se a 12 km
ao norte do Mar Morto, a oeste do vale do Jordão. Em termos de altitude,
é uma das cidades mais baixas da Terra, localizando-se a 258
metros abaixo do nível o mar... Cidade muito antiga — com vestígios
da presença de caçadores mesolíticos nove mil anos antes do Cristo —,
sempre mereceu a atenção dos viajantes por ter um dos maiores oásis da
região; pelas suas fontes de águas medicinais; pelos palácios construídos
no período helenístico e à época de Herodes; pelo enorme aqueduto rodeado de palmeiras e pela beleza e luxo das moradias, erguidas por
famílias ricas de Jerusalém.
A rota de Jerusalém para Jericó, no passado e no presente, se
caracteriza pela movimentação comercial. A parábola nos relata a história
de um homem que viajando de Jerusalém para Jericó foi assaltado,
espancado e deixado quase morto à beira da estrada. O episódio nos
conduz a algumas reflexões, fundamentadas nas orientações espíritas.
Destaca-se, em primeiro lugar, a violência a que o viajante foi
submetido, característica de um mundo de expiações e provas, onde
o mal predomina.
A Terra, conseguintemente, oferece um dos tipos de mundos expiatórios,
cuja variedade é infinita, mas revelando todos, como caráter
comum, o servirem de lugar de exílio para Espíritos rebeldes à lei de
Deus. Esses Espíritos têm aí de lutar, ao mesmo tempo, com a perversidade
dos homens e com a inclemência da natureza, duplo e árduo
trabalho que simultaneamente desenvolve as qualidades do coração
e as da inteligência.
Uma via comercial, como a existente entre Jerusalém e Jericó,
de intenso trânsito e movimentação de bens materiais, atrai a presença
de trabalhadores honestos que com esforço e dedicação garantem a
sua subsistência, quanto a permanência de pessoas inescrupulosas,
descomprometidas com o bem, que não hesitam em prejudicar os
desavisados que por ali transitam.
Na tentativa de retirar o “espírito da letra” entendemos, em segundo
lugar, que a descida de Jerusalém para Jericó pode ser analisada
noutro contexto. Indica a queda de um padrão vibratório mais elevado
para um plano de vibrações inferiores, em decorrência da invigilância
moral. Nesse processo de descida, podemos manter sintonia com entidades
perturbadoras que, tomando de assalto a nossa casa íntima,
rouba a nossa paz, nos fere profundamente e nos deixa quase mortos
à margem da vida.
A descida de um padrão vibratório, de forma invigilante, sempre
ocasiona prejuízos. Descer, porém, para auxiliar os que se encontram
em planos vibracionais inferiores, é medida de auxílio ao próximo,
desde que se concretize num plano harmônico e de entendimento.
Sendo assim, aconselha Emmanuel: Desce elevando aqueles que te comungam a convivência, para que
a vida em torno suba igualmente de nível. [...] nesse sentido, não te
esqueças do Mestre que desceu, até nós, revelando-nos como sublimar
a existência. [...] Todavia, por descer, elevando quantos lhe não podiam
compreender a refulgência da altura, é que se fez o caminho de nossa
ascensão espiritual, a verdade de nosso gradativo aprimoramento e a
vida de nossas vidas, a erguer-nos a alma entenebrecida no erro, para
a vitória da luz." -( FEB - EADE )-
Estudo do Livro dos Espíritos
352. Imediatamente ao nascer recobra o Espírito a plenitude
das suas faculdades?
“Não, elas se desenvolvem gradualmente com os órgãos.
O Espírito se acha numa existência nova; preciso é
que aprenda a servir-se dos instrumentos de que dispõe.
As idéias lhe voltam pouco a pouco, como a uma pessoa
que desperta e se vê em situação diversa da que ocupava
na véspera.”
Que a graça e a paz sejam conosco!
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