terça-feira, 31 de janeiro de 2017

Para que os que entram vejam a luz


“E até das cidades circunvizinhas concorria muita gente  a Jerusalém,  conduzindo  enfermos  e  atormentados  de  espíritos  imundos, os quais todos eram curados.” -( Atos, 5:16 )-




Amados irmãos, bom dia!
"A igreja cristã dos primeiros séculos não estagnava as idéias redentoras do  Cristo em prataria e resplendores do culto externo. Era viva, cheia de apelos e respostas.  O tratamento de obsessões, portanto, não é trabalho excêntrico, em nossos círculos de fé renovadora. Constitui simplesmente a continuidade do esforço de salvação aos transviados de todos os matizes, começado  nas luminosas mãos de Jesus." -( Pão Nosso - Chico Xavier / Emmanuel )






Interpretação do texto evangélico: 

"E ninguém, acendendo uma candeia, a põe em oculto, nem debaixo do alqueire, mas no velador, para que os que entram vejam a luz (Lc 11:33). 

Está claro, neste versículo, que pessoas conscientes sabem que todo o conhecimento destinado à melhoria moral e intelectual do ser humano não deva permanecer oculto, mas ser amplamente divulgado. A candeia simboliza instrumento de iluminação cuja chama, alimentada pelo óleo que a abastece, afasta a escuridão reinante. Do ponto de vista espiritual, a candeia assemelha-se à mente esclarecida e enobrecida de valores morais que afasta as trevas da ignorância existentes na humanidade. 

O Espíritos superiores não mantêm ocultos os conhecimentos que possuem, mas disponibiliza-os a qualquer pessoa. Mantêm-se na retaguarda espiritual quem acredita que conhecimentos superiores, destinados à melhoria humana, devam permanecer ocultos, em círculos fechados, inacessíveis às massas populares. Por força da lei do progresso a verdade chega, à medida que o ser humano evolui. Se, pois, em sua previdente sabedoria, a Providência só gradualmente revela as verdades, é claro que as desvenda à proporção que a humanidade se vai mostrando amadurecida para as receber. Ela as mantém de reserva e não sob o alqueire. Os homens, porém, que entram a possuí-las, quase sempre as ocultam do vulgo com o intento de o dominarem. São esses os que, verdadeiramente, colocam a luz debaixo do alqueire. [...] Não podem existir mistérios absolutos e Jesus está com a razão quando diz que nada há secreto que não venha a ser conhecido. Tudo o que se acha oculto será descoberto um dia e o que o homem ainda não pode compreender lhe será sucessivamente desvendado, em mundos mais adiantados, quando se houver purificado. Aqui na Terra, ele ainda se encontra em pleno nevoeiro.

A palavra alqueire, citada no texto, é antiga medida de capacidade (13,8 litros para cereais e 8 litros para óleo e líquidos) que servia também para guardar a reserva do óleo destinada a abastecer a candeia. Segundo Jesus, a candeia acesa deve ser colocada no velador, utensílio formado de uma haste de madeira apoiada numa base, tendo na parte superior uma espécie de disco onde se coloca o candeeiro, candeia ou uma vela. Colocando a candeia no velador a luz se espalha de maneira uniforme, facilitando a visão das pessoas. Tais ensinamentos do Mestre “[...] dão-nos a entender, claramente, que as leis divinas devem ser expostas por aqueles que tiveram a felicidade de conhecê-las, pois sem esse conhecimento paralisar-se-ia a marcha da evolução humana.

Sabemos que nem todos estão predispostos a acolher a luz. Por isso, quem mais sabe ou quem mais possui valores morais deve, com  naturalidade, irradiar pensamentos, palavras, ações, atitudes e gestos que atinjam os circunstantes de modo agradável e edificante, como chama abençoada. Manda a prudência, entretanto, que se gradue a transmissão de todo e qualquer ensinamento à capacidade de assimilação daquele a quem se quer instruir, uma vez que uma luz intensa demais o deslumbraria, ao invés de o esclarecer. Cada ideia nova, cada progresso, tem que vir na época conveniente. Seria uma insensatez pregar elevados códigos morais a quem ainda se encontrasse em estado de selvageria, tanto quanto querer ministrar regras de álgebra a quem mal dominasse a tabuada.

Esta é a razão de Jesus colocar parte dos seus ensinos, os mais complexos, sob o véu do símbolo. O Espiritismo, hoje, projeta luz sobre uma imensidade de pontos obscuros; não a lança, porém, inconsideradamente. Com admirável prudência se conduzem os Espíritos, ao darem suas instruções. Só gradual e sucessivamente consideraram as diversas partes já conhecidas da Doutrina, deixando as outras partes para serem reveladas à medida que se for tornando oportuno fazê-las sair da obscuridade. Se a houvessem apresentado completa desde o primeiro momento, somente a reduzido número de pessoas se teria ela mostrado acessível; houvera mesmo assustado as que não se achassem preparadas para recebê-la, do que resultaria ficar prejudicada a sua propagação. Se, pois, os Espíritos ainda não dizem tudo ostensivamente, não é porque haja na Doutrina mistérios em que só alguns privilegiados possam penetrar, nem porque eles coloquem a lâmpada debaixo do alqueire; é porque cada coisa tem de vir no momento oportuno. Eles dão a cada ideia tempo para amadurecer e propagar-se, antes que apresente outra, e aos acontecimentos o de preparar a aceitação dessa outra." -( FEB - EADE )-





Estudo do Livro dos Espíritos






365. Por que é que alguns homens muito inteligentes, o que indica acharem-se encarnados neles Espíritos superiores, são ao mesmo tempo profundamente viciosos? 

“É que não são ainda bastante puros os Espíritos encarnados nesses homens, que, então, e por isso, cedem à influência de outros Espíritos mais imperfeitos. O Espírito progride em insensível marcha ascendente, mas o progresso não se efetua simultaneamente em todos os sentidos. Durante um período da sua existência, ele se adianta em ciência; durante outro, em moralidade.”




Que a graça e a paz sejam conosco!

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