sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

Moveu-se de íntima compaixão.


“Respondeu-­lhe Jesus: Não vos escolhi a vós, os doze?  E um de vós é diabo.”  -( João, 6:70 )-




Amados irmãos, bom dia!
"... consoante a afirmativa do próprio Jesus, o diabo partilhava os serviços apostólicos, permanecia junto dos aprendizes e um deles se constituíra em representação do próprio gênio infernal. Basta isto para que nos informemos de que o termo “diabo” não indicava, no conceito do Mestre, um gigante de perversidade, poderoso e eterno, no espaço e no tempo. Designa o  próprio homem, quando  algemado às torpitudes do sentimento inferior. Quando o homem o descobre, no vasto mundo de si mesmo, compreende o  mal, dá-­lhe combate, evita o inferno íntimo e desenvolve as qualidades divinas que o  elevam à espiritualidade superior." -( Pão Nosso - Chico Xavier / Emmanuel )-






Mas um samaritano que ia de viagem chegou ao pé dele e, vendo-o, moveu-se de íntima compaixão. E, aproximando-se, atou-lhe as feridas, aplicando-lhes azeite e vinho; e, pondo-o sobre a sua cavalgadura, levou-o para uma estalagem e cuidou dele. E, partindo ao outro dia, tirou dois dinheiros, e deu-os ao hospedeiro, e disse-lhe: Cuida dele, e tudo o que de mais gastares eu to pagarei, quando voltar (Lc 10:33-35). 


"Os samaritanos eram os habitantes da Samaria que, após a separação das tribos de Israel, se tornou a capital do reino dissidente. Os samaritanos estiveram quase que constantemente em guerra com os reis de Judá [que tinham em Jerusalém sua sede]. Aversão profunda, datando da época da separação, perpetuou-se entre os dois povos, que evitavam todas as relações recíprocas. Aqueles, para tornarem maior a cisão e não terem de vir a Jerusalém pela celebração das festas religiosas, construíram para si um templo particular e adotaram algumas reformas. Somente admitiam o Pentateuco, que continha a lei de Moisés, e rejeitavam todos os outros livros que a esse foram posteriormente anexados. Seus livros sagrados eram escritos em caracteres hebraicos da mais alta antiguidade. Para os judeus ortodoxos, eles eram heréticos e, portanto, desprezados, anatematizados e perseguidos.

Na verdade, os samaritanos representavam o grupo conservador dentro da religião judaica; a Samaria pode ser entendida como um símbolo de transição entre o Judaísmo, os gentílicos e o Cristianismo. É importante considerar porque Jesus escolheu o samaritano como um exemplo da verdadeira prática da caridade, sendo os habitantes da Samaria desprezados e mantidos à distância pelos demais judeus. Pelo fato de os samaritanos representarem uma minoria, que interpretavam de forma diferente os livros básicos do Judaísmo, e terem práticas religiosas que contrariavam as orientações existentes no templo de Salomão, em Jerusalém, não implicam que eram pessoas más. Ao contrário, as citações evangélicas e as constantes de Atos dos apóstolos, indicam que Jesus e seus apóstolos os consideravam pessoas de bem. Talvez pelo fato de serem tão desprezados pelos seus irmãos de raça, tivessem os samaritanos desenvolvido uma vigilância maior, relativamente ao comportamento e conduta de vida. Entretanto, algo se destaca quando o bom samaritano vê a pessoa ferida, quase morta, caída no caminho. Esse “algo” é o sentimento de compaixão que ele sentiu pelo ferido. Jesus nos mostra, assim, que a verdadeira caridade só é praticada quando nos compadecemos dos que sofrem. 

Todos os benefícios que o samaritano produziu ao ferido (atar-lhe as feridas, levá-lo a uma hospedaria e garantir-lhe cuidados suplementares para o restabelecimento da saúde) foram gestos de bondade, desencadeados pela compaixão. 

O Espírito Irmão X nos transmite informações sobre os personagens dessa parábola. Segundo aprendi, o homem que descia de Jerusalém para Jericó, no episódio do bom samaritano, ao cair em poder dos ladrões, que o deixaram semimorto, apelou, em prece muda, para a bondade de Deus. Compadecido, o Todo-misericordioso expediu, sem detença, um mensageiro, que naturalmente carecia de instrumento humano a fim de expressar-se. O preposto da Providência, colocou-se ao lado da vítima, aguardando, ansiosamente, a chegada de alguém que se dispusesse a colaborar com ele no piedoso mister. Justamente um sacerdote de grande ciência nas Escrituras, educado nos princípios do amor a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo, foi o primeiro a aproximar-se... O encarregado da bênção tentou induzi-lo à benevolência; todavia, o titular da Fé, receando atrapalhações, tratou de estugar o passo e seguiu adiante. Logo em seguida, um levita, igualmente culto, apareceu no sítio e o benfeitor das alturas rogou-lhe cooperação, debalde, porque o zelador da Lei, temendo complicar-se, negou-se a considerar o pedido mental, afastando-se, rápido. Mas um samaritano desconhecido, que viajava sem qualquer rótulo que lhe honorificasse a presença, ao passar ali assinalou no coração a rogativa que o Emissário divino lhe endereçava e, deixando-se tomar por súbita compaixão, passou junto dele ao trabalho da assistência imediata. Limpou o infeliz, estancou-lhe o sangue das feridas e, logo após, acomodando-o no cavalo, conduziu-o a uma hospedaria e cuidou dele. No dia seguinte,  desembolsou o dinheiro necessário, pagou-lhe a estalagem e, antes de partir, responsabilizou-se, de modo espontâneo, por todas as despesas que viessem a ocorrer no tratamento exigido, correspondendo, eficientemente, à expectativa do enviado que viera praticar a beneficência em nome de Deus...

Percebemos, na parábola, que o samaritano agiu com critério e bom senso quando atendeu o homem ferido, caído à beira da estrada. Vemos que a bondade do atendimento não dispensou o conhecimento ou maneira correta de agir. Primeiro prestou os cuidados emergenciais ao doente, limpando e fazendo a assepsia das feridas pela utilização dos recursos disponíveis (vinho e azeite); segundo improvisou um transporte (o cavalo), já que o doente estava incapacitado de andar; terceiro levou-o para uma estalagem onde recebeu alimento e o conforto de um leito, afastando-o das intempéries; quarto cuidou do ferido, auxiliando-o na recuperação da saúde; quinto, e por último, garantiu a continuidade do atendimento, fazendo um adiantamento monetário ao hospedeiro e assumindo uma dívida, se mais recursos financeiros fossem despendidos. Há, pois uma nítida preocupação do bom samaritano: de que o doente se recupere integralmente, cuidando dele diretamente ou, à distância, por intermédio do hospedeiro. Este é um exemplo de como se pode descer aos planos vibratórios onde a dor reside, sem que ocorra prejuízos de qualquer natureza. 

Descer, a serviço do bem é programa de aprendizado e de trabalho. Os benfeitores espirituais fazem isso frequentemente. Saem de suas esferas superiores e descem à Jericó dos nossos corações, ainda presos aos interesses transitórios do mundo. Nem sempre é possível ajudar na posição em que nos encontramos, daí ser necessário descer aos locais de sofrimento maior, dos desequilíbrios mais intensos, a fim de cooperar com eficiência. Aliás, o processo evolutivo se dá pela subida, caracterizada pela apreensão de conhecimento e, também pela descida aos núcleos de necessidade e dor, a fim de que sejam operacionalizadas as propostas de amor que já visitam o nosso entendimento. Compreendemos, assim, que, se o papel do samaritano é digno de ser imitado; se o homem caído aprendeu com sua própria queda; se o levita e o sacerdote ainda terão que evoluir nas reencarnações sucessivas, o hospedeiro é alguém que presta ou disponibiliza o seu serviço, ainda que remunerado. Mas nem por isto sem méritos porque o plano de aprendizagem e melhoria espiritual se dá, também, na intimidade de nossa atuação profissional. 

A Parábola do Bom Samaritano é lição preciosa que merece ser refletida e aplicada no dia a dia. Em todos os tempos, há exércitos de criaturas que ensinam a caridade; todavia, poucas pessoas praticam-na verdadeiramente.[...] É por isso que a caridade, antes de tudo, pede compreensão. Não basta entregar os haveres ao primeiro mendigo que surja à porta, para significar a posse da virtude sublime. É preciso entender-lhe a necessidade e ampará-lo com amor. Desembaraçar-se dos aflitos, oferecendo-lhes o supérfluo, é livrar-se dos necessitados, de maneira elegante, com absoluta ausência de iluminação espiritual. A caridade é muito maior que a esmola. Ser caridoso é ser profundamente humano e aquele que nega entendimento ao próximo pode inverter consideráveis fortunas no campo de assistência social, transformar-se em benfeitor dos famintos, mas terá que iniciar, na primeira oportunidade, o aprendizado do amor cristão, para ser efetivamente útil." -( FEB - EADE )-





Estudo do Livro dos Espíritos






354. Como se explica a vida intra-uterina? 

“É a da planta que vegeta. A criança vive vida animal. O homem tem a vida vegetal e a vida animal que, pelo seu nascimento, se completam com a vida espiritual.” 




Que a graça e a paz sejam conosco!

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