“Pelo qual também sois salvos se o retiverdes tal como
vo-lo tenho anunciado, se não é que crestes em vão.” - Paulo - ( I Coríntios, 15:2 )
Amados irmãos, bom dia!
"É imperioso reconhecer que toda tarefa digna se reveste de utilidade a seu
tempo, de conformidade com os sentimentos do colaborador; contudo, no que
condiz com a vida eterna que o Cristianismo nos desdobra ao olhar, é imprescindível
retermos em nós o ensinamento do Mestre, com vistas à necessária aplicação. Cada aprendiz há de ser uma página viva do livro que Jesus está escrevendo
com o material evolutivo da Terra. O discípulo gravará o Evangelho na própria
existência ou então se preparará ao recomeço do aprendizado, porquanto, sem fixar
em si mesmo a luz da lição, debalde terá crido." -( Pão Nosso - Chico Xavier / Emmanuel )-
E, indo, pregai, dizendo: É chegado o reino dos Céus. Curai os enfermos,
limpai os leprosos, ressuscitai os mortos, expulsai os demônios; de graça
recebestes, de graça dai. Não possuais ouro, nem prata, nem cobre, em
vossos cintos; nem alforjes para o caminho, nem duas túnicas, nem sandálias, nem bordão, porque digno é o operário do seu alimento (Mt 10:7-10).
Qualquer pregação tem o sentido de despertar, de atrair o interesse
de quantos estão predispostos a ouvir. Com Jesus, a pregação
manifesta-se, não só por palavras, mas principalmente pela irradiação
de sua personalidade superior, e, sobretudo pelos exemplos que Ele
soube ilustrar.
“Curai os enfermos, limpai os leprosos, ressuscitai os mortos,
expulsai os demônios” revela o quadro de enfermidades existentes
no mundo. Os imperativos “curai”, “limpai”, “ressuscitai” e “expulsai”
indicam o tratamento que deve ser aplicado aos doentes, não esquecendo
que a proposta de Jesus envolve, necessariamente, atendimento
aos desajustados da alma e do corpo.
A capacidade de expulsar “demônios” começa com o esforço
de assepsia mental, perseverante e paciente, da seleção dos próprios
pensamentos. Lembramos, assim, a orientação de O evangelho segundo
o espiritismo: “Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua
transformação moral e pelos esforços que emprega para domar suas
inclinações más”.
“De graça recebestes, de graça dai” indica que toda doação
deve ser espontânea e sem exigência, não esperando qualquer tipo de
recompensa ou agradecimento. Os condicionamentos aos padrões
materiais do mundo nos fazem desejar receber algo em troca de benefícios
concedidos, expressos sob a forma de valores amoedados ou
mesmo de um simples “muito obrigado”.
O Mestre desvincula o trabalho espiritual de qualquer recompensa,
seja financeira, seja de outra espécie, quando afirma: “Não possuais ouro, nem prata, nem cobre, em vossos cintos”. Os bens materiais são
valores necessários ao contexto vivencial da humanidade, no plano
físico. Por serem imprescindíveis, deles necessitamos. O que pesa, na
verdade, é o apego e a forma de utilização desses bens.
O verbo “possuir” apresenta conotação especial na frase. Ouro,
prata, cobre, alparcatas, túnicas etc., são, em determinados momentos,
perfeitamente dispensáveis, quando a necessidade que se revela é de
natureza essencialmente espiritual.
Registra o livro Atos dos apóstolos, 3:1-12, o episódio no qual
Pedro e João são solicitados a auxiliar um coxo que, costumeiramente,
era colocado na porta do templo para pedir esmola aos transeuntes.
Consta que ao ver Pedro e João entrando no templo, o coxo lhes pediu
uma esmola. Os apóstolos, porém, falaram ao necessitado que lhes
olhassem nos olhos. Feita esta ligação, Pedro afirmou: “Não tenho
prata nem ouro, mas o que tenho, isso te dou. Em nome de Jesus
Cristo, o Nazareno, levanta-te e anda. E tomando-o pela mão direita,
o levantou, e logo seus pés e tornozelos se firmaram. E, saltando ele,
pôs-se em pé.”
Percebe-se, na lição, que a mais importante necessidade do coxo
era de natureza espiritual. Libertando-se daquele estado de limitação
física pode, a partir daquele momento, cuidar da própria subsistência.
Existem, muitas vezes, preocupações exacerbadas, relacionadas
ao suprimento de materiais em nossas tarefas. Entretanto, vem elas
sendo atendidas, na medida do possível, sob o amparo superior. O
suprimento material é necessário, mas o grande desafio é a presença
de quem se dedica, com amor, sem o que a atividade se enfraquece.
“Nem alforjes para o caminho, nem duas túnicas, nem alparcatas,
nem bordão”, são ideias que simbolizam os suprimentos dos
viajantes em trânsito de um lugar para outro. Estar vestido, calçado ou
ter apoio estratégico (“bordão”) é medida de prudência. Sem dúvida,
necessitamos desses recursos, até pelo fato de estarmos integrados
ao campo reencarnatório. Mas superestimar o ouro, a prata, o cobre
ou investir em valores acima do que é justo e necessário é colocar em
plano secundário o trabalho espiritual a ser desenvolvido.
“Porque digno é o operário do seu alimento” quer dizer que
não se deve subtrair da prática do bem os recursos de subsistência
material. O trabalhador (“operário”) recebe o seu pagamento
(“alimento”) como consequência natural do seu labor. O serviço de caridade ao semelhante, porém, se opera no íntimo do coração e
se expressa como um gesto de benevolência ao próximo. Tudo isso
revela fundamentação sábia da matemática divina." -( FEB - EADE )-
Estudo do Livro dos Espíritos
339. No momento de encarnar, o Espírito sofre perturbação
semelhante à que experimenta ao desencarnar?
“Muito maior e sobretudo mais longa. Pela morte, o
Espírito sai da escravidão; pelo nascimento, entra para ela.”
Que a graça e a paz sejam conosco!
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