quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

Porque digno é o operário do seu alimento



“Pelo qual também sois salvos se o retiverdes tal como  vo-lo tenho anunciado, se não é que crestes em vão.” - Paulo - ( I Coríntios, 15:2 )




Amados irmãos, bom dia!
"É imperioso reconhecer que toda tarefa digna se reveste de utilidade a seu  tempo, de conformidade com os sentimentos do  colaborador; contudo, no que condiz com a vida eterna que o Cristianismo nos desdobra ao olhar, é imprescindível retermos em nós o ensinamento do Mestre, com vistas à necessária aplicação. Cada aprendiz há de ser uma página viva do livro que Jesus está escrevendo  com o material evolutivo da Terra. O discípulo  gravará o Evangelho na própria existência ou então se preparará ao recomeço do aprendizado, porquanto, sem fixar  em si mesmo a luz da lição, debalde terá crido." -( Pão Nosso - Chico Xavier / Emmanuel )-








E, indo, pregai, dizendo: É chegado o reino dos Céus. Curai os enfermos, limpai os leprosos, ressuscitai os mortos, expulsai os demônios; de graça recebestes, de graça dai. Não possuais ouro, nem prata, nem cobre, em vossos cintos; nem alforjes para o caminho, nem duas túnicas, nem sandálias, nem bordão, porque digno é o operário do seu alimento (Mt 10:7-10). 

Qualquer pregação tem o sentido de despertar, de atrair o interesse de quantos estão predispostos a ouvir. Com Jesus, a pregação manifesta-se, não só por palavras, mas principalmente pela irradiação de sua personalidade superior, e, sobretudo pelos exemplos que Ele soube ilustrar. 

“Curai os enfermos, limpai os leprosos, ressuscitai os mortos, expulsai os demônios” revela o quadro de enfermidades existentes no mundo. Os imperativos “curai”, “limpai”, “ressuscitai” e “expulsai” indicam o tratamento que deve ser aplicado aos doentes, não esquecendo que a proposta de Jesus envolve, necessariamente, atendimento aos desajustados da alma e do corpo. A capacidade de expulsar “demônios” começa com o esforço de assepsia mental, perseverante e paciente, da seleção dos próprios pensamentos. Lembramos, assim, a orientação de O evangelho segundo o espiritismo: “Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral e pelos esforços que emprega para domar suas inclinações más”.

“De graça recebestes, de graça dai” indica que toda doação deve ser espontânea e sem exigência, não esperando qualquer tipo de recompensa ou agradecimento. Os condicionamentos aos padrões materiais do mundo nos fazem desejar receber algo em troca de benefícios concedidos, expressos sob a forma de valores amoedados ou mesmo de um simples “muito obrigado”. O Mestre desvincula o trabalho espiritual de qualquer recompensa, seja financeira, seja de outra espécie, quando afirma: “Não possuais ouro, nem prata, nem cobre, em vossos cintos”. Os bens materiais são valores necessários ao contexto vivencial da humanidade, no plano físico. Por serem imprescindíveis, deles necessitamos. O que pesa, na verdade, é o apego e a forma de utilização desses bens. O verbo “possuir” apresenta conotação especial na frase. Ouro, prata, cobre, alparcatas, túnicas etc., são, em determinados momentos, perfeitamente dispensáveis, quando a necessidade que se revela é de natureza essencialmente espiritual. 

Registra o livro Atos dos apóstolos, 3:1-12, o episódio no qual Pedro e João são solicitados a auxiliar um coxo que, costumeiramente, era colocado na porta do templo para pedir esmola aos transeuntes. Consta que ao ver Pedro e João entrando no templo, o coxo lhes pediu uma esmola. Os apóstolos, porém, falaram ao necessitado que lhes olhassem nos olhos. Feita esta ligação, Pedro afirmou: “Não tenho prata nem ouro, mas o que tenho, isso te dou. Em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, levanta-te e anda. E tomando-o pela mão direita, o levantou, e logo seus pés e tornozelos se firmaram. E, saltando ele, pôs-se em pé.” Percebe-se, na lição, que a mais importante necessidade do coxo era de natureza espiritual. Libertando-se daquele estado de limitação física pode, a partir daquele momento, cuidar da própria subsistência. 

Existem, muitas vezes, preocupações exacerbadas, relacionadas ao suprimento de materiais em nossas tarefas. Entretanto, vem elas sendo atendidas, na medida do possível, sob o amparo superior. O suprimento material é necessário, mas o grande desafio é a presença de quem se dedica, com amor, sem o que a atividade se enfraquece. “Nem alforjes para o caminho, nem duas túnicas, nem alparcatas, nem bordão”, são ideias que simbolizam os suprimentos dos viajantes em trânsito de um lugar para outro. Estar vestido, calçado ou ter apoio estratégico (“bordão”) é medida de prudência. Sem dúvida, necessitamos desses recursos, até pelo fato de estarmos integrados ao campo reencarnatório. Mas superestimar o ouro, a prata, o cobre ou investir em valores acima do que é justo e necessário é colocar em plano secundário o trabalho espiritual a ser desenvolvido. “Porque digno é o operário do seu alimento” quer dizer que não se deve subtrair da prática do bem os recursos de subsistência material. O trabalhador (“operário”) recebe o seu pagamento (“alimento”) como consequência natural do seu labor. O serviço de caridade ao semelhante, porém, se opera no íntimo do coração e se expressa como um gesto de benevolência ao próximo. Tudo isso revela fundamentação sábia da matemática divina." -( FEB - EADE )-





Estudo do Livro dos Espíritos






339. No momento de encarnar, o Espírito sofre perturbação semelhante à que experimenta ao desencarnar? 

“Muito maior e sobretudo mais longa. Pela morte, o Espírito sai da escravidão; pelo nascimento, entra para ela.”




Que a graça e a paz sejam conosco!

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