“Segundo o poder que o Senhor me deu para edificação, e não para destruição.” - Paulo - ( II Coríntios, 13:10 )
Amados irmãos, bom dia!
"Entretanto, qual a finalidade dos poderes que repousam em nossas mãos, em nome do Divino Doador?
Responde-nos Paulo de Tarso, com muita propriedade, esclarecendo-nos
que recebeu faculdades do Senhor para edificar e não para destruir.
Não estamos na obra do mundo para aniquilar o que é imperfeito, mas para
completar o que se encontra inacabado. Renovemos para o bem, transformemos para a luz. O Supremo Pai não nos concede poderes para disseminarmos a morte. Nossa missão é de amor infatigável para a Vida Abundante." -( Vinha de Luz - Chico Xavier / Emmanuel )-
"A conhecida vocação de Mateus (ou Levi), registrada no Evangelho,
foi, efetivamente, servir a Jesus, abraçando a causa de salvação
da humanidade.
Levi, pelo que se observa, era homem de espírito voltado para as coisas
de Deus; sua vocação não era ser empregado do Fisco, cobrador de
taxas públicas, de impostos. Nenhuma religião do seu tempo o havia
atraído, porque todas elas eram exclusivistas, mercantilizadas, não
falavam à alma, nem ao coração, nem à inteligência, pregavam falsidades
em vez de anunciarem a Verdade. Mas logo que ele teve conhecimento
da Doutrina que o Moço Nazareno ensinava, [...] propendeu
imediatamente para o lado de Jesus, porque tinha verdadeira vocação
religiosa, era um espírito inclinado às coisas de Deus, sentia-se apto a
desempenhar uma tarefa nesse sentido.
Em seguida ao chamamento de Jesus, relata o Evangelho que
Mateus, tomado de íntima alegria, “[...] em regozijo, convidou seus
colegas publicanos, e mais outras pessoas do povo, e ofereceu, com a
presença dessas testemunhas, um grande banquete a Jesus”.
Não há dúvidas de que Levi, assim como os demais apóstolos que
receberam o chamamento do Mestre, nos legaram magnífico exemplo
de decisão, relativa ao trabalho que deveriam realizar, e de plena e
irrestrita lealdade a Jesus. Foram discípulos que mantiveram perfeita
comunhão de ideias e de sentimentos com o Mestre, servindo-o com
amor extremado. Importa, porém, saber distinguir os bons dos maus
discípulos, para que não venhamos a ser enganados.
Os círculos cristãos de todos os matizes permanecem repletos de
estudantes que se classificam no discipulado de Jesus, com inexcedível
entusiasmo verbal, como se a ligação legítima com o Mestre
estivesse circunscrita a problema de palavras. Na realidade, porém, o
Evangelho não deixa dúvidas a esse respeito. A vida de cada criatura
consciente é um conjunto de deveres para consigo mesma, para com
a família de corações que se agrupam em torno dos seus sentimentos
e para com a humanidade inteira. E não é tão fácil desempenhar todas
essas obrigações com aprovação plena das diretrizes evangélicas.
Imprescindível se faz eliminar as arestas do próprio temperamento,
garantindo o equilíbrio que nos é particular, contribuir com eficiência
em favor de quantos nos cercam o caminho, dando a cada um o que
lhe pertence, e servir à comunidade, de cujo quadro fazemos parte.[...]
Se buscamos a sublimação com o Cristo, ouçamos os ensinamentos
divinos. Para sermos discípulos dele é necessário nos disponhamos
com firmeza a conduzir a cruz de nossos testemunhos de assimilação
do bem, acompanhando-lhe os passos. [...] Somente depois de semelhantes
aquisições é que atingiremos a verdadeira comunhão com o
divino Mestre." -( FEB - EADE )-
Estudo do Livro dos Espíritos
402. Como podemos julgar da liberdade do Espírito durante
o sono?
“Pelos sonhos. Quando o corpo repousa, acredita-o,
tem o Espírito mais faculdades do que no estado de vigília.
Lembra-se do passado e algumas vezes prevê o futuro.
Adquire maior potencialidade e pode pôr-se em comunicação com os demais Espíritos, quer deste mundo, quer do
outro. Dizes frequentemente: Tive um sonho extravagante,
um sonho horrível, mas absolutamente inverossímil.
Enganas-te. É amiúde uma recordação dos lugares e das
coisas que viste ou que verás em outra existência ou em
outra ocasião. Estando entorpecido o corpo, o Espírito trata
de quebrar seus grilhões e de investigar no passado ou
no futuro.
Pobres homens, que mal conheceis os mais vulgares
fenômenos da vida! Julgais-vos muito sábios e as coisas
mais comezinhas vos confundem. Nada sabeis responder a
estas perguntas que todas as crianças formulam: Que fazemos
quando dormimos? Que são os sonhos?
O sono liberta a alma parcialmente do corpo. Quando
dorme, o homem se acha por algum tempo no estado em
que fica permanentemente depois que morre. Tiveram sonos
inteligentes os Espíritos que, desencarnando, logo se
desligam da matéria. Esses Espíritos, quando dormem, vão
para junto dos seres que lhes são superiores. Com estes
viajam, conversam e se instruem. Trabalham mesmo em
obras que se lhes deparam concluídas, quando volvem, morrendo na Terra, ao mundo espiritual. Ainda esta circunstância
é de molde a vos ensinar que não deveis temer a
morte, pois que todos os dias morreis, como disse um santo.
Isto, pelo que concerne aos Espíritos elevados. Pelo que
respeita ao grande número de homens que, morrendo, têm que
passar longas horas na perturbação, na incerteza de que
tantos já vos falaram, esses vão, enquanto dormem, ou a
mundos inferiores à Terra, onde os chamam velhas afeições, ou em busca de gozos quiçá mais baixos do que os em
que aqui tanto se deleitam. Vão beber doutrinas ainda mais
vis, mais ignóbeis, mais funestas do que as que professam
entre vós. E o que gera a simpatia na Terra é o fato de
sentir-se o homem, ao despertar, ligado pelo coração àqueles
com quem acaba de passar oito ou nove horas de ventura
ou de prazer. Também as antipatias invencíveis se explicam
pelo fato de sentirmos em nosso íntimo que os entes
com quem antipatizamos têm uma consciência diversa da
nossa. Conhecemo-los sem nunca os termos visto com os
olhos. É ainda o que explica a indiferença de muitos homens.
Não cuidam de conquistar novos amigos, por saberem
que muitos têm que os amam e lhes querem. Numa
palavra: o sono influi mais do que supondes na vossa vida.
Graças ao sono, os Espíritos encarnados estão sempre
em relação com o mundo dos Espíritos. Por isso é que os
Espíritos superiores assentem, sem grande repugnância,
em encarnar entre vós. Quis Deus que, tendo de estar em
contacto com o vício, pudessem eles ir retemperar-se na
fonte do bem, a fim de igualmente não falirem, quando se
propõem a instruir os outros. O sono é a porta que Deus
lhes abriu, para que possam ir ter com seus amigos do céu;
é o recreio depois do trabalho, enquanto esperam a grande libertação, a libertação final, que os restituirá ao meio que
lhes é próprio.
O sonho é a lembrança do que o Espírito viu durante o
sono. Notai, porém, que nem sempre sonhais. Que quer
isso dizer? Que nem sempre vos lembrais do que vistes, ou
de tudo o que haveis visto, enquanto dormíeis. É que não
tendes então a alma no pleno desenvolvimento de suas faculdades.
Muitas vezes, apenas vos fica a lembrança da
perturbação que o vosso Espírito experimenta à sua partida
ou no seu regresso, acrescida da que resulta do que
fizestes ou do que vos preocupa quando despertos. A não
ser assim, como explicaríeis os sonhos absurdos, que tanto
os sábios, quanto as mais humildes e simples criaturas
têm? Acontece também que os maus Espíritos se aproveitam
dos sonhos para atormentar as almas fracas e
pusilânimes.
Em suma, dentro em pouco vereis vulgarizar-se outra
espécie de sonhos. Conquanto tão antiga como a de que
vimos falando, vós a desconheceis. Refiro-me aos sonhos
de Joana, ao de Jacob, aos dos profetas judeus e aos de
alguns adivinhos indianos. São recordações guardadas por
almas que se desprendem quase inteiramente do corpo,
recordações dessa segunda vida a que ainda há pouco
aludíamos.
Tratai de distinguir essas duas espécies de sonhos nos
de que vos lembrais, do contrário cairíeis em contradições
e em erros funestos à vossa fé.”
Os sonhos são efeito da emancipação da alma, que mais
independente se torna pela suspensão da vida ativa e de relação.
Daí uma espécie de clarividência indefinida que se alonga até aos
mais afastados lugares e até mesmo a outros mundos. Daí também a lembrança que traz à memória acontecimentos da precedente
existência ou das existências anteriores. As singulares imagens
do que se passa ou se passou em mundos desconhecidos,
entremeados de coisas do mundo atual, é que formam esses conjuntos
estranhos e confusos, que nenhum sentido ou ligação
parecem ter.
A incoerência dos sonhos ainda se explica pelas lacunas
que apresenta a recordação incompleta que conservamos do que
nos apareceu quando sonhávamos. É como se a uma narração se
truncassem frases ou trechos ao acaso. Reunidos depois, os
fragmentos restantes nenhuma significação racional teriam.
Que a graça e a paz sejam conosco!
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