“O homem de coração dobre é inconstante em todos os seus caminhos.” -( Tiago, 1:8 )-
Amados irmãos, bom dia!
"O sentimento é o santuário da criatura. Sem luz aí dentro, é impossível
refletir a paz luminosa que flui incessantemente de Cima. Ofereçamos ao Senhor um coração firme e terno para que as Divinas Mãos
nele gravem os Augustos Desígnios. Atendida semelhante disposição em nossa vida
íntima, encontraremos em todos os caminhos o abençoado lugar de cooperadores da
Divina Vontade." -( Vinha de Luz - Chico Xavier / Emmanuel )-
Interpretação do texto:
O chamamento de Jesus a esses apóstolos apresenta características
inusitadas. Primeiro é a aceitação irrestrita e imediata à convocação.
Segundo é a transformação operada nos seus espíritos.
É interessante notar que, por todos os recantos onde Jesus deixou o
sinal de sua passagem, houve sempre grande movimentação no que se
refere ao ato de levantar e seguir. André e Tiago deixam as redes para
acompanhar o Salvador. Mateus levanta-se para segui-lo. Os paralíticos que retomam a saúde se erguem e andam. Lázaro atende-lhe ao
chamamento e levanta-se do sepulcro. Em dolorosas peregrinações e
profundos esforços da vontade, Paulo de Tarso procura seguir o Mestre
divino, [...] depois de se haver levantado, às portas de Damasco. Numerosos
discípulos do Evangelho, [...] acordaram de sua noite de ilusões
terrestres, ergueram-se para o serviço da redenção e demandaram os
testemunhos santificados no trabalho e no sacrifício.
A disposição de seguir Jesus, de imediato, é encontrada em todos
aqueles que iriam, mais tarde, constituir o grupo dos doze apóstolos.
E é natural que assim fosse. Quando Jesus chama a si Pedro, André, Tiago, João e Mateus, é que
lhes conhecia as disposições íntimas e sabia que eles o acompanhariam
e que eram capazes de desempenhar a missão que tencionava
confiar-lhes. E mister se fazia que eles próprios tivessem intuição
da missão que iriam desempenhar para, sem hesitação, atenderem
ao chamamento de Jesus. [...] Em muitos passos do Evangelho se lê:
“Mas Jesus, conhecendo-lhes os pensamentos, lhes diz...”. Ora, como
poderia Ele conhecer os pensamentos dos seus interlocutores, senão
pelas irradiações fluídicas desses pensamentos e, ao mesmo tempo,
pela vista espiritual que lhe permitia ler-lhes no foro íntimo? Muitas
vezes, supondo que um pensamento se acha sepultado nos refolhos
da alma, o homem não suspeita que traz em si um espelho onde se
reflete aquele pensamento, um revelador na sua própria irradiação
fluídica, impregnada dele.
O encontro com o Mestre, e o subsequente chamamento de
Jesus, os fazem recordar a missão que tinham assumido antes daquela
experiência reencarnatória, quando se encontravam no plano espiritual.
Daí o atendimento imediato, colocando em planos secundários
a família e as obrigações profissionais. Frente a frente com o Cristo,
os apóstolos recordam, ainda que de forma incompleta, que deveriam
realizar algo grandioso que concorreria para a harmonia do universo,
porque estariam executando a vontade de Deus, na categoria de seus
ministros.
As missões dos Espíritos têm sempre por objeto o bem. Quer como
Espíritos, quer como homens [encarnados], são incumbidos de auxiliar
o progresso da humanidade, dos povos ou dos indivíduos, dentro de
um círculo de ideias mais ou menos amplas, mais ou menos especiais
e de velar pela execução de determinadas coisas." -( FEB - EADE )-
Estudo do Livro dos Espíritos
399. Sendo as vicissitudes da vida corporal expiação das
faltas do passado e, ao mesmo tempo, provas com vistas
ao futuro, seguir-se-á que da natureza de tais vicissitudes
se possa deduzir de que gênero foi a
existência anterior?
“Muito amiúde é isso possível, pois que cada um é punido
naquilo por onde pecou. Entretanto, não há que tirar
daí uma regra absoluta. As tendências instintivas constituem
indício mais seguro, visto que as provas por que passa
o Espírito o são, tanto pelo que respeita ao passado,
quanto pelo que toca ao futuro.”
Chegado ao termo que a Providência lhe assinou à vida na
erraticidade, o próprio Espírito escolhe as provas a que deseja
submeter-se para apressar o seu adiantamento, isto é, escolhe
meios de adiantar-se e tais provas estão sempre em relação com
as faltas que lhe cumpre expiar. Se delas triunfa, eleva-se; se
sucumbe, tem que recomeçar.
O Espírito goza sempre do livre-arbítrio. Em virtude dessa
liberdade é que escolhe, quando desencarnado, as provas da vida
corporal e que, quando encarnado, decide fazer ou não uma coisa
e procede à escolha entre o bem e o mal. Negar ao homem o livre-arbítrio fora reduzi-lo à condição de máquina. Mergulhado na vida corpórea, perde o Espírito, momentaneamente,
a lembrança de suas existências anteriores, como se
um véu as cobrisse. Todavia, conserva algumas vezes vaga consciência
dessas vidas, que, mesmo em certas circunstâncias, lhe
podem ser reveladas. Esta revelação, porém, só os Espíritos superiores
espontaneamente lha fazem, com um fim útil, nunca
para satisfazer a vã curiosidade.
As existências futuras, essas em nenhum caso podem ser
reveladas, pela razão de que dependem do modo por que o Espírito
se sairá da existência atual e da escolha que ulteriormente faça.
O esquecimento das faltas praticadas não constitui obstáculo à melhoria do Espírito, porquanto, se é certo que este não se
lembra delas com precisão, não menos certo é que a circunstância
de as ter conhecido na erraticidade e de haver desejado repará-las o guia por intuição e lhe dá a idéia de resistir ao mal, idéia
que é a voz da consciência, tendo a secundá-la os Espíritos superiores
que o assistem, se atende às boas inspirações que lhe dão.
O homem não conhece os atos que praticou em suas existências
pretéritas, mas pode sempre saber qual o gênero das
faltas de que se tornou culpado e qual o cunho predominante do
seu caráter. Bastará então julgar do que foi, não pelo que é, sim,
pelas suas tendências.
As vicissitudes da vida corpórea constituem expiação das
faltas do passado e, simultaneamente, provas com relação ao
futuro. Depuram-nos e elevam-nos, se as suportamos resignados
e sem murmurar.
A natureza dessas vicissitudes e das provas que sofremos
também nos podem esclarecer acerca do que fomos e do que fizemos,
do mesmo modo que neste mundo julgamos dos atos de um
culpado pelo castigo que lhe inflige a lei. Assim, o orgulhoso será
castigado no seu orgulho, mediante a humilhação de uma existência
subalterna; o mau rico, o avarento, pela miséria; o que foi
cruel para os outros, pelas crueldades que sofrerá; o tirano, pela
escravidão; o mau filho, pela ingratidão de seus filhos; o
preguiçoso, por um trabalho forçado, etc.
Que a graça e a paz sejam conosco!
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