domingo, 19 de março de 2017

Jesus lhes restaura o bom ânimo


“Disse-­lhes Jesus: A minha comida é fazer eu a vontade  daquele que me enviou, e cumprir a sua obra.” -( João, 4:34 )-




Amados irmãos, bom dia!
"Não é razoável permanecer o homem em referências infindáveis aos desígnios do Alto, quando não cogita de materializar a própria tarefa. O Pai, naturalmente, guarda planos indevassáveis acerca de cada filho. É imprescindível, no entanto, que a criatura coopere na objetivação dos propósitos divinos em si própria, compreendendo que se trata de lamentável abuso muita alusão  à vontade de Deus quando vivemos distraídos do trabalho que nos compete." -( Vinha de Luz - Chico Xavier / Emmanuel )-






"O diálogo ocorrido durante a viagem para Emaús apresenta pontos que merecem ser destacados. O primeiro diz respeito ao entendimento de Cléopas e do seu companheiro de viagem sobre Jesus: “[...] foi um profeta, poderoso em obras e palavras diante de Deus e de todo o povo” (versículo 19); o segundo retrata a triste constatação do que fizeram ao Senhor: “E como os principais dos sacerdotes e os nossos príncipes o entregaram à condenação de morte e o crucificaram.” (versículo 20); o terceiro indica a decepção, ou amargura, pela crucificação: “E nós esperávamos que fosse Ele o que remisse Israel [...]” (versículo 21); o quarto demonstra o sentimento de incerteza, comum nos que ainda não possuem fé sólida, acreditando ou desacreditando: “É verdade que também algumas mulheres dentre nós nos maravilharam, as quais de madrugada foram ao sepulcro; e, não achando o seu corpo, voltaram, dizendo que também tinham visto uma visão de anjos, que dizem que Ele vive. E alguns dos que estavam conosco foram ao sepulcro e acharam ser assim como as mulheres haviam dito, porém, não o viram” (versículos 22, 23 e 24). 

Após ouvi-los, captando-lhes as dúvidas e a frágil confiança, Jesus lhes restaura o bom ânimo, conduzindo-os à nova posição vibracional quando lhes afirma com energia: “[...] Ó néscios e tardos de coração para crer tudo o que os profetas disseram! Porventura, não convinha que o Cristo padecesse essas coisas e entrasse na sua glória? E, começando por Moisés e por todos os profetas, explicava-lhes o que dele se achava em todas as Escrituras” (versículos 25 a 27). 

O Cristianismo é uma doutrina que precisa ser aprendida e sentida. [...] Aquele que não sente em si mesmo a influência da moral cristã, desconhece o que ela é, embora tenha perfeito conhecimento teórico de todos os seus preceitos e postulados. [...] Na fé em Jesus Cristo não há confusão. Sua doutrina é integral; e só podemos conhecê-la seguindo as pegadas do Senhor, que é a sua personificação. Jesus é um  mestre cuja escola é Ele mesmo. [...] O Cristianismo não se reduz a teorias: é luz, é verdade, é vida.

Por outro lado, o Mestre também percebeu que os discípulos tinham pouco esclarecimento a respeito da vida após a morte do corpo, daí terem sido assaltados pelo desânimo e pelas dúvidas. Esta postura, aliás, é comum em todos nós, Espíritos imperfeitos: emitimos opiniões superficiais, às vezes irresponsáveis, sobre acontecimentos e pessoas, por falta de esclarecimento ou por espírito de intolerância para com as ações dos que conosco convivem. Foi necessário, pois, que Jesus falasse de forma incisiva aos seus interlocutores, convocando-os a se libertarem daquela postura mental cristalizada. Por esse motivo, Jesus lhes indaga com veemência: “Porventura não convinha que o Cristo padecesse estas coisas e entrasse na sua glória?”. Ante o silêncio dos discípulos, passa então a explicar-lhes o significado do seu sofrimento, realizando um retrospecto histórico que começa com Moisés e todos os profetas. 

E chegaram à aldeia para onde iam, e Ele fez como quem ia para mais longe. E eles o constrangeram, dizendo: Fica conosco, porque já é tarde, e já declinou o dia. E entrou para ficar com eles. E aconteceu que, estando com eles à mesa, tomando o pão, o abençoou e partiu-o e lho deu. Abriram-se-lhes então os olhos, e o conheceram, e Ele desapareceu-lhes. E disseram um para o outro: Porventura não ardia em nós o nosso coração quando, pelo caminho, nos falava, e quando nos abria as Escrituras? E, na mesma hora, levantando-se, tornaram para Jerusalém, e acharam congregados os onze, e os que estavam com eles, os quais diziam: Ressuscitou verdadeiramente o Senhor, e já apareceu a Simão. E eles lhes contaram o que lhes acontecera no caminho, e como deles foi conhecido no partir do pão (Lc 24:28-35). 

Quando aprendemos exercitar a observação, percebemos que há um sentido maior nas coisas mais simples que fazem parte do cotidiano. Entendemos, assim, que uma sabedoria divina rege todas manifestações relacionadas à existência do ser humano. Neste sentido, após ouvir o Senhor, criar com ele um elo de vibrações simpáticas e harmônicas, os dois discípulos chegam à aldeia, ao final do dia. Estando em paz, insistem ao viajante desconhecido para permanecerem juntos, compartilhando a refeição. 

Outra lição valiosa diz respeito à necessidade gregária inerente ao ser humano, sobretudo quando o gregarismo resulta da livre escolha. A atmosfera espiritual reinante ao final da jornada era completamente diferente de quando esta foi iniciada. Envolvidos, assim, numa vibração de paz, o Senhor senta com eles à mesa, aceitando e compreendendo a extensão do convite que lhe era feito. Chegara, pois, o momento de sair do anonimato e revelar-se aos discípulos. Dessa forma, utiliza um gesto bastante conhecido, assim expresso por Lucas: “Tomando o pão, o abençoou e partiu-o, e lho deu”. Não se tratava, evidentemente de uma gesticulação mecânica, sem propósito, mas de uma marca capaz de identificar o Cristo: a bênção do pão. Retirando o bloqueio mental que os impedia de ver com lucidez, reconheceram que Jesus estivera com eles o tempo todo. Essa situação se repete conosco, Espíritos em processo evolutivo: nem sempre reconhecemos a presença do Senhor ao nosso lado, nem sempre entendemos a sua mensagem. A linguagem do Cristo sempre se afigurou a muitos aprendizes indecifrável e estranha. [...] Isso ocorre a muitos seguidores do Evangelho, porque se utilizam da força mental em outros setores. Creem vagamente no socorro celeste, nas horas de amargura, mostrando, porém, absoluto desinteresse ante o estudo e ante a aplicação das leis divinas. [...] Registram os chamamentos do Cristo, todavia, algemam furiosamente a atenção aos apelos da vida primária. Percebem, mas não ouvem. Informam-se, mas não entendem. Nesse campo de contradições, temos sempre respeitáveis personalidades humanas e, por vezes, admiráveis amigos. Conservam no coração enormes potenciais de bondade, contudo, a mente deles vive empenhada no jogo das formas perecíveis. 

São preciosas estações de serviço aproveitáveis com o equipamento, porém, ocupado em atividades mais ou menos inúteis. Não nos esqueçamos, pois, de que é sempre fácil assinalar a linguagem do Senhor, mas é preciso apresentar-lhe o coração vazio de resíduos da Terra, para receber-lhe, em espírito e verdade, a palavra divina. Somente após a bênção do pão, foi que “abriram-se-lhes então os olhos. E o conheceram, e ele desapareceu-lhes.” É surpreendente o fato de Jesus desaparecer no momento em que é identificado pelos companheiros de viagem. Entendemos, porém, que Jesus agiu assim porque o seu trabalho de auxílio junto aos peregrinos da estrada de Emaús tinha sido concluído. “Desapareceu-lhes” porque  o momento não era mais de instrução, de orientação, de estímulo e de apaziguamento. Felizes e abençoados pelo encontro com o Mestre, retornam, de imediato, a Jerusalém para testemunharem aos demais cristãos a ressurreição de Jesus. Por onde formos, Jesus, Mestre silencioso, nos chama ao testemunho da lição que aprendemos. Nas menores experiências, no trabalho ou no lazer, no lar ou na via pública, eis que nos convida ao exercício incessante do bem. Nesse sentido, o discípulo do Evangelho encontra no mundo o santuário de sua fé e na humanidade a sua própria família. Assinalando, pois, a norma cristã, como inspiração para todas as lides cotidianas, ouçamos a palavra do Senhor em todos os ângulos do caminho, procurando segui-lo com invariável fidelidade, hoje e sempre." -( FEB - EADE )-





Estudo do Livro dos Espíritos






412. Pode a atividade do Espírito, durante o repouso, ou o sono corporal, fatigar o corpo? 

“Pode, pois que o Espírito se acha preso ao corpo qual balão cativo ao poste. Assim como as sacudiduras do balão abalam o poste, a atividade do Espírito reage sobre o corpo e pode fatigá-lo."




Que a graça e a paz sejam conosco!

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