“Disse-lhes Jesus: A minha comida é fazer eu a vontade daquele que me enviou, e cumprir a sua obra.” -( João, 4:34 )-
Amados irmãos, bom dia!
"Não é razoável permanecer o homem em referências infindáveis aos
desígnios do Alto, quando não cogita de materializar a própria tarefa. O Pai, naturalmente, guarda planos indevassáveis acerca de cada filho. É
imprescindível, no entanto, que a criatura coopere na objetivação dos propósitos
divinos em si própria, compreendendo que se trata de lamentável abuso muita alusão
à vontade de Deus quando vivemos distraídos do trabalho que nos compete." -( Vinha de Luz - Chico Xavier / Emmanuel )-
"O diálogo ocorrido durante a viagem para Emaús apresenta
pontos que merecem ser destacados. O primeiro diz respeito ao entendimento
de Cléopas e do seu companheiro de viagem sobre Jesus:
“[...] foi um profeta, poderoso em obras e palavras diante de Deus e
de todo o povo” (versículo 19); o segundo retrata a triste constatação
do que fizeram ao Senhor: “E como os principais dos sacerdotes e os
nossos príncipes o entregaram à condenação de morte e o crucificaram.”
(versículo 20); o terceiro indica a decepção, ou amargura, pela
crucificação: “E nós esperávamos que fosse Ele o que remisse Israel [...]”
(versículo 21); o quarto demonstra o sentimento de incerteza, comum
nos que ainda não possuem fé sólida, acreditando ou desacreditando:
“É verdade que também algumas mulheres dentre nós nos maravilharam,
as quais de madrugada foram ao sepulcro; e, não achando o seu
corpo, voltaram, dizendo que também tinham visto uma visão de anjos,
que dizem que Ele vive. E alguns dos que estavam conosco foram ao
sepulcro e acharam ser assim como as mulheres haviam dito, porém,
não o viram” (versículos 22, 23 e 24).
Após ouvi-los, captando-lhes as dúvidas e a frágil confiança,
Jesus lhes restaura o bom ânimo, conduzindo-os à nova posição vibracional
quando lhes afirma com energia: “[...] Ó néscios e tardos de
coração para crer tudo o que os profetas disseram! Porventura, não
convinha que o Cristo padecesse essas coisas e entrasse na sua glória?
E, começando por Moisés e por todos os profetas, explicava-lhes o que
dele se achava em todas as Escrituras” (versículos 25 a 27).
O Cristianismo é uma doutrina que precisa ser aprendida e sentida.
[...] Aquele que não sente em si mesmo a influência da moral cristã,
desconhece o que ela é, embora tenha perfeito conhecimento teórico
de todos os seus preceitos e postulados. [...] Na fé em Jesus Cristo
não há confusão. Sua doutrina é integral; e só podemos conhecê-la
seguindo as pegadas do Senhor, que é a sua personificação. Jesus é um mestre cuja escola é Ele mesmo. [...] O Cristianismo não se reduz a
teorias: é luz, é verdade, é vida.
Por outro lado, o Mestre também percebeu que os discípulos
tinham pouco esclarecimento a respeito da vida após a morte do corpo,
daí terem sido assaltados pelo desânimo e pelas dúvidas. Esta postura,
aliás, é comum em todos nós, Espíritos imperfeitos: emitimos opiniões
superficiais, às vezes irresponsáveis, sobre acontecimentos e pessoas,
por falta de esclarecimento ou por espírito de intolerância para com
as ações dos que conosco convivem.
Foi necessário, pois, que Jesus falasse de forma incisiva aos seus
interlocutores, convocando-os a se libertarem daquela postura mental
cristalizada. Por esse motivo, Jesus lhes indaga com veemência: “Porventura
não convinha que o Cristo padecesse estas coisas e entrasse
na sua glória?”.
Ante o silêncio dos discípulos, passa então a explicar-lhes o
significado do seu sofrimento, realizando um retrospecto histórico
que começa com Moisés e todos os profetas.
E chegaram à aldeia para onde iam, e Ele fez como quem ia para
mais longe. E eles o constrangeram, dizendo: Fica conosco, porque já é
tarde, e já declinou o dia. E entrou para ficar com eles. E aconteceu que,
estando com eles à mesa, tomando o pão, o abençoou e partiu-o e lho deu.
Abriram-se-lhes então os olhos, e o conheceram, e Ele desapareceu-lhes. E
disseram um para o outro: Porventura não ardia em nós o nosso coração
quando, pelo caminho, nos falava, e quando nos abria as Escrituras? E,
na mesma hora, levantando-se, tornaram para Jerusalém, e acharam
congregados os onze, e os que estavam com eles, os quais diziam: Ressuscitou
verdadeiramente o Senhor, e já apareceu a Simão. E eles lhes
contaram o que lhes acontecera no caminho, e como deles foi conhecido
no partir do pão (Lc 24:28-35).
Quando aprendemos exercitar a observação, percebemos que
há um sentido maior nas coisas mais simples que fazem parte do
cotidiano. Entendemos, assim, que uma sabedoria divina rege todas
manifestações relacionadas à existência do ser humano. Neste sentido,
após ouvir o Senhor, criar com ele um elo de vibrações simpáticas e
harmônicas, os dois discípulos chegam à aldeia, ao final do dia. Estando
em paz, insistem ao viajante desconhecido para permanecerem juntos,
compartilhando a refeição.
Outra lição valiosa diz respeito à necessidade gregária inerente
ao ser humano, sobretudo quando o gregarismo resulta da livre escolha.
A atmosfera espiritual reinante ao final da jornada era completamente
diferente de quando esta foi iniciada. Envolvidos, assim, numa vibração
de paz, o Senhor senta com eles à mesa, aceitando e compreendendo
a extensão do convite que lhe era feito. Chegara, pois, o momento de
sair do anonimato e revelar-se aos discípulos. Dessa forma, utiliza um
gesto bastante conhecido, assim expresso por Lucas: “Tomando o pão,
o abençoou e partiu-o, e lho deu”. Não se tratava, evidentemente de
uma gesticulação mecânica, sem propósito, mas de uma marca capaz
de identificar o Cristo: a bênção do pão. Retirando o bloqueio mental
que os impedia de ver com lucidez, reconheceram que Jesus estivera
com eles o tempo todo. Essa situação se repete conosco, Espíritos em
processo evolutivo: nem sempre reconhecemos a presença do Senhor
ao nosso lado, nem sempre entendemos a sua mensagem.
A linguagem do Cristo sempre se afigurou a muitos aprendizes indecifrável
e estranha. [...] Isso ocorre a muitos seguidores do Evangelho,
porque se utilizam da força mental em outros setores. Creem
vagamente no socorro celeste, nas horas de amargura, mostrando,
porém, absoluto desinteresse ante o estudo e ante a aplicação das leis
divinas. [...] Registram os chamamentos do Cristo, todavia, algemam
furiosamente a atenção aos apelos da vida primária. Percebem, mas
não ouvem. Informam-se, mas não entendem. Nesse campo de contradições,
temos sempre respeitáveis personalidades humanas e, por
vezes, admiráveis amigos. Conservam no coração enormes potenciais
de bondade, contudo, a mente deles vive empenhada no jogo das formas
perecíveis.
São preciosas estações de serviço aproveitáveis com o
equipamento, porém, ocupado em atividades mais ou menos inúteis.
Não nos esqueçamos, pois, de que é sempre fácil assinalar a linguagem
do Senhor, mas é preciso apresentar-lhe o coração vazio de resíduos
da Terra, para receber-lhe, em espírito e verdade, a palavra divina. Somente após a bênção do pão, foi que “abriram-se-lhes então
os olhos. E o conheceram, e ele desapareceu-lhes.”
É surpreendente o fato de Jesus desaparecer no momento em que
é identificado pelos companheiros de viagem. Entendemos, porém, que
Jesus agiu assim porque o seu trabalho de auxílio junto aos peregrinos
da estrada de Emaús tinha sido concluído. “Desapareceu-lhes” porque o momento não era mais de instrução, de orientação, de estímulo e
de apaziguamento.
Felizes e abençoados pelo encontro com o Mestre, retornam,
de imediato, a Jerusalém para testemunharem aos demais cristãos a
ressurreição de Jesus.
Por onde formos, Jesus, Mestre silencioso, nos chama ao testemunho
da lição que aprendemos. Nas menores experiências, no trabalho ou
no lazer, no lar ou na via pública, eis que nos convida ao exercício
incessante do bem. Nesse sentido, o discípulo do Evangelho encontra
no mundo o santuário de sua fé e na humanidade a sua própria família.
Assinalando, pois, a norma cristã, como inspiração para todas as lides
cotidianas, ouçamos a palavra do Senhor em todos os ângulos do caminho,
procurando segui-lo com invariável fidelidade, hoje e sempre." -( FEB - EADE )-
Estudo do Livro dos Espíritos
412. Pode a atividade do Espírito, durante o repouso, ou o
sono corporal, fatigar o corpo?
“Pode, pois que o Espírito se acha preso ao corpo qual
balão cativo ao poste. Assim como as sacudiduras do balão abalam o poste, a atividade do Espírito reage sobre o corpo
e pode fatigá-lo."
Que a graça e a paz sejam conosco!
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