quarta-feira, 1 de março de 2017

Corre ao encontro do Mestre


“Sigamos, pois,  as  coisas que  contribuem para  a paz  e  para a edificação de uns para com os outros.” - Paulo - ( Romanos, 14:19 )




Amados irmãos, bom dia!
"O caminho é infinito e o Pai vela por todos. Auxiliemos e edifiquemos. Se és discípulo do Senhor, aproveita a oportunidade na construção do bem. Semeando paz, colherás harmonia; santificando as horas com o Cristo, jamais conhecerás o desamparo." -( Vinha de Luz - Chico Xavier / Emmanuel )-








Interpretação do texto evangélico: 

E, tendo Jesus entrado em Jericó, ia passando. E eis que havia ali um homem, chamado Zaqueu; e era este um chefe dos publicanos e era rico. E procurava ver quem era Jesus e não podia, por causa da multidão, pois era de pequena estatura. E, correndo adiante, subiu a uma figueira brava para o ver; porque havia de passar por ali (Lc 19:1-4). 

O encontro de Zaqueu com Jesus ocorreu em Jericó (Yareah, do hebraico), cidade localizada a 12 quilômetros do Mar Morto, cujo nome significa, provavelmente, “lua” ou “cidade da lua”. Essa localidade da Judeia era, à época de Jesus, a segunda cidade mais importante  da Palestina, de comércio intenso, onde ocorria grande circulação de dinheiro. Aparentemente, o encontro entre Jesus e Zaqueu foi casual. Sabemos, porém, que não foi assim, como se observa no último versículo do texto evangélico: “Porque o Filho do Homem veio buscar e salvar o que se havia perdido”. 

Por outro lado, sabemos que Jesus aproveitava todas as circunstâncias para ensinar e encaminhar as pessoas ao bem. Assim também aconteceu com Zaqueu que, a partir daquele instante, teve a existência transformada. A ida a Jericó foi um momento especial para Jesus porque, logo depois, começaria seu suplício culminado com a crucificação. Humberto de Campos relata como foi o encontro de Zaqueu com Jesus: Grandes [...] multidões se apinhavam nas estradas. Um publicano abastado, de nome Zaqueu, conhecia o renome do Messias e desejava vê-lo. Chefe prestigioso na sua cidade, homem rico e enérgico, Zaqueu era, porém, de pequena estatura, tanto assim que, buscando satisfazer ao seu vivo desejo, procurou acomodar-se sobre um sicômoro, levado pela ansiosa expectativa com que esperava a passagem de Jesus. Coração inundado de curiosidade e de sensações alegres, o chefe publicano, ao aproximar-se o Messias, admirou-lhe o porte nobre e simples, sentindo-se magnetizado pela sua indefinível simpatia.

Zaqueu era pessoa notoriamente desprezada pelos habitantes da cidade. Primeiro por ser publicano, segundo por ser chefe dos publicanos e, em terceiro lugar, por ser uma pessoa que enriqueceu possivelmente de forma ilícita. Sendo assim, a conversão de Zaqueu ao Cristianismo se reverte de maior importância, indicando que todo pecador pode regenerar-se. “Muitos viam em Zaqueu o avarento incorrigível; Ele [Jesus], no entanto, nele identificou o homem rico de nobre coração, capaz de transfigurar a riqueza em trabalho e beneficência.”

Refletindo, porém, sobre tais acontecimentos percebemos que também nós somos continuamente visitados por Jesus, acudidos pela misericórdia divina, por Ele intermediada em nosso benefício. Vemos igualmente que a prova da riqueza não é fácil de ser suportada. Pode estimular a exacerbação das más tendências e o predomínio das paixões inferiores. Se a riqueza é causa de muitos males, se exacerba tanto as más paixões, se provoca mesmo tantos crimes, não é a ela que devemos inculpar, mas ao homem, que dela abusa, como de todos os dons de Deus. Pelo abuso, ele torna pernicioso o que lhe poderia ser de maior utilidade. É a consequência do estado de inferioridade do mundo terrestre. Se a riqueza somente males houvesse de produzir, Deus não a teria posto na Terra. Compete ao homem fazê-la produzir o bem. Se não é um elemento direto de progresso moral, é, sem contestação, poderoso elemento de progresso intelectual. Zaqueu não mais se comprazia com a vida que levava, daí a sua evidente necessidade de conhecer Jesus, correndo à frente da multidão e subindo numa árvore para que pudesse localizar o Mestre. É importante destacar, a propósito, algumas características da personalidade de Zaqueu. Mesmo sendo desprezado pelos seus conterrâneos, de viver insatisfeito, talvez preso pelo desânimo ou desespero, não perde tempo em lamentações. A sua percepção espiritual e a sua acuidade mental, desenvolvidas pelo exercício contínuo de calcular e raciocinar que a profissão oferecia, lhes fazem refletir que Jesus é o caminho da sua regeneração espiritual. Diante desse fato, ele enfrenta os obstáculos e “corre” ao encontro do Mestre de Nazaré, subindo numa árvore para, daí, poder enxergar o Senhor e ser visto por Ele. Pode parecer a alguns que, subindo a uma árvore para conseguir ver as feições de Jesus, Zaqueu tenha cedido apenas à curiosidade. É evidente, porém, que o móvel de sua ação era bem mais elevado: talvez uma ânsia incontida de receber alguma bênção, ou de ouvir-lhe uma palavra que demudasse o rumo de sua existência. Por simples curiosidade, não iria ele expor-se ao ridículo e enfrentar os ápodos e gracejos da multidão, mormente tendo-se em vista a alta posição que ocupava entre os publicanos." -( FEB - EADE )-





Estudo do Livro dos Espíritos






394. Nos mundos mais elevados do que a Terra, onde os que os habitam não se vêem premidos pelas necessidades físicas, pelas enfermidades que nos afligem, os homens compreendem que são mais felizes do que nós? Relativa é, em geral, a felicidade. Sentimo-la, mediante comparação com um estado menos ditoso. Visto que, em suma, alguns desses mundos, se bem melhores do que o nosso, ainda não atingiram o estado de perfeição, seus habitantes devem ter motivos de desgostos, embora de gênero diverso dos nossos. Entre nós, o rico, conquanto não sofra as angústias das necessidades materiais, como o pobre, nem por isso se acha isento de tribulações, que lhe tornam amarga a vida. Pergunto então: Na situação em que se encontram, os habitantes desses mundos não se consideram tão infelizes quanto nós, na em que nos vemos, e não se lastimam da sorte, olvidados de existências inferiores que lhes sirvam de termos de comparação? 

“Cabem aqui duas respostas distintas. Há mundos, entre os de que falas, cujos habitantes guardam lembrança clara e exata de suas existências passadas. Esses, compreendes, podem e sabem apreciar a felicidade de que Deus lhes permite fruir. Outros há, porém, cujos habitantes, achando-se, como dizes, em melhores condições do que vós na Terra, não deixam de experimentar grandes desgostos, até desgraças. Esses não apreciam a felicidade de que gozam, pela razão mesma de se não recordarem de um estado mais infeliz. Entretanto, se não a apreciam como homens, apreciam-na como Espíritos.” 

No esquecimento das existências anteriormente transcorridas, sobretudo quando foram amarguradas, não há qualquer coisa de providencial e que revela a sabedoria divina? Nos mundos superiores, quando o recordá-las já não constitui pesadelo, é que as vidas desgraçadas se apresentam à memória. Nos mundos inferiores, a lembrança de todas as que se tenham sofrido não agravaria as infelicidades presentes? Concluamos, pois, daí que tudo o que Deus fez é perfeito e que não nos toca criticar-lhe as obras, nem lhe ensinar como deveria ter regulado o Universo. Gravíssimos inconvenientes teria o nos lembrarmos das nossas individualidades anteriores. Em certos casos, humilhar-nos-ia sobremaneira. Em outros nos exaltaria o orgulho, peando-nos, em consequência, o livre-arbítrio. Para nos melhorarmos, dá-nos Deus exatamente o que nos é necessário e basta: a voz da consciência e os pendores instintivos. Priva-nos do que nos prejudicaria. Acrescentemos que, se nos recordássemos dos nossos precedentes atos pessoais, igualmente nos recordaríamos dos dos outros homens, do que resultariam talvez os mais desastrosos efeitos para as relações sociais. Nem sempre podendo honrar-nos do nosso passado, melhor é que sobre ele um véu seja lançado. Isto concorda perfeitamente com a doutrina dos Espíritos acerca dos mundos superiores à Terra. Nesses mundos, onde só reina o bem, a reminiscência do passado nada tem de dolorosa. Tal a razão por que neles as criaturas se lembram da sua antecedente existência, como nos lembramos do que fizemos na véspera. Quanto à estada em mundos inferiores, não passa então, como já dissemos, de mau sonho.




Que a graça e a paz sejam conosco!

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