“Não vos inquieteis, pois, pelo dia de amanhã, porque o
dia de amanhã, cuidará de si mesmo”. - Jesus - ( Mateus, 6:34 )
Amados irmãos, bom dia!
"O homem não pode nutrir a pretensão de retificar o mundo ou os seus
semelhantes de um dia para outro, atormentando-se em aflições descabidas, mas
deve ter cuidado de si, melhorando-se, educando-se e iluminando-se, sempre mais. Realmente, a ave canta, feliz, mas edifica a própria casa. A flor adorna-se, tranuila; entretanto, obedece aos desígnios do Eterno. O homem deve viver confiante, sempre atento, todavia, em engrandecer-se
na sabedoria e no amor para a obra divina da perfeição." -( Vinha de Luz - Chico Xavier / Emmanuel )-
"A situação de Lázaro, no plano espiritual, é de alguém vitorioso que, ao
vencer a prova da pobreza, desenvolveu também a paciência, a humildade e
a fé. Esta é a razão de sua felicidade, compartilhada junto a Abraão, o grande
patriarca do povo hebreu. O rico por sua vez, falhou na prova, uma vez que a
riqueza lhe obliterou os sentimentos de amor ao próximo, desenvolveu-lhe o
egoísmo, acirrou-lhe o orgulho, «[...] tornando-o homem licencioso, amigo
de bebedices e deleites.»
Merece comentário o significado da palavra “abismo” existente nestes
versículos: “E, além disso, está posto um grande abismo entre nós e vós, de sorte
que os que quisessem passar daqui para vós não poderiam, nem tampouco os
de lá, passar para cá”. “Abismo” indica a distância evolutiva que há entre um
e outro Espírito. Nesta situação, Lázaro não pode retroceder à posição anteriormente
ocupada porque, pelas provações sabiamente suportadas, ascendeu
na escala espiritual. Por outro lado, o rico não possuía, ainda, qualidades que
o colocasse em um nível mais adiantado. Por este motivo esclarece Abraão:
“de sorte que os que quisessem passar daqui para vós não poderiam, nem
tampouco os de lá, passar para cá”.
O sofrimento e o remorso, vivenciados pelo rico, e as benesses desfrutadas
por Lázaro, no plano espiritual, são representativas da palavra “abismo.”
Abismo de ordem moral, visto que como Abraão e o rico se viam e conversava. Para o
Espírito culpado ou falido se reabilitar não basta o arrependimento, que é o primeiro
passo a dar; é necessária a reparação. Portanto o rico não podia ser atendido em seu
pedido. Cumpria-lhe voltar à Terra, e reparar o mal. A súplica do rico (“Abraão, meu pai, tem misericórdia de mim e manda
a Lázaro que molhe na água a ponta do seu dedo e me refresque a língua,
porque estou atormentado nesta chama”) revela que ele não só reconheceu as
dificuldades em que se encontrava, como soube curvar a cabeça e pedir auxílio.
Não era, pois, um rico tão orgulhoso; talvez tenha sido mais negligente ou
indiferente ao sofrimento do próximo do que propriamente mau.
E disse ele: Rogo-te, pois, ó pai, que o mandes à casa de meu pai, pois tenho
cinco irmãos, para que lhes dê testemunho, a fim de que não venham também
para este lugar de tormento. Disse-lhe Abraão: Eles têm Moisés e os Profetas;
ouçam-nos. E disse ele: Não, Abraão, meu pai; mas, se algum dos mortos fosse ter
com eles, arrepender-se-iam. Porém Abraão lhe disse: Se não ouvem a Moisés e
aos Profetas, tampouco acreditarão, ainda que algum dos mortos ressuscite (Lc
16: 22-31).
É admirável a persistência do rico em minorar, de alguma forma, as consequências
do mau uso da riqueza: se não podia, naquele momento, reparar as
ações cometidas, tentou beneficiar os seus familiares que ainda permaneciam
reencarnados. Esta característica da sua personalidade indica que ele não era
também pessoa excessivamente egoísta. Existiam aqueles que eram objeto de
sua preocupação, ainda que restrita ao círculo familiar.
Lázaro fortificou-se na dor: resistiu, venceu, subiu. O mesmo rico, apesar de sucumbir,
tirou sérios proveitos da própria queda. Acordou para a realidade, arrependeu-se,
humilhou-se e mostrou interesse pela sorte dos irmãos; numa palavra: as cordas de seus
sentimentos despertaram. Ele viu Lázaro. Não viu os demais. Certamente Lázaro não era
o único habitante da celestial mansão; mas, cumpria que o rico o visse, porque fora sobre
ele que incidira a dureza do seu coração. O algoz deve ver e reconhecer sua vítima.
A resposta de Abraão é sábia: o testemunho de um Espírito desencarnado
não seria jamais considerado, tendo em vista que Espíritos de categoria
superior, como Moisés e os profetas, não foram acreditados. Esta resposta nos
faz refletir que temos o Evangelho e a Doutrina Espírita para nos guiar e nos
garantir a felicidade eterna. Entretanto, agimos como crianças espirituais que
muitas vezes desprezam as seguras orientações e se enveredam por caminhos
que resultam em amargas provações. A propósito, esclarece Emmanuel:
A resposta de Abraão ao rico da parábola ainda é ensinamento de todos os dias, no
caminho comum. Inúmeras pessoas se aproximam das fontes de revelação espiritual,
entretanto, não conseguem a libertação dos laços egoísticos de modo que vejam e ouçam,
qual lhes convém aos interesses essenciais. [...] Ninguém justifique a própria cegueira
com a insatisfação do capricho pessoal. O mundo está repleto de mensagens e emissários,
há milênios. O grande problema, no entanto, não está em requisitar-se a verdade para
atender ao círculo exclusivista de cada criatura, mas na deliberação de cada homem,
quanto a caminhar com o próprio valor, na direção das realidades eternas." -( FEB - EADE )-
Estudo do Livro dos Espíritos
PRESSENTIMENTOS
522. O pressentimento é sempre um aviso do Espírito protetor?
“É o conselho íntimo e oculto de um Espírito que vos
quer bem. Também está na intuição da escolha que se haja
feito. É a voz do instinto. Antes de encarnar, tem o Espírito
conhecimento das fases principais de sua existência, isto
é, do gênero das provas a que se submete. Tendo estas
caráter assinalado, ele conserva, no seu foro íntimo, uma
espécie de impressão de tais provas e esta impressão, que é
a voz do instinto, fazendo-se ouvir quando lhe chega o momento
de sofrê-las, se torna pressentimento.”
Que a graça e a paz sejam conosco!
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