sexta-feira, 7 de julho de 2017

A situação de Lázaro, no plano espiritual


“Não vos inquieteis, pois, pelo dia de amanhã, porque o  dia de amanhã, cuidará de si mesmo”.  - Jesus - ( Mateus, 6:34 )




Amados irmãos, bom dia!
"O homem não pode nutrir a pretensão de retificar  o mundo ou  os seus semelhantes de um dia para outro, atormentando-­se em aflições descabidas, mas deve ter cuidado de si, melhorando-­se, educando-­se e iluminando­-se, sempre mais. Realmente, a ave canta, feliz, mas edifica a própria casa. A flor adorna­-se, tranuila; entretanto, obedece aos desígnios do Eterno. O homem deve viver confiante, sempre atento, todavia, em engrandecer­-se na sabedoria e no amor para a obra divina da perfeição." -( Vinha de Luz - Chico Xavier / Emmanuel )-  







"A situação de Lázaro, no plano espiritual, é de alguém vitorioso que, ao vencer a prova da pobreza, desenvolveu também a paciência, a humildade e a fé. Esta é a razão de sua felicidade, compartilhada junto a Abraão, o grande patriarca do povo hebreu. O rico por sua vez, falhou na prova, uma vez que a riqueza lhe obliterou os sentimentos de amor ao próximo, desenvolveu-lhe o egoísmo, acirrou-lhe o orgulho, «[...] tornando-o homem licencioso, amigo de bebedices e deleites.» 

Merece comentário o significado da palavra “abismo” existente nestes versículos: “E, além disso, está posto um grande abismo entre nós e vós, de sorte que os que quisessem passar daqui para vós não poderiam, nem tampouco os de lá, passar para cá”. “Abismo” indica a distância evolutiva que há entre um e outro Espírito. Nesta situação, Lázaro não pode retroceder à posição anteriormente ocupada porque, pelas provações sabiamente suportadas, ascendeu na escala espiritual. Por outro lado, o rico não possuía, ainda, qualidades que o colocasse em um nível mais adiantado. Por este motivo esclarece Abraão: “de sorte que os que quisessem passar daqui para vós não poderiam, nem tampouco os de lá, passar para cá”. 

O sofrimento e o remorso, vivenciados pelo rico, e as benesses desfrutadas por Lázaro, no plano espiritual, são representativas da palavra “abismo.” Abismo de ordem moral, visto que como Abraão e o rico se viam e conversava. Para o Espírito culpado ou falido se reabilitar não basta o arrependimento, que é o primeiro passo a dar; é necessária a reparação. Portanto o rico não podia ser atendido em seu pedido. Cumpria-lhe voltar à Terra, e reparar o mal. A súplica do rico (“Abraão, meu pai, tem misericórdia de mim e manda a Lázaro que molhe na água a ponta do seu dedo e me refresque a língua, porque estou atormentado nesta chama”) revela que ele não só reconheceu as dificuldades em que se encontrava, como soube curvar a cabeça e pedir auxílio. Não era, pois, um rico tão orgulhoso; talvez tenha sido mais negligente ou indiferente ao sofrimento do próximo do que propriamente mau.  

E disse ele: Rogo-te, pois, ó pai, que o mandes à casa de meu pai, pois tenho cinco irmãos, para que lhes dê testemunho, a fim de que não venham também para este lugar de tormento. Disse-lhe Abraão: Eles têm Moisés e os Profetas; ouçam-nos. E disse ele: Não, Abraão, meu pai; mas, se algum dos mortos fosse ter com eles, arrepender-se-iam. Porém Abraão lhe disse: Se não ouvem a Moisés e aos Profetas, tampouco acreditarão, ainda que algum dos mortos ressuscite (Lc 16: 22-31). 

É admirável a persistência do rico em minorar, de alguma forma, as consequências do mau uso da riqueza: se não podia, naquele momento, reparar as ações cometidas, tentou beneficiar os seus familiares que ainda permaneciam reencarnados. Esta característica da sua personalidade indica que ele não era também pessoa excessivamente egoísta. Existiam aqueles que eram objeto de sua preocupação, ainda que restrita ao círculo familiar. Lázaro fortificou-se na dor: resistiu, venceu, subiu. O mesmo rico, apesar de sucumbir, tirou sérios proveitos da própria queda. Acordou para a realidade, arrependeu-se, humilhou-se e mostrou interesse pela sorte dos irmãos; numa palavra: as cordas de seus sentimentos despertaram. Ele viu Lázaro. Não viu os demais. Certamente Lázaro não era o único habitante da celestial mansão; mas, cumpria que o rico o visse, porque fora sobre ele que incidira a dureza do seu coração. O algoz deve ver e reconhecer sua vítima. 

A resposta de Abraão é sábia: o testemunho de um Espírito desencarnado não seria jamais considerado, tendo em vista que Espíritos de categoria superior, como Moisés e os profetas, não foram acreditados. Esta resposta nos faz refletir que temos o Evangelho e a Doutrina Espírita para nos guiar e nos garantir a felicidade eterna. Entretanto, agimos como crianças espirituais que muitas vezes desprezam as seguras orientações e se enveredam por caminhos que resultam em amargas provações. A propósito, esclarece Emmanuel: A resposta de Abraão ao rico da parábola ainda é ensinamento de todos os dias, no caminho comum. Inúmeras pessoas se aproximam das fontes de revelação espiritual, entretanto, não conseguem a libertação dos laços egoísticos de modo que vejam e ouçam, qual lhes convém aos interesses essenciais. [...] Ninguém justifique a própria cegueira com a insatisfação do capricho pessoal. O mundo está repleto de mensagens e emissários, há milênios. O grande problema, no entanto, não está em requisitar-se a verdade para atender ao círculo exclusivista de cada criatura, mas na deliberação de cada homem, quanto a caminhar com o próprio valor, na direção das realidades eternas." -( FEB - EADE )-





Estudo do Livro dos Espíritos






PRESSENTIMENTOS 

522. O pressentimento é sempre um aviso do Espírito protetor? 

“É o conselho íntimo e oculto de um Espírito que vos quer bem. Também está na intuição da escolha que se haja feito. É a voz do instinto. Antes de encarnar, tem o Espírito conhecimento das fases principais de sua existência, isto é, do gênero das provas a que se submete. Tendo estas caráter assinalado, ele conserva, no seu foro íntimo, uma espécie de impressão de tais provas e esta impressão, que é a voz do instinto, fazendo-se ouvir quando lhe chega o momento de sofrê-las, se torna pressentimento.”




Que a graça e a paz sejam conosco!

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