“Digo-vos que não sabeis o que acontecerá amanhã.” -( Tiago, 4:14 )-
Amados irmãos, bom dia!
"Quem não aproveita a bênção do dia, vive distante da glória do século. Cuida, pois, de fazer, sem delonga, quanto deve ser feito a benefício de tua
própria felicidade, porque o Amanhã será muito agradável e benéfico somente para
aquele que trabalha no bem, que cresce no ideal superior e que aperfeiçoa, valorosamente, nas abençoadas horas de Hoje." -( Vinha de Luz - Chico Xavier / Emmanuel )-
E chegaram à outra margem do mar, à província dos gadarenos. E, saindo
ele do barco, lhe saiu logo ao seu encontro, dos sepulcros, um homem com Espírito imundo, o qual tinha a sua morada nos sepulcros, e nem ainda com cadeias
o podia alguém prender. Porque, tendo sido muitas vezes preso com grilhões e
cadeias, as cadeias foram por ele feitas em pedaços, e os grilhões, em migalhas, e
ninguém o podia amansar. E andava sempre, de dia e de noite, clamando pelos
montes e pelos sepulcros e ferindo-se com pedras. E, quando viu Jesus ao longe,
correu e adorou-o. E, clamando com grande voz, disse: Que tenho eu contigo,
Jesus, Filho do Deus Altíssimo? Conjuro-te por Deus que não me atormentes.
(Porque lhe dizia: sai deste homem, Espírito imundo.) E perguntou-lhe: Qual
é o teu nome? E lhe respondeu, dizendo: Legião é o meu nome, porque somos muitos. E rogava-lhe muito que não os enviasse para fora daquela província. E
andava ali pastando no monte uma grande manada de porcos. E todos aqueles
demônios lhe rogaram, dizendo: Manda-nos para aqueles porcos, para que
entremos neles. E Jesus logo lho permitiu. E, saindo aqueles espíritos imundos,
entraram nos porcos; e a manada se precipitou por um despenhadeiro no mar
(eram quase dois mil) e afogou-se no mar. E os que apascentavam os porcos fugiram
e o anunciaram na cidade e nos campos; e saíram muitos a ver o que era
aquilo que tinha acontecido. E foram ter com Jesus, e viram o endemoninhado,
o que tivera a legião, assentado, vestido e em perfeito juízo, e temeram (Mc 5:
1-15).
"Esta passagem evangélica, além de ilustrar o processo obsessivo por subjugação,
demonstra que um mesmo obsidiado pode ser dominado por vários
Espíritos. Nesta situação, a criatura não é mais dona da própria vontade,
ficando à mercê das imposições dos perseguidores espirituais. A mente do
encarnado, nestas condições, vive mergulhada em graves perturbações, tendo
as energias físicas espoliadas, ao longo do tempo, pelo vampirismo degradante
dos subjugadores, tão desarmonizados quanto ele próprio. O obsidiado,
comumente classificado como portador de loucura, vive imensos suplícios,
totalmente alienado. Somente o Cristo para libertar o «[...] pobre gadareno,
tão intimamente manobrado por entidades cruéis, e que mais se assemelhava
a um animal feroz, refugiado nos sepulcros.»
É necessário interpretar corretamente estes versículos de Marcos, não
os analisando de forma literal: “E andava ali pastando no monte uma grande
manada de porcos. E todos aqueles demônios lhe rogaram, dizendo: Manda-nos
para aqueles porcos, para que entremos neles. E Jesus logo lho permitiu.
E, saindo aqueles Espíritos imundos, entraram nos porcos; e a manada se
precipitou por um despenhadeiro no mar (eram quase dois mil) e afogou-se
no mar.”
Obviamente, nos parece fora de propósito supor que o Cristo iria permitir
a morte dos animais. Ele jamais eliminaria um mal com outro mal.
Uma possibilidade é que, existindo de fato uma vara de porcos no local,
os obsessores ficaram tão enraivecidos porque Jesus libertou o ser que eles
subjugavam, que direcionaram a sua fúria contra os irracionais, tal como
acontece com pessoas iradas que quebram objetos, esmurram paredes ou móveis e maltratam animais que cruzam o seu caminho, quando se encontram
ensandecidos pela raiva. Allan Kardec nos fornece estas explicações:
O fato de serem alguns maus Espíritos mandados meter-se em corpos de porcos é o que
pode haver de menos provável. Aliás, seria difícil explicar a existência de tão numeroso
rebanho de porcos num país onde esse animal era tido em horror e nenhuma utilidade
oferecia para a alimentação. Um Espírito, porque mau, não deixa de ser um Espírito
humano, embora tão imperfeito que continue a fazer mal, depois de desencarnar, como o
fazia antes, e é contra todas as leis da Natureza que lhe seja possível fazer morada no corpo
de um animal. No fato, pois, a que nos referimos, temos que reconhecer a existência de
uma dessas ampliações tão comuns nos tempos de ignorância e de superstição; ou, então,
será uma alegoria destinada a caracterizar os pendores imundos de certos Espíritos.
Como fechamento deste estudo inserimos estes sábios esclarecimentos
de Emmanuel:
Que a obsessão é moléstia da alma, não há negar. A criatura desvalida de conhecimento
superior rende-se, inerme, à influência aviltante, como a planta sem defesa se deixa invadir
pela praga destruidora, e surgem os dolorosos enigmas orgânicos que, muitas vezes, culminam
com a morte. Dispomos, contudo, na Doutrina Espírita, à luz dos ensinamentos
do Cristo, de verdadeira ciência curativa da alma, com recursos próprios à solução de
cada processo morboso da mente, removendo o obsessor do obsidiado, como o agente
químico ou a intervenção operatória suprimem a enfermidade no enfermo, desde que
os interessados se submetam aos impositivos do tratamento. Se conduzes o problema
da obsessão com lucidez bastante para compreender as próprias necessidades, não desconheces
que a renovação da companhia espiritual inferior, a que te ajustas, depende
de tua própria renovação. Ouvirás preleções nobres, situando-te os rumos. Recolherás,
daqui e dali, conselhos justos e precisos. Encontrarás, em suma, nos princípios espíritas,
apontamento certo e exata orientação. Entretanto, como no caso da receita formulada
por médico abnegado e culto, em teu favor, a lição do Evangelho consola e esclarece,
encoraja e honra aqueles que a recebem, mas, se não for usada, não adianta." -( FEB - EADE )-
Estudo do Livro dos Espíritos
540. Os Espíritos que exercem ação nos fenômenos da Natureza
operam com conhecimento de causa, usando do
livre-arbítrio, ou por efeito de instintivo ou irrefletido
impulso?
“Uns sim, outros não. Estabeleçamos uma comparação. Considera essas miríades de animais que, pouco a
pouco, fazem emergir do mar ilhas e arquipélagos. Julgas
que não há aí um fim providencial e que essa transformação da superfície do globo não seja necessária à harmonia
geral? Entretanto, são animais de ínfima ordem que executam
essas obras, provendo às suas necessidades e sem suspeitarem
de que são instrumentos de Deus. Pois bem, do mesmo modo, os Espíritos mais atrasados oferecem utilidade
ao conjunto. Enquanto se ensaiam para a vida, antes
que tenham plena consciência de seus atos e estejam no
gozo pleno do livre-arbítrio, atuam em certos fenômenos,
de que inconscientemente se constituem os agentes. Primeiramente,
executam. Mais tarde, quando suas inteligências
já houverem alcançado um certo desenvolvimento, ordenarão
e dirigirão as coisas do mundo material. Depois,
poderão dirigir as do mundo moral. É assim que tudo serve,
que tudo se encadeia na Natureza, desde o átomo primitivo
até o arcanjo, que também começou por ser átomo.
Admirável lei de harmonia, que o vosso acanhado espírito
ainda não pode apreender em seu conjunto!”
Que a graça e a paz sejam conosco!
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