quarta-feira, 12 de julho de 2017

Senhor, dá-nos a fé


“Confessai as vossas culpas uns aos outros, e orai uns  pelos outros para que sareis.” -( Tiago, 5:16 )-




Amados irmãos, bom dia!
"Quantas enfermidades pomposamente batizadas pela ciência médica não  passam de estados vibratórios da mente em desequilíbrio?  Em tese, todas as manifestações mórbidas se reduzem a desequilíbrio, desequilíbrio esse cuja causa repousa no mundo mental. A cura jamais chegará sem o reajustamento íntimo necessário, e quem deseje melhoras positivas, na senda de elevação, aplique o conselho de Tiago; nele, possuímos remédio salutar para que saremos na qualidade de enfermos encarnados ou desencarnados." -( Vinha de Luz - Chico Xavier / Emmanuel )-








Interpretação do texto evangélico:

Disseram, então, os apóstolos ao Senhor: Acrescenta-nos a fé. E disse o Senhor: Se tivésseis fé como um grão de mostarda, diríeis a esta amoreira: Desarraiga-te daqui e planta-te no mar, e ela vos obedeceria (Lc17: 5-6). 

"O discípulo sincero reconhece, humilde, que perante as provações nem sempre é possível demonstrar a fé que gostaria. Da mesma forma, os apóstolos pedem ao Mestre que lhes conceda a fé, como se esta fosse um bem material que pode ser transferido de uma pessoa para outra, como doação ou herança. «Ninguém pode, pois, em sã consciência, transferir, de modo integral, a vibração da fé ao Espírito alheio, porque, realmente, isso é tarefa que compete a cada um.» 

Diz-se vulgarmente que a fé não se prescreve, donde resulta alegar muita gente que não lhe cabe a culpa de não ter fé. Sem dúvida, a fé não se prescreve, nem, o que ainda é mais certo, se impõe. Não; ela se adquire e ninguém há que esteja impedido de possuí-la, mesmo entre os mais refratários. Falamos das verdades espirituais básicas e não de tal ou qual crença particular. Não é à fé que compete procurá-los; a eles é que cumpre ir-lhe ao encontro e, se a buscarem sinceramente, não deixarão de achá-la. 

Na verdade, o processo de aquisição da fé é trabalho cotidiano e persistente. As pessoas de caráter fraco ou que desanimam perante os obstáculos, demoram mais na construção do edifício da fé no íntimo do ser. Muitos iniciam essa aquisição através da religião, outros pelo controle mental, desenvolvido pela meditação e vontade disciplinada. Do ponto de vista religioso, a fé consiste na crença em dogmas especiais, que constituem as diferentes religiões. Todas elas têm seus artigos de fé. Sob esse aspecto, pode a fé ser raciocinada ou cega. Nada examinando, a fé cega aceita, sem verificação, assim o verdadeiro como o falso, e a cada passo se choca com a evidência e a razão. Levada ao excesso, produz o fanatismo. Em assentando no erro, cedo ou tarde desmorona; somente a fé que se baseia na verdade garante o futuro, porque nada tem a temer do progresso das luzes, dado que o que é verdadeiro na obscuridade, também o é à luz meridiana. 

É importante considerar que outras situações podem oferecer oportunidade de despertamento da fé. O seu desenvolvimento, porém, é outra história. Curiosidade ou sofrimento oferecem portas à fé, mas não representam o vaso divino destinado à sua manutenção. Em todos os lugares, observamos pessoas que, em seguida a grandes calamidades da sorte, correm pressurosas aos templos ou aos oráculos novos, manifestando esperança no remédio das palavras. O fenômeno, entretanto, muitas vezes, é apenas verbal. O que lhes vibra no coração é o capricho insatisfeito ou ferido pelos azorragues de experiências cruéis... [...] É imprescindível guardar a fé e a crença em sentimentos puros. Sem isso, o homem oscilará, na intranquilidade, pela insegurança do mundo Intimo. [...] O divino mistério da fé viva é problema de consciência cristalina. Trabalhemos, portanto, por apresentarmos ao Pai a retidão e a pureza dos pensamentos. 

Para a Doutrina Espírita a «[...] fé necessita de uma base, base que é a inteligência perfeita daquilo em que se deve crer [...]. Fé inabalável só o é a que pode encarar de frente a razão, em todas as épocas da Humanidade.» 

Por não ignorar que a aquisição da fé é, em muitos casos, obra dos séculos, foi que Jesus optou por exaltar-lhe o poder, em resposta ao pedido que lhe dirigiram os apóstolos. Entretanto, a fé não precisa ser grandiosa, algo fora do comum, basta que seja verdadeira. Ainda que seja do tamanho de um grão de mostarda, uma semente tão pequena, se ela for exercitada, plantada no terreno da vida, ela crescerá e será capaz de trazer grande providência, ou seja, de realizar coisas prodigiosas: deslocando montanhas (Mt 17: 20) ou fazendo uma amoreira desenraizar-se e ser transportada até o mar (Lc 17:6). 

A árvore da fé viva não cresce no coração, miraculosamente. Qual acontece na vida comum, o Criador dá tudo, mas não prescinde do esforço da criatura. [...] A maioria das pessoas admite que a fé constitua milagrosa auréola doada a alguns espíritos privilegiados pelo favor divino. Isso, contudo, é um equívoco de lamentáveis consequências. A sublime virtude é construção do mundo interior, em cujo desdobramento cada aprendiz funciona como orientador, engenheiro e operário de si mesmo.  Transportar montanhas e árvores, por ação da fé, são simbolismos usualmente utilizados por Jesus com o intuito de fixar um ensinamento. Não devem, pois, serem considerados literalmente. As montanhas que a fé desloca são as dificuldades, as resistências, a má vontade, em suma, com que se depara da parte dos homens, ainda quando se trate das melhores coisas. Os preconceitos da rotina, o interesse material, o egoísmo, a cegueira do fanatismo e as paixões orgulhosas são outras tantas montanhas que barram o caminho a quem trabalha pelo progresso da Humanidade. A fé robusta dá a perseverança, a energia e os recursos que fazem se vençam os obstáculos, assim nas pequenas coisas, que nas grandes. Da fé vacilante resultam a incerteza e a hesitação de que se aproveitam os adversários que se têm de combater; essa fé não procura os meios de vencer, porque não acredita que possa vencer." -( FEB - EADE )- 





Estudo do Livro dos Espíritos










527. Tomemos outro exemplo, em que não entre a matéria em seu estado natural. Um homem tem que morrer fulminado pelo raio. Refugia-se debaixo de uma árvore. Estala o raio e o mata. Poderá dar-se tenham sido os Espíritos que provocaram a produção do raio e que o dirigiram para o homem? 

“Dá-se o mesmo que anteriormente. O raio caiu sobre aquela árvore em tal momento, porque estava nas leis da Natureza que assim acontecesse. Não foi encaminhado para a árvore, por se achar debaixo dela o homem. A este, sim, foi inspirada a idéia de se abrigar debaixo de uma árvore sobre a qual cairia o raio, porquanto a árvore não deixaria de ser atingida, só por não lhe estar debaixo da fronde o homem.” 




Que a graça e a paz sejam conosco!

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