quarta-feira, 19 de julho de 2017

Não temas, crê somente.


“Porque  está  escrito:  Destruirei  a  ciência  dos sábios  e  aniquilarei a inteligência dos inteligentes.”  - Paulo - ( I Coríntios, 1:19 )




Amados irmãos, bom dia!
"Em toda parte da História, vemos triunfadores de ontem arrojados ao pó da Terra, cientistas que semeiam vaidade e recolhem os frutos da morte, filósofos louvados pela turba invigilante, que plantam audaciosas teorias de raça e economia, conduzindo o povo à fome, à ignorância e à destruição. Procura, pois, a fé e age, de conformidade com a lei de amor  que ela te descortina ao coração, porque, acima de nós, infinito é o Poder do Senhor e dia virá em que toda a mentira e toda a vaidade serão confundidas." -( Vinha de Luz - Chico Xavier / Emmanuel )-  






Estando ele ainda falando, chegaram alguns dos principais da sinagoga, a quem disseram: A tua filha está morta; para que enfadas mais o Mestre? E Jesus, tendo ouvido essas palavras, disse ao principal da sinagoga: Não temas, crê somente ( Mc 5: 35-36). 

Situação semelhante ainda se repete nos dias atuais: diante da aflição do próximo sempre há indivíduos que fazem julgamentos precipitados, que emitem opiniões taxativas, como se conhecessem todos detalhes do problema. São criaturas que dificultam, ou até impedem, o acesso do sofredor à fonte de auxílio. Nem sempre o fazem de forma deliberada, ou com espírito de maldade, mas por força do hábito. Todavia, trata-se de um comportamento anti-fraterno, anti-solidário, que merece ser revisto, combatido mesmo porque, independentemente da situação, não se justifica abafar a esperança de alguém, ainda que a situação se revele desesperadora ou sem solução. 

Não te faças portador das mensagens de pessimismo. A Terra já possui legiões enormes para a força do mal. Sê a palavra que reconforte e auxilie. Ainda que te encontres diante daqueles que se mostram nas vascas da agonia, fala em esperança e não lhes vaticines o mergulho na morte, porque Deus é também misericórdia e a misericórdia de Deus poderá desmentir-te. Lázaro, enfaixado no túmulo, era alguém com atestado de óbito indiscutível, mas Jesus chamou-o a mais amplo aproveitamento das horas, e Lázaro reviveu. Devemos seguir o exemplo de Jesus perante o pai aflito que lhe buscava o concurso fraterno: “E Jesus, tendo ouvido essas palavras, disse ao principal da sinagoga: Não temas, crê somente.” Esta é a segurança que o Mestre nos concede: com ele, não há motivo para temores. Afinal, ele é o Cristo, o amigo maior, orientador supremo e guia seguro. 

Ao pronunciar as palavras “não temas” é como se ele pedisse para não colocar obstáculos à manifestação da misericórdia celestial. “Crê somente”, expressão pronunciada em seguida, indica a necessidade de o solicitante elevar o padrão de vibração mental, favorecido pela firme confiança ou fé. E não permitiu que alguém o seguisse, a não ser Pedro, e Tiago, e João, irmão de Tiago. E, tendo chegado à casa do principal da sinagoga, viu o alvoroço e os que choravam muito e pranteavam. E, entrando, disse-lhes: Por que vos alvoroçais e chorais? A menina não está morta, mas dorme. E riam-se dele; porém ele, tendo-os feito sair, tomou consigo o pai e a mãe da menina e os que com ele estavam e entrou onde a menina estava deitada. E, tomando a mão da menina, disse-lhe: Talitá cumi, que, traduzido, é: Menina, a ti te digo: levanta-te. E logo a menina se levantou e andava, pois já tinha doze anos; e assombraram-se com grande espanto ( Mc 5: 37-42). 

O mestre, não há dúvida, [...] ressuscitou a filha de Jairo porque, se não chegasse a tempo, ela iria para a sepultura imediatamente e então morreria. [...] Mas como se deu a cura? Não é difícil explicar pelo Espiritismo. A morte é separação da alma do corpo, devido a deficiência do fluido vital. Assim, nos casos de síncope e catalepsia, há desequilíbrio do fluido vital. Jesus, conhecedor das leis dos fluidos e da natureza humana, pelo seu amplo poder magnético, preencheu a deficiência do fluido na menina, deficiência que proibia o Espírito de agir naturalmente sobre o corpo; equilibrando esse fluido por todo o organismo, restituiu a saúde à paciente; ela pôde tomar posse do seu corpo. 

Não podemos ignorar o ensinamento moral dessa cura. Jesus acalma e estimula fé nos aflitos. Não se aborrece com os incrédulos, ou pessimistas, quando estes zombam ao ouvi-lo afirmar que a garota não estava morta, mas que dormia. Afasta os presentes que alimentavam o clima desarmônico de alvoroço e de desgaste emocional pelo excesso de pranto. Junto com três apóstolos e os pais da enferma, adentra ao local onde a menina estava deitada e realiza a cura. Trata-se de uma situação que merece maiores reflexões. O gesto de solidariedade é sempre bem vindo. As lágrimas são, muitas vezes, manifestações de afeto ou de sentimento. Uma carta-se natural. Entretanto, é preciso saber administrar as emoções para que estas não se transformem em processos de desequilíbrio. No momento da provação é importante buscar o conforto na oração, apoiar-se no amor de Jesus e do Pai Celestial, a fim de que a dor não resulte em lamentações e queixas, sempre improdutivas e perturbadoras. É fundamental acreditar no Supremo Bem. 

Jesus ressuscitando Lázaro, a filha de Jairo e o filho da viúva de Naim, teve em mira promover ressurreições de almas. Operava milagres como meio de atingir um fim: ressuscitar Espíritos mortos, sepultados em túmulos de carne. Tal é o que de fato o interessava.  “Ressuscitar Espíritos mortos, sepultados em túmulos de carne”, significa dizer que há muita gente doente perambulando pelo mundo. Em geral, não padecem de males físicos, mas enfermidades morais. De sorte que as curas realizadas por Jesus visavam, também, a cura espiritual, causa das enfermidades físicas. Novos elementos emergem na continuidade do texto: “Mas ele, pegando-lhe na mão, clamou, dizendo: Levanta-te, menina, e o seu Espírito voltou, e ela logo se levantou e andou”. E todos ficaram maravilhados. Tais fatos evidenciam atitudes que envolvem, não apenas interesse do Mestre em operar no bem, mas, ainda, aspectos de consideração, de envolvimento afetivo e de respeito. A atitude de Jesus: “pegando-lhe na mão” indica muito mais que força e providência terapêuticas. Define aproximação e segurança à paciente. Tal gesto, o de “segurar a mão”, não se restringe a mero contato fisico, mas uma forma de garantir envolvimento, proteção, apoio. 

Em seguida, vemos o comando de Jesus associado à sua autoridade, atitudes que lhe atestam a elevada hierarquia espiritual. A frase “levanta-te menina” é mais do que simples ordenação, mas um afirmação imperativa, necessária à postura positiva que o Espírito enfermo deveria tomar para livrar-se daquela situação. Os fatos tomam dimensões ampliadas, atingido o Espírito que se encontrava desdobrado, parcialmente desligado do corpo físico, fora do estado normal de consciência. E, como o corpo encontrava-se em condições de continuar servir ao Espírito, este foi reintegrado à vestimenta física, claramente expressa neste registro: “E logo a menina se levantou e andava, pois já tinha doze anos”. No sentido mais amplo, podemos afirmar que todos os que se encontram “mortos” para a realidade espiritual, podem, em determinado momento, por si mesmos ou por intercessão de um Espírito amigo, ouvir o chamamento do Cristo, despertando-se para a vida. É também neste sentido que Paulo exclama: “Desperta, ó tu que dormes, e levanta-te dentre os mortos, e Cristo te esclarecerá” (Efésios, 5;14). Sendo assim, é necessário que a pessoa acorde para a vida. «A criatura necessita indagar de si mesma o que faz, o que deseja, a que propósitos atende e a que finalidades se destina.» 

O episódio da cura da filha de Jairo encerra inestimável lição de despertamento espiritual, não só para as conquistas facultadas pela reencarnação, mas a respeito da conscientização moral, ambas necessárias ao progresso do  Espírito imortal. Há milhares de companheiros nossos que dormem, indefinidamente, enquanto se alonga debalde para eles o glorioso dia de experiência sobre a Terra. Percebem vagamente a produção incessante da Natureza, mas não se recordam da obrigação de algo fazer em benefício do progresso coletivo. Diante da árvore que se cobre de frutos ou da abelha que tece o favo de mel, não se lembram do comezinho dever de contribuir para a prosperidade comum. De maneira geral, assemelham-se a mortos preciosamente adornados. Chega, porém, um dia em que acordam e começam a louvar o Senhor, em êxtase admirável... Isso, no entanto, é insuficiente. Há muitos irmãos de olhos abertos, guardando, porém, a alma na posição horizontal da ociosidade. É preciso que os corações despertos se ergam para a vida, se levantem para trabalhar na sementeira e na seara do bem, a fim de que o Mestre os ilumine. Esforcemo-nos por alertar os nossos companheiros adormecidos, mas não olvidemos a necessidade de auxiliá-los no soerguimento." -( FEB - EADE )- 





Estudo do Livro dos Espíritos






534. Será por influência de algum Espírito que, fatalmente, a realização dos nossos projetos parece encontrar obstáculos? 

“Algumas vezes é isso efeito da ação dos Espíritos; muito mais vezes, porém, é que andais errados na elaboração e na execução dos vossos projetos. Muito influem nesses casos a posição e o caráter do indivíduo. Se vos obstinais em ir por um caminho que não deveis seguir, os Espíritos nenhuma culpa têm dos vossos insucessos. Vós mesmos vos constituís em vossos maus gênios.”




Que a graça e a paz sejam conosco!

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