segunda-feira, 17 de outubro de 2016

As Cruzadas


“Porque  com  a  mesma  medida  com  que  medirdes  também vos medirão.” - Jesus - ( Lucas, 6: 38 )  




Amados irmãos, bom dia!
"Em torno de teus passos, a paisagem que te abriga será sempre em tua apreciação aquilo que pensas dela, porque com a mesma medida que aplicares à Natureza, obra viva de Deus, a Natureza igualmente te medirá." -( Pão Nosso - Chico Xavier / Emmanuel )-








As Cruzadas, tradicionalmente, são conhecidas como expedições de caráter militar, mas que foram organizadas pela Igreja, com o objetivo de combaterem os inimigos do Cristianismo. Esse movimento teve início no final do século XI e se estendeu até meados do século XIII. 

Os Espíritos superiores relatam que esse processo começou, na verdade, em séculos anteriores em que a vaidade e o orgulho contaminaram os responsáveis pelo Catolicismo. Em todo o século VI, de acordo com as deliberações efetuadas no plano invisível, aparecem grandes vultos de sabedoria, contratando a vaidade orgulhosa dos bispos católicos, que em vez de herdarem os tesouros da humildade e amor do Crucificado, reclamam para si a vida suntuosa, as honrarias e prerrogativas dos imperadores. Os chefes eclesiásticos, guindados à mais alta preponderância política, não se lembravam da pobreza e da simplicidade apostólica, nem das palavras do Messias, que afirmara não ser o seu reino ainda deste mundo.

O movimento cristão passa então a contar com uma série de modificações, fundamentadas nas interpretações pessoais dos padres que procuravam adequar a religião cristã aos seus interesses.

O Cristianismo [...] não aparecia com aquela mesma humildade de outros tempos. Suas cruzes e cálices deixavam entrever a cooperação do ouro e das pedrarias, mal lembrando a madeira tosca, da época gloriosa das virtudes apostólicas. Seus concílios, como os de Niceia, Constantinopla, Éfeso e Calcedônia, não eram assembleias que imitassem as reuniões plácidas e humildes da Galileia. A união com o Estado era motivo para grandes espetáculos de riqueza e de vaidade orgulhosa, em contraposição com os ensinos daquele que não possuía uma pedra para repousar a cabeça dolorida. As autoridades eclesiásticas compreendem que é preciso fanatizar o povo, impondo-lhe suas ideias e suas concepções, e, longe de educarem a alma das massas na sublime lição do Nazareno, entram em acordo com a sua preferência pelas solenidades exteriores, pelo culto fácil do mundo externo, tão do gosto dos antigos romanos pouco inclinados às indagações transcendentes.

Dessa forma, com a expansão muçulmana, entre 622–1089, iniciam-se as Cruzadas, guerra religiosa estabelecida para combater, inicialmente, os seguidores do Islã, mas que atingiu todos os povos não cristãos, cognominados infiéis. As cruzadas foram em número de oito. A primeira, decidida no Concílio de Clemont, sob a direção do papa Urano II, em abril de 1096, foi comandada por Pedro, o Eremita, e Gautier Sans Avoir, produzindo o massacre dos judeus na Renânia. A segunda, realizada em 14 de dezembro de 1145, por ordem do papa Eugénio III, é coordenada pelo rei da França Luis VII e pelo imperador alemão Conrado III. Surge a figura muçulmana de Saladino, que muito trabalho deu aos cruzados. A terceira Cruzada foi organizada em 1188, por Frederico Barba-Roxa, imperador alemão, Filipe Augusto, rei de França, e Ricardo Coração de Leão, rei da Inglaterra, a pedido do papa Gregório VIII. A quarta Cruzada, proclamada em 1198 pelo papa Inocêncio III, é dirigida por Bonifácio I de Montferrat e Balduíno IX de Flandres. A quinta Cruzada inicia-se em 1215, após apelo do papa Inocêncio III, no quarto concílio de Latrão. Foi dirigida por João de Brienne, rei de Jerusalém e André II, rei da Hungria. A sexta Cruzada, sob o domínio do papa Gregório IX, começa em novembro de 1225, tendo como comandante o imperador Frederico II, de Hohenstaufen. A sétima Cruzada é decidida no concílio de Lyon, em 1248, e tem o comando do rei francês Luís IX (São Luis). A última Cruzada, iniciada em março de 1270 , também é comandada por Luís IX, mas o exército cruzado, em três meses, é arrasado pela peste, e o que sobrou, foi dizimado por uma tempestade.

A igreja de Roma [...] herdando os costumes romanos e suas disposições multisseculares, procurou um acordo com as doutrinas consideradas pagãs, pela posteridade, modificando as tradições puramente cristãs, adaptando textos, improvisando novidades injustificáveis e organizando, finalmente, o Catolicismo sobre os escombros da doutrina deturpada. [...] É assim que aparecem novos dogmas, novas modalidades doutrinárias, o culto dos ídolos nas igrejas, as espetaculosas festas do culto externo, copiados quase todos os costumes da Roma anticristã." -( FEB - EADE )-





Estudo do Livro dos Espíritos






259. Do fato de pertencer ao Espírito a escolha do gênero de provas que deva sofrer, seguir-se-á que todas as tribulações que experimentamos na vida nós as previmos e buscamos? 

“Todas, não, porque não escolhestes e previstes tudo o que vos sucede no mundo, até às mínimas coisas. Escolhestes apenas o gênero das provações. As particularidades correm por conta da posição em que vos achais; são, muitas vezes, consequências das vossas próprias ações. Escolhendo, por exemplo, nascer entre malfeitores, sabia o Espírito a que arrastamentos se expunha; ignorava, porém, quais os atos que viria a praticar. Esses atos resultam do exercício da sua vontade, ou do seu livre-arbítrio. Sabe o Espírito que, escolhendo tal caminho, terá que sustentar lutas de determinada espécie; sabe, portanto, de que natureza serão as vicissitudes que se lhe depararão, mas ignora se se verificará este ou aquele êxito. Os acontecimentos secundários se originam das circunstâncias e da força mesma das coisas. Previstos só são os fatos principais, os que influem no destino. Se tomares uma estrada cheia de sulcos profundos, sabes que terás de andar cautelosamente, porque há muitas probabilidades de caíres; ignoras, contudo, em que ponto cairás e bem pode suceder que não caias, se fores bastante prudente. Se, ao percorreres uma rua, uma telha te cair na cabeça, não creias que estava escrito, segundo vulgarmente se diz.”




Que a graça e a paz sejam conosco!

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