"Não vos comuniqueis com as obras infrutuosas das trevas." - Paulo - ( Efésios, 5: 11 )
Amados irmãos, bom dia!
"Entregues às obras infrutuosas da incompreensão, pela simples má-vontade pode o homem rolar indefinidamente ao precipício as trevas." -( O Pão Nosso - Chico Xavier / Emmanuel )-
"Se, por um lado a integração do Cristianismo ao Estado livrara
os cristãos das perseguições, por outro obrigava a igreja cristã a fazer
concessões políticas que, como sabemos, se responsabilizaram pela
desconfiguração da mensagem cristã.
As fronteiras ideológicas do Cristianismo tornavam-se frágeis e se
diluíam em tendências heterogêneas. Estas, ao se afirmarem, criaram
uma confrontação inevitável entre as múltiplas interpretações
doutrinárias e as várias tradições cristãs. Como todas as correntes
reivindicavam a legitimidade apostólica, tratava-se de definir o que
estaria de acordo ou contra a pregação tradicional dos Apóstolos. Essa
confrontação veio a caracterizar a divisão entre elementos ortodoxos
e heterodoxos no pensamento cristão elaborado.
No final do século I, a própria constituição da Igreja modificara-se substancialmente e as primeiras formas litúrgicas aparecem, assim
como o ascetismo e o legalismo. Nesse mesmo período, a Igreja estava
presente na Ásia Menor, na Síria, na Macedônia, na Grécia, em Roma
e talvez no Egito. Se por um lado o Cristianismo se expandia geograficamente
através da vivência das igrejas organizadas, por outro perdia
em profundidade [...].
O ascetismo, entendido como uma prática filosófica ou religiosa,
de desprezo ao corpo e às sensações corporais, e que tende a
assegurar, pelos sofrimentos físicos, o triunfo do Espírito sobre os
instintos e as paixões, revelou-se como uma forma deprimente de viver
o Cristianismo. O ascetismo, surgido na igreja primitiva, serviu de base
para o monasticismo, estabelecido nos séculos posteriores. “Por trás
do movimento monástico, achava-se o zeloso cristão empenhando-se
fervorosamente para conseguir a união de sua alma com Deus [...].” O ascetismo preconizava, e preconiza, uma vida solitária, de
completa renúncia às atividades existentes no mundo material, e
aceitação voluntária de privações e sofrimentos.
O [...] impulso para o ascetismo e o monasticismo não é peculiar
ao Cristianismo [igrejas cristãs]. Aparece em outras religiões, tanto
antes como depois do tempo de Cristo, e entre alguns indivíduos que
não professam qualquer religião. No terceiro e quarto séculos, outras
influências deram acrescida força ao impulso para o ascetismo e o
monasticismo e levaram esses ideais a uma realização prática. Uma
delas foi a influência das filosofias dualistas do gnosticismo e do
neoplatonismo [...].
O legalismo é definido como um conjunto de regras ou preceitos
rigorosos que contrariam a vivência pura e simples de qualquer
interpretação religiosa, inclusive a cristã. O legalismo, em qualquer época, representa uma forma de escravidão, que conduz ao fanatismo,
e, sobretudo, afasta o homem da prática da caridade. A seguinte passagem
do Evangelho mostra o que Jesus tinha a dizer sobre o legalismo
judaico: “partindo dali, entrou na sinagoga deles. Ora, ali estava um
homem com a mão atrofiada. Então lhe perguntaram, a fim de acusá-lo:
é lícito curar nos sábados?” Jesus respondeu: “quem haverá dentre vós
que, tendo uma ovelha, e caindo ela numa cova em dia de sábado, não
vai apanhá-la e tirá-la dali? Ora, um homem vale muito mais do que
uma ovelha! Logo, é lícito fazer bem aos sábados” (Mateus, 12:9-12).
A hegemonia da Igreja de Roma, em relação à de Constantinopla,
concedeu àquela poder suficiente para se transformar numa monarquia
papal. Se na Idade Antiga os principais acontecimentos da história
da Igreja se deram no Mediterrâneo e no Oriente, na Idade Média os
centros mais importantes localizam-se na Itália, França, Inglaterra e
Alemanha. A razão histórica é a invasão islâmica no mediterrâneo e
a adoção do Cristianismo pelos povos germânicos e eslavos.
Em consequência, surgem no campo doutrinário sérias deturpações
da mensagem cristã pela incorporação de rituais pagãos, de
preceitos filosóficos e de deliberações conciliares, de natureza cada vez
mais políticas e menos evangélicas.
Os principais desvios ocorridos
na igreja primitiva foram:
» Trindade divina: é uma crença de que Deus é formado por uma trindade
representada como o Pai, o Filho e o Espírito Santo, sendo cada
uma expressão da perfeição.
» A natureza divina e humana de Jesus: como homem, Jesus era filho
de uma virgem e padeceu os martírios da crucificação. Como Deus,
ofereceu-se em sacrifício para redimir os homens dos seus pecados.
» Fora da Igreja não há salvação: todos os cristãos são membros de uma
só Igreja, que está sob a guarda divina. Revela nítido conflito com o
ensinamento de Jesus, fielmente interpretado por Paulo: “Fora da
caridade não há salvação” (1 Coríntios, 13:1-7,13).
Enquanto a máxima — Fora da caridade não há salvação — assenta
num princípio universal e abre a todos os filhos de Deus acesso à
suprema felicidade, o dogma — Fora da Igreja não há salvação — se
estriba, não na fé fundamental em Deus e na imortalidade da alma,
fé comum a todas as religiões, porém “numa fé especial”, em “dogmas
particulares”; é exclusivo e absoluto. Longe de unir os filhos de Deus, separa-os; em vez de incitá-los ao amor de seus irmãos, alimenta e
sanciona a irritação entre sectários dos diferentes cultos [...].
Emmanuel conclui, destacando o sublime consolo que a Humanidade
encontra no Evangelho de Jesus.
O Evangelho do divino Mestre ainda encontrará, por algum tempo, a
resistência das trevas. A má-fé, a ignorância, a simonia, o império da
força conspirarão contra ele, mas tempo virá em que a sua ascendência
será reconhecida. Nos dias de flagelo e de provações coletivas, é para
a sua luz eterna que a Humanidade se voltará, tomada de esperança.
Então, novamente se ouvirão as palavras benditas do Sermão da
Montanha e, através das planícies, dos montes e dos vales, o homem
conhecerá o caminho, a verdade e a vida." -( FEB - EADE )-
Estudo do Livro dos Espíritos
254. E a fadiga, a necessidade de repouso, experimentam-nas?
“Não podem sentir a fadiga, como a entendeis; conseguintemente,
não precisam de descanso corporal, como vós,
pois que não possuem órgãos cujas forças devam ser reparadas.
O Espírito, entretanto, repousa, no sentido de não
estar em constante atividade. Ele não atua materialmente.
Sua ação é toda intelectual e inteiramente moral o seu repouso.
Quer isto dizer que momentos há em que o seu pensamento
deixa de ser tão ativo quanto de ordinário e não se
fixa em qualquer objeto determinado. É um verdadeiro repouso,
mas de nenhum modo comparável ao do corpo. A
espécie de fadiga que os Espíritos são suscetíveis de sentir
guarda relação com a inferioridade deles. Quanto mais
elevados sejam, tanto menos precisarão de repousar.”
Que a graça e a paz sejam conosco!
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