domingo, 30 de outubro de 2016

Os reformadores protestantes


“E, pondo-­a no meio, disseram-­lhe: Mestre, esta mulher  foi apanhada, no próprio ato, adulterando.” -( João, 8:4 )- 




Amados irmãos, bom dia!
"A atitude do Mestre, naquela hora, caracterizou­-se por infinita sabedoria e inexcedível amor. Jesus não podia centralizar o  peso  da culpa na mulher  desventurada e, deixando perceber o erro geral, indagou  dos que se achavam sem pecado. Entre as reflexões que a narrativa sugere, identificamos a do  errôneo  conceito de adultério unilateral." -( Pão Nosso - Chico Xavier / Emmanuel )-








"Martinho Lutero Fundador da Igreja Luterana, nasceu em Eisleben a 10 de novembro de 1483, na Turíngia, desencarnando em 1546. Seus pais, Hans Luther e Margaret Ziegler [...] eram gente modesta do campo, embora livres, vindo de Möhra, na Turíngia. [...] Lutero nunca se envergonhou de seus antecedentes sociais; ao contrário, falava com orgulho de seus ancestrais camponeses. Gente sólida, física e moralmente, algo rude, de uma religiosidade firme, mas não especulativa.

Por ser de família católica, assim que nasceu foi batizado na igreja chamada “Peter-Paulkirche’’, Igreja de São Pedro e São Paulo.  Durante [...] 13 anos, Martim viveu com os seus em Mansfeld, onde iniciou seus estudos ainda bem jovem. [...] A disciplina era rigorosa, mais do que o currículo, pois os mestres jamais hesitaram em usar a vara para castigar as menores faltas [...]. Aos 14 anos [...] foi enviado a Magdeburg, pois já havia esgotado os recursos dos currículos disponíveis em Mansfeld, e seu pai queria fazer dele um sábio. As [...] dificuldades financeiras eram muitas e o menino frequentemente ia de porta em porta, cantando em companhia de seus colegas, para ganhar um pão aqui e ali. No ano seguinte, regressou a casa. Dias depois, seguia para Eisenach, onde se matriculou na escola de São Jorge. [...] Lutero era estudioso e teve ali bons mestres.

Concluídos os estudos e devido a inteligência que Lutero revelava, foi encaminhado à universidade. De Eisenach Lutero foi enviado à Universidade de Erfurt [...]. A faculdade era das mais importantes e bem reputadas da Alemanha. [...] Estudava sem parar e só deixava as salas de aula para dirigir-se à biblioteca. Leu os clássicos, meditou e absorveu tudo quanto podia reter sua memória fabulosa. Ao cabo de um ano, em 1502, recebeu o primeiro grau acadêmico, o bacharelado em filosofia. Tinha apenas 19 anos. [...] Era, no entanto, um espírito inquieto e especulativo, que buscava a companhia de homens sérios e instruídos, dos quais pudesse absorver sempre algum conhecimento. 

No terceiro ano de sua vida acadêmica, o jovem [...] Martim descobriu uma velha Bíblia latina na biblioteca. O livro foi uma revelação e um impacto emocional. Lutero havia chegado, afinal, aos textos em torno dos quais toda a sua vida haveria de girar. Só então descobriu que apenas trechos diminutos e escassos eram mencionados nos púlpitos e nas cátedras, enquanto um verdadeiro manancial de ensinamentos e de História permanecia ignorado. Decidiu que haveria de ter sua própria Bíblia para estudo e meditação.

Concluídos os estudos teológicos, Lutero torna-se padre, mas não exerce o ofício. Em 2 de maio de 1507, Lutero foi ordenado sacerdote da Igreja Católica Apostólica Romana (na ordem dos agostinianos). A primeira missa foi um momento de ternura e emoção [...]. No entanto, suas dúvidas estavam longe de serem resolvidas. O próprio ritual da missa deixa-o atônito, ante a facilidade, que raia pelo desrespeito, com que Deus Todo-Poderoso é tratado pelos sacerdotes, que recitam palavras cujo sentido parecem ignorar.

A mente inquiridora de Lutero não conseguia aceitar a forma como o Catolicismo era praticado. No auge dessa crise espiritual que ameaçava precipitá-lo no desespero total, surge o homem que lhe estenderia as mãos generosas: Johannes Von Staupitz, [...]. Ele presidiu a todas as novidades, a todos os primeiros combates da Reforma. Ele buscou Lutero na sua cela, conduziu-o passo a passo no conhecimento do Evangelho, abriu sua alma à verdade, armou-a para a luta, inspirou-lhe um espírito de resistência, contribuiu para fazer dele o homem dessa grande revolução. 

É importante destacar que a noção de purgatório, defendida pela Igreja Católica, somente foi admitida no ano de 593. “O purgatório originou um comércio escandaloso das indulgências, por intermédio das quais se vende a entrada no céu. Este abuso foi a causa primária da Reforma, levando Lutero a rejeitar o purgatório.”  [...] Alguns historiadores enxergavam na sua missão uma simples expressão de despeito dos seus companheiros da comunidade, em face da preferência de Leão X encarregando os dominicanos da pregação das indulgências. A verdade, contudo, é que o humilde filho de Eisleben tornara-se órgão da repulsa geral aos abusos da Igreja, no capítulo da imposição dogmática e da extorsão pecuniária. Os postulados de Lutero constituíram, antes de tudo, modalidade de combate aos absurdos romanos, sem representarem o caminho ideal para as verdades religiosas. Ao extremismo do abuso, respondia com o extremismo da intolerância, prejudicando a sua própria doutrina. Mas o seu esforço se coroou de notável importância para os caminhos do porvir.

A Reforma de Lutero foi um movimento de retorno às fontes primitivas do Cristianismo, cuja pureza se comprometera no cipoal da teologia meramente especulativa, perdendo-se na palavra fria e morta a luz e o calor do espírito vivo.


João Calvino Jurista e teólogo, um dos maiores vultos da Reforma, nasceu em Noyon, França, em 10 de julho de 1509, e morreu em Genebra em 27 de maio de 1564. Tendo ingressado na Universidade de Paris, estudou latim, filosofia e dialética, formando-se em Direito. Homem culto, portador de profundo sentimento moral, autor de livros, Calvino vivia cercado de humanistas e de reformadores, em Paris. 

A conversão de Calvino foi rápida, e se pode atribuir a três causas: o estudo das escrituras, a influência de amigos e os bons exemplos que muitos membros da reforma deram quando perseguidos. Por defender sua ideia, fugiu para Basileia, na Suíça, onde escreveu sua grande obra sobre a reforma: Os estatutos da religião cristã, obra que representa uma espécie de enciclopédia teológica. Passando a viver em Genebra, dedicou-se ao trabalho de explicar as escrituras, reformar o cerimonial do casamento, e de utilizar mais os Salmos nas prédicas. Dentre os reformadores do século XVI (inclusive Lutero), foi Calvino quem mais se destacou como argumentador e conhecedor da Bíblia. As ideias de Calvino fizeram surgir uma reforma na Reforma, denominada presbiterianismo. 


John Knox É conhecido como o reformador da Escócia. Nascido em Haddington, em 1505, cursou universidade em Glasgow. Em 1540 foi ordenado padre. Tomou contato com a Reforma em finais de 1545. O instrumento imediato da sua conversão foi, provavelmente, o erudito reformador George Wishart. Knox seguia-o incansavelmente, levando consigo, segundo dizem, uma espada que ele estaria disposto a usar para defender Wishart. John Knox morreu em 1570, em Edimburgo. 


John Wyclif ou Wycliffe Nasceu em Hipswell, Yorkshire, possivelmente em 1328 e morreu em 31 de dezembro de 1384, perto de Leicester. Foi um teólogo inglês, considerado o precursor da Reforma Protestante no século XIV. Ele iniciou a primeira tradução da Bíblia para o inglês numa edição completa (a Bíblia tinha sido traduzida para o inglês anteriormente, mas por partes). 


Jan Hus ou Huss O famoso reformador da Boêmia (República Tcheca), nasceu em Husinec, a 75 km de Praga, possivelmente a 6 de julho de 1369. Atraído pela profissão clerical, estudou em Praga. Nos seus escritos usava frequentemente citações de Wyclif. Em 1393 fez o bacharelato em letras; em 1394 tornou-se bacharel em Teologia e, em 1396, tornou-se mestre em Teologia. Ordenou-se padre em 1400 e, no ano seguinte, foi nomeado reitor da faculdade de Filosofia de Praga. Exercia também o ofício de pregador na igreja de Belém, em Praga, proferindo sermões em língua tcheca, contrariamente ao usual, em latim. Foi queimado vivo em Constança, a 6 de junho de 1415."  -( FEB - EADE )-





Estudo do Livro dos Espíritos








272. Poderá dar-se que Espíritos vindos de um mundo inferior à Terra, ou de um povo muito atrasado, como os canibais, por exemplo, nasçam no seio de povos civilizados? 

“Pode. Alguns há que se extraviam, por quererem subir muito alto. Mas, nesse caso, ficam deslocados no meio em que nasceram, por estarem seus costumes e instintos em conflito com os dos outros homens.” 

Tais seres nos oferecem o triste espetáculo da ferocidade dentro da civilização. Voltando para o meio dos canibais, não sofrem uma degradação; apenas volvem ao lugar que lhes é próprio e com isso talvez até ganhem.




Que a graça e a paz sejam conosco!

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