terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

Zaqueu o publicano


“E olhai por vós, não aconteça que os vossos corações  se carreguem de glutonaria, de embriaguez e dos cuidados desta  vida, e venha sobre vós de improviso aquele dia.” - Jesus - ( Lucas, 21:34 )




Amados irmãos, bom dia!
"Retire-­se cada um dos excessos na satisfação egoística, fuja ao relaxamento  do dever, alije as inquietações mesquinhas —  e estará preparado à sublime transformação. Em verdade, a Terra não viverá indefinidamente, sem contas; contudo, cada aprendiz do Evangelho deve compreender que o instante da morte do corpo físico é dia de juízo no mundo de cada homem." -( Vinha de Luz - Chico Xavier / Emmanuel )-  






Texto evangélico: 

E, tendo Jesus entrado em Jericó, ia passando. E eis que havia ali um homem, chamado Zaqueu; e era este um chefe dos publicanos e era rico. E procurava ver quem era Jesus e não podia, por causa da multidão, pois era de pequena estatura. E, correndo adiante, subiu a uma figueira brava para o ver, porque havia de passar por ali. E, quando Jesus chegou àquele lugar, olhando para cima, viu-o e disse-lhe: Zaqueu, desce depressa, porque, hoje, me convém pousar em tua casa. E, apressando-se, desceu e recebeu-o com júbilo. E, vendo todos isso, murmuravam, dizendo que entrara para ser hóspede de um homem pecador. E, levantando-se Zaqueu, disse ao Senhor: Senhor, eis que eu dou aos pobres metade dos meus bens; e, se em alguma coisa tenho defraudado alguém, o restituo quadruplicado. E disse-lhe Jesus: Hoje, veio a salvação a esta casa, pois também este é filho de Abraão. Porque o Filho do Homem veio buscar e salvar o que se havia perdido (Lc 19:1-10). 

"O episódio de Zaqueu, relatado pelo evangelista Lucas, nos conduz a significativas reflexões. Por ele compreendemos que há, como sempre houve e haverá, certas almas que se entregam ao mal apenas porque não foram despertadas para o bem; almas que preservam, contudo, alguns escaninhos indenes às misérias e torpezas mundanas, constituindo-se terreno fértil onde a semente dos ideais nobres e generosos pode, a qualquer momento, germinar, florescer e frutificar abundantemente. Zaqueu era uma dessas almas. Arrecadador de impostos, enriquecera ilicitamente e vivia defraudando o próximo com exações e lucros escandalosos, mas, a despeito disso, a doutrina do Mestre encontrara ressonância em seu coração e por isso ardia em desejos de conhecê-lo." -( FEB - EADE )-





Estudo do Livro dos Espíritos






393. Como pode o homem ser responsável por atos e resgatar faltas de que se não lembra? Como pode aproveitar da experiência de vidas de que se esqueceu? Concebe-se que as tribulações da existência lhe servissem de lição, se se recordasse do que as tenha podido ocasionar. Desde que, porém, disso não se recorda, cada existência é, para ele, como se fosse a primeira e eis que então está sempre a recomeçar. Como conciliar isto com a justiça de Deus? 

“Em cada nova existência, o homem dispõe de mais inteligência e melhor pode distinguir o bem do mal. Onde o seu mérito se se lembrasse de todo o passado? Quando o Espírito volta à vida anterior (a vida espírita), diante dos olhos se lhe estende toda a sua vida pretérita. Vê as faltas que cometeu e que deram causa ao seu sofrer, assim como de que modo as teria evitado. Reconhece justa a situação em que se acha e busca então uma existência capaz de reparar a que vem de transcorrer. Escolhe provas análogas às de que não soube aproveitar, ou as lutas que considere apropriadas ao seu adiantamento e pede a Espíritos que lhe são superiores que o ajudem na nova empresa que sobre si toma, ciente de que o Espírito, que lhe for dado por guia nessa outra existência, se esforçará pelo levar a reparar suas faltas, dando-lhe uma espécie de intuição das em que incorreu. Tendes essa intuição no pensamento, no desejo criminoso que freqüentemente vos assalta e a que instintivamente resistis, atribuindo, as mais das vezes, essa resistência aos princípios que recebestes de vossos pais, quando é a voz da consciência que vos fala. Essa voz, que é a lembrança do passado, vos adverte para não recairdes nas faltas de que já vos fizestes culpados. Em a nova existência, se sofre com coragem aquelas provas e resiste, o Espírito se eleva e ascende na hierarquia dos Espíritos, ao voltar para o meio deles.” 

Não temos, é certo, durante a vida corpórea, lembrança exata do que fomos e do que fizemos em anteriores existências; mas temos de tudo isso a intuição, sendo as nossas tendências instintivas uma reminiscência do passado. E a nossa consciência, que é o desejo que experimentamos de não reincidir nas faltas já cometidas, nos concita à resistência àqueles pendores.




Que a graça e a paz sejam conosco!

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

Aprendendo com os fatos cotidianos


“Porque  o  Senhor  corrige  ao  que  ama  e  açoita  a  qualquer que recebe por filho.”  - Paulo - ( Hebreus, 12:6 )




Amados irmãos, bom dia!
"Quando os discípulos do Evangelho começam a entender o valor  da corrigenda, eleva-­se-­lhes a mente a planos mais altos da vida. O homem renovado e convertido a Jesus, porém, é o filho do céu, colocado  entre as zonas inferiores e superiores do caminho  evolutivo. Nele, o trabalho de iluminação e aperfeiçoamento é incessante; deve, portanto, ser o primeiro a receber  as corrigendas do Senhor e os açoites da retificação paterna. Se te encontras, pois, mais perto do Pai, aprende a compreender o amor da educação divina." -( Vinha de Luz - Chico Xavier / Emmanuel )-  






João Batista


Texto evangélico: 

E, naqueles dias, apareceu João Batista pregando no deserto da Judeia e dizendo: Arrependei-vos, porque é chegado o reino dos Céus. Porque este é o anunciado pelo profeta Isaías, que disse: Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas (Mt 3:1-3). 

E eu, em verdade, vos batizo com água, para o arrependimento; mas aquele que vem após mim é mais poderoso do que eu; não sou digno de levar as suas sandálias; ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo. (Mt 3:11).


Interpretação do texto evangélico: 

"João Batista é conhecido como o precursor, aquele que viria antes de Jesus a fim de lhe preparar o caminho. Foi ele quem batizou o Mestre e o designou como Messias. Vestido de peles e alimentando-se de mel selvagem, esclarecendo com energia e deixando-se degolar em testemunho à Verdade, ele precedeu a lição da misericórdia e da bondade. O Mestre dos mestres quis colocar a figura franca e áspera do seu profeta no limiar de seus gloriosos ensinos e, por isso, encontramos em João Batista um dos mais belos de todos os símbolos imortais do Cristianismo. [...] João era a verdade, e a verdade, na sua tarefa de aperfeiçoamento, dilacera e magoa, deixando-se levar aos sacrifícios extremos.

João Batista foi o grande missionário de Jesus, porque o “[...] verdadeiro missionário de Deus tem de justificar, pela sua superioridade, pelas suas virtudes, pela grandeza, pelo resultado e pela influência moralizadora de suas obras, a missão de que se diz portador.”

Historicamente, ele é conhecido como primo de Jesus, filho de Zacarias e Isabel, nascido em circunstâncias extraordinárias, em decorrência da gravidez de sua mãe em idade avançada. João Batista foi a voz clamante do deserto. Operário da primeira hora, é ele o símbolo da verdade que arranca as mais fortes raízes do mundo, para que o reino de Deus prevaleça nos corações. Exprimindo a austera disciplina que antecede a espontaneidade do amor, a luta para que se desfaçam as sombras do caminho, João é o primeiro sinal do cristão ativo, em guerra com as próprias imperfeições do seu mundo interior, a fim de estabelecer em si mesmo o santuário de sua realização com o Cristo. Foi por essa razão que dele disse Jesus: “Dos nascidos de mulher, João Batista é o maior de todos”.

Ele representa aqueles que estão empenhados na luta pela reeducação espiritual, sob o império da lei de causa e efeito. São conhecidos como legalistas da Lei de Deus que, se adotam posturas extremadas, transformam-se em fanáticos e exageradamente ortodoxos. O primeiro texto evangélico (Mt 3:1-3) nos informa que durante a pregação, João Batista estimulava a multidão a arrepender-se, “porque é chegado o reino dos Céus.” O arrependimento é, pois, a base da melhoria espiritual. Para que cada qual trabalhe na sua purificação, reprima as más tendências e domine as paixões, preciso se faz que abdique das vantagens imediatas em prol do futuro, visto como, para identificar-se com a vida espiritual, encaminhando para ela todas as aspirações e preferindo-a à vida terrena, não basta crer, mas compreender. Devemos considerar essa vida debaixo de um ponto de vista que satisfaça ao mesmo tempo à razão, à lógica, ao bom senso e ao conceito que temos da grandeza, da bondade e da justiça de Deus.

Sabemos que sem o arrependimento não ocorre a regeneração do Espírito. É necessário reconhecer as faltas cometidas e se preparar para repará-las. Neste sentido esclarece Emmanuel: O remorso é a força que prepara o arrependimento, como este é a energia que precede o esforço regenerador. Choque espiritual nas suas características profundas, o remorso é o interstício para a luz, através do qual recebe o homem a cooperação indireta de seus amigos do Invisível, a fim de retificar seus desvios e renovar seus valores morais, na jornada para Deus.

Até João Batista, a tentativa de se obter paz interior estava relacionada às obrigações religiosas ou às manifestações de culto externo: sacrifícios, holocaustos, oferendas, santificação do sábado etc. Com Jesus, verificamos que Deus não está assentado no altar dos templos religiosos. Mas que se encontra em todo o universo e no âmago do ser humano. O “Reino”, de que o versículo 2 de Mateus faz alusão, tem significado bem diverso daquele que era apregoado pelo Judaísmo, como bem nos esclarece o evangelista Lucas: “O reino de Deus não vem com aparência exterior. Nem dirão: Ei-lo aqui! Ou: Ei-lo ali! Porque eis que o reino de Deus está entre vós” (Lc 17:20-21). 

João preparava o caminho para que Jesus pudesse nos fornecer a chave do reino dos Céus, e nos ensinasse as diretrizes para o alcance da harmonia pessoal, estabelecendo o reino de Deus no coração. João Batista pregava o advento do reino dos Céus com ardor, usando de todo o poder de convencimento que possuía. A mente, como não ignoramos, é o incessante gerador de força, através dos fios positivos e negativos do sentimento e do pensamento, produzindo o verbo que é sempre uma descarga eletromagnética, regulada pela voz. Por isso mesmo, em todos os nossos campos de atividade, a voz tonaliza a exteriorização, reclamando apuro de vida interior uma vez que a palavra, depois do impulso mental, vive na base da criação; é por ela que os homens se aproximam e se ajustam para o serviço que lhes compete e, pela voz, o trabalho pode ser favorecido ou retardado, no espaço e no tempo.

Preparar o caminho do Senhor, endireitando as suas veredas, conforme assinala o registro do evangelista (Mt 3:3), tem significado especial. O homem bem-intencionado refletirá intensamente em melhores caminhos, alimentando de ideais superiores e inclinando-se à bondade e à justiça. [...] É necessário meditar no bem; todavia é imprescindível executá-lo. A Providência divina cerca a estrada das criaturas com o material de edificação eterna, possibilitando-lhes a construção das “veredas direitas” [...]. Semelhante realização por parte do discípulo é indispensável, porquanto, em torno dos seus caminhos, seguem os que manquejam. Os prisioneiros da ignorância e da má-fé arrastam-se, como podem, nas margens do serviço de ordem superior [...]. Somente aqueles que constroem estradas retas escapam-lhes aos assaltos sutis, defendendo-se e oferecendo-lhes também novas bases a fim de que se não desviem inteiramente dos divinos desígnios.

No segundo texto de Mateus (capítulo 3, versículo 11), lemos que João Batista batiza com água as pessoas que desejam ser convertidas, atendendo ao rito judaico. Sabemos, hoje, que tal simbolismo é dispensável, uma vez que a verdadeira conversão ocorre no íntimo do ser. Esclarece Emmanuel que os “[...] espiritistas sinceros, na sagrada missão de paternidade, devem compreender que o batismo, aludido no Evangelho, é o da invocação das bênçãos divinas [...]”. No Espiritismo não há batismo ou outro ritual de qualquer espé- cie. Jesus veio em seguida à pregação de João Batista, oferecendo-nos o seu Evangelho de luz e amor. A [...] Providência divina movimentou todos os recursos indispensáveis ao progresso material do homem físico na Terra, o Evangelho de Jesus é a dádiva suprema do Céu para a redenção do homem espiritual, em marcha para o amor e sabedoria universais. [...] O Evangelho é o roteiro para a ascensão de todos os Espíritos em luta, o aprendizado na Terra para os planos superiores do ilimitado. De sua aplicação decorre a luz do Espírito. 

No turbilhão das tarefas de cada dia, lembrai a afirmativa do Senhor: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida”. Se vos cercam as tentações de autoridade e poder, de fortuna e inteligência, recordai ainda as suas palavras: “Ninguém pode ir ao Pai senão por mim.” E se vos sentis tocados pelo sopro frio da adversidade e da dor, se estais sobrecarregados de trabalhos no mundo, buscai ouvi-lo sempre no imo da alma: “Quem deseje encontrar o reino de Deus tome a sua cruz e siga os meus passos”.

À medida em que o ser avança sob a inspiração do Alto, vai alcançando novos aprendizados, propiciados pela fieira das reencarnações. Aprende a santificar as suas experiências cotidianas sob o “batismo” transformador da mensagem do Cristo. Neste sentido, nos esclarece a Doutrina Espírita: “Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral e pelos esforços que emprega para domar suas inclinações más”.

O espírita, inspirado pelas orientações do evangelho, explicadas pelos postulados do Espiritismo compreende, então, que é pela caridade que o ser se transforma, ascendendo a planos evolutivos superiores. A caridade é a virtude fundamental sobre que há de repousar todo o edifício das virtudes terrenas. Sem ela não existem as outras. Sem a caridade não há esperar melhor sorte, não há interesse moral que nos guie [...]. A caridade é, em todos os mundos, a eterna âncora de salvação; é a mais pura emanação do próprio Criador; é a sua própria virtude, dada por Ele à criatura.

O precursor nos oferece exemplo de transformação moral, obtido sob os ditames da vontade disciplinada, corretamente administrada.  O amor-próprio, o brio, o caráter e a honra deveriam ser traços do aperfeiçoamento espiritual e nunca demonstrações de egoísmo, de vaidade e orgulho, quais se manifestam, comumente, na Terra. Quando o homem se cristianizar, compreendendo essas posições morais no seu verdadeiro prisma, não mais se verificará qualquer colisão entre os acontecimentos da existência comum e os seus conhecimentos do Evangelho, porquanto o seu esforço será sempre o da cooperação sincera a favor do reerguimento e da elevação espiritual dos semelhantes." -( FEB - EADE )-





Estudo do Livro dos Espíritos






ESQUECIMENTO DO PASSADO 

392. Por que perde o Espírito encarnado a lembrança do seu passado? 

“Não pode o homem, nem deve, saber tudo. Deus assim o quer em sua sabedoria. Sem o véu que lhe oculta certas coisas, ficaria ofuscado, como quem, sem transição, saísse do escuro para o claro. Esquecido de seu passado ele é mais senhor de si.”




Que a graça e a paz sejam conosco!

domingo, 26 de fevereiro de 2017

E ficaram cheios de furor


“Holocaustos e oblações pelo pecado não te agradaram.”  - Paulo -  ( Hebreus, 10:6 )




Amados irmãos, bom dia!
"É certo que todo trabalho sincero de adoração espiritual nos levanta a alma, elevando-­nos os sentimentos. A oração refrigera, alivia, exalta, esclarece, eleva, mas, sobretudo, afeiçoa o  coração ao  serviço  divino. Não olvidemos, porém, de que os atos íntimos e profundos da fé são necessários e úteis a nós próprios. Nos teus dias de luta, portanto, faze os votos e promessas que forem de teu  agrado e proveito, mas não te esqueças da ação e da renovação aproveitáveis na obra divina do mundo e sumamente agradáveis aos olhos do Senhor." -( Vinha de Luz - Chico Xavier / Emmanuel )- 






E ficaram cheios de furor, e uns com os outros conferenciavam sobre o que fariam a Jesus (Lc 6:11). 

A oportunidade oferecida por Jesus foi perdida, pois os doutores da Lei não souberam ou não quiseram aproveitar lição. O jogo das conveniências falou mais alto, como demonstra este versículo, o último do texto, ora analisado: “E ficaram cheios de furor, e uns com os outros conferenciavam sobre o que fariam a Jesus”. Todos os reformadores deparam com objeções por parte dos que comprazem na ignorância e dos que tiram proveito do estado de ignorância em que se encontra a humanidade. Esses lutam sempre contra os espíritos nobres que se encarnam na Terra, para melhorarem as condições em que vivem os irmãos menores. 

Árduo é o trabalho dos que aqui vierem para indicar aos povos novos rumos de progresso, trazendo-lhe novos ensinamentos e revelando-lhes novas leis espirituais. Nesse versículo vemos que os beneficiados pela ignorância em que jazia o povo, percebendo que os ensinamentos de Jesus feriam os seus interesses, começam a conspirar contra Ele.

Da mesma forma acontece nas fileiras espíritas, onde encontramos os intransigentes que combatem as boas ideias ou resoluções de almas dedicadas por contrariarem os seus interesses. Nesse particular vem em nosso socorro a assertiva de Jesus: “Olhai, vigiai e orai” (Mc 13:33)." -( FEB - EADE )-





Estudo do Livro dos Espíritos






391. A antipatia entre duas pessoas nasce primeiro na que tem pior Espírito, ou na que o tem melhor? 

“Numa e noutra indiferentemente, mas distintas são as causas e os efeitos nas duas. Um Espírito mau antipatiza com quem quer que o possa julgar e desmascarar. Ao ver pela primeira vez uma pessoa, logo sabe que vai ser censurado. Seu afastamento dessa pessoa se transforma em ódio, em inveja e lhe inspira o desejo de praticar o mal. O bom Espírito sente repulsão pelo mau, por saber que este o não compreenderá e porque díspares dos dele são os seus sentimentos. Entretanto, consciente da sua superioridade, não alimenta ódio, nem inveja contra o outro. Limita-se a evitá-lo e a lastimá-lo.”




Que a graça e a paz sejam conosco!

sábado, 25 de fevereiro de 2017

Estende a mão


“Porfiai  por  entrar  pela  porta  estreita,  porque  eu  vos  digo que muitos procurarão entrar, e não poderão.”  - Jesus - ( Lucas, 13:24 )




Amados irmãos, bom dia!
"Antes da reencarnação necessária ao progresso, a alma estima na “porta estreita” a sua oportunidade gloriosa nos círculos carnais. Reconquistando, porém, a oportunidade da existência terrestre, volta a procurar as “portas largas” por onde transitam as multidões. Rogaram a “porta estreita” e receberam­-na, entretanto, recuaram no instante do serviço justo. E porque se acomodaram muito bem nas “portas largas”, volvem a integrar as fileiras ansiosas daqueles que procuram entrar, de novo, e não conseguem." -( Vinha de Luz - Chico Xavier / Emmanuel )- 






E, olhando para todos ao redor, disse ao homem: Estende a mão. E ele assim o fez, e a mão lhe foi restituída sã como a outra (Lc 6:10). 

"Deduzimos que a mão seca era uma atrofia provocada por ação obsessiva, não por manifestação da lei de causa e efeito. Cessada a ação obsessiva, afastada por Jesus, a mão ficou sã. Os obsessores conhecem inúmeras técnicas obsessivas. Entre elas encontramos a dominação magnética que, pela retirada do fluido vital, nos processos conhecidos como vampirismo, pode lesar um órgão, sistema ou aparelho do corpo humano, reversível ou irreversivelmente. 

Espírito Francisco Menezes Dias da Cruz nos fornece alguns elucidativos esclarecimentos, explicando o mecanismo de ação desse tipo de obsessão. Justapõem-se à aura das criaturas que lhes oferecem passividade e, sugando-lhes as energias, senhoreiam-lhes as zonas motoras e sensórias, inclusive os centros cerebrais, em que o Espírito conserva as suas conquistas de linguagem e sensibilidade, memória e percepção, dominando-as à maneira do artista que controla as teclas de um piano, criando, assim, no instrumento corpóreo dos obsessos [obsidiados] as doenças-fantasmas de todos os tipos que, em se alongando ao tempo,  operam a degenerescência dos tecidos orgânicos, estabelecendo o império de moléstias reais, que persistem até a morte.

Existem situações em que a clareza da linguagem e a interação das ideias são condições indispensáveis, especialmente, quando envolvem responsabilidades pessoais. Assim, as expressões imperativas: “levanta-te”, “fica em pé no meio” e “estende a tua mão” expressam atitudes que o interessado precisou atender, de imediato, para que lhe fosse concedida a cura da mão, necessária ao trabalho de subsistência. O Cristo espera que também nós adotemos a mesma postura, pois o levantar, ficar no meio e estender as mãos refletem o dinamismo da prática da caridade. Observemos, todavia, o socorro do Mestre ao paralítico. Jesus determina que ele estenda a mão mirrada e, estendida essa, não lhe confere as bolsas de ouro nem fichas de privilégio. Cura-a. Devolve-lhe a oportunidade de serviço. A mão recuperada naquele instante permanece tão vazia quanto antes. É que o Cristo restituía-lhe o ensejo bendito de trabalhar, conquistando sagradas realizações por si mesmo; recambiava-o às lides redentoras do bem, nas quais lhe cabia edificar-se e engrandecer-se." -( FEB - EADE )-





Estudo do Livro dos Espíritos







390. A antipatia instintiva é sempre sinal de natureza má? 

“De não simpatizarem um com o outro, não se segue que dois Espíritos sejam necessariamente maus. A antipatia, entre eles, pode derivar de diversidade no modo de pensar. À proporção, porém, que se forem elevando, essa divergência irá desaparecendo e a antipatia deixará de existir.”




Que a graça e a paz sejam conosco!

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

Levanta-te e fica em pé no meio


“E ele lhes disse: — Não peçais mais do que o que vos  está ordenado.”  - João Batista - ( Lucas, 3:13 )




Amados irmãos, bom dia!
"De qualquer modo, haverá na experiência de cada um de nós a ordenação  do Criador e o serviço da criatura. Não basta multiplicar as promessas ou  pedir variadas tarefas ao  mesmo  tempo. Antes de tudo, é indispensável receber a ordenação do Senhor, cada dia, e executá-­la do melhor modo."  -( Vinha de Luz - hico avier / Emmanuel )-






Mas ele, conhecendo bem os seus pensamentos, disse ao homem que tinha a mão mirrada: Levanta-te e fica em pé no meio. E, levantando-se ele, ficou em pé. Então, Jesus lhes disse: Uma coisa vos hei de perguntar: É lícito nos sábados fazer bem ou fazer mal? Salvar a vida ou matar? (Lc 6:8-9).

"As aguçadas percepções psíquicas de Jesus captaram os pensamentos e sentimentos reprovadores dos escribas e fariseus. Sendo assim, para se tornar mais patente a cura e valorizar a prática do bem, atraiu o homem de mão mirrada para o centro da sinagoga (“levanta-te e fica no meio”) onde, à vista de todos pôde curá-lo e demonstrar o seu amor. Vemos, assim, que Jesus ao deslocar o foco da atenção dos presentes para o doente, relegou a planos secundários as manifestações de culto externo. Os doutores da Lei ficaram estupefatos, por certo, com a atitude de Jesus. Primeiro porque, a rigor, não demonstraram preocupação pelo sofrimento do homem, segundo porque a caridade não era uma prioridade. Eram religiosos crentes, cumpridores dos seus deveres no templo, tementes a Deus, cuja fé no Criador supremo estava distanciada da humildade e da solidariedade. Neste sentido, é sempre oportuno lembrar que: Cumpre não confundir a fé com a presunção. A verdadeira fé se conjuga com a humildade; aquele que a possui deposita mais confiança em Deus do que em si próprio, por saber que, simples instrumento da vontade divina, nada pode sem Deus.

A frase: “Levanta-te, e fica em pé no meio. Levantando-se ele, ficou em pé”, revela a autoridade de Jesus, de quem sabe o que faz, que conhece perfeitamente a situação e as suas implicações. É também uma instrução que coloca o necessitado numa posição de reerguimento, físico e espiritual, favorável à concretização da cura. Sob o influxo da personalidade firme e amorosa de Jesus, o doente prontamente atende a sua instrução: “Levantando-se ele, ficou em pé”. Antes de qualquer iniciativa por parte dos escribas e dos fariseus, Jesus lança-lhes uma questão, concedendo-lhes a oportunidade de refletir: “Uma coisa vos hei de perguntar: é lícito nos sábados fazer bem, ou fazer mal? Salvar a vida, ou matar?”. As perguntas expressam uma estratégia de Jesus junto àquele grupo, constituído por pessoas legalistas e ortodoxas, mas, em sua maioria, endurecidas e insensíveis. A indagação tinha também o intuito de abrir uma brecha naquelas mentes cristalizadas pelo excesso de zelo religioso. De certa forma, Jesus estava dando um estímulo aos interlocutores para pensar, utilizando o precioso acervo de verdades  espirituais que possuíam e, a partir daí, tirarem conclusões mais sublimadas. 

Acreditamos que os representantes da Lei de Moisés tinham alguma condição de entender a situação que Jesus lhes apresentava, em razão do conhecimento espiritual que possuíam, caso contrário, o Mestre simplesmente realizaria a cura sem maiores delongas. Entretanto, eram pessoas que, usualmente, não exercitavam a solidariedade como norma de conduta, apesar de prescrevê-la. Examinamos aqui tão somente a estranha atitude daqueles que não negam a eficácia da abnegação, entregando-se, porém, ao desvairado egoísmo de quem costuma distribuir cinco moedas, no auxílio aos outros, com a intenção de obter cinco mil. Efetivamente, o mínimo bem vale por luz divina, mas se levado a efeito sem propósitos secundários [...]. Precatemo-nos desse modo, contra o sistema do meio-bem, por onde o mal se insinua, envenenando a fonte das boas obras. [...] O bem pede doação total para que se realize no mundo o bem de todos." -( FEB - EADE )-





Estudo do Livro dos Espíritos






389. E a repulsão instintiva que se experimenta por algumas pessoas, donde se origina? 

“São Espíritos antipáticos que se adivinham e reconhecem, sem se falarem.”




Que a graça e a paz sejam conosco!

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

Se o curaria no sábado


“Buscai primeiro o Reino de Deus e sua justiça.”  -Jesus - ( Mateus, 6:33 )




Amados irmãos, bom dia!
"Raros aceitam as condições do discipulado. Em geral, recusam o título de seguidores do Mestre. Querem ser favoritos de Deus. Considerando, porém, a extensão das bênçãos que nos felicitam a estrada, acreditamos seria útil à nossa felicidade e equilíbrio  permanentes ouvir, com atenção, as palavras do Senhor: “Buscai primeiro o Reino de Deus e sua justiça.” -( Vinha de Luz - Chico Xavier / Emmanuel )- 






Interpretação do texto evangélico: 


E aconteceu também, em outro sábado, que entrou na sinagoga e estava ensinando; e havia ali um homem que tinha a mão direita mirrada. E os escribas e fariseus atentavam nele, se o curaria no sábado, para acharem de que o acusar (Lc 6:6-7). 

"As curas no Evangelho sempre despertaram grande interesse. Não apenas pela natureza desses acontecimentos, mas pelo impacto que provocavam na população e nos agrupamentos religiosos, em especial. Os estudiosos do Evangelho, ainda hoje, analisam os relatos das curas realizadas por Jesus, procurando ter uma resposta racional para algumas questões, quais sejam: Como operava Jesus? Como os fatos se desenvolviam? Qual a metodologia utilizada e como eram trabalhadas e aplicadas as técnicas terapêuticas? 

A Ciência resolveu a questão dos milagres que mais particularmente derivam do elemento material, quer explicando-os, quer lhes demonstrando a impossibilidade, em face das leis que regem a matéria. Mas, os fenômenos em que prepondera o elemento espiritual, esses, não podendo ser explicados unicamente por meio das leis da natureza, escapam às investigações da Ciência. Tal a razão por que eles, mais do que os outros, apresentam os caracteres aparentes do maravilhoso. É, pois, nas leis que regem a vida espiritual que se pode encontrar a explicação dos milagres dessa categoria. 

A Doutrina Espírita nos fornece explicações claras e objetivas sobre o assunto, desde que se faça um razoável estudo a respeito dos fluidos e do perispírito, do pensamento e da vontade. Como se há visto, o fluido universal é o elemento primitivo do corpo carnal e do perispírito, os quais são simples transformações dele. Pela identidade da sua natureza, esse fluido, condensado no perispírito, pode fornecer princípios reparadores ao corpo; o Espírito, encarnado ou desencarnado, é o agente propulsor que infiltra num corpo deteriorado uma parte da substância do seu envoltório fluídico. A cura se opera mediante a substituição de uma molécula malsã por uma molécula sã. O poder curativo estará, pois, na razão direta da pureza da substância inoculada; mas, depende também da energia da vontade que, quanto maior for, tanto mais abundante emissão fluídica provocará e tanto maior força de penetração dará ao fluido. Depende ainda das intenções daquele que deseje realizar a cura, seja homem [encarnado] ou Espírito. 

No caso de Jesus, as curas eram realizadas por Ele mesmo, sem intermediários, diferentemente do que acontece aos médiuns curadores. “[...] Agia por si mesmo, em virtude do seu poder pessoal, como o podem fazer, [excepcionalmente] os encarnados, na medida de suas forças.”

As qualidades fluídicas do Mestre “[...] lhe conferia imensa força magnética, secundada pelo incessante desejo de fazer o bem.”

O texto evangélico, registrado por Lucas, informa que a cura aconteceu no sábado (“E aconteceu também, em outro sábado”). Mostra que Jesus considerava absurda a tradição judaica de que o bem deveria ser realizado em dias específicos, daí ter Ele contrariado a norma e provocado reflexões e discussões. Jesus agiu assim como forma de provar que existia uma interpretação literal e equivocada a respeito desta determinação moisaica: “seis dias trabalharás, e farás toda a tua obra, mas o sétimo dia é o sábado do Senhor, teu Deus; não farás nenhuma obra, nem tu, nem teu servo, nem tua serva, nem o teu animal, nem o teu estrangeiro que está dentro das tuas portas. Porque em seis dias fez o Senhor os céus e a terra, o mar e tudo que neles há e ao sétimo dia descansou; portanto, abençoou o Senhor o dia de sábado e o santificou” (Ex 20:9-11). Jesus como que fazia questão de operar suas curas em dia de sábado, para ter ensejo de protestar contra o rigorismo dos fariseus no tocante  à guarda desse dia. Queria mostra-lhes que a verdadeira piedade não consiste na observância das práticas exteriores e das formalidades; que a piedade está nos sentimentos do coração. Justificava-se, declarando: “Meu Pai não cessa de obrar até o presente e eu obro incessantemente” (Jo 5:17). Quer dizer, Deus não interrompe as suas obras, nem sua ação sobre as coisas da natureza, em dia de sábado.

A frase: “Entrou na sinagoga e estava ensinando. E havia ali um homem que tinha a mão direita mirrada”, nos esclarece que, ao entrar na sinagoga, naquele dia, como costumeiramente fazia, mostrou-nos Jesus que a pregação deveria ser ilustrada com um exemplo que demonstrasse, de forma efetiva, que o bem deve ser realizado, continuamente, em qualquer dia e hora. A sinagoga representava, pois, o local ideal, onde se realizavam as reuniões comunais e onde se estudavam as escrituras e executavam as práticas religiosas, fornecia o ambiente propício à implementação de valores espirituais imorredouros. O homem com a mão mirrada é o exemplo escolhido por Jesus para evidenciar a natureza atemporal da prática do bem. A deficiência física deveria provocar, nesse homem, sofrimentos, sobretudo por se tratar da mão direita, usualmente a mais utilizada no trabalho, já que a maioria dos seres humanos é destra. O texto evangélico não faz qualquer tipo de referência à profissão desse homem. Entretanto, o destaque dado à sua “mão direita” deve ter algum significado especial. Supomos que essa mão deveria ser de extrema necessidade para ele, para o exercício de suas atividades laborais, da mesma forma que a voz ou a audição o são para outras pessoas. 

O versículo sete, do registro de Lucas, informa que “os escribas e fariseus atentavam nele, se o curaria no sábado, para acharem de que o acusar”. Sabemos que os escribas e os fariseus eram conhecedores da lei moisaica. Entretanto, por se encontrarem excessivamente presos às práticas ritualísticas do culto, não se revelavam muito sensíveis ao sofrimento do próximo. Por esse motivo, preferiram desconsiderar a dor do irmão para vigiar e acusar Jesus, caso o Senhor violasse a tradição imposta pela legislação moisaica. Não sabiam eles, que “o filho do homem até do sábado é senhor” (Mc 2:28), segundo palavras textuais do próprio Cristo, ditas em outra oportunidade, mas reveladoras de que Ele, sendo a expressão máxima do amor manifestada no nosso Orbe, opera além das contingências humanas e acima do jugo austero e fechado dos dispositivos legais. 

Os escribas eram considerados, no mundo antigo, como seres eminentes pelo fato de saberem ler, escrever, lavrar documentos legais, alguns atuando no palácio real como ministros de finanças ou secretários de Estado. Durante a subjugação babilônica, eles se tornaram responsáveis pela preservação e interpretação das Escrituras. Mais tarde, os escribas foram também chamados de “sábios” e descritos como os que possuíam conhecimento especial da Lei. São descritos, no Novo Testamento, como doutores da lei e juízes, que discutiam matérias legais com Jesus.“Os escribas foram muitas vezes associados a fariseus, mas não eram idênticos. Os escribas [...] eram provavelmente conselheiros jurídicos empregados pelos fariseus.” 

Ligados ao Sinédrio, por força do trabalho que exerciam, não criavam leis, mas tinham a obrigação de interpretá-las, defendê-las e executá-las. Entretanto, por serem muito apegados à interpretação literal, transformaram-se em pessoas intolerantes, legalistas reacionários, em permanente confronto com os ensinos e as ações do Cristo. Os fariseus são retratados no Novo Testamento como os principais opositores de Jesus e do movimento cristão primitivo, embora seja de suas fileiras que Paulo veio. Os fariseus perpetuavam a tradição relativa aos conceitos interpretativos da Torá escrita e oral. Sendo assim, exibiam uma postura tradicionalista, legalista e ortodoxa, não se desviando um mínimo que fosse da lei de Moisés. Talvez “[...] seja mais justo dizer que tinham um zelo pelo debate jurídico e por manter viva a tradição de meditação e estudo da Lei.” É importante nos mantermos atentos a esses dois tipos de personalidades, aqui simbolizadas (escribas e fariseus), que, similarmente, podem estar presentes nos nossos núcleos de trabalho espírita, alimentando contendas, provocando desuniões ou estimulando intrigas pelas imprudentes manifestações do personalismo, da vaidade e da intolerância." -( FEB - EADE )-





Estudo do Livro dos Espíritos






388. Os encontros, que costumam dar-se, de algumas pessoas e que comumente se atribuem ao acaso, não serão efeito de uma certa relação de simpatia? 

“Entre os seres pensantes há ligação que ainda não conheceis. O magnetismo é o piloto desta ciência, que mais tarde compreendereis melhor.”




Que a graça e a paz sejam conosco!

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

O homem da mão mirrada


"E abrindo a sua boca os ensinava." -( Mateus, 5:2 )-




Amados irmãos, bom dia!
"Jesus, porém, traçou o programa desejável, instituindo o auxílio eficiente. Observando que os filhos do povo se aproximavam d’Ele, começou a ensinar­lhes o caminho reto, dando­nos a perceber que a obra educativa da multidão desafia os religiosos e cientistas de todos os tempos. Quem se honra, pois, de servir a Jesus, imite­lhe o exemplo. Ajude o irmão mais próximo a dignificar a vida, a edificar­se pelo trabalho sadio e a sentir­se melhor." -( Vinha de Luz - Chico Xavier / Emmanuel )-






Texto evangélico: 


E aconteceu também, em outro sábado, que entrou na sinagoga e estava ensinando; e havia ali um homem que tinha a mão direita mirrada. E os escribas e fariseus atentavam nele, se o curaria no sábado, para acharem de que o acusar. Mas ele, conhecendo bem os seus pensamentos, disse ao homem que tinha a mão mirrada: Levanta-te e fica em pé no meio. E, levantando-se ele, ficou em pé. Então, Jesus lhes disse: Uma coisa vos hei de perguntar: É lícito nos sábados fazer bem ou fazer mal? Salvar a vida ou matar? E, olhando para todos ao redor, disse ao homem: Estende a mão. E ele assim o fez, e a mão lhe foi restituída sã como a outra. E ficaram cheios de furor, e uns com os outros conferenciavam sobre o que fariam a Jesus (Lucas, 6:6-11). 

"O relato dessa cura, operada por Jesus, é intrigante não por ter sido realizado no dia de sábado que, pela tradição judaica, estava destinado às atividades exclusivamente religiosas, mas pela recuperação física de uma mão paralítica (“mão mirrada”), atrofiada por longo desuso, que ficou completamente sadia (“e a mão lhe foi restituída sã como a outra”). Os religiosos, em geral, classificariam essa cura como um ato milagroso, uma vez que, para eles, “[...] um milagre implica a ideia de um fato extranatural; no sentido teológico, é uma derrogação das leis da natureza, por meio do qual Deus manifesta o seu poder.”

Kardec esclarece, porém, que o milagre deve ser entendido apenas no sentido etimológico, isto é, de algo admirável, extraordinário, surpreendente, jamais como uma derrogação das leis naturais. Analisa que um “[...] um dos caracteres do milagre propriamente dito é o ser inexplicável [...]. Outro caráter do milagre é o de ser insólito, isolado, excepcional.” O milagre existe porque desconhecemos as leis que regem a manifestação do fenômeno. “[...] Logo que um fenômeno se reproduz, quer espontânea, quer voluntariamente, é que está submetido a uma lei e, desde então, seja ou não seja conhecida a lei, já não pode haver milagres.”

Jesus, por efeito da sua poderosa vontade e pelo intenso amor ao próximo, aplicava os seus fluidos altamente purificados no perispírito do doente. Este, por sua vez, secundado pela confiança no Senhor se tornava receptivo à ação curativa. No que se refere aos poderes curativos, temo-los em Jesus nas mais altas afirmações de grandeza. Cercam-no doentes de variada expressão. Paralíticos estendem-lhe membros mirrados, obtendo socorro. Cegos recuperam a visão. Ulcerados mostram-se limpos. Alienados mentais, notadamente obsidiados diversos, recobram o equilíbrio. É importante considerar, porém, que o grande benfeitor a todos convida para a valorização das próprias energias. [...] Não salienta a confiança por simples ingrediente de natureza mística, mas sim por recurso de ajustamento aos princípios mentais, na direção da cura." -( FEB - EADE )-





Estudo do Livro dos Espíritos






387. A simpatia tem sempre por princípio um anterior conhecimento? 

“Não. Dois Espíritos, que se ligam bem, naturalmente se procuram um ao outro, sem que se tenham conhecido como homens.”




Que a graça e a paz sejam conosco!

terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

E curou todos os que estavam enfermos


“Tu, porém, fala o que convém à sã doutrina.”  - Paulo - ( Tito, 2:1 )




Amados irmãos, bom dia!
"Toma cuidado em usar o verbo, como convém ao Espírito do Cristo que nos rege os destinos. É muito fácil falar aos que nos interpelam, de maneira a satisfazê­-los, e não é difícil replicar­-lhes como convém aos nossos interesses e conveniências particulares; todavia, dirigirmo-­nos aos outros, com a prudência amorosa e com a tolerância educativa, como convém à sã doutrina do Mestre, é tarefa complexa e enobrecedora, que requisita a ciência do bem no coração e o entendimento evangélico nos raciocínios. Que os ignorantes e os cegos da alma falem desordenadamente, pois não sabem, nem vêem... Tu, porém, acautela­-te nas criações verbais, como quem não se esquece das contas naturais a serem acertadas no dia próximo." -( Vinha de Luz - Chico Xavier / Emmanuel )-






E, chegada a tarde, trouxeram-lhe muitos endemoninhados, e Ele, com a sua palavra, expulsou deles os Espíritos e curou todos os que estavam enfermos... (Mt 8:16). 

“Os endemoniados aqui referidos eram pessoas obsidiadas; Jesus, com sua palavra, afastava espíritos obsessores.” Encontramos também nesse texto do Evangelho outra alusão a benfeitores espirituais anônimos, os quais, num esforço de cooperação e de solidariedade auxiliam os que se encontram sob o jugo de entidades perturbadoras e perturbadas. Parece que, ao tempo de Jesus, eram em grande número, na Judeia, os obsidiados e os possessos, a oportunidade que Ele teve de curar a muitos.[...] Sem apresentarem caráter epidêmico, as obsessões individuais são muitíssimo frequentes e se apresentam sob os mais variados aspectos que, entretanto, por um conhecimento amplo do Espiritismo, facilmente se descobrem. Podem, não raro, trazer consequências danosas à saúde, seja agravando afecções orgânicas já existentes, seja ocasionando-as.

As manifestações obsessivas têm uma razão de ser, não ocorrendo por acaso, como bem nos esclarece o Espírito Dias da Cruz. É que pelo ímã do pensamento doentio e descontrolado, o homem provoca sobre si a contaminação fluídica de entidades em desequilíbrio, capazes de conduzi-lo à escabiose e à ulceração, à dipsomania [desejo mórbido e incontrolável por bebidas alcoólicas] e à loucura, à cirrose e aos tumores benignos ou malignos de variada procedência, tanto quanto aos vícios que corroem a vida moral, e, através do próprio pensamento desgovernado, pode fabricar para si mesmo as mais graves eclosões de alienação mental, como sejam as psicoses de angústia e ódio, vaidade e orgulho, usura e delinquência, desânimo e egocentrismo, impondo ao veículo orgânico processos patológicos indefiníveis, que lhe favorecem a derrocada ou a morte. 

O versículo 16 do texto registrado por Mateus, esclarece que Jesus “curou todos os que estavam enfermos”, merecendo de Allan Kardec os comentários que se seguem. De todos os fatos que dão testemunhos do poder de Jesus, os mais numerosos são, não há contestar, as curas. Queria Ele provar dessa forma que o verdadeiro poder é o daquele que faz o bem; que o seu objetivo era ser útil e não satisfazer à curiosidade dos indiferentes, por meio de coisas extraordinárias. Aliviando os sofrimentos, prendia a si as criaturas pelo coração e fazia prosélitos mais numerosos e sinceros, do que se apenas os maravilhasse com espetáculos para os olhos. Daquele modo, fazia-se amado, ao passo que se limitasse a produzir surpreendentes fatos materiais, conforme os fariseus reclamavam, a maioria das pessoas não teria visto nele senão um feiticeiro, ou um mágico hábil, que os desocupados iriam apreciar para se distraírem. 

A Doutrina Espírita, na sua posição de Cristianismo Redivivo, procura seguir os exemplos do Cristo. O Espiritismo, igualmente, pelo bem que faz é que prova a sua missão providencial. Ele cura os males físicos, mas cura, sobretudo, as doenças morais e são esses os maiores prodígios que lhe atestam a procedência. Seus mais sinceros adeptos não são os que se sentem tocados pela observação de fenômenos extraordinários, mas os que dele recebem a consolação para as suas almas; os a quem liberta das torturas da dúvida; aqueles a quem levantou o ânimo na aflição, que hauriram forças na certeza, que lhes trouxe, acerca do futuro, no conhecimento do seu ser espiritual e de seus destinos. Esses os de fé inabalável, porque sentem e compreendem. Os que no Espiritismo unicamente procuram efeitos materiais, não lhes podem compreender a força moral.

Realmente, o Cristo foi e é incomparável. Trouxe-nos lições sublimes, doando-nos o seu Evangelho como roteiro de luz a ser seguido por todos os que desejam atingir as culminâncias da espiritualidade superior. Ninguém reuniu sobre a Terra tão elevadas expressões de recursos desconhecidos quanto Jesus. Aos doentes, bastava tocar-lhe as vestiduras para que se curassem de enfermidades dolorosas; suas mãos devolviam o movimento ao paralíticos, a visão aos cegos. Entretanto, no dia do Calvário, vemos o Mestre ferido e ultrajado, sem recorrer aos poderes que lhe constituíam apanágio divino, em benefício da própria situação. Havendo cumprido a lei sublime do amor, no serviço do Pai, entregou-se à sua vontade, em se tratando dos interesses de si mesmo. A lição do Senhor é bastante significativa. É compreensível que o discípulo estude e se enriqueça de energias espirituais, recordando-se, porém, de que, antes do nosso, permanece o bem dos outros e que esse bem, distribuído no caminho da vida, é voz que falará por nós a Deus e aos homens, hoje ou amanhã." -( FEB - EADE )-





Estudo do Livro dos Espíritos






SIMPATIA E ANTIPATIA TERRENAS 


386. Podem dois seres, que se conheceram e estimaram, encontrar-se noutra existência corporal e reconhecer-se?  

“Reconhecer-se, não. Podem, porém, sentir-se atraídos um para o outro. E, frequentemente, diversa não é a causa de íntimas ligações fundadas em sincera afeição. Um do outro dois seres se aproximam devido a circunstâncias aparentemente fortuitas, mas que na realidade resultam da atração de dois Espíritos, que se buscam reciprocamente por entre a multidão.” 

a) — Não lhes seria mais agradável reconhecerem-se? 

“Nem sempre. A recordação das passadas existências teria inconvenientes maiores do que imaginais. Depois de mortos, reconhecer-se-ão e saberão que tempo passaram juntos.”




Que a graça e a paz sejam conosco!