quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

Levantando ele os olhos


“E  havendo  dito  isto,  assoprou sobre  eles  e  disse-­lhes:  Recebei o Espírito Santo.” -( João, 20:22 )-




Amados irmãos, bom dia!
"Por que não se ligaram as bênçãos do Senhor, automaticamente, aos aprendizes? É que o Mestre não violentaria o santuário de cada filho de Deus, nem mesmo por amor.  As inspirações e os desígnios do Mestre permanecem à volta de nossa alma, sugerindo modificações úteis, induzindo-­nos à legítima compreensão da vida, iluminando-­nos através da consciência superior, entretanto, está em nós abrir­-lhes ou  não a porta interna." -( Vinha de Luz - Chico Xavier / Emmanuel )- 






"No versículo 24 temos a resposta do cego a Jesus: “E, levantando ele os olhos, disse: vejo os homens: pois os vejo como árvores que andam”. Esta expressão: “levantando ele os olhos” traduz-se como um inequívoco propósito de elevação, atestado pela sua disposição íntima de curar-se. Se a indagação anterior de Jesus — se o enfermo via alguma coisa — afere o desejo de efetiva transformação moral do necessitado, o gesto, caracterizado por “levantando ele os olhos”, confirma a determinação do atendido em seguir as orientações do Cristo. Que esse processo de cura nos sirva de exemplo, pois o mínimo que se espera de todos nós, Espíritos enfermos, é nos mantermos unidos a Jesus, seguindo os seus ensinamentos, sendo beneficiados pela bondade do Alto que nos cumula de bênçãos. 

Neste sentido, é preciso superar as manifestações de desânimo e de pessimismo que corriqueiramente nos atingem, enfrentando os desafios da vida com ânimo forte (“levantando os olhos”). Continuando em sua determinação de se libertar da cegueira, diz o cego: “Vejo os homens, pois os vejo como árvores que andam”. Esta informação mostra que a visão distorcida da realidade pode estar relacionada a diferentes causas. A primeira sensação que o homem teve foi exatamente a que experimentam os cegos ao recobrarem a vista. Por um efeito de óptica, os objetos lhes parecem de tamanho exagerado.

Verifica, porém, que a distorção visual poderia estar relacionada, não a problemas no globo ocular, mas à visão espiritual. Ver homens que parecem árvores que andam, indica visão aparente, superficial e embaçada. Estamos conscientes que cada Espírito é um mundo por si. O ambiente ao qual nos vinculamos não é uma floresta de criaturas aparentemente iguais, como sugere a expressão “árvores que andam”. O espírita consciente sabe que o lar, o trabalho, o ambiente em que vive e atua é uma sociedade heterogênea formada de Espíritos portadores de valores e necessidades diferentes. Cairbar Schutel nos lembra o seguinte: Colhemos [...] uma lição de inestimável proveito em tudo isso, e refere-se à passagem do Espírito, da materialidade em que está, para a espiritualidade, da ignorância para a sabedoria, das trevas para a luz. Ele não adquire, como o cego não adquiriu, repentinamente a vidência da Verdade; passa por um estado de confusão, assim como o cego — vendo, mas vendo homens como árvores, até que possa distinguir claramente a realidade.

Na primeira etapa do atendimento espiritual, realizado por Jesus, percebemos que a visão do cego se revelou deficiente. Mesmo não enxergando com nitidez, a revelação que prestou a Jesus foi sincera, expressando o que efetivamente estava vendo. Não se enganou, movimentando recursos de superfície, se dizendo curado, mas, ao contrário, ao afirmar que não via plenamente, expõe a sua real deficiência por se sentir seguro e amparado em Jesus. Esta informação foi importante para que o Mestre lhe agraciasse com nova assistência (“tornou a pôr-lhe as mãos nos olhos”). À semelhança do cego que deseja enxergar com nitidez, devemos dilatar a nossa visão espiritual, buscando de forma incessante o melhor que a vida oferece em termos de conquistas morais e intelectuais. Os valores que dispomos hoje podem ser insuficientes para a realização de empreendimentos elevados. Entretanto, a experiência da vida, se firmada no amor, oferece novos e apropriados ensinamentos que nos impulsionam para a frente. Adotar ação no bem é angariar conhecimentos pelas vias naturais do progresso espiritual, fugindo do impositivo milenar do aprender pelo sofrimento. 

Pessoas há que iniciam bons empreendimentos, mas, por falta de perseverança, não concluem as tarefas. Outras, de forma irrefletida, assumem o compromisso de realizar muitas coisas, mas pouco ou nada executam. O Espírito revela progresso efetivo quando passa a ser mais resoluto e constante no seu propósito de melhoria, atestando, assim, assimilação do “olhando firmemente”, indicado no ensinamento evangélico, sob análise. Devemos considerar também que, a despeito das nossas mais nobres e firmes disposições, somente sob o amparo constante de Jesus é que conseguimos forças para, como o cego de Betsaida, saber “olhar firmemente, ficar restabelecido, vendo distintamente a todos.” A expressão verbal “ficou restabelecido” pode ser interpretada como o retorno do equilíbrio e pela capacidade de retomar à posição de criaturas simples e bem-dispostas. As pessoas simples já não perdem nem se mantém presas no emaranhado de complicações, caracterizado pela indiferença, egoísmo, vaidade etc. Aprendemos que ver, segundo os padrões determinados por Jesus, significa ser humilde e conhecer a verdade, como está demonstrado na frase: “e já via ao longe e distintamente a todos.” Ver ao “longe” e “distintamente” tem o significado de ver além ou acima das  aparências, enxergando o próximo como irmão, já que todos somos filhos do mesmo Pai. Não se trata, pois, de visualizarmos as pessoas como caricaturas humanas (“como árvores que andam”), mas como companheiros em processo de caminhada para Deus, portadores de peculiaridades e valores próprios, os quais nos concedem a oportunidade de colocar em prática a orientação de Jesus, registrada pelo apóstolo João: “Que vos ameis uns aos outros como eu vos amei a vós [...]. Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros” (Jo 13:34-35)." -( FEB - EADE )-





Estudo do Livro dos Espíritos






381. Por morte da criança, readquire o Espírito, imediatamente, o seu precedente vigor? 

“Assim tem que ser, pois que se vê desembaraçado de seu invólucro corporal. Entretanto, não readquire a anterior lucidez, senão quando se tenha completamente separado daquele envoltório, isto é, quando mais nenhum laço exista entre ele e o corpo.” 




Que a graça e a paz sejam conosco!

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