"Mas uma só coisa é necessária." - Jesus - ( Lucas, 10:42 )
Amados irmãos, bom dia!
"Terás muitos negócios próximos ou remotos, mas não poderás subtrair-lhes o
caráter de lição, porque a morte te descerrará realidades com as quais nem sonhas de
leve... "Uma só coisa é necessária", asseverou o Mestre, em sua lição a Marta,
cooperadora dedicada e ativa.
Jesus desejava dizer que, acima de tudo, compete-nos guardar, dentro de nós
mesmos, uma atitude adequada, ante os desígnios do Todo-Poderoso, avançando,
segundo o roteiro que nos traçou a Divina Lei. Realizado esse "necessário", cada
acontecimento, cada pessoa e cada coisa se ajustarão, a nossos olhos, no lugar que lhes
é próprio. Sem essa posição espiritual de sintonia com o Celeste Instrutor, é muito difícil
agir alguém com proveito." -( Vinha de Luz - Chico Xavier / Emmanuel )-
Interpretação do texto evangélico:
"E vieram ter com Ele, conduzindo um paralítico, trazido por quatro. E,
não podendo aproximar-se dele, por causa da multidão, descobriram
o telhado onde estava e, fazendo um buraco, baixaram o leito em que
jazia o paralítico (Mc 2:3-4).
No passado como no presente, continuam chegando até Jesus os
doentes do corpo e da alma, dele recebendo o amparo para que possam
suportar ou solucionar os tormentos que lhes marcam a existência.
O paralítico era um Espírito em expiação. Num corpo entrevado,
resgatava os erros do passado. O sofrimento resignado lhe abrira o coração para o amor e despertara-lhe o desejo de viver nobremente.
E por fim desenvolveu em seu íntimo a fé na bondade divina.
A frase: “E vieram ter com ele conduzindo um paralítico,
trazido por quatro”, destaca a ação caridosa de quatro amigos que,
superando todos os obstáculos, chegam até Jesus. Ainda hoje, sabemos
da existência de pessoas que, imbuídas de amor e solidariedade,
continuam “conduzindo” ao Mestre os portadores de doenças, algumas
tão graves que, à semelhança do paralítico de Cafarnaum, não podem
sair em busca de auxílio, por si mesmos.
O texto evangélico mostra também que a vida na Terra se caracteriza
pela presença de sofredores, de um lado, e de benfeitores,
em número reduzido, de outro. Estes benfeitores, representados pelos
quatro trabalhadores anônimos, formam uma pequena equipe, unindo
esforços para que os obstáculos sejam vencidos, segundo os princípios
da lei de cooperação. Trabalham em uníssono, sem medir sacrifícios,
garantindo equilíbrio e atendimento aos que se encontram sob o jugo
da dor e do desajuste, carentes de tratamento.
A expressão “e vieram ter com Ele” revela que o título de benfeitor
é concedido apenas aos que vivem na órbita do Cristo, que sabem
conduzir os que sofrem até Ele, encaminhando-os na direção do bem
verdadeiro. Nem todas as pessoas conseguem, pelos próprios recursos,
caminhar diretamente até o Cristo.
Contam, então, com a boa vontade
e a dedicação de amigos que por elas intercedem junto ao Senhor.
Há enfermidades que permitem a seus portadores buscar auxílio necessário
por si mesmos, outras, no entanto, devido ao agravamento
do estado inicial, só podem ser superadas com o auxílio de outrem.
Entretanto, independentemente do tipo de enfermidade, o
processo de cura só se concretiza com a devida superação dos obstáculos, simbolizada na palavra “multidão” existente nesta frase: “E não
podendo aproximar-se dele, por causa da multidão”.
Não são poucas as dificuldades que a luta renovadora oferece.
Às vezes, os obstáculos se revelam como intransponíveis, em razão dos
bloqueios que impomos a nós mesmos quando, na busca do equilíbrio,
devemos nos ajustar aos lances da cooperação fraterna ou à orientação
das medidas terapêuticas. Com perseverança e confiança no amor do
Cristo conseguiremos, porém, superar a “multidão” de dificuldades
que surge no nosso caminho.
Existe grande distância entre a mentalidade paralisada, nos
processos de reajustes e o auxílio operante do Mestre. É importante
considerar que esta situação (mente paralisada versus auxílio operante)
se conjuga perfeitamente, não só no plano das relações interpessoais
como no íntimo de cada um. Isto acontece porque as viciações geradas
pelas experiências infelizes do passado, imprimem um padrão comportamental
que desencoraja o esforço de se obter a cura que, muitas
vezes, deve ocorrer na forma de decisões ousadas e significativas. Na
conquista deste objetivo, não se pode prescindir da vontade que alimenta
pensamentos, palavras e ações edificantes, por meio dos quais
angariamos forças para superar obstáculos.
O texto do evangelista Marcos informa que os amigos do paralítico
não se deixaram abater quando, conduzindo o doente até Jesus,
depararam com a multidão. Usando da criatividade, abriram um
buraco no telhado por onde baixaram o leito em que jazia o doente.
Extraindo o espírito da letra, podemos afirmar que em todo
processo de auxílio encontraremos, de forma natural uma “multidão”
de desafios. Entretanto, se existir sinceridade de propósitos, saberemos
superar as dificuldades, identificando medidas alternativas.
Outro
ponto que merece comentário diz respeito à solução, encontrada
pelos quatro amigos, para conduzirem o paralítico até onde Jesus se
encontrava.
Fica evidente que para socorrer os necessitados devemos elevar
o nosso padrão vibratório, a fim de que sentimentos inferiores (decepção, ansiedade, angústia etc.) não invalidem as nossas ações. “Subir ao
telhado” significa manter-se em sintonia elevada com os benfeitores
que se encontram em planos superiores. O buraco no telhado pode
indicar uma brecha que foi aberta nos condicionamentos mentais do
doente, necessária para conduzi-lo, definitivamente, a Jesus.
Esta abertura mental (no “telhado”), libera concepções cristalizadas
e assegura o encontro com o Mestre, cognominado de “a luz
do mundo”. Percebemos, assim, que a firme vontade do paralítico
encontrou ressonância na louvável disposição dos seus amigos.
A sabedoria dos ensinos do Cristo mostra que em todo processo
de cura ocorre, primeiramente, uma subida. No caso do paralítico,
esta subida foi facilitada pelo auxílio dos seus quatro amigos. Quer
isto dizer que é preciso o Espírito oferecer condições (vontade firme) para se libertar do seu passado de erro, claramente evidenciado na
paralisia, resultante da manifestação da lei de causa e efeito.
Há, no versículo quatro, a informação de “baixaram o leito em
que jazia o paralítico”. Fica claro que o trabalho dos benfeitores foi o
de elevar o padrão vibratório do doente, mas como este não possuía
recursos espirituais suficientes para se manter num plano de vibrações
elevadas, prenderam-no ao leito e, cercando-o de cuidados, puderam
levá-lo aos pés do Mestre.
O paralítico, por sua vez, posicionado no piso evolutivo que lhe
era próprio, mas mantido sob assistência espiritual superior, consegue
assimilar, com equilíbrio, o auxílio que lhe chega.
Vemos, então, que a renovação mental, com base nos enunciados
da Boa-Nova e da Doutrina Espírita, é a chave capaz de abrir esta
passagem superior, de que nos fala Marcos, para que ocorra nossa
“descida” no plano da cura definitiva. Subindo, captamos as vibrações
do Alto, conquistáveis e aplicáveis quando se “desce” aos campos operacionais
das lutas cotidianas.
A fim de que o operário de Jesus funcione como expressão de claridade
na vida, é indispensável que se eleve ao monte de exemplificação,
apesar das dificuldades da subida angustiosa, apresentando-se a todos
na categoria da construção cristã." -( FEB - EADE )-
Estudo do Livro dos Espíritos
373. Qual será o mérito da existência de seres que, como os
cretinos e os idiotas, não podendo fazer o bem nem o
mal, se acham incapacitados de progredir?
“É uma expiação decorrente do abuso que fizeram de
certas faculdades. É um estacionamento temporário.”
a) — Pode assim o corpo de um idiota conter um Espírito que tenha animado um homem de gênio em precedente
existência?
“Certo. O gênio se torna por vezes um flagelo, quando
dele abusa o homem.”
A superioridade moral nem sempre guarda proporção com a
superioridade intelectual e os grandes gênios podem ter muito
que expiar. Daí, frequentemente, lhes resulta uma existência inferior
à que tiveram e uma causa de sofrimentos. Os embaraços
que o Espírito encontra para suas manifestações se lhe assemelham
às algemas que tolhem os movimentos a um homem vigoroso.
Pode dizer-se que os cretinos e os idiotas são estropiados do
cérebro, como o coxo o é das pernas e dos olhos o cego.
Que a graça e a paz sejam conosco!
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