quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

Se o curaria no sábado


“Buscai primeiro o Reino de Deus e sua justiça.”  -Jesus - ( Mateus, 6:33 )




Amados irmãos, bom dia!
"Raros aceitam as condições do discipulado. Em geral, recusam o título de seguidores do Mestre. Querem ser favoritos de Deus. Considerando, porém, a extensão das bênçãos que nos felicitam a estrada, acreditamos seria útil à nossa felicidade e equilíbrio  permanentes ouvir, com atenção, as palavras do Senhor: “Buscai primeiro o Reino de Deus e sua justiça.” -( Vinha de Luz - Chico Xavier / Emmanuel )- 






Interpretação do texto evangélico: 


E aconteceu também, em outro sábado, que entrou na sinagoga e estava ensinando; e havia ali um homem que tinha a mão direita mirrada. E os escribas e fariseus atentavam nele, se o curaria no sábado, para acharem de que o acusar (Lc 6:6-7). 

"As curas no Evangelho sempre despertaram grande interesse. Não apenas pela natureza desses acontecimentos, mas pelo impacto que provocavam na população e nos agrupamentos religiosos, em especial. Os estudiosos do Evangelho, ainda hoje, analisam os relatos das curas realizadas por Jesus, procurando ter uma resposta racional para algumas questões, quais sejam: Como operava Jesus? Como os fatos se desenvolviam? Qual a metodologia utilizada e como eram trabalhadas e aplicadas as técnicas terapêuticas? 

A Ciência resolveu a questão dos milagres que mais particularmente derivam do elemento material, quer explicando-os, quer lhes demonstrando a impossibilidade, em face das leis que regem a matéria. Mas, os fenômenos em que prepondera o elemento espiritual, esses, não podendo ser explicados unicamente por meio das leis da natureza, escapam às investigações da Ciência. Tal a razão por que eles, mais do que os outros, apresentam os caracteres aparentes do maravilhoso. É, pois, nas leis que regem a vida espiritual que se pode encontrar a explicação dos milagres dessa categoria. 

A Doutrina Espírita nos fornece explicações claras e objetivas sobre o assunto, desde que se faça um razoável estudo a respeito dos fluidos e do perispírito, do pensamento e da vontade. Como se há visto, o fluido universal é o elemento primitivo do corpo carnal e do perispírito, os quais são simples transformações dele. Pela identidade da sua natureza, esse fluido, condensado no perispírito, pode fornecer princípios reparadores ao corpo; o Espírito, encarnado ou desencarnado, é o agente propulsor que infiltra num corpo deteriorado uma parte da substância do seu envoltório fluídico. A cura se opera mediante a substituição de uma molécula malsã por uma molécula sã. O poder curativo estará, pois, na razão direta da pureza da substância inoculada; mas, depende também da energia da vontade que, quanto maior for, tanto mais abundante emissão fluídica provocará e tanto maior força de penetração dará ao fluido. Depende ainda das intenções daquele que deseje realizar a cura, seja homem [encarnado] ou Espírito. 

No caso de Jesus, as curas eram realizadas por Ele mesmo, sem intermediários, diferentemente do que acontece aos médiuns curadores. “[...] Agia por si mesmo, em virtude do seu poder pessoal, como o podem fazer, [excepcionalmente] os encarnados, na medida de suas forças.”

As qualidades fluídicas do Mestre “[...] lhe conferia imensa força magnética, secundada pelo incessante desejo de fazer o bem.”

O texto evangélico, registrado por Lucas, informa que a cura aconteceu no sábado (“E aconteceu também, em outro sábado”). Mostra que Jesus considerava absurda a tradição judaica de que o bem deveria ser realizado em dias específicos, daí ter Ele contrariado a norma e provocado reflexões e discussões. Jesus agiu assim como forma de provar que existia uma interpretação literal e equivocada a respeito desta determinação moisaica: “seis dias trabalharás, e farás toda a tua obra, mas o sétimo dia é o sábado do Senhor, teu Deus; não farás nenhuma obra, nem tu, nem teu servo, nem tua serva, nem o teu animal, nem o teu estrangeiro que está dentro das tuas portas. Porque em seis dias fez o Senhor os céus e a terra, o mar e tudo que neles há e ao sétimo dia descansou; portanto, abençoou o Senhor o dia de sábado e o santificou” (Ex 20:9-11). Jesus como que fazia questão de operar suas curas em dia de sábado, para ter ensejo de protestar contra o rigorismo dos fariseus no tocante  à guarda desse dia. Queria mostra-lhes que a verdadeira piedade não consiste na observância das práticas exteriores e das formalidades; que a piedade está nos sentimentos do coração. Justificava-se, declarando: “Meu Pai não cessa de obrar até o presente e eu obro incessantemente” (Jo 5:17). Quer dizer, Deus não interrompe as suas obras, nem sua ação sobre as coisas da natureza, em dia de sábado.

A frase: “Entrou na sinagoga e estava ensinando. E havia ali um homem que tinha a mão direita mirrada”, nos esclarece que, ao entrar na sinagoga, naquele dia, como costumeiramente fazia, mostrou-nos Jesus que a pregação deveria ser ilustrada com um exemplo que demonstrasse, de forma efetiva, que o bem deve ser realizado, continuamente, em qualquer dia e hora. A sinagoga representava, pois, o local ideal, onde se realizavam as reuniões comunais e onde se estudavam as escrituras e executavam as práticas religiosas, fornecia o ambiente propício à implementação de valores espirituais imorredouros. O homem com a mão mirrada é o exemplo escolhido por Jesus para evidenciar a natureza atemporal da prática do bem. A deficiência física deveria provocar, nesse homem, sofrimentos, sobretudo por se tratar da mão direita, usualmente a mais utilizada no trabalho, já que a maioria dos seres humanos é destra. O texto evangélico não faz qualquer tipo de referência à profissão desse homem. Entretanto, o destaque dado à sua “mão direita” deve ter algum significado especial. Supomos que essa mão deveria ser de extrema necessidade para ele, para o exercício de suas atividades laborais, da mesma forma que a voz ou a audição o são para outras pessoas. 

O versículo sete, do registro de Lucas, informa que “os escribas e fariseus atentavam nele, se o curaria no sábado, para acharem de que o acusar”. Sabemos que os escribas e os fariseus eram conhecedores da lei moisaica. Entretanto, por se encontrarem excessivamente presos às práticas ritualísticas do culto, não se revelavam muito sensíveis ao sofrimento do próximo. Por esse motivo, preferiram desconsiderar a dor do irmão para vigiar e acusar Jesus, caso o Senhor violasse a tradição imposta pela legislação moisaica. Não sabiam eles, que “o filho do homem até do sábado é senhor” (Mc 2:28), segundo palavras textuais do próprio Cristo, ditas em outra oportunidade, mas reveladoras de que Ele, sendo a expressão máxima do amor manifestada no nosso Orbe, opera além das contingências humanas e acima do jugo austero e fechado dos dispositivos legais. 

Os escribas eram considerados, no mundo antigo, como seres eminentes pelo fato de saberem ler, escrever, lavrar documentos legais, alguns atuando no palácio real como ministros de finanças ou secretários de Estado. Durante a subjugação babilônica, eles se tornaram responsáveis pela preservação e interpretação das Escrituras. Mais tarde, os escribas foram também chamados de “sábios” e descritos como os que possuíam conhecimento especial da Lei. São descritos, no Novo Testamento, como doutores da lei e juízes, que discutiam matérias legais com Jesus.“Os escribas foram muitas vezes associados a fariseus, mas não eram idênticos. Os escribas [...] eram provavelmente conselheiros jurídicos empregados pelos fariseus.” 

Ligados ao Sinédrio, por força do trabalho que exerciam, não criavam leis, mas tinham a obrigação de interpretá-las, defendê-las e executá-las. Entretanto, por serem muito apegados à interpretação literal, transformaram-se em pessoas intolerantes, legalistas reacionários, em permanente confronto com os ensinos e as ações do Cristo. Os fariseus são retratados no Novo Testamento como os principais opositores de Jesus e do movimento cristão primitivo, embora seja de suas fileiras que Paulo veio. Os fariseus perpetuavam a tradição relativa aos conceitos interpretativos da Torá escrita e oral. Sendo assim, exibiam uma postura tradicionalista, legalista e ortodoxa, não se desviando um mínimo que fosse da lei de Moisés. Talvez “[...] seja mais justo dizer que tinham um zelo pelo debate jurídico e por manter viva a tradição de meditação e estudo da Lei.” É importante nos mantermos atentos a esses dois tipos de personalidades, aqui simbolizadas (escribas e fariseus), que, similarmente, podem estar presentes nos nossos núcleos de trabalho espírita, alimentando contendas, provocando desuniões ou estimulando intrigas pelas imprudentes manifestações do personalismo, da vaidade e da intolerância." -( FEB - EADE )-





Estudo do Livro dos Espíritos






388. Os encontros, que costumam dar-se, de algumas pessoas e que comumente se atribuem ao acaso, não serão efeito de uma certa relação de simpatia? 

“Entre os seres pensantes há ligação que ainda não conheceis. O magnetismo é o piloto desta ciência, que mais tarde compreendereis melhor.”




Que a graça e a paz sejam conosco!

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