sábado, 4 de fevereiro de 2017

Um, fariseu, e o outro, publicano


“Porque também nós éramos, noutro tempo, insensatos.” - Paulo - ( Tito, 3:3 )




Amados irmãos, bom dia!
"Compreensão e respeito devem preceder-­nos a tarefa em qualquer parte. Recordemos nós mesmos, na passagem pelos círculos mais baixos, e estendamos braços fraternos aos irmãos que se debatem nas sombras. Se te encontras interessado no serviço do Cristo, lembra-­te de que Ele não  funcionou em promotoria de acusação e, sim, na tribuna do sacrifício até à cruz, na condição de advogado do mundo inteiro."  -( Pão Nosso - Chico Xavier / Emmanuel )-






"Dois homens subiram ao templo, a orar; um, fariseu, e o outro, publicano (Lc 18:10). 

Jesus montou um cenário que nos auxilia o entendimento da sua parábola, selecionando o local e personagens bastante conhecidos, para ilustrar os malefícios do orgulho e os benefícios da humildade. O templo, lugar onde ocorreu o encontro do fariseu e do publicano, é usualmente entendido como um espaço sagrado, destinado às práticas religiosas; ao louvor, agradecimento e súplicas dirigidas a Deus. É sempre visto como um local de oração. Quando alguém, religioso ou não, adentra um templo assume, de forma espontânea, uma postura contrita e respeitosa. Posição esta que foi rejeitada pelo fariseu e assumida pelo publicano. 

Templo, porém, tem outro significado, mais subjetivo: indica o centro ou a essência das nossas cogitações íntimas e autênticas, onde trazemos gravados nossos sonhos e ideais. O Espiritismo ensina que à medida que evoluímos santificamos também este templo íntimo, aperfeiçoando sentimentos, pensamentos, palavras e ações. Os personagens, da parábola, o fariseu e o publicano, eram elementos de destaque na sociedade judaica, à época de Jesus. Identificamos na figura do fariseu as pessoas que não se misturam com as demais, por escrúpulo ou por temor de serem por elas influenciadas. Em geral, são detalhistas, personalistas, isoladas em ideias e posições, inclusive na prática da lei de Deus. Por trazerem a visão focada, passam pela vida quase sempre indiferentes às necessidades dos semelhantes. Costumam ser, também, indivíduos cultos, mas vaidosos do saber que possuem. Mostram-se autoritários e exigentes em relação às pessoas que lhes estão subordinadas. 

O fariseu ou o espírito do farisaísmo retrata, infelizmente, muitos de nós, estudantes empenhados na luta do crescimento, mas ainda distanciados da capacidade operacional do amor. Em termos históricos, porém, sabemos que existiram fariseus notáveis, homens piedosos e de grande influência, que souberam superar os limites do farisaísmo, como é o caso de Nicodemos (Jo 3:1),  do homem que acolheu Simão (Lc 7:36), de Gamaliel (At 5:34-35) e do próprio Paulo de Tarso (At 3:5). 

Os fariseus (do hebreu parush, divisão, separação) formavam uma das mais influentes seitas judaicas à época de Jesus. Entre essas seitas, a mais influente era a dos fariseus, que teve por chefe Hillel, doutor judeu nascido na Babilônia, fundador de uma escola célebre, onde se ensinava que só se devia depositar fé nas Escrituras. Sua origem remonta a 180 ou 200 anos antes de Jesus Cristo [...]. Tomavam parte ativa nas controvérsias religiosas. Servis cumpridores das práticas exteriores do culto e das cerimônias; cheios de um zelo ardente de proselitismo, inimigos dos inovadores, afetavam grande severidade de princípios; mas, sob as aparências de meticulosa devoção, ocultavam costumes dissolutos, muito orgulho e, acima de tudo, excessiva ânsia de dominação. Tinham a religião mais como meio de chegarem a seus fins, do que como objeto de fé sincera. Da virtude nada possuíam, além das exterioridades e da ostentação; entretanto, por umas e outras, exerciam grande influência sobre o povo, a cujos olhos passavam por santas criaturas. Daí o serem muito poderosos em Jerusalém.

Os publicanos, por outro lado, não representavam uma casta sacerdotal, mas, sim, cobradores de impostos ou de tributos definidos pelo domínio romano na Palestina. Os riscos a que estavam sujeitos faziam que os olhos se fechassem para as riquezas que muitas vezes adquiriam e que, da parte de alguns, eram frutos de exações e de lucros escandalosos. O nome de publicano se estendeu mais tarde a todos os que superintendiam os dinheiros públicos e aos agentes subalternos. Hoje esse termo se emprega em sentido pejorativo, para designar os financistas e os agentes pouco escrupulosos de negócios. Diz-se por vezes: “Ávido como um publicano, rico como um publicano”, com referência a riquezas de mau quilate. [...] Os judeus de destaque consideravam um comprometimento ter com eles intimidade.

A opção de Jesus de ilustrar a parábola com esses dois personagens sugere ser proposital, nos permitindo refletir se, face o programa de melhoria que estamos empenhados, estamos colocando em prática as lições edificantes que nos chegam continuamente do plano maior. O nosso desejo, obviamente, é seguir o comportamento do publicano, devemos, porém, ficar atentos de que ainda trazemos muitas características da postura do fariseu nos meandros do nosso psiquismo." -( FEB - EADE )-





Estudo do Livro dos Espíritos






369. O livre exercício das faculdades da alma está subordinado ao desenvolvimento dos órgãos? 

“Os órgãos são os instrumentos da manifestação das faculdades da alma, manifestação que se acha subordinada ao desenvolvimento e ao grau de perfeição dos órgãos, como a excelência de um trabalho o está à da ferramenta própria à sua execução.” 




Que a graça e a paz sejam conosco!

Nenhum comentário:

Postar um comentário