terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

Trouxeram-lhe um cego e rogaram-lhe que lhe tocasse


“E as suas palavras lhes pareciam como desvario, e não  as creram.” -( Lucas, 24:11 )-




Amados irmãos, bom dia!
"Nas épocas passadas, todos os instrumentos da revelação espiritual, com raras exceções, foram categorizados como bruxos, queimados na praça pública e, ainda hoje, são tidos por dementes, visionários e feiticeiros. É que a maioria dos companheiros de jornada humana vivem agarrados aos inferiores interesses de alguns momentos e as palavras da verdade imortalista sempre lhes pareceram consumado desvario. Entregues ao efêmero, não crêem na expansão da vida, dentro  do infinito e da eternidade, mas a luz da Ressurreição prossegue sempre, inspirando  seus missionários ainda incompreendidos." -( Vinha de Luz - Chico Xavier / Emmanuel )-  








Interpretação do texto evangélico: 


E chegou a Betsaida; e trouxeram-lhe um cego e rogaram-lhe que lhe tocasse (Mc 8:22). 

"Betsaida (“casa da pesca” em hebraico), uma aldeia situada a nordeste do mar da Galileia e a alguns quilômetros de Cafarnaum, terra dos apóstolos Pedro, Felipe e André, foi palco de curiosa cura realizada por Jesus. A chegada a humilde comunidade de Betsaida representa uma pausa num ambiente acomodado, de acolhimento aos viajantes cansados e desencorajados em prosseguir a jornada, mas que recebe o Mestre que por ali transitava na busca das “ovelhas perdidas” de Israel. A misericórdia de Jesus se faz presente quando ele encontra uma dessas ovelhas, identificada na figura do cego de Betsaida (“E trouxeram-lhe um cego”). A chegada de Jesus evidencia seu trabalho dinâmico no bem, disposto a auxiliar os necessitados que, à semelhança do cego, abrigam a esperança de serem curados dos seus males. 

Importa destacar o gesto de solidariedade de alguns amigos que conduzem o cego, pedindo auxílio ao Senhor. São criaturas humanas, anônimas no texto evangélico, que agem como intercessores junto ao Senhor. São Espíritos benevolentes identificados com a mensagem de amor, que nos ensinam como ajustar a própria vida ao trabalho de cooperação e de caridade. A propósito, elucida um Espírito protetor, em mensagem ditada na cidade de Bordeaux, em 1861: Qual é, meus amigos, esse bálsamo soberano, que possui tão grande virtude, que se aplica a todas as chagas do coração e as cicatriza? É o amor, é a caridade! Se possuís esse fogo divino, que é o que podereis temer? [...] Se tendes amor, tereis colocado o vosso tesouro lá onde os vermes e a ferrugem não o podem atacar e vereis apagar-se da vossa alma tudo o que seja capaz de lhe conspurcar a pureza; sentireis diminuir dia a dia o peso da matéria e, qual pássaro que adeja nos ares e já não se lembra da Terra, subireis continuamente, subireis sempre, até que vossa alma, inebriada, se farte do seu elemento de vida no seio do Senhor.

O nome e o número dos amigos que conduziram o cego ficaram escondidos na palavra “trouxeram”. Entretanto, a sublime manifestação de amor ao próximo, citado no texto, atravessa os tempos e deixa as suas marcas, revelando o caráter, a solidariedade e o senso de caridade desses benfeitores que souberam aproveitar a feliz oportunidade da presença de Jesus entre eles (“e trouxeram-lhe um cego e rogaram-lhe que lhe tocasse”). Similarmente, podemos dizer que a mesma dinâmica do amor se evidencia no trabalho de incansáveis amigos que encontramos ao longo da nossa caminhada evolutiva, os quais visitando a “Betsaida de nossos corações”, ainda cristalizados no comodismo das deficiências que trazemos das experiências passadas, nos estimulam ao bem. Não é fácil apartar-se do mal, consubstanciado nos desvios inúmeros de nossa alma através de consecutivas reencarnações, e é muito difícil praticar o bem, dentro das nocivas paixões pessoais que nos empolgam a personalidade, cabendo-nos ainda reconhecer que, se nos conservamos envolvidos na túnica pesada de nossos velhos caprichos, é impossível buscar a paz e segui-la. Cegaram-nos males numerosos, aos quais nos inclinamos nas sendas evolutivas, e acostumados ao exclusivismo e ao atrito inútil, no desperdício de energias sagradas, ignoramos como procurar a tranquilidade consoladora.

A frase: “E rogaram-lhe que lhe tocasse” fala do valor da intercessão. Fundamentados na fé raciocinada, os anônimos benfeitores rogaram a Jesus que tocasse aquele companheiro destituído de visão. O exemplo é elucidativo para todos nós que atuamos na seara espírita. Perante a criatura em sofrimento, temos o dever cristão de consolá-la. Se estivermos impossibilitados de atendê-la diretamente, podemos nos valer do recurso da intercessão que, por vezes, funciona com mais eficiência se fossemos nós o prestador do benefício. Rogando a quem possa, sob os auspícios da caridade, o sofredor é atendido nas suas necessidades. Entretanto, auxiliar requer, sempre, disposição discernimento e confiança. Tal como os amigos citados nesta passagem do Evangelho, não podemos curar alguém, mas agir como intermediário das forças do bem, aplicando os usuais recursos que a Doutrina Espírita nos disponibiliza: o passe, a prece, a conversa fraterna, o amparo material, o esclarecimento espiritual, o apoio solidário etc." -( FEB - EADE )-





Estudo do Livro dos Espíritos






A INFÂNCIA 


379. É tão desenvolvido, quanto o de um adulto, o Espírito que anima o corpo de uma criança? 

“Pode até ser mais, se mais progrediu. Apenas a imperfeição dos órgãos infantis o impede de se manifestar. Obra de conformidade com o instrumento de que dispõe.”




Que a graça e a paz sejam conosco!    

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