"Diz o Senhor: Porei as minhas leis no seu entendimento e em seu coração as escreverei; e eu lhes serei por Deus e eles me serão por povo." -( Hebreus. 8: 10 )-
Amados irmãos, bom dia!
Quando faltar entendimento sobre quaisquer questões, voltemos para dentro de nós mesmos e, com fé, confiemos no Senhor que Ele nos esclarecerá. Suas leis estão gravadas em nossos corações e jamais nos permite sejamos enganados se o buscarmos com o coração.
Atitude dos Espíritas diante das mistificações
“Pergunta-se também: como se pode distinguir, na vasta massa
das comunicações, cujos autores são invisíveis, o que provém das entidades
superiores e deve ser conservado? Para essa pergunta há uma só resposta. Como
distinguimos nós os bons e maus livros dos autores falecidos há muito tempo?
Como distinguir uma linguagem nobre e elevada de uma linguagem banal e vulgar?
Não temos nós um estalão [padrão], uma regra para aquilatar os pensamentos,
provenham eles do nosso mundo ou do outro? Podemos julgar as mensagens
medianímicas principalmente pelos seus efeitos moralizadores, que inúmeras
vezes têm melhorado muitos caracteres e purificado muitas consciências. É esse
o critério mais seguro de todo o ensino filosófico.
Em nossas relações com os Invisíveis há também meios de
reconhecimento para distinguir os bons Espíritos das almas atrasadas. Os
sensitivos reconhecem facilmente a natureza dos fluidos, que, nos Espíritos
bons, são sutis, agradáveis, e, nos maus, são violentos, glaciais, custosos de
suportar. [...] Avalia-se a elevação de um Espírito pela pureza dos seus
fluidos, pela beleza da sua forma e da sua linguagem. A mistificação experimentada por um médium
traz, sempre, uma finalidade útil, que é a de afastá-lo do amor-próprio, da
preguiça no estudo de suas necessidades próprias, da vaidade pessoal ou dos
excessos de confiança em si mesmo. Os fatos de mistificação não ocorrem à
revelia dos seus mentores mais elevados, que, somente assim, o conduzem à
vigilância precisa e às realizações da humildade e da prudência no seu mundo
subjetivo. A simples razão nos diz que os bons Espíritos não podem fazer senão
o bem, pois, do contrário, não seriam bons, e que o mal só pode vir dos
Espíritos imperfeitos. Portanto, as mistificações só podem provir de Espíritos
levianos ou mentirosos, que abusam da credulidade e, muitas vezes, exploram o
orgulho, a vaidade ou outras paixões. Tais mistificações têm o objetivo de pôr
à prova a perseverança, a firmeza na fé e exercitar o julgamento. Se os bons
Espíritos as permitem em certas ocasiões, não é por impotência de sua parte,
mas para nos deixar o mérito da luta. [...] Os bons Espíritos velam por nós,
assistem-nos e nos ajudam, mas sob a condição de nos ajudarmos a nós mesmos. É importante ressaltar que os médiuns [...] de
mais mérito não estão ao abrigo das mistificações dos Espíritos embusteiros;
primeiro, porque não há ainda, entre nós, pessoa assaz perfeita, para não ter
algum lado fraco, pelo qual dê acesso aos maus Espíritos; segundo, porque os
bons Espíritos permitem mesmo, às vezes, que os maus venham, a fim de
exercitarmos a nossa razão, aprendermos a distinguir a verdade do erro e
ficarmos de prevenção, não aceitando cegamente e sem exame tudo quanto nos
venha dos Espíritos; nunca, porém, um Espírito bom nos virá enganar; o erro,
qualquer que seja o nome que o apadrinhe, vem de uma fonte má. Essas
mistificações ainda podem ser uma prova para a paciência e perseverança do
espírita, médium ou não; e aqueles que desanimam, com algumas decepções, dão
prova aos bons Espíritos de que não são instrumentos com que eles possam
contar. Sabe-se que os Espíritos, em virtude da diferença entre as suas
capacidades, longe se acham de estar, individualmente considerados, na posse de
toda a verdade; que nem a todos é dado penetrar certos mistérios; que o saber
de cada um deles é proporcional à sua depuração; que os Espíritos vulgares mais
não sabem do que muitos homens e até menos que certos homens; que entre eles,
como entre estes, há presunçosos e pseudo-sábios, que julgam saber o que
ignoram; sistemáticos, que tomam por verdades as sua idéias; enfim, que só os
Espíritos da categoria mais elevada, os que já estão completamente
desmaterializados, se encontram despidos das idéias e preconceitos terrenos;
mas, também é sabido que os Espíritos enganadores não têm escrúpulo em tomar
nomes que lhes não pertencem, para impingirem suas utopias. Daí resulta que,
com relação a tudo o que seja fora do âmbito do ensino exclusivamente moral, as
revelações que cada um possa receber terão caráter individual, sem cunho de
autenticidade; que devem ser consideradas opiniões pessoais de tal ou qual
Espírito e que imprudente fora aceitá-las e propagá-las levianamente como
verdades absolutas. O primeiro controle é, sem contradita, o da razão, ao qual
cumpre se submeta, sem exceção, tudo o que venha dos Espíritos. Toda teoria em
manifesta contradição com o bom-senso, com uma lógica rigorosa e com os dados
positivos já adquiridos, deve ser rejeitada, por mais respeitável que seja o
nome que traga como assinatura. Incompleto, porém, ficará esse exame em muitos
casos, por efeito da falta de luzes de certas pessoas e das tendências de não
poucas a tomar as próprias opiniões como juízes únicos da verdade. Assim sendo,
que hão de fazer aqueles que não depositam confiança absoluta em si mesmos?
Buscar o parecer da maioria e tomar por guia a opinião desta. De tal modo é que
se deve proceder em face do que digam os Espíritos, que são os primeiros a nos
fornecer os meios de consegui-lo. A concordância no que ensinam os Espíritos é,
pois, a melhor comprovação.
É por isso que no domínio arriscado, e tantas vezes obscuro,
da experimentação, cumpre examinar, analisar as coisas com sereno critério e
extrema circunspecção, e só admitir o que se apresenta com um caráter de
autenticidade perfeitamente definido. O nosso conhecimento das condições da vida
futura, como o próprio Espiritismo, assenta sobre os fenômenos mediúnicos.
Convém estudar seriamente estes e eliminar inflexivelmente tudo o que não traga
o cunho de origem extra-humana. É preciso não substituir, a pretexto de
progresso, a incredulidade sistemática por uma cega confiança, por uma
credulidade ridícula, mas separar com cuidado o real do fictício. Disso está
dependendo o futuro do Espiritismo.” -( FEB - ESDE - Tomo único )-
Estudo do Livro dos Espíritos
23. Que é o espírito?
“O princípio inteligente do Universo.”
a) — Qual a natureza íntima do espírito?
“Não é fácil analisar o espírito com a vossa linguagem.
Para vós, ele nada é, por não ser palpável. Para nós, entretanto,
é alguma coisa. Ficai sabendo: coisa nenhuma é o
nada e o nada não existe.”
Que a graça e a paz sejam conosco!
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