" E nos últimos dias acontecerá, diz o Senhor, que do meu Espírito derramarei sobre toda carne". - ( Atos, 2:17 ) -
Amados irmãos, bom dia!
É com grande alegria que retornamos às publicações e desde já pedimos a todos que orem para que esse trabalho seja sustentado pela Espiritualidade Maior e possa contribuir para o conhecimento dos ensinamentos do nosso Mestre e Irmão, Jesus.
Continuando nossos estudos sobre comunicações mediúnicas, agora também estaremos disponibilizando, os ensinamentos do Livro dos Espíritos, codificado por Allan Kardec. A cada dia será colocado um tópico para que sobre ele reflitamos durante esse dia e assim, os possamos conhecer profundamente. Esse livro vem no formado de perguntas e respostas.
Cabe esclarecer que, abaixo do estudo do dia estarão essas questões.
Que os bons Espíritos sejam conosco!
Evocações e comunicações espontâneas dos Espíritos
“Os Espíritos podem comunicar-se espontaneamente, ou acudir
ao nosso chamado, isto é, vir por evocação. Pensam algumas pessoas que todos
devem abster-se de evocar tal ou tal Espírito e ser preferível que se espere
aquele que queira comunicar-se. Fundam-se em que, chamando determinado
Espírito, não podemos ter a certeza de ser ele quem se apresente, ao passo que
aquele que vem espontaneamente, de seu moto próprio, melhor prova a sua
identidade, pois que manifesta assim o desejo que tem de se entreter conosco.
Em nossa opinião isso é um erro: primeiramente, porque há sempre em torno de
nós Espíritos, as mais das vezes de condição inferior, que outra coisa não
querem senão comunicar-se; em segundo lugar e mesmo por esta última razão, não
chamar a nenhum em particular é abrir a porta a todos os que queiram entrar.
Numa assembléia, não dar a palavra a ninguém é deixá-la livre a toda gente e
sabe-se o que daí resulta. A chamada direta de determinado Espírito constitui
um laço entre ele e nós; chamamo-lo pelo nosso desejo e opomos assim uma
espécie de barreira aos intrusos. Sem uma chamada direta, um Espírito nenhum
motivo terá muitas vezes para vir confabular conosco, a menos que seja o nosso
Espírito familiar.
Cada uma destas duas maneiras de operar tem suas vantagens e
nenhuma desvantagem haveria, senão na exclusão absoluta de uma delas. As
comunicações espontâneas inconveniente nenhum apresentam, quando se está senhor
dos Espíritos e certo de não deixar que os maus tomem a dianteira. Então, é
quase sempre bom aguardar a boa vontade dos que se disponham a comunicar-se,
porque nenhum constrangimento sofre o pensamento deles e dessa maneira se podem
obter coisas admiráveis; entretanto, pode suceder que o Espírito por quem se
chama não esteja disposto a falar, ou não seja capaz de fazê-lo no sentido
desejado. Sabemos que o [...] desejo natural de todo aspirante a médium é o de
poder confabular com os Espíritos das pessoas que lhe são caras; deve, porém,
moderar a sua impaciência, porquanto a comunicação com determinado Espírito
apresenta muitas vezes dificuldades materiais que a tornam impossível ao
principiante. Para que um Espírito possa comunicar-se, preciso é que haja entre
ele e o médium relações fluídicas, que nem sempre se estabelecem
instantaneamente. Só à medida que a faculdade se desenvolve, é que o médium
adquire pouco a pouco a aptidão necessária para pôr-se em comunicação com o
Espírito que se apresente. Pode dar-se, pois, que aquele com quem o médium
deseje comunicar-se, não esteja em condições propícias a fazê-lo, embora se
ache presente, como também pode acontecer que não tenha possibilidade, nem
permissão para acudir ao chamado que lhe é dirigido. Convém, por isso, que no
começo ninguém se obstine em chamar determinado Espírito, com exclusão de
qualquer outro, pois amiúde sucede não ser com esse que as relações fluídicas
se estabelecem mais facilmente, por maior que seja a simpatia que lhe vote o
encarnado. Antes, pois, de pensar em obter comunicações de tal ou tal Espírito,
importa que o aspirante leve a efeito o desenvolvimento da sua faculdade, para
o que deve fazer um apelo geral e dirigir-se principalmente ao seu anjo
guardião.” -( FEB )-
Amados irmãos, O Livro dos Espíritos nos apresenta os ensinamentos através de questionamentos feitos por Allan Kardec e as respostas que foram dadas pelos próprios Espíritos. No livro há uma introdução muito importante que inserimos a seguir em parte, a fim de nos auxiliar o entendimento.
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO LIVRO DOS ESPÍRITOS
"Para se designarem coisas novas são precisos termos novos.
Assim o exige a clareza da linguagem, para evitar a confusão inerente à
variedade de sentidos das mesmas palavras. Os vocábulos espiritual,
espiritualista, espiritualismo têm acepção bem definida. Dar-lhes outra, para
aplicá-los à doutrina dos Espíritos, fora multiplicar as causas já numerosas de
anfibologia. Com efeito, o espiritualismo é o oposto do materialismo. Quem quer
que acredite haver em si alguma coisa mais do que matéria, é espiritualista.
Não se segue daí, porém, que creia na existência dos Espíritos ou em suas
comunicações com o mundo visível. Em vez das palavras espiritual,
espiritualismo, empregamos, para indicar a crença a que vimos de referir-nos,
os termos espírita e espiritismo, cuja forma lembra a origem e o sentido
radical e que, por isso mesmo, apresentam a vantagem de ser perfeitamente
inteligíveis, deixando ao vocábulo espiritualismo a acepção que lhe é própria.
Diremos, pois, que O
LIVRO DOS ESPÍRITOS doutrina espírita ou o Espiritismo tem por princípio as
relações do mundo material com os Espíritos ou seres do mundo invisível. Os
adeptos do Espiritismo serão os espíritas, ou, se quiserem, os espiritistas.
Como especialidade, O Livro dos Espíritos contém a doutrina espírita; como
generalidade, prende-se à doutrina espiritualista, uma de cujas fases
apresenta. Essa a razão por que traz no cabeçalho do seu título as palavras:
Filosofia espiritualista.
Há outra palavra acerca da qual importa igualmente que
todos se entendam, por constituir um dos fechos de abóbada de toda doutrina
moral e ser objeto de inúmeras controvérsias, à míngua de uma acepção bem
determinada. É a palavra alma. A divergência de opiniões sobre a natureza da
alma provém da aplicação particular que cada um dá a esse termo.
Uma língua
perfeita, em que cada idéia fosse expressa por um termo próprio, evitaria
muitas discussões. Segundo uns, a alma é o princípio da vida material orgânica.
Não tem existência própria e se aniquila com a vida: é o materialismo puro.
Neste sentido e por comparação, diz-se de um instrumento rachado, que nenhum
som mais emite: não tem alma. De conformidade com essa opinião, a alma seria
efeito e não causa. Pensam outros que a alma é o princípio da inteligência,
agente universal do qual cada ser absorve uma certa porção. Segundo esses, não
haveria em todo o Universo senão uma só alma a distribuir centelhas pelos
diversos seres inteligentes durante a vida destes, voltando cada centelha,
mortos os seres, à fonte comum, a se confundir com o todo, como os regatos e os
rios voltam ao mar, donde saíram.
Essa opinião difere da precedente em que,
nesta hipótese, não há em nós somente matéria, subsistindo alguma coisa após a
morte. Mas é quase como se nada subsistisse, porquanto, destituídos de individualidade,
não mais teríamos consciência de nós mesmos. Dentro desta opinião, a alma
universal seria Deus, e cada ser um fragmento da divindade. Simples variante do
panteísmo. Segundo outros, finalmente, a alma é um ser moral, distinto,
independente da matéria e que conserva sua individualidade após a morte. Esta
acepção é, sem contradita, a mais geral, porque, debaixo de um nome ou de
outro, a idéia desse ser que sobrevive ao corpo se encontra, no estado de
crença instintiva, não derivada de ensino, entre todos os povos, qualquer que
seja o grau de civilização de cada um. Essa doutrina, segundo a qual a alma é
causa e não efeito, é a dos espiritualistas. Sem discutir o mérito de tais
opiniões e considerando apenas o lado linguístico da questão, diremos que estas
três aplicações do termo alma correspondem a três idéias distintas, que
demandariam, para serem expressas, três vocábulos diferentes.
Aquela palavra
tem, pois, tríplice acepção e cada um, do seu ponto de vista, pode com razão
defini-la como o faz. O mal está em a língua dispor somente de uma palavra para
exprimir três idéias. A fim de evitar todo equívoco, seria necessário
restringir-se a acepção do termo alma a uma daquelas idéias. A escolha é
indiferente; o se faz mister é o entendimento entre todos, reduzindo-se o
problema a uma simples questão de convenção. Julgamos mais lógico tomá-lo na
sua acepção vulgar e por isso chamamos ALMA ao ser imaterial e individual que
em nós reside e sobrevive ao corpo. Mesmo quando esse ser não existisse, não passasse
de produto da imaginação, ainda assim fora preciso um termo para designá-lo. Na
ausência de um vocábulo especial para tradução de cada uma das duas outras
idéias a que corresponde a palavra alma, denominamos:
Princípio vital o princípio da vida material e orgânica,
qualquer que seja a fonte donde promane, princípio esse comum a todos os seres
vivos, desde as plantas até o homem. Pois que pode haver vida com exclusão da
faculdade de pensar, o princípio vital é coisa distinta e independente. A palavra
vitalidade não daria a mesma idéia. Para uns o princípio vital é uma
propriedade da matéria, um efeito que se produz achando-se a matéria em dadas
circunstâncias. Segundo outros, e esta é a idéia mais comum, ele reside em um
fluido especial, universalmente espalhado e do qual cada ser absorve e assimila
uma parcela durante a vida, tal como os corpos inertes absorvem a luz. Esse
seria então o fluido vital que, na opinião de alguns, em nada difere do fluido
elétrico animalizado, ao qual também se dão os nomes de fluido magnético,
fluido nervoso, etc. Seja como for, um fato há que ninguém ousaria contestar,
pois que resulta da observação: é que os seres orgânicos têm em si uma força
íntima que determina o fenômeno da vida, enquanto essa força existe; que a vida
material é comum a todos os seres orgânicos e independe da inteligência e do
pensamento; que a inteligência e o pensamento são faculdades próprias de certas
espécies orgânicas; finalmente, que entre as espécies orgânicas dotadas de
inteligência e de pensamento há uma dotada também de um senso moral especial,
que lhe dá incontestável superioridade sobre as outras: a espécie humana.
Concebe-se que, com uma acepção múltipla, o termo alma não exclui o
materialismo, nem o panteísmo. O próprio espiritualismo pode entender a alma de
acordo com uma ou outra das duas primeiras definições, sem prejuízo do Ser
imaterial distinto, a que então dará um nome qualquer. Assim, aquela palavra
não representa uma opinião: é um Proteu, que cada um ajeita a seu bel-prazer.
Daí tantas disputas intermináveis. Evitar-se-ia igualmente a confusão, embora
usando-se do termo alma nos três casos, desde que se lhe acrescentasse um
qualificativo especificando o ponto de vista em que se está colocado, ou a
aplicação que se faz da palavra. Esta teria, então, um caráter genérico,
designando, ao mesmo tempo, o princípio da vida material, o da inteligência e o
do senso moral, que se distinguiriam mediante um atributo, como os gases, por
exemplo, que se distinguem aditando-se ao termo genérico as palavras
hidrogênio, oxigênio, ou azoto. Poder-se-ia, assim, dizer, e talvez fosse o
melhor, a alma vital — indicando o princípio da vida material; a alma
intelectual — o princípio da inteligência, e a alma espírita — o da nossa
individualidade após a morte. Como se vê, tudo isto não passa de uma questão de
palavras, mas questão muito importante quando se trata de nos fazermos
entendidos. De conformidade com essa maneira de falar, O LIVRO DOS ESPÍRITOS a
alma vital seria comum a todos os seres orgânicos: plantas, animais e homens; a
alma intelectual pertenceria aos animais e aos homens; e a alma espírita
somente ao homem. Julgamos dever insistir nestas explicações pela razão de que
a doutrina espírita repousa naturalmente sobre a existência, em nós, de um ser
independente da matéria e que sobrevive ao corpo. A palavra alma, tendo que
aparecer com frequência no curso desta obra, cumpria fixássemos bem o sentido
que lhe atribuímos, a fim de evitarmos qualquer engano. Passemos agora ao
objeto principal desta instrução preliminar."
DEUS E O INFINITO
1. Que é Deus?
“Deus é a inteligência suprema, causa primária de
todas as coisas.” ¹
1 O texto colocado entre aspas, em seguida às perguntas, é a resposta
que os Espíritos deram. Para destacar as notas e explicações
aditadas pelo autor, quando haja possibilidade de serem confundidas
com o texto da resposta, empregou-se um outro tipo menor.
Quando formam capítulos inteiros, sem ser possível a confusão, o
mesmo tipo usado para as perguntas e respostas foi o empregado.
Que a graça e a paz sejam conosco!
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