"Iluminai meus olhos com vossa luz, para eu não adormecer na morte". -( Salmos, 12: 5a )-
Amados irmãos, bom dia!
Iluminados pela luz do nosso Pai celestial, continuemos a buscar através do estudo, sua preciosa sabedoria, a fim de que estejamos a cada dia mais próximos da vida segundo Sua vontade.
As provas da riqueza e da miséria
“Ensina o Espiritismo que Deus
concedeu as riquezas e o poder a uns e a miséria a outros para [...]
experimentá-los de modos diferentes. Além disso, como sabeis, essas provas
foram escolhidas pelos próprios Espíritos, que nelas, entretanto, sucumbem com
frequência. Pode parecer estranho que os Espíritos escolham provas dolorosas,
como a da miséria. Com efeito, sob [...] a influência das idéias carnais, o
homem, na Terra, só vê das provas o lado penoso. Tal a razão de lhe parecer
natural sejam escolhidas as que, do seu ponto de vista, podem coexistir com os
gozos materiais. Na vida espiritual, porém, compara esses gozos fugazes e
grosseiros com a inalterável felicidade que lhe é dado entrever e desde logo
nenhuma impressão mais lhe causam os passageiros sofrimentos terrenos. Assim,
pois, o Espírito pode escolher prova muito rude e, conseguintemente, uma
angustiada existência, na esperança de alcançar depressa um estado melhor, como
o doente escolhe muitas vezes o remédio mais desagradável para se curar de
pronto. Contudo, tanto a prova da miséria como a da riqueza são difíceis de
serem suportadas, porque, enquanto a [...] miséria provoca as queixas contra a
Providência, a riqueza incita a todos os excessos. O rico entretanto possui, de
um modo geral, mais instrumentos para fazer o bem do que o pobre. Todavia, nem
sempre o faz. [...] Torna-se egoísta, orgulhoso e insaciável. Com a riqueza,
suas necessidades aumentam e ele nunca julga possuir o bastante para si
unicamente. Em verdade, a [...] alta posição do homem neste mundo e o ter
autoridade sobre os seus semelhantes são provas tão grandes e tão escorregadias
como a desgraça, porque, quanto mais rico e poderoso é ele, tanto mais
obrigações tem que cumprir e tanto mais abundantes são os meios de que dispõe
para fazer o bem e o mal. Deus experimenta o pobre pela resignação e o rico
pelo emprego que dá aos seus bens e ao seu poder. A riqueza e o poder fazem
nascer todas as paixões que nos prendem à matéria e nos afastam da perfeição
espiritual. Por isso foi que Jesus disse: “Em verdade vos digo que mais fácil é
passar um camelo por um fundo de agulha do que entrar um rico no reino dos
céus.”
Qual, então, o melhor emprego que se
pode dar à riqueza? Procurai – nestas palavras: “Amai-vos uns aos outros”,
a solução do problema. Elas guardam o segredo do bom emprego das riquezas.
Aquele que se acha animado do amor do próximo tem aí toda traçada a sua linha
de proceder. Na caridade está, para as riquezas, o emprego que mais apraz a
Deus. [...] Rico!... dá do que te sobra; faze mais: dá um pouco do que te é
necessário, porquanto o de que necessitas ainda é supérfluo. Mas, dá com
sabedoria. Não repilas o que se queixa, com receio de que te engane; vai às
origens do mal. Alivia, primeiro; em seguida, informa-te, e vê se o trabalho,
os conselhos, mesmo a afeição não serão mais eficazes do que a tua esmola. Difunde
em torno de ti, como os socorros materiais, o amor de Deus, o amor do trabalho,
o amor do próximo. [...] A riqueza da inteligência deves utilizá-la como a do
ouro. Derrama em torno de ti os tesouros da instrução; derrama sobre teus
irmãos os tesouros do teu amor e eles frutificarão.
Ressalte-se, no entanto, que somente
a fé inabalável na vida futura – fé que o Espiritismo faculta – propiciará
melhores condições de enfrentamento, tanto da prova da miséria quanto a da
riqueza. É que para [...] quem se coloca, pelo pensamento, na vida espiritual,
que é indefinida, a vida corpórea se torna simples passagem, breve estada num
país ingrato. As vicissitudes e tribulações dessa vida não passam de incidentes
que ele suporta com paciência, por sabê-las de curta duração, devendo seguir-se-lhes
um estado mais ditoso. Passa a perceber, então, [...]que grandes e pequenos
estão confundidos, como formigas sobre um montículo de terra; que proletários e
potentados são da mesma estatura, e lamenta que essas criaturas efêmeras a
tantas canseiras se entregam para conquistar um lugar que tão pouco as elevará
e que por tão pouco tempo conservarão. Daí se segue que a importância dada aos
bens terrenos está sempre em razão inversa da fé na vida futura”. -( FEB )-
Que a graça e a paz sejam conosco!
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