"Um momento chega em que o excesso do mal moral se torna intolerável e impõe ao homem a necessidade de mudar de vida".
Amados irmãos, bom dia!
"Os flagelos são provas que dão ao homem ocasião de exercitar a
sua inteligência, de demonstrar sua paciência e resignação ante a vontade de
Deus e que lhe oferecem ensejo de manifestar seus sentimentos de abnegação, de
desinteresse e de amor ao próximo, se o não domina o egoísmo".
Que os bons Espíritos nos auxiliem na compreensão destes e que possamos haurir entendimentos que nos levem a nos melhorarmos a cada nova experiência, a cada novo dia que nos oferece o Senhor.
“Os flagelos fazem parte do processo provacional e expiatório
do nosso Planeta, alcançando, indistintamente, grandes e pequenos, ricos e
pobres. Jesus, conhecedor profundo das necessidades de aprendizado humano, já
nos advertia no Sermão da Montanha (Mateus, 24:6-8): Haveis de ouvir sobre
guerras e rumores de guerra. Cuidado para não vos alarmardes. É preciso que
aconteçam, mas ainda não é o fim. Pois se levantará nação contra nação e reino
contra reino. E haverá fome e terremotos em todos os lugares. Tudo isso será o
princípio das dores.
Os Espíritos Orientadores nos esclarecem que Deus permite ser
a Humanidade atingida por flagelos, para [...] fazê-la progredir mais depressa.
Já não dissemos ser a destruição uma necessidade para a regeneração moral dos
Espíritos, que, em cada nova existência, sobem um degrau na escala do
aperfeiçoamento? Preciso é que se veja o objetivo, para que os resultados
possam ser apreciados.
Somente do vosso ponto de vista pessoal os apreciais; daí vem
que os qualificais de flagelos, por efeito do prejuízo que vos causam. Essas
subversões, porém, são frequentemente necessárias para que mais pronto se dê o
advento de uma melhor ordem de coisas e para que se realize em alguns anos o que
teria exigido muitos séculos.
Na verdade, o homem
poderia evitar o sofrimento dos flagelos se fosse mais cuidadoso nas suas
escolhas. Deus, em sua infinita bondade, oferece-nos inúmeros outros
instrumentos de progresso, mas, como seres imperfeitos que ainda somos, optamos
por seguir os caminhos mais ásperos e tortuosos da vida.
Deus nos dá [...] os meios de progredir pelo conhecimento do
bem e do mal. O homem, porém, não se aproveita desses meios. Necessário,
portanto, se torna que seja castigado no seu orgulho e que se lhe faça sentir a
sua fraqueza. Dessa forma, os [...] flagelos são provas que dão ao homem
ocasião de exercitar a sua inteligência, de demonstrar sua paciência e
resignação ante a vontade de Deus e que lhe oferecem ensejo de manifestar seus
sentimentos de abnegação, de desinteresse e de amor ao próximo, se o não domina
o egoísmo.
Há dois tipos de flagelos destruidores: os naturais e os
provocados pelos homens. Na primeira linha dos flagelos destruidores, naturais
e independentes do homem, devem ser colocados a peste [e outras doenças
semelhantes], a fome, as inundações, as intempéries fatais às produções da
terra. Os flagelos destruidores provocados pelos homens revelam predominância
[...] da natureza animal sobre a natureza espiritual e transbordamento das
paixões. No estado de barbaria, os povos um só direito conhecem — o do mais
forte. Por isso é que, para tais povos, o de guerra é um estado normal.
No que diz respeito aos flagelos naturais, tais como [...] as
inundações, as intempéries fatais à produção agrícola, os terremotos, os
vendavais etc., que soem causar tantas vítimas, instruem-nos, ainda, os
mentores espirituais, são acidentes passageiros no destino da Terra (mundo
expiatório), que haverão de cessar no futuro, quando a Humanidade que a habite
haja aprendido a viver segundo os mandamentos de Deus, pautados no Amor,
dispensando, então, os corretivos da Dor. Dessa forma, em face [...] do
impositivo da evolução, o homem enfrenta os flagelos que fazem parte da vida.
Os naturais surpreendem-no, sem que os possa evitar, não
obstante a inteligência lhe haja facultado meios de os prevenir e até mesmo de
remediar-lhes algumas consequências. Irrompem, de quando em quando, desafiando-lhe
a capacidade intelectual, ao mesmo tempo estimulando-lhe os valores que deve
aplicar para os conjurar e impedir. Enquanto isso não ocorre, constituem-lhe
corretivos morais, mecanismos de reparação dos males perpetrados, recursos da
Vida para impulsioná-lo ao progresso sem retentivas com a retaguarda. Inúmeros
desses flagelos destruidores já podem ser previstos e alguns têm diminuídos os
seus efeitos perniciosos, em razão das conquistas que a Humanidade vem
alcançando. Outros, que constituíam impedimentos aos avanços e à saúde, têm
sido minorados e até vencidos, quais a fertilização de regiões desérticas, o
saneamento de áreas contaminadas, a correção de acidentes geográficos, a
prevenção contra as epidemias que dizimariam multidões, assolando países e
continentes inteiros, e, graças ao Espiritismo, a terapia preventiva em relação
aos processos obsessivos que dominavam grupos e coletividades [...].
O homem recebeu em partilha uma inteligência com cujo auxílio
lhe é possível conjurar, ou, pelo menos, atenuar os efeitos de todos os
flagelos naturais. Quanto mais saber ele adquire e mais se adianta em
civilização, tanto menos desastrosos se tornam os flagelos. Com uma organização
sábia e previdente, chegará mesmo a lhes neutralizar as consequências, quando
não possam ser inteiramente evitados. Assim, com referência, até, aos flagelos
que têm certa utilidade para a ordem geral da Natureza e para o futuro, mas
que, no presente, causam danos, facultou Deus ao homem os meios de lhes
paralisar os efeitos. Assim é que ele saneia as regiões insalubres, imuniza
contra os miasmas pestíferos, fertiliza terras áridas e se industría em
preservá-las das inundações; constrói habitações mais salubres, mais sólidas
para resistirem aos ventos tão necessários à purificação da atmosfera e se
coloca ao abrigo das intempéries. É assim, finalmente, que, pouco a pouco, a
necessidade lhe fez criar as ciências, por meio das quais melhora as condições
de habitabilidade do globo e aumenta o seu próprio bem-estar.
Tendo o homem que progredir, os males a que se acha exposto
são um estimulante para o exercício da sua inteligência, de todas as suas
faculdades físicas e morais, incitando-o a procurar os meios de evitá-los. Se
ele nada houvesse de temer, nenhuma necessidade o induziria a procurar o
melhor; o espírito se lhe entorpeceria na inatividade; nada inventaria, nem
descobriria. A dor é o aguilhão que o impele para a frente, na senda do
progresso.
Os flagelos destruidores provocados pelo homem representam,
ao contrário dos naturais, uma grave infração à lei de Deus. Sabemos que, de
todos os sofrimentos existentes na Terra, [...] os males mais numerosos são os
que o homem cria pelos seus vícios, os que provêm do seu orgulho, do seu
egoísmo, da sua ambição, da sua cupidez, de seus excessos em tudo. Aí a causa
das guerras e das calamidades que estas acarretam, das dissenções, das
injustiças, da opressão do fraco pelo forte, da maior parte, afinal, das
enfermidades. Deus promulgou leis plenas de sabedoria, tendo por único objetivo
o bem. Em si mesmo encontra o homem tudo o que lhe é necessário para
cumpri-las. A consciência lhe traça a rota, a lei divina lhe está gravada no
coração e, ao demais, Deus lha lembra constantemente por intermédio de seus
messias e profetas, de todos os Espíritos encarnados que trazem a missão de o
esclarecer, moralizar e melhorar e, nestes últimos tempos, pela multidão dos
Espíritos desencarnados que se manifestam em toda parte. Se o homem se
conformasse rigorosamente com as leis divinas, não há duvidar de que se
pouparia aos mais agudos males e viveria ditoso na Terra. Se assim não procede,
é por virtude do seu livre-arbítrio: sofre então as consequências do seu proceder.
Entretanto, Deus, todo bondade, pôs o remédio ao lado do mal, isto é, faz que
do próprio mal saia o remédio. Um momento chega em que o excesso do mal moral
se torna intolerável e impõe ao homem a necessidade de mudar de vida. Instruído
pela experiência, ele se sente compelido a procurar no bem o remédio, sempre
por efeito do seu livre-arbítrio. Quando toma melhor caminho, é por sua vontade
e porque reconheceu os inconvenientes do outro. A necessidade, pois, o
constrange a melhorar-se moralmente, para ser mais feliz, do mesmo modo que o
constrangeu a melhorar as condições materiais da sua existência. Esta é a
explicação para a ocorrência de tragédias que, como se surgissem do nada, se
abatem sobre indivíduos e coletividades. Na verdade, esses sofrimentos
dolorosos, que assumem a feição de flagelos destruidores, fazem parte da
programação reencarnatória, representando, em última análise, medidas de
reajuste espiritual perante a Lei de Deus. São aflições que remontam às ações
ocorridas no passado, em outras reencarnações. Todavia, por virtude do axioma
segundo o qual todo efeito tem uma causa, tais misérias são efeitos que hão de
ter uma causa e, desde que se admita um Deus justo, essa causa também há de ser
justa. Ora, ao efeito precedendo sempre a causa, se esta não se encontra na
vida atual, há de ser anterior a essa vida, isto é, há de estar numa existência
precedente. Por outro lado, não podendo Deus punir alguém pelo bem que fez, nem
pelo mal que não fez, se somos punidos, é que fizemos o mal; se esse mal não o
fizemos na presente vida, tê-lo-emos feito noutra. É uma alternativa a que
ninguém pode fugir e em que a lógica decide de que parte se acha a justiça de
Deus.
De todos os flagelos destruidores, provocados pela incúria e
imprevidência humanas, a guerra traduz-se, possivelmente, como sendo o mais
doloroso. Contudo, à medida que [...] o homem progride, menos frequente se
torna a guerra, porque ele lhe evita as causas, fazendo-a com humanidade,
quando a sente necessária. Infelizmente, o ser humano ainda não está preparado
para viver a paz, de forma que a guerra representa, ao lado das graves
tragédias, um doloroso processo de conquista da liberdade e do progresso. Neste
sentido, a principal causa [...] da guerra está no atraso dos indivíduos e das
sociedades humanas, donde derivam as paixões desordenadas, que tomam o caráter
de violência e, com sua impetuosidade, produzem os conflitos que ensanguentam as
páginas da história da Humanidade. No futuro, quando a Terra passar,
definitivamente, para a categoria de mundo de regeneração, estando o Planeta
livre de expiações, as guerras serão banidas. Mas isto somente ocorrerá quando,
efetivamente, [...] os homens compreenderem a justiça e praticarem a lei de
Deus. Nessa época, todos os povos serão
irmãos. Assim, [...] a guerra-monstro de mil faces que começa no egoísmo de
cada um, que se corporifica na discórdia do lar, e se prolonga na intolerância
da fé, na vaidade da inteligência e no orgulho das raças, alimentando-se de
sangue e lágrimas, violência e desespero, ódio e rapina, tão cruel entre as
nações supercivilizadas do século XX [e do atual], quanto já o era na corte
obscurantista de Ramsés II – somente desaparecerá quando o Evangelho de Jesus
iluminar o coração humano, fazendo com que os habitantes da Terra se amem como
irmãos”. -( FEB )-
Que a graça e a paz sejam conosco!
Nenhum comentário:
Postar um comentário