quarta-feira, 2 de setembro de 2015

Instinto e inteligência








Amados irmãos, bom dia!
O tema que iremos refletir nos levará a compreender as diferentes etapas evolutivas que trilharemos como Espíritos em formação.
Devido a sua complexidade iremos refletir por etapas, iniciando nos conceitos de instinto e inteligência.








Instinto e inteligência

“A compreensão dos conceitos instinto, instinto de conservação e inteligência nos reporta, necessariamente, ao processo de evolução dos seres vivos. Para o Espiritismo a evolução biológica e espiritual representa um processo natural e contínuo, decorrente da lei do progresso. Neste sentido, os ensinamentos espíritas estão além dos atuais conhecimentos científicos, os quais, por não considerarem a sobrevivência do Espírito, focalizam seus estudos nos processos biológicos e fisiológicos.

Em relação à evolução dos seres vivos há, entretanto, uma significativa concordância entre o pensamento espírita e o pensamento científico. Os seguintes esclarecimentos de Allan Kardec, anunciados na Revista Espírita de 1868, são, em essência, os mesmos que a Ciência divulga atualmente: a escala dos seres é contínua; antes de ser o que o somos, passamos por todos os graus desta escala, que estão abaixo de nós, e continuaremos a subir os que estão acima. Antes que o nosso cérebro fosse réptil, foi peixe, e foi peixe antes de ser mamífero. Hoje é um fato cientificamente demonstrado que a vida orgânica nem sempre existiu na Terra, e que aí teve um começo; a geologia permite seguir o seu desenvolvimento gradual. Os primeiros seres do reino vegetal e do reino animal que então apareceram, se devem ter formado sem procriação*, e pertencer às classes inferiores, como o constatam as observações geológicas.

À medida que os elementos dispersos se reuniram, as primeiras combinações formaram corpos exclusivamente inorgânicos, isto é, pedras, águas e minerais de toda sorte. Quando esses mesmos elementos se modificaram pela ação do fluido vital – que não é o princípio inteligente – formaram corpos dotados de vitalidade, de uma organização constante e regular, cada um na sua espécie. Ora, assim como a cristalização da matéria bruta não ocorre senão quando uma causa acidental vem opor-se ao arranjo simétrico das moléculas, os corpos organizados se formam desde que circunstâncias favoráveis de temperatura, umidade, repouso ou movimento, e uma espécie de fermentação permitam que as moléculas da matéria, vivificadas pelo fluido vital, se reunam.

É importante destacar, neste ponto, que a Ciência não aceita a idéia do fluido vital, na forma como o Espiritismo ensina. Existem também outras concordâncias entre o Espiritismo e a Ciência, especialmente no que diz respeito à biodiversidade dos seres existentes no Planeta.

Allan Kardec nos esclarece desta forma: Os seres não procriados formam, pois, o primeiro escalão dos seres orgânicos [...]. Quanto às espécies que se propagam por procriação*, uma opinião que não é nova [...], é que os primeiros tipos de cada espécie são o produto de uma modificação da espécie imediatamente inferior. Assim estabeleceu-se uma cadeia ininterrupta, desde o musgo e o líquen até o carvalho, e depois o zoofita, o verme de terra e o ácaro até o homem. Sem dúvida, entre o verme de terra e o homem, se se considerarem apenas os dois pontos extremos, há uma diferença que parece um abismo; mas quando se aproximam todos os elos intermediários, encontra-se uma filiação sem solução de continuidade. Foi assim que, em linhas gerais em certo momento da caminhada evolutiva surgiram o instinto, o instinto de conservação e a inteligência nos seres vivos do Planeta. É nessa encruzilhada evolutiva que percebemos as grandes divergências existentes, ainda, entre a Ciência – que considera a evolução como um processo de natureza exclusivamente biológica, ou física – e o Espiritismo, que ensina que a evolução ocorre nos dois planos da vida: no espiritual e no físico, resultante da ação do princípio inteligente. “Sem procriação”: é importante não considerar o significado desta expressão como sendo uma referência ao conceito de geração espontânea. Os seres vivos evolutivamente primitivos (micróbios e alguns vegetais) se reproduzem de forma assexuada (sem gametas) ou vegetativa. Nos seres superiores (plantas evoluídas e animais) a reprodução é sexuada. Assim, “sem procriação” = reprodução assexuada; “procriação” = reprodução sexuada. Este é o sentido que se quer transmitir.

Num esforço de síntese, o Espírito André Luiz nos apresenta um panorama geral da evolução, esclarecendo como e quando o instinto e a inteligência surgiram. O princípio inteligente afastou-se [...] do leito oceânico, atingiu a superfície das águas protetoras, moveu-se em direção à lama das margens, debateu-se no charco, chegou à terra firme, experimentou na floresta copioso material de formas representativas, ergueu-se do solo, contemplou os céus e, depois de longos milênios, durante os quais aprendeu a procriar, alimentar-se, escolher, lembrar e sentir, conquistou a inteligência... Viajou de simples impulso para a irritabilidade, da irritabilidade para a sensação, da sensação para o instinto, do instinto para a razão. Nessa penosa romagem, inúmeros milênios decorreram sobre nós”. -( FEB )-



Que a graça e a paz sejam conosco!

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