Amados irmãos, bom dia!
O tema que iremos refletir nos levará a compreender as
diferentes etapas evolutivas que trilharemos como Espíritos em formação.
Devido a sua complexidade iremos refletir por etapas,
iniciando nos conceitos de instinto e inteligência.
Instinto e inteligência
“A compreensão dos conceitos instinto, instinto de
conservação e inteligência nos reporta, necessariamente, ao processo de
evolução dos seres vivos. Para o Espiritismo a evolução biológica e espiritual
representa um processo natural e contínuo, decorrente da lei do progresso.
Neste sentido, os ensinamentos espíritas estão além dos atuais conhecimentos
científicos, os quais, por não considerarem a sobrevivência do Espírito,
focalizam seus estudos nos processos biológicos e fisiológicos.
Em relação à evolução dos seres vivos há, entretanto, uma
significativa concordância entre o pensamento espírita e o pensamento
científico. Os seguintes esclarecimentos de Allan Kardec, anunciados na Revista
Espírita de 1868, são, em essência, os mesmos que a Ciência divulga atualmente:
a escala dos seres é contínua; antes de ser o que o somos, passamos por todos
os graus desta escala, que estão abaixo de nós, e continuaremos a subir os que
estão acima. Antes que o nosso cérebro fosse réptil, foi peixe, e foi peixe
antes de ser mamífero. Hoje é um fato cientificamente demonstrado que a vida
orgânica nem sempre existiu na Terra, e que aí teve um começo; a geologia
permite seguir o seu desenvolvimento gradual. Os primeiros seres do reino vegetal
e do reino animal que então apareceram, se devem ter formado sem procriação*, e
pertencer às classes inferiores, como o constatam as observações geológicas.
À medida que os elementos dispersos se reuniram, as primeiras
combinações formaram corpos exclusivamente inorgânicos, isto é, pedras, águas e
minerais de toda sorte. Quando esses mesmos elementos se modificaram pela ação
do fluido vital – que não é o princípio inteligente – formaram corpos dotados
de vitalidade, de uma organização constante e regular, cada um na sua espécie.
Ora, assim como a cristalização da matéria bruta não ocorre senão quando uma
causa acidental vem opor-se ao arranjo simétrico das moléculas, os corpos
organizados se formam desde que circunstâncias favoráveis de temperatura,
umidade, repouso ou movimento, e uma espécie de fermentação permitam que as
moléculas da matéria, vivificadas pelo fluido vital, se reunam.
É importante destacar, neste ponto, que a Ciência não aceita
a idéia do fluido vital, na forma como o Espiritismo ensina. Existem também
outras concordâncias entre o Espiritismo e a Ciência, especialmente no que diz
respeito à biodiversidade dos seres existentes no Planeta.
Allan Kardec nos esclarece desta forma: Os seres não
procriados formam, pois, o primeiro escalão dos seres orgânicos [...]. Quanto
às espécies que se propagam por procriação*, uma opinião que não é nova [...],
é que os primeiros tipos de cada espécie são o produto de uma modificação da
espécie imediatamente inferior. Assim estabeleceu-se uma cadeia ininterrupta,
desde o musgo e o líquen até o carvalho, e depois o zoofita, o verme de terra e
o ácaro até o homem. Sem dúvida, entre o verme de terra e o homem, se se
considerarem apenas os dois pontos extremos, há uma diferença que parece um
abismo; mas quando se aproximam todos os elos intermediários, encontra-se uma
filiação sem solução de continuidade. Foi assim que, em linhas gerais em certo
momento da caminhada evolutiva surgiram o instinto, o instinto de conservação e
a inteligência nos seres vivos do Planeta. É nessa encruzilhada evolutiva que
percebemos as grandes divergências existentes, ainda, entre a Ciência – que
considera a evolução como um processo de natureza exclusivamente biológica, ou
física – e o Espiritismo, que ensina que a evolução ocorre nos dois planos da
vida: no espiritual e no físico, resultante da ação do princípio inteligente.
“Sem procriação”: é importante não considerar o significado desta expressão
como sendo uma referência ao conceito de geração espontânea. Os seres vivos
evolutivamente primitivos (micróbios e alguns vegetais) se reproduzem de forma
assexuada (sem gametas) ou vegetativa. Nos seres superiores (plantas evoluídas
e animais) a reprodução é sexuada. Assim, “sem procriação” = reprodução
assexuada; “procriação” = reprodução sexuada. Este é o sentido que se quer
transmitir.
Num esforço de síntese, o Espírito André Luiz nos apresenta
um panorama geral da evolução, esclarecendo como e quando o instinto e a
inteligência surgiram. O princípio inteligente afastou-se [...] do leito
oceânico, atingiu a superfície das águas protetoras, moveu-se em direção à lama
das margens, debateu-se no charco, chegou à terra firme, experimentou na
floresta copioso material de formas representativas, ergueu-se do solo,
contemplou os céus e, depois de longos milênios, durante os quais aprendeu a
procriar, alimentar-se, escolher, lembrar e sentir, conquistou a
inteligência... Viajou de simples impulso para a irritabilidade, da
irritabilidade para a sensação, da sensação para o instinto, do instinto para a
razão. Nessa penosa romagem, inúmeros milênios decorreram sobre nós”. -( FEB )-
Que a graça e a paz sejam conosco!
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