"Que o Senhor te escute no dia da provação, e te proteja o nome do Deus de Jacó". - ( Salmos, 19: 1 )-
Amados irmãos, bom dia!
Continuando nosso estudo, hoje vamos refletir sobre as
consequências físicas e espirituais do aborto. Embora seja um texto longo,
solicitamos seja estudado com carinho, pois, nossa responsabilidade é notória
tanto a evitar quanto a orientar nossos irmãos que possam necessitar de
aconselhamento numa situação dessas.
As consequências físicas e espirituais do aborto
“As consequências do aborto delituoso podem, na maioria,
explicar a existência de [...]muitos casais humanos, absolutamente sem a coroa
dos filhos, visto que anularam as próprias faculdades geradoras. Quando não
procederam de semelhante modo no presente, sequiosos de satisfação egoística,
agiram assim, no passado, determinando sérias anomalias na organização psíquica
que lhes é peculiar. Neste último caso, experimentam dolorosos períodos de
solidão e sede afetiva, até que refaçam, dignamente, o patrimônio de veneração
que todos nós devemos às leis de Deus.
As consequências imediatas do aborto delituoso logicamente se
refletem, primeiro e em maior grau, no organismo fisiopsicossomático da mulher,
pois abortar é arrancar violentamente um ser vivo do claustro materno. O centro
genésico, que é o santuário das energias criadoras do sexo e tem sua
contraparte na organização perispiritual da mulher, com a prática do aborto
condenável sofre desequilíbrios profundos, ainda desconhecidos da ciência
terrena. Para a mulher que praticou o aborto, injustificadamente, os
sofrimentos continuarão na próxima encarnação, através dos desequilíbrios
psíquicos diversos, enfermidades do útero e a grande frustração pela
impossibilidade de gerar filhos. Mesmo a mulher que praticou o aborto, após já
ter concebido o primeiro ou o segundo filho, receberá, na próxima encarnação,
os sintomas perturbatórios do seu crime, justamente depois do primeiro ou do
segundo filho, período exato em que praticou o aborto na existência anterior.
Diversos problemas que sofrem hoje as mulheres no exercício da maternidade têm
suas causas profundas nos deslizes do passado, que hoje surgem no corpo físico
como reflexo positivo da desorganização perispirítica. Sendo assim, a mulher
que promove o aborto [...] ou que venha a coonestar semelhante delito é
constrangida, por leis irrevogáveis, a sofrer alterações deprimentes no centro
genésico de sua alma, predispondo-se geralmente a dolorosas enfermidades, quais
sejam a metrite, o vaginismo, a metralgia, o enfarte uterino, a tumoração
cancerosa, flagelos esses com os quais, muita vez, desencarna, demandando o Além
para responder, perante a Justiça Divina, pelo crime praticado. É, então, que
se reconhece rediviva, mas doente e infeliz, porque, pela incessante
recapitulação mental do ato abominável, através do remorso, reterá por tempo
longo a degenerescência das forças genitais.
Quem quer que venha praticar esse delito [aborto] ou com ele
colaborar predispõe-se a alterações significativas do centro genésico, em seu
perispírito, com consequências atuais e posteriores, na esfera patológica de
seus órgãos sexuais e também, por vezes, dos centros de força coronário,
cardíaco e esplênico com todas as repercussões pertinentes. Nós estamos
preparando hoje a reencarnação de amanhã; um aborto provocado agora se
refletirá no chacra genésico, e será mais além o aborto espontâneo, pois a
paternidade e a maternidade não valorizados hoje, o serão com certeza amanhã,
noutra encarnação, mas agora por um processo educativo que passa pela dor e
pelo sofrimento redentor. Em igual patamar, como consequência, estão a prenhez
tubária, a placentária prévia, o deslocamento prematuro da placenta, a
esterilidade, a impotência, entre outras causas que atingem a esfera do
aparelho reprodutor masculino e feminino. A mulher que corrompeu
voluntariamente o seu centro genésico receberá de futuro almas que viciaram a
forma que lhes é peculiar, e será mãe de criminosos e suicidas, no campo da
reencarnação, regenerando as energias sutis do perispírito, através do
sacrifício nobilitante com que se devotará aos filhos torturados e infelizes de
sua carne, aprendendo a orar, a servir com nobreza e a mentalizar a maternidade
pura e sadia, que acabará reconquistando, ao preço de sofrimento e trabalhos
justos...
As pessoas que fazem aborto carregam consigo, no além-túmulo,
marcas estigmatizantes no perispírito. A este respeito, André Luiz nos relata a
impressionante história de uma mulher desencarnada que foi impedida de ser
acolhida na colônia espiritual “Nosso Lar”, em virtude do baixo teor vibratório
de suas irradiações espirituais, em razão dos abortos por ela cometidos. A
título de ilustração, e considerando a importância do assunto, citamos, a
seguir, trechos do relato. Logo após as
vinte e uma horas, chegou alguém dos fundos do enorme parque [de Nosso Lar].
Era um homenzinho de semblante singular, evidenciando a condição de trabalhador
humilde. Narcisa [enfermeira, benfeitora espiritual] recebeu-o com gentileza,
perguntando: — Que há Justino? Qual é a sua mensagem? O operário [...]
respondeu aflito: — Venho participar que uma infeliz mulher está pedindo socorro,
no grande portão que dá para os campos de cultura. Creio tenha passado
despercebida aos vigilantes das primeiras linhas... — E por que não a atendeu?
– interrogou a enfermeira. O servidor fez um gesto de escrúpulo e explicou: —
Segundo as ordens que nos regem, não pude fazê-lo, porque a pobrezinha está
rodeada de pontos negros. — Que me diz? – revidou Narcisa, assustada. — Sim,
senhora. — Então, o caso é muito grave. Curioso, segui a enfermeira, através do
campo enluarado [...]. Havíamos percorrido mais de um quilômetro, quando
atingimos a grande cancela a que se referia o trabalhador. Deparou-se-nos,
então, a miserável figura da mulher que implorava socorro do outro lado. Nada
vi, senão o vulto da infeliz, coberta de andrajos, rosto horrendo e pernas em
chaga viva; mas Narcisa parecia divisar outros detalhes, imperceptíveis ao meu
olhar, dado o assombro que estampou na fisionomia, ordinariamente calma. [...]
Narcisa [...] mostrava-se comovida, mas falou em tom confidencial: — Não está
vendo os pontos negros? — Não – respondi. Prosseguindo o relato, André Luiz nos
informa que Narcisa, tendo dúvida de como agir em benefício do Espírito
necessitado, recorreu ao Irmão Paulo, vigilante-chefe de plantão,
transferindo-lhe a incumbência de atender a mulher. Chegando à cancela, o Irmão
Paulo [...] examinou atentamente a recém-chegada do Umbral, e disse: — Esta
mulher, por enquanto, não pode receber nosso socorro. Trata-se de um dos mais
fortes vampiros que tenho visto até hoje. É preciso entregá-la à própria sorte.
Senti-me escandalizado [afirma André Luiz]. Não seria faltar aos deveres
cristãos abandonar aquela sofredora ao azar do caminho? Narcisa, que me pareceu
compartilhar da mesma impressão, adiantou suplicante: — Mas, Irmão Paulo, não
há um meio de acolhermos essa miserável criatura nas Câmaras? — Permitir essa
providência – esclareceu ele –, seria trair minha função de vigilante. E
indicando a mendiga que esperava a decisão, a gritar impaciente, exclamou
[...]: — Já notou, Narcisa, alguma coisa além dos pontos negros? [...] Baixando
o tom de voz, recomendou: — Conte as manchas pretas. Narcisa fixou o olhar na
infeliz e respondeu, após alguns instantes: — Cinquenta e oito. O Irmão Paulo,
com a paciência dos que sabem esclarecer com amor, explicou [...]: — Esses pontos
escuros representam cinquenta e oito crianças assassinadas ao nascerem. Em cada
mancha vejo a imagem mental de uma criancinha aniquilada, umas por golpes
esmagadores, outras por asfixia. Essa desventurada criatura foi profissional de
ginecologia. [...] A situação dela é pior que a dos suicidas e homicidas, que,
por vezes, apresentam atenuantes de vulto.
É importante considerar também que todos [...] aqueles que
induzem ou auxiliam a mulher na eliminação do nascituro possuem também a sua
culpabilidade no ato criminoso: maridos ou namorados que obrigam as esposas,
médicos que estimulam e o realizam, enfermeiras e parteiras inconscientes. Para
a justiça humana, não há crime, nem processo, nem punição, na maioria dos
casos, mas para a JUSTIÇA DIVINA todos os envolvidos no ato criminoso sofrerão
as consequências sombrias, imediatas ou a longo prazo, de acordo com o seu grau
de culpabilidade. Emmanuel nos esclarece bem isso: O aborto oferece consequências
dolorosas especiais para os pais? Resposta – Os pais que cooperam nos delitos
do aborto, tanto quanto os ginecologistas que o favorecem, vêm a sofrer os
resultados da crueldade que praticam, atraindo sobre as próprias cabeças os
sofrimentos e os desesperos das próprias vítimas, relegadas por eles aos percalços
e sombras da vida espiritual de esferas inferiores.
Os Espíritos abortados são almas que estão vinculadas aos
nossos compromissos cármicos. De uma maneira geral, somente quando nos
encontramos no plano espiritual, após a desencarnação, é que damos conta da
extensão das nossas falhas. Auxiliados então pelos benfeitores espirituais e
animados do desejo de reparar as nossas faltas em relação ao próximo, comumente
[...] chamamos a nós antigos companheiros de aventuras infelizes,
programando-lhes a volta ao nosso convívio, a prometer-lhes socorro e
oportunidade, em que se lhes reedifique a esperança de elevação e resgate,
burilamento e melhoria. Criamos projetos, aventamos sugestões, articulamos
providências e externamos votos respeitáveis, englobando-nos com eles em
salutares compromissos que, se observados, redundarão em bênçãos substanciais
para todo o grupo de corações a que se nos vincula a existência. Se, porém,
quando instalados na Terra [em nova reencarnação], anestesiamos a consciência,
expulsando-os de nossa companhia, a pretexto de resguardar o próprio conforto,
não lhes podemos prever as reações negativas e, então, muitos dos associados de
nossos erros de outras épocas, ontem convertidos, no Plano Espiritual, em
amigos potenciais, à custa das nossas promessas de compreensão e de auxílio,
fazem-se hoje [...] inimigos recalcados que se nos entranham à vida íntima com
tal expressão de desencanto e azedume que, a rigor, nos infundem mais
sofrimento e aflição que se estivessem conosco em plena experiência física, na
condição de filhos-problema, impondo-nos trabalhos e inquietação.
O aborto delituoso representa, pois, [...] um dos grandes
fornecedores das moléstias de etiologia obscura e das obsessões catalogáveis na
patologia da mente, ocupando vastos departamentos de hospitais e prisões”. -(
FEB )-
Que a graça e a paz sejam conosco!
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