quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Desigualdades sociais.


"Eu vos louvarei, Senhor, de todo o coração, todas as vossas maravilhas narrarei". -( Salmos, 9:2 )-


Amados irmãos, bom dia!
Para melhorar a sociedade, é preciso melhorar o indivíduo, portanto, precisamos olhar com muita atenção quanto às desigualdades que temos permitido no decorrer da história. Não foi assim que o Senhor nos ensinou. Essa é a hora de rever conceitos e tomar posturas.







Desigualdades sociais

“As questões sociais preocupam vivamente a nossa época. Vê- se, não sem espanto, que os progressos da civilização, o aumento enorme dos agentes produtivos e da riqueza, o desenvolvimento da instrução não têm podido extinguir o pauperismo nem curar os males do maior número. Entretanto, os sentimentos generosos e humanitários não desapareceram. No coração dos povos aninham-se instintivas aspirações para a justiça e bem assim anseios vagos de uma vida melhor. Compreende-se geralmente que é necessária uma divisão mais equitativa dos bens da Terra. Daí mil teorias, mil sistemas diversos, tendentes a melhorar a situação das classes pobres, a assegurar a cada um os meios do estritamente necessário. Mas, a aplicação desses sistemas exige da parte de uns muita paciência e habilidade; da parte de outros, um espírito de abnegação que lhes é absolutamente essencial. Em vez dessa mútua benevolência que, aproximando os homens, lhes permitiria estudar em comum e resolver os mais graves problemas, é com violência e ameaças nos lábios que o proletário reclama seu lugar no banquete social; é com acrimônia que o rico se confina no seu egoísmo e recusa abandonar aos famintos as menores migalhas da sua fortuna. Assim, um abismo abre-se; as desavenças, as cobiças, o furor acumulam-se de dia em dia.  

A causa do mal e o seu remédio estão, muitas vezes, onde não são procurados, e por isso é em vão que muitos se têm esforçado por criar combinações engenhosas. Sistemas sucedem a sistemas, instituições dão lugar a instituições, mas o homem permanece desgraçado, porque se conserva mau. A causa do mal está em nós, em nossas paixões e em nossos erros. Eis o que se deve transformar. Para melhorar a sociedade, é preciso melhorar o indivíduo; é necessário o conhecimento das leis superiores de progresso e de solidariedade, a revelação da nossa natureza e dos nossos destinos, e isso somente pode ser obtido pela filosofia dos Espíritos. Talvez haja quem não admita essa idéia. Acreditar que o Espiritismo possa influenciar sobre a vida dos povos, facilitar a solução dos problemas sociais é ainda muito incompreensível para as idéias da época. Mas, por pouco que se reflita, seremos forçados a reconhecer que as crenças têm uma influência considerável sobre a forma das sociedades.

Na Idade Média, a sociedade [ocidental] era a imagem fiel das concepções católicas. A sociedade moderna, sob a inspiração do materialismo, vê apenas [...] a luta dos seres, luta ardente, na qual todos os apetites estão em liberdade. Tende a fazer do mundo atual a máquina formidável e cega que tritura as existências, e onde o indivíduo não passa de partícula, ínfima e transitória, saída do nada para, em breve, a ele voltar. Mas, quanta mudança nesse ponto de vista, logo que o novo ideal vem esclarecer-nos o ser e regular-nos a conduta! Convencido de que esta vida é um meio de depuração e de progresso, que não está isolada de outras existências, ricos e pobres, todos ligarão menos importância aos interesses do presente. Em virtude de estar estabelecido que cada ser humano deve renascer muitas vezes sobre este mundo, passar por todas as condições sociais, sendo as existências obscuras e dolorosas então as mais numerosas e a riqueza mal empregada, acarretando gravosas responsabilidades, todo homem compreenderá que, trabalhando em benefício da sorte dos humildes, dos pequenos, dos deserdados, trabalhará para si próprio, pois lhe será preciso voltar à Terra e haverá nove probabilidades sobre dez de renascer pobre.

Graças a essa revelação, a fraternidade e a solidariedade impõem-se; os privilégios, os favores, os títulos perdem sua razão de ser. A nobreza dos atos e dos pensamentos substitui a dos pergaminhos. Assim concebida, a questão social mudaria de aspecto; as concessões entre classes tornar-se-iam fáceis e veríamos cessar todo o antagonismo entre o capital e o trabalho. Conhecida a verdade, compreender-se-ia que os interesses de uns são os interesses de todos e que ninguém deve estar sob a pressão de outros. Daí a justiça distributiva, sob cuja ação não mais haveria ódios nem rivalidades selvagens, porém, sim, uma confiança mútua, a estima e a afeição recíprocas; em uma palavra, a realização da lei de fraternidade, que se tornará a única regra entre os homens.

Como se vê, muitos [...] fatores importantes entram na composição ou delineamento do problema [social] [...]e, deles, os que pela generalidade sobrelevam aos demais são o capital e o trabalho. Mas, se não considerarmos outro fator, de si importantíssimo, será impossível a solução. É de [...] ética o problema social, sem a qual não pode ser solucionado. Juntemos, pois, esse outro fator importantíssimo aos primeiros e teremos a chave da solução.

O amor:
eis aí o importantíssimo fator, que, com o capital e o trabalho, forma a trindade da questão.

Pelo exposto, pode dizer-se que desigualdades sociais são [...] o mais elevado testemunho da verdade da reencarnação, mediante a qual cada espírito tem sua posição definida de regeneração e resgate. Dessa forma, aqueles que, por exemplo, [...] numa existência, ocuparam as mais elevadas posições, descem, em existência seguinte, às mais ínfimas condições, desde que os tenham dominado o orgulho e a ambição. Consideradas sob esse ponto de vista [...] a pobreza, a miséria, a guerra, a ignorância, como outras calamidades coletivas, são enfermidades do organismo social, devido à situação de prova da quase generalidade dos seus membros. Cessada a causa patogênica com a iluminação espiritual de todos em Jesus-Cristo, a moléstia coletiva estará eliminada dos ambientes humanos.

Por outro lado, as desigualdades sociais não estão na lei da natureza, são obra do homem e não de Deus. Assim, desaparecerão um dia, quando [...] o egoísmo e o orgulho deixarem de predominar. Restará apenas a desigualdade de merecimento.

Dia virá em que os membros da grande família dos filhos de Deus deixarão de considerar-se como de sangue mais ou menos puro. Só o Espírito é mais ou menos puro e isso não depende da posição social". -( FEB )-


Que a graça e a paz sejam conosco!

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