"A lei do Senhor é perfeita, reconforta a alma; a ordem do Senhor é segura, instrui o simples". -( Salmos, 18: 8 )-
Amados irmãos, bom dia!
O tema que vamos estudar hoje tem sido objeto de especulações
que sua real importância, em nada tem
sido considerada. O texto é longo, porém, nos apresenta o verdadeiro sentido do
mesmo e deve ser bem compreendido por todos nós. Que os bons Espíritos sejam
conosco e nosso Mestre Jesus nos capacite a entendê-lo.
O aborto sob a ótica espírita
“O termo aborto que, cientificamente, indica o produto do
abortamento, foi popularmente usado como sinônimo deste, confundindo-se, assim,
a ação com o resultado dela, o ato de abortar com seu cadáver, o aborto. [...]
Assim, aborto ou abortamento seria a expulsão do concepto, antes da sua
viabilidade, esteja ele representado pelo ovo, pelo embrião ou pelo feto; a
expulsão do feto viável, antes de alcançado o termo, denomina-se parto
prematuro. É, pois, a interrupção da gravidez antes da prematuridade –
abortamento; durante – parto prematuro; completada – parto a termo;
ultrapassada – parto serotino.
Pode ser o aborto, sob o ponto de vista médico, espontâneo ou
provocado, e a diferença está na intenção, pois que este último é devido à
interferência intencional da gestante, do médico ou de qualquer outra pessoa,
visando ao extermínio do concepto.
Neste roteiro procuramos focalizar o aborto delituoso que é o
que resulta em sofrimentos para todos os Espíritos que direta ou indiretamente
adotam tal prática. A Doutrina Espírita procura esclarecer que o aborto é
crime, que pode ter atenuantes ou agravantes, como todo desrespeito à lei.
Antes de ser transgressão à lei humana, o abortamento provocado constitui crime
perante a Lei Divina ou Natural, ficando os infratores sujeitos à infalível lei
de ação e reação. [...] Interromper a gestação de um filho é decisão de grande
responsabilidade. Entretanto, há quem o faça sem quaisquer considerações de
natureza médica, legal, moral ou espiritual, porque considera a gestação um
fato meramente biológico e que somente as pessoas nela diretamente envolvidas
têm o direito de decidir pelo seu desenvolvimento natural ou pela interrupção,
sem culpa legal ou moral. Outros há que, envolvidos numa situação de gravidez
inesperada, imprevista, indesejada, inconveniente ou mesmo delituosa, gostariam
de “resolver a situação” dentro de um contexto familiar, social, médico e legal
não sujeito à censura, risco ou sanção.
O aborto delituoso, resultante de uma ação não justificada
pela moral e pela lei de amor, é considerado um equívoco gravíssimo, pelas
seguintes razões, entre outras:
■ A [...] vítima não tem voz para suplicar piedade e nem
braços robustos com que se confie aos movimentos da reação.
■ É [...] um verdadeiro infanticídio que se abriga nas malhas
do materialismo e dos interesses inconfessáveis.
■ Todo [...] filho é um empréstimo sagrado que, como tal,
precisa ser valorizado, trabalhado através do amor e da devoção dos pais, para
posteriormente ser devolvido ao Pai Celestial em condição mais elevada. Assim,
mesmo que a gravidez possa prenunciar à mulher, ou ao casal, dificuldades,
aflições, é preciso levar em conta que não devemos somar à nossa caminhada
[...] novas culpas ou débitos [...].
■ A [...] mulher não é dona da vida que foi gerada em seu
ventre [...]. Buscando exterminar a vida que se forma dentro do seu ventre, a
mulher estará não só negando o direito à vida de um outro ser, impedindo-o de
mais uma oportunidade de evolução, como também contribuindo para lesar o
próprio corpo, e sobre o qual tem plena responsabilidade.
■ Ao desalojar o feto [concepto], o aborto, provoca, de forma
violenta, sua desencarnação. Tal situação causa muito sofrimento ao Espírito.
■ O [...] aborto é violação do direito básico da vida.
■ Não [...] volvemos à Terra para satisfazer ao gozo
irresponsável dos nossos sentidos na busca de prazeres efêmeros. A
irresponsabilidade atual leva-nos a ver que muitos casais buscam praticar
apenas o sexo, mas sem a menor intenção de ter filhos.
■ Qualquer [...] raciocínio cristão jamais poderá compactuar
com um homicídio deliberado. Não devemos considerar a esdrúxula proposta, que
nos é colocada frequentemente, de consulta à sociedade, para saber se estamos
ou não de acordo com a legalização do aborto. Isso é partir da falsa premissa
de que matar é coisa natural! Qualquer cristão jamais poderia aceitar tal
legalização, consciente que somos de que só Deus tem o direito de decidir a
respeito de nossas vidas.
■ É preciso entender que [...] é mais fácil para nós a
convivência com filhos-problema que com inimigos ferrenhos. Os primeiros podem
gerar inquietação e trabalho constantes, mas, os segundos, inimigos recalcados,
poderão trazer sofrimentos e aflições em grau maior às nossas vidas [...].
Sendo assim, é importante considerar que [...] o aborto não é
uma solução, é um adiamento doloroso, uma porta aberta de entrada no crime e no
mal, e um rompimento de compromissos estabelecidos pelo Espírito, ora
delituoso, com Deus, com o reencarnante, e em última análise, consigo mesmo.
Dessa forma, sendo o aborto uma transgressão à Lei de Deus, uma [...] mãe, ou
quem quer que seja, cometerá crime sempre que tirar a vida a uma criança antes
do seu nascimento, por isso que impede uma alma de passar pelas provas a que
serviria de instrumento o corpo que se estava formando. De maneira geral, as
justificativas utilizadas para a prática do aborto não encontram apoio no Plano
Espiritual. A propósito, em Os Missionários da Luz, André Luiz nos transmite as
seguintes informações, registradas do diálogo que ele teve com Apuleio,
Espírito construtor (responsável pelo preparo e acompanhamento de
reencarnações):
O [...] aborto muito raramente se verifica obedecendo a
causas de nossa esfera de ação. Em regra geral, origina-se do recuo inesperado
dos pais terrestres, diante das sagradas obrigações assumidas ou aos excessos
de leviandade e inconsciência criminosa das mães, menos preparadas na
responsabilidade e na compreensão para este ministério divino. Entretanto,
mesmo aí, encontrando vasos maternais menos dignos, tudo fazemos, por nossa
vez, para opor-lhes resistência aos projetos de fuga ao dever, quando essa fuga
representa mero capricho da irresponsabilidade, sem qualquer base em programas
edificantes. Claro, porém, que a nossa interferência no assunto, em se tratando
de luta aberta contra nossos amigos reencarnados, transitoriamente esquecidos
da obrigação a cumprir, tem igualmente os seus limites. Se os interessados,
retrocedendo nas decisões espirituais, perseveram sistematicamente contra nós,
somos compelidos a deixá-los entregues à própria sorte.
De acordo com a Doutrina Espírita, o aborto não encontra
justificativa perante Deus, a não ser nos casos especialíssimos, quando o
médico honrado, sincero e consciente, sentencia que “o nascimento da criança
põe em perigo a vida da mãe dela”. Somente ao médico – e a mais ninguém! – dá a
Ciência autoridade para emitir esse parecer. Apenas neste contexto – de evitar a morte da
gestante – aceita-se a realização do aborto. Os Espíritos Superiores assim nos
esclarecem: Preferível é se sacrifique o ser que ainda não existe a
sacrificar-se o que já existe”. -( FEB )-
Que a graça e a paz sejam conosco!
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