quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Instinto e Instinto de Conservação







Amados irmãos, bom dia!
Em sua infinita sabedoria capacitou-nos o Senhor com mais esses dons. Preciosos e fundamentais para a nossa sobrevivência nesse planeta. "Manifestam-se de forma precisa, no momento apropriado, independentemente das interferências da razão". 



Instinto

"A Doutrina Espírita nos ensina que o [...] instinto é a força oculta que solicita os seres orgânicos a atos espontâneos e involuntários, tendo em vista a conservação deles. Nos atos instintivos não há reflexão, nem combinação, nem premeditação. É assim que a planta procura o ar, se volta para a luz, dirige suas raízes para a água e para a terra nutriente; que a flor se abre e fecha alternativamente, conforme se lhe faz necessário; que as plantas trepadeiras se enroscam em torno daquilo que lhes serve de apoio, ou se lhe agarram com as gavinhas. É pelo instinto que os animais são avisados do que lhes convém ou prejudica; que buscam, conforme a estação, os climas propícios; que constroem, sem ensino prévio, com mais ou menos arte, segundo as espécies, leitos macios e abrigos para as suas progênies, armadilhas para apanhar a presa de que se nutrem; que manejam destramente as armas ofensivas e defensivas de que são providos; que os sexos se aproximam; que a mãe choca os filhos e que estes procuram o seio materno.

No homem, só em começo da vida o instinto domina com exclusividade; é por instinto que a criança faz os primeiros movimentos, que toma o alimento, que grita para exprimir as suas necessidades, que imita o som da voz, que tenta falar e andar. No próprio adulto, certos atos são instintivos, tais como os movimentos espontâneos para evitar um risco, para fugir a um perigo, para manter o equilíbrio do corpo; tais ainda o piscar das pálpebras para moderar o brilho da luz, o abrir maquinal da boca para respirar, etc.

As inúmeras e repetidas experiências vivenciadas pelo princípio inteligente, em sua longa ascensão na escala evolutiva ocorrida nos dois planos da vida, favoreceram a aquisição de automatismos biológicos necessários à expressão do instinto e da inteligência. Estes automatismos manifestam-se de forma precisa, no momento apropriado, independentemente das interferências da razão. É assim que o bebê apresenta, desde o nascimento, inúmeros reflexos instintivos, tais como: sucção, batimento de pálpebras, movimento rítmico e coordenado dos membros inferiores e superiores, choro etc. Sendo assim, o [...] instinto é inato, atua à revelia da instrução, inexperiente e invariavelmente, e não realiza progresso algum. É em tudo a antítese da inteligência. Tanto mais notáveis são os fenômenos do instinto, quanto mais se afirmam inteiramente involuntários.



Instinto de Conservação

O instinto de conservação é uma lei da Natureza, e diz respeito à sobrevivência e à perpetuação das espécies. Todos os seres vivos o possuem, qualquer que seja o grau de sua inteligência. Nuns, é puramente maquinal, raciocinado em outros.

O instinto de conservação existe nos animais e na espécie humana, porque [...] todos têm que concorrer para cumprimento dos desígnios da Providência. Por isso foi que Deus lhes deu a necessidade de viver. Acresce que a vida é necessária ao aperfeiçoamento dos seres. Eles o sentem instintivamente, sem disso se aperceberem.

As manifestações primitivas do instinto de conservação são encontradas nos animais e no homem, principalmente quando este se encontra nas primeiras encarnações. Essa é a forma que Deus determina para garantir a sobrevivência e a perpetuação das espécies.

Nas fases primárias, o instinto de conservação apresenta uma característica peculiar: o temor da morte. O medo da morte é tão marcante nos animais e no homem pouco espiritualizado que, ante uma ameaça iminente de risco de vida, eles reagem com agressividade, ferocidade mesmo, tentando defender a sua existência. No homem o [...] temor da morte decorre, portanto, da noção insuficiente da vida futura, embora denote também a necessidade de viver e o receio da destruição total; igualmente o estimula secreto anseio pela sobrevivência da alma, velado ainda pela incerteza. Esse temor decresce, à proporção que a certeza aumenta, e desaparece quando esta é completa. Eis aí o lado providencial da questão. Ao homem não suficientemente esclarecido, cuja razão mal pudesse suportar a perspectiva muito positiva e sedutora de um futuro melhor, prudente seria não o deslumbrar com tal idéia, desde que por ela pudesse negligenciar o presente, necessário ao seu adiantamento material e intelectual.

Outra característica importante do instinto de conservação diz respeito ao atendimento das necessidades fisiológicas: Nos seres inferiores da criação, naqueles a quem ainda falta o senso moral, nos quais a inteligência ainda não substituiu o instinto, a luta não pode ter por móvel senão a satisfação de uma necessidade material. Ora, uma das mais imperiosas dessas necessidades é a da alimentação. Eles, pois, lutam unicamente para viver, isto é, para fazer ou defender uma presa, visto que nenhum móvel mais elevado os poderia estimular. É nesse primeiro período que a alma se elabora e ensaia para a vida. O temor da morte e o suprimento das necessidades fisiológicas representam, portanto, [...] um efeito da sabedoria da Providência e uma consequência do instinto de conservação comum a todos os viventes. Ele é necessário enquanto não se está suficientemente esclarecido sobre as condições da vida futura, como contrapeso à tendência que, sem esse freio, nos levaria a deixar prematuramente a vida e a negligenciar o trabalho terreno que deve servir ao nosso próprio adiantamento. Assim é que, nos povos primitivos, o futuro é uma vaga intuição, mais tarde tornada simples esperança e, finalmente, uma certeza apenas atenuada por secreto apego à vida corporal.

No Espírito atrasado a vida material prevalece sobre a espiritual. Apegando-se às aparências, o homem não distingue a vida além do corpo, esteja embora na alma a vida real; aniquilado aquele, tudo se lhe afigura perdido, desesperador".  -( FEB )-





Que a graça e a paz sejam conosco!

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