Amados irmãos, bom dia!
Em sua infinita sabedoria capacitou-nos o Senhor com mais esses dons. Preciosos e fundamentais para a nossa sobrevivência nesse planeta. "Manifestam-se de forma precisa, no momento apropriado, independentemente das interferências da razão".
Instinto
"A Doutrina Espírita nos ensina que o [...] instinto é a força
oculta que solicita os seres orgânicos a atos espontâneos e involuntários,
tendo em vista a conservação deles. Nos atos instintivos não há reflexão, nem
combinação, nem premeditação. É assim que a planta procura o ar, se volta para
a luz, dirige suas raízes para a água e para a terra nutriente; que a flor se
abre e fecha alternativamente, conforme se lhe faz necessário; que as plantas
trepadeiras se enroscam em torno daquilo que lhes serve de apoio, ou se lhe
agarram com as gavinhas. É pelo instinto que os animais são avisados do que
lhes convém ou prejudica; que buscam, conforme a estação, os climas propícios;
que constroem, sem ensino prévio, com mais ou menos arte, segundo as espécies,
leitos macios e abrigos para as suas progênies, armadilhas para apanhar a presa
de que se nutrem; que manejam destramente as armas ofensivas e defensivas de
que são providos; que os sexos se aproximam; que a mãe choca os filhos e que
estes procuram o seio materno.
No homem, só em começo da vida o instinto domina com
exclusividade; é por instinto que a criança faz os primeiros movimentos, que
toma o alimento, que grita para exprimir as suas necessidades, que imita o som
da voz, que tenta falar e andar. No próprio adulto, certos atos são
instintivos, tais como os movimentos espontâneos para evitar um risco, para
fugir a um perigo, para manter o equilíbrio do corpo; tais ainda o piscar das
pálpebras para moderar o brilho da luz, o abrir maquinal da boca para respirar,
etc.
As inúmeras e repetidas experiências vivenciadas pelo
princípio inteligente, em sua longa ascensão na escala evolutiva ocorrida nos
dois planos da vida, favoreceram a aquisição de automatismos biológicos
necessários à expressão do instinto e da inteligência. Estes automatismos
manifestam-se de forma precisa, no momento apropriado, independentemente das
interferências da razão. É assim que o bebê apresenta, desde o nascimento,
inúmeros reflexos instintivos, tais como: sucção, batimento de pálpebras,
movimento rítmico e coordenado dos membros inferiores e superiores, choro etc.
Sendo assim, o [...] instinto é inato, atua à revelia da instrução,
inexperiente e invariavelmente, e não realiza progresso algum. É em tudo a
antítese da inteligência. Tanto mais notáveis são os fenômenos do instinto,
quanto mais se afirmam inteiramente involuntários.
Instinto de Conservação
O instinto de conservação é uma lei da Natureza, e diz
respeito à sobrevivência e à perpetuação das espécies. Todos os seres vivos o
possuem, qualquer que seja o grau de sua inteligência. Nuns, é puramente maquinal,
raciocinado em outros.
O instinto de conservação existe nos animais e na espécie
humana, porque [...] todos têm que concorrer para cumprimento dos desígnios da
Providência. Por isso foi que Deus lhes deu a necessidade de viver. Acresce que
a vida é necessária ao aperfeiçoamento dos seres. Eles o sentem instintivamente,
sem disso se aperceberem.
As manifestações primitivas do instinto de conservação são
encontradas nos animais e no homem, principalmente quando este se encontra nas
primeiras encarnações. Essa é a forma que Deus determina para garantir a
sobrevivência e a perpetuação das espécies.
Nas fases primárias, o instinto de conservação apresenta uma
característica peculiar: o temor da morte. O medo da morte é tão marcante nos
animais e no homem pouco espiritualizado que, ante uma ameaça iminente de risco
de vida, eles reagem com agressividade, ferocidade mesmo, tentando defender a
sua existência. No homem o [...] temor da morte decorre, portanto, da noção
insuficiente da vida futura, embora denote também a necessidade de viver e o
receio da destruição total; igualmente o estimula secreto anseio pela
sobrevivência da alma, velado ainda pela incerteza. Esse temor decresce, à
proporção que a certeza aumenta, e desaparece quando esta é completa. Eis aí o
lado providencial da questão. Ao homem não suficientemente esclarecido, cuja
razão mal pudesse suportar a perspectiva muito positiva e sedutora de um futuro
melhor, prudente seria não o deslumbrar com tal idéia, desde que por ela
pudesse negligenciar o presente, necessário ao seu adiantamento material e
intelectual.
Outra característica importante do instinto de conservação
diz respeito ao atendimento das necessidades fisiológicas: Nos seres inferiores
da criação, naqueles a quem ainda falta o senso moral, nos quais a inteligência
ainda não substituiu o instinto, a luta não pode ter por móvel senão a
satisfação de uma necessidade material. Ora, uma das mais imperiosas dessas
necessidades é a da alimentação. Eles, pois, lutam unicamente para viver, isto
é, para fazer ou defender uma presa, visto que nenhum móvel mais elevado os
poderia estimular. É nesse primeiro período que a alma se elabora e ensaia para
a vida. O temor da morte e o suprimento das necessidades fisiológicas
representam, portanto, [...] um efeito da sabedoria da Providência e uma
consequência do instinto de conservação comum a todos os viventes. Ele é
necessário enquanto não se está suficientemente esclarecido sobre as condições
da vida futura, como contrapeso à tendência que, sem esse freio, nos levaria a
deixar prematuramente a vida e a negligenciar o trabalho terreno que deve
servir ao nosso próprio adiantamento. Assim é que, nos povos primitivos, o futuro
é uma vaga intuição, mais tarde tornada simples esperança e, finalmente, uma
certeza apenas atenuada por secreto apego à vida corporal.
No Espírito atrasado a vida material prevalece sobre a
espiritual. Apegando-se às aparências, o homem não distingue a vida além do
corpo, esteja embora na alma a vida real; aniquilado aquele, tudo se lhe afigura
perdido, desesperador". -( FEB )-
Que a graça e a paz sejam conosco!
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