domingo, 31 de julho de 2016

A ressurreição de Jesus


"Não desprezes o dom que há em ti." - Paulo - ( I Timóteo, 4: 14 )



Amados irmãos, bom dia!
Aqui estamos com objetivos claros e capacitados para tal; todos temos recebido dons para o serviço ao próximo. Quanto mais os empregarmos no trabalho produtivo, tão mais desenvolvidos eles serão. Como disse o apóstolo Paulo: não desprezes o dom que há em ti.









“Os exemplos de Jesus são roteiros que nos ensinam agir perante as provas. No sábado, Maria de Magdala e Maria, mãe de Tiago, e Salomé compraram aromas param irem ungir o corpo. De madrugada, no primeiro dia da semana, elas foram ao túmulo ao nascer do Sol. E diziam entre si: “Quem rolará a pedra da entrada do túmulo para nós?” E erguendo os olhos, viram que a pedra fora removida. Ora, a pedra era muito grande. Tendo entrado no túmulo, elas viram um jovem sentado à direita, vestido com uma túnica branca, e ficaram cheias de espanto. Ele, porém, lhes disse: “Não vos espanteis! Procurais Jesus de Nazaré, o Crucificado. Ressuscitou, não está aqui. Vede o lugar onde o puseram. Mas ide dizer aos seus discípulos e a Pedro que ele vos precede na Galileia. Lá o vereis, como vos tinha dito (Marcos, 16:1-7).

Estava, então, Maria junto ao sepulcro, de fora, chorando. Enquanto chorava, inclinou-se para o interior do sepulcro e viu dois anjos, vestidos de branco, sentados no lugar onde o corpo de Jesus fora colocado, um à cabeceira e outro aos pés. Disseram-lhe então: “Mulher, por que choras?”. Ela lhes diz: “Porque levaram meu Senhor e não sei onde o puseram!”. Dizendo isso, voltou-se e viu Jesus de pé. Mas não sabia que era Jesus. Jesus lhe diz: “Mulher, por que choras? A quem procuras?”. Pensando ser o jardineiro, ela lhe diz: “Senhor, se foste tu que o levaste, dize-me onde o puseste e eu o irei buscar!”. Diz-lhe Jesus: “Maria!”. Voltando-se, ela lhe diz em hebraico: “Rabboni!”, que quer dizer Mestre. Jesus lhe diz: “Não me toques, pois ainda não subi ao Pai. Vai, porém, a meus irmãos e dize-lhes: Subo a meu Pai e vosso Pai; a meu Deus e vosso Deus”. Maria Madalena foi anunciar aos discípulos: “Vi o Senhor, e as coisas que ele lhe disse” (João, 20: 11-18). Todos os evangelistas narram as aparições de Jesus, após sua morte, com circunstanciados pormenores que não permitem se duvide da realidade do fato. Elas, aliás, se explicam perfeitamente pelas leis fluídicas e pelas propriedades do perispírito e nada de anômalo apresentam em face dos fenômenos do mesmo gênero, cuja história, antiga e contemporânea, oferece numerosos exemplos, sem lhes faltar sequer a tangibilidade. Se notarmos as circunstâncias em que se deram as suas diversas aparições, nele reconheceremos, em tais ocasiões, todos os caracteres de um ser fluídico.

A ressurreição do Cristo nos oferece oportunas lições. Jesus [...] essa alma poderosa, que em nenhum túmulo poderia ser aprisionada, aparece aos que na Terra havia deixado tristes, desanimados e abatidos. Vem dizer-lhes que a morte nada é. Com a sua presença lhes restitui a energia, a força moral necessária para cumprirem a missão que lhes fora confiada. As aparições do Cristo são conhecidas e tiveram numerosos testemunhos. Apresentam flagrantes analogias com as que em nossos dias são observadas em diversos graus, desde a forma etérea, sem consistência, com que aparece à Maria Madalena e que não suportaria o mínimo contato, até a completa materialização, tal como a pôde verificar Tomé, que tocou com a própria mão as chagas do Cristo. Após a aparição a Maria Madalena, Jesus reencontra os discípulos: fechadas as portas onde se achavam os discípulos, por medo dos judeus, Jesus veio e, pondo-se no meio deles, lhes disse: “A paz esteja convosco!” Tendo dito isso, mostrou-lhes as mãos e o lado. Os discípulos, então, ficaram cheios de alegria por verem o Senhor. Ele lhes disse de novo: “A paz esteja convosco! Como o Pai me enviou também eu vos envio”. Dizendo isso, soprou sobre eles e lhes disse: “Recebei o Espírito Santo”. Aqueles a quem perdoardes os pecados ser-lhes-ão perdoados; aqueles aos quais retiverdes ser-lhes-ão retidos. Um dos Doze, Tomé, chamado Dídimo, não estava com eles, quando veio Jesus. Os outros discípulos, então, lhe disseram: Vimos o Senhor! Mas ele lhes disse: Se eu não vir em suas mãos o lugar dos cravos e se não puser meu dedo no lugar dos cravos e minha mão no seu lado, não crerei. Oito dias depois, achavam-se os discípulos, de novo, dentro da casa, e Tomé com eles. Jesus veio, estando as portas fechadas, pôs-se no meio deles e disse: A paz esteja convosco! Disse depois a Tomé: Põe teu dedo aqui e vê minhas mãos! Estende tua mão e põe-na no meu lado e não sejas incrédulo, mas crê! Respondeu-lhe Tomé: Meu Senhor e meu Deus! Jesus lhe disse: Porque viste, creste. Felizes os que não viram e creram! (João, 20: 19-29).

Jesus aparece e desaparece instantaneamente. Penetra numa casa a porta fechadas. Em Emaús conversa com dois discípulos que o não reconhecem, e desaparece repentinamente. Acha-se de posse desse corpo fluídico, etéreo, que há em todos nós, corpo sutil que é o invólucro inseparável de toda alma e que um alto Espírito como o seu sabe dirigir, modificar, condensar, rarefazer à vontade. E a tal ponto o condensa, que se torna visível e tangível aos assistentes. As provas da ressurreição de Jesus são incontestáveis. Não há como ter dúvidas. As aparições diárias de Jesus àquela gente que deveria secundá-lo no ministério da divina Lei, haviam abrasado seus corações; e seus suaves e edificantes ensinamentos, cheios de mansidão e humildade, tinham exaltado aquelas almas, elevando-as às culminâncias da espiritualidade, saneando-lhes o cérebro e preparando-os, vasos sagrados, para receber os Espíritos santificados pela Palavra, como antes lhes havia Ele prometido, conforme narra o evangelista João. [...] Avizinhava-se o momento da partida. Ele iria, mas com ampla liberdade de ação. Sempre que lhe aprouvesse viria observar o movimento que se teria de operar entre as “ovelhas desgarradas de Israel”, as quais Ele queria reconduzir ao “sagrado redil”. [...] Deveriam os discípulos identificar-se com o Espírito e conhecer o Espírito de Verdade, para, com justos motivos, anunciar às gentes, a Nova da Salvação que libertá-las-ia do mal. Todos esses acontecimentos, relatados pelos evangelistas depois da crucificação de Jesus, servem de base para o conhecimento histórico do Cristianismo, daí ter Paulo afirmado: “Se o Cristo não ressuscitou, é vã a vossa fé.”

O Cristianismo não é uma esperança, é um fato natural, um fato apoiado no testemunho dos sentidos. Os apóstolos não acreditavam somente na ressurreição; estavam dela convencidos. [...] O Cristo, porém, lhes apareceu e a sua fé se tornou tão profunda que, para a confessar, arrostaram todos os suplícios. As aparições do Cristo depois da morte asseguraram a persistência da ideia cristã, oferecendo-lhe como base todo um conjunto de fatos.” -( FEB - EADE )-




Estudo do Livro dos Espíritos








180. Passando deste planeta para outro, conserva o Espírito a inteligência que aqui tinha? 

“Sem dúvida; a inteligência não se perde. Pode, porém, acontecer que ele não disponha dos mesmos meios para manifestá-la, dependendo isto da sua superioridade e das condições do corpo que tomar.”




Que a graça e a paz sejam conosco!


sábado, 30 de julho de 2016

A crucificação de Jesus


"E assim vos rogo eu, o preso do Senhor, que andeis como é digno da vocação com que fostes chamados." -( Paulo aos Efésios, 4 : 1 )-



Amados irmãos, bom dia!
Imitando o exemplo de Paulo, sejamos fiéis servidores do Cristo, em toda parte. Somente assim, abandonaremos a caverna da impulsividade primitiva, colocando-nos a caminho do mundo melhor.









“Prosseguindo com os relatos do Evangelho, vimos que Pilatos entregou Jesus para ser crucificado. Ele saiu, carregando sua cruz e chegou ao chamado Lugar da Caveira — em hebraico, chamado Gólgota —, onde o crucificaram; e, com Ele, dois outros: um de cada lado e Jesus no meio. Pilatos redigiu também um letreiro e o fez colocar sobre a cruz; nele estava escrito: “Jesus, Nazareno, rei dos judeus. [...] E estava escrito em hebraico, latim e grego” (João, 19:17-20). Depois da crucificação os soldados repartiram entre eles, as vestes e a túnica de Jesus. Ora a túnica era inconsútil [peça inteira, sem costura]. Disseram entre si: não a rasguemos, mas, lancemos sorte sobre elas, para ver de quem será” (João, 19:23-24).

Perto da cruz permaneciam Maria, a mãe de Jesus, sua irmã, mulher de Clopas e Maria Madalena. Vendo Jesus a sua mãe e, próximo a ela, o apóstolo João, disse: “Mulher, eis aí o teu filho. Depois, disse ao discípulo: Eis aí tua mãe. E desde aquela hora o discípulo a recebeu em sua casa” (João, 19:25-27). Após a crucificação, alguns judeus não querendo permanecer mais tempo ali porque era o dia da Preparação da Páscoa, pediram a Pilatos para autorizar quebrassem as pernas dos crucificados (Jesus e os dois ladrões). Os soldados, porém, transpassaram uma lança no corpo de Jesus, de onde jorrou sangue e água (João, 19:31-34). A ingratidão recebida por Jesus, após os inúmeros benefícios que proporcionou, nos conduzem a profundas reflexões. Percebemos, de imediato o sublime amor por todos nós. [...] o amor verdadeiro e sincero nunca espera recompensas. A renúncia é o seu ponto de apoio, como o ato de dar é a essência de vida. [...] Todavia, quando a luz do entendimento tardar no espírito daqueles a quem amamos, deveremos lembrar-nos de que temos a sagrada compreensão de Deus, que nos conhece os propósitos mais puros.[...]

Um pouco antes da sua morte, conforme foi mencionado, Jesus entrega Maria aos cuidados de João, filho de Zebedeu. Trata-se de outra valiosa lição, como todas as que o Mestre nos legou. [...] ensinava que o amor universal era o sublime coroamento de sua obra. Entendeu que, no futuro, a claridade do Reino de Deus revelaria aos homens a necessidade da cessação de todo egoísmo e que, no santuário de cada coração, deveria existir a mais abundante cota de amor, não só para o círculo familiar, senão também para todos os necessitados do mundo, e que no templo de cada habitação permaneceria a fraternidade real, para que a assistência recíproca se praticasse na Terra, sem serem precisos os edifícios exteriores, consagrados a uma solidariedade claudicante.

No momento da morte de Jesus, relata o Evangelho que, à hora sexta, surgiram trevas sobre a Terra, até a hora nona. Jesus, então, dando um grande grito, expirou. E o véu do Santuário (do Templo) se rasgou em duas partes, de cima a baixo. O centurião, que se achava bem defronte dele, vendo que havia expirado deste modo, disse: “Verdadeiramente, este homem era filho de Deus” (Marcos, 15:33,37-39).

Quanto ao fenômeno das trevas, Kardec nos elucida: É singular que tais prodígios, operando-se no momento mesmo em que a atenção da cidade se fixava no suplício de Jesus, que era o acontecimento do dia, não tenham sido notados, pois que nenhum historiador os menciona. Parece impossível que um tremor de terra e o ficar toda a Terra envolta em trevas durante três horas, num país onde o céu é sempre de perfeita limpidez, hajam podido passar despercebidos. A duração de tal obscuridade teria sido quase a de um eclipse do Sol, mas os eclipses dessa espécie só se produzem na lua nova, e a morte de Jesus ocorreu em fase de lua cheia, a 14 de Nissan, dia da Páscoa dos judeus. O obscurecimento do Sol também pode ser produzido pelas manchas que se lhe notam na superfície. Em tal caso, o brilho da luz se enfraquece sensivelmente, porém, nunca ao ponto de determinar obscuridade e trevas. Admitido que um fenômeno desse gênero se houvesse dado, ele decorreria de uma causa perfeitamente natural. [...] Compungidos com a morte de seu Mestre, os discípulos de Jesus sem dúvida ligaram a essa morte alguns fatos particulares, aos quais noutra ocasião nenhuma atenção houveram prestado. Bastou, talvez, que um fragmento de rochedo se haja destacado naquele momento, para que pessoas inclinadas ao maravilhoso tenham visto nesse fato um prodígio e, ampliando-o, tenham dito que as pedras se fenderam. Jesus é grande pelas suas obras e não pelos quadros fantásticos de que um entusiasmo pouco ponderado entendeu de cercá-lo. Em relação aos sofrimentos de Jesus, Emmanuel acrescenta: A dor material é um fenômeno como o dos fogos de artifício, em face dos legítimos valores espirituais. Homens do mundo, que morreram por uma ideia, muitas vezes não chegaram a experimentar a dor física, sentindo apenas a amargura da incompreensão do seu ideal. Imaginai, pois, o Cristo, que se sacrificou pela Humanidade inteira, e chegareis a contemplá-lo na imensidão da sua dor espiritual, augusta e indefinível para a nossa apreciação restrita e singela. Ainda na tormenta dos seus últimos instantes, seu ânimo era de paciência, de benignidade, de compaixão. Já pregado na cruz, tendo o corpo e a alma lanceados, com os pregos a lhe dilacerarem as carnes, e os acúleos da ingratidão a lhe ferirem o espírito, vendo a seus pés, indiferentes ou raivosos, aqueles a quem abençoara, protegera, ensinara e curara, pedia ao Pai que lhes perdoasse, porque eles não sabiam o que estavam fazendo. E assim partiu o Salvador da Humanidade. Este homem, este herói, este mártir, este santo, este Espírito excelso foi que regou com suas lágrimas e seu sangue a árvore hoje bendita do Cristianismo.” -( FEB - EADE )- 




Estudo do Livro dos Espíritos







179. Os seres que habitam cada mundo hão todos alcançado o mesmo nível de perfeição? 

“Não; dá-se em cada um o que ocorre na Terra: uns Espíritos são mais adiantados do que outros.”




Que a graça e a paz sejam conosco!

sexta-feira, 29 de julho de 2016

O calvário de Jesus


"E eu vos mostrarei quanto deve padecer pelo meu nome." - Jesus - ( Atos, 9: 16 )



Amados irmãos, bom dia!
Quando despertamos para a vida espiritual e temos a oportunidade de conhecer nosso Mestre Jesus, somos como que sacudidos interiormente e uma alegria indescritível se apossa de nós. À medida que vamos nos aprofundando  nos conhecimentos, parece que somos tomados por situações e sofrimentos que a princípio, não nos parecem normais, mas, aí está o grande segredo: o entendimento que vivemos num mundo de espiação e provas e que estamos aqui devido ao amor que nosso Pai Celestial nos tem e que nos permite reparar parte da falhas que temos cometido. Alegra-se então todo o nosso ser e o padecimento passa a ser a graça renovadora que nos foi dada.








O calvário de Jesus começa quando Ele é aprisionado, no Getsêmani (Horto das Oliveiras), no momento em que orava na companhia de Pedro, João, e seu irmão Tiago (Lucas, 22:39; Mateus, 26:36-41; João, 18:1-11). Nesse momento, os soldados e oficiais romanos chegam acompanhados de sacerdotes, assim como do apóstolo Judas Iscariotes. Este se aproxima do Mestre, beija-o na face para ser identificado pelas autoridades presente (Lucas, 22:47-48). Em seguida à prisão de Jesus, os apóstolos se revelam apreensivos, temendo que alguma coisa ruim poderia lhes acontecer. Pedro, inclusive, nega conhecer Jesus quando, por três vezes, é inquirido, conforme Jesus tinha previsto (Lucas, 22:54-62; João, 13:38). A negação de Pedro serve para significar a fragilidade das almas humanas, perdidas na invigilância e na despreocupação da realidade espiritual, deixando-se conduzir, indiferentemente, aos torvelinhos mais tenebrosos do sofrimento, sem cogitarem de um esforço legítimo e sincero, na definitiva edificação de si mesmas.

A excelsitude do Espírito Jesus é especialmente notada durante o seu calvário e crucificação. O amor e a renúncia são expressivamente demonstrados, sobretudo após a traição, a humilhação e o abandono a que foi submetido. [...] poucos sabem partir, por algum tempo, do lar tranquilo, ou dos braços adorados de uma afeição, por amor ao Reino que é o tabernáculo da vida eterna! Quão poucos saberão suportar a calúnia, o apodo, a indiferença, por desejarem permanecer dentro de suas criações individuais, cerrando ouvidos à advertência do Céu para que se afastem tranquilamente!... [...] os discípulos necessitam aprender a partir e a esperar aonde as determinações de Deus os conduzam, porque a edificação do Reino do céu no coração dos homens deve constituir a preocupação primeira, a aspiração mais nobre da alma, as esperanças centrais do Espírito!...

Aprisionado, Jesus foi conduzido pelos mensageiros dos sacerdotes, manietando-lhe as mãos, como se ele fosse um criminoso vulgar. Depois das cenas descritas com fidelidade nos Evangelhos, observamos as disposições psicológicas dos discípulos, no momento doloroso. Pedro e João foram os últimos a se separarem do Mestre bem-amado, depois de tentarem fracos esforços pela sua libertação. No dia seguinte, os movimentos criminosos da turba arrefeceram o entusiasmo e o devotamento dos companheiros mais enérgicos e decididos na fé. As penas impostas a Jesus eram excessivamente severas para que fossem tentados a segui-lo. Da Corte Provincial ao palácio de Ântipas, viu-se o condenado exposto ao insulto e à zombaria. Com exceção do filho de Zebedeu, que se conservou ao lado de Maria até o instante derradeiro, todos os que integravam o reduzido colégio do Senhor debandaram. Receosos da perseguição, alguns se ocultaram nos sítios próximos, enquanto outros, trocando as túnicas habituais, seguiam, de longe, o inesquecível cortejo, vacilando entre a dedicação e o temor. O Messias, no entanto, coroando a sua obra com o sacrifício máximo, tomou a cruz sem uma queixa, deixando-se imolar, sem qualquer reprovação aos que o haviam abandonado na hora última.

Conhecendo que cada criatura tem o seu instante de testemunho, no caminho de redenção da existência, observou às piedosas mulheres que o cercavam, banhadas em lágrimas: — Filhas de Jerusalém, não choreis por mim; chorai por vós mesmas e por vossos filhos!... Exemplificando a sua fidelidade a Deus, aceitou serenamente os desígnios do Céu, sem que uma expressão menos branda contradissesse a sua tarefa purificadora. Apesar da demonstração de heroísmo e de inexcedível amor, que ofereceu do cimo do madeiro, os discípulos continuaram subjugados pela dúvida e pelo temor, até que a ressurreição lhes trouxesse incomparáveis hinos de alegria.

Na manhã seguinte, Jesus é levado à presença de Pilatos, o governador romano da Galileia, para ser interrogado. E Pilatos lhe perguntou: Tu és o Rei dos judeus? E ele, respondendo, disse-lhe: Tu o dizes. E os principais dos sacerdotes o acusavam de muitas coisas, porém ele nada respondia. E Pilatos o interrogou outra vez, dizendo: Nada respondes? Vê quantas coisas testificam contra ti. Mas Jesus nada mais respondeu, de maneira que Pilatos se maravilhava. Ora, no dia da festa costumava soltar-lhes um preso qualquer que eles pedissem. E havia um chamado Barrabás, que, preso com outros amotinadores, tinha num motim cometido uma morte. E a multidão, dando gritos, começou a pedir que fizesse como sempre lhes tinha feito. E Pilatos lhes respondeu, dizendo: Quereis que vos solte o Rei dos judeus? Porque ele bem sabia que, por inveja, os principais dos sacerdotes o tinham entregado. Mas os principais dos sacerdotes incitaram a multidão para que fosse solto antes Barrabás. E Pilatos, respondendo, lhes disse outra vez: Que quereis, pois, que faça daquele a quem chamais Rei dos judeus? E eles tornaram a clamar: Crucifica-o. Mas Pilatos lhes disse: Mas que mal fez? E eles cada vez clamavam mais: Crucifica-o. Então, Pilatos, querendo satisfazer a multidão, soltou-lhes Barrabás, e, açoitado Jesus, o entregou para que fosse crucificado (Marcos, 15: 2-15).

Antes da crucificação, os soldados conduziram Jesus ao Pretório, no interior do palácio governamental, e convocaram toda a coorte. Em seguida, vestiram-no de púrpura e tecendo uma coroa de espinhos, lha impuseram. E começaram a saudá-lo: Salve, rei dos judeus! E batiam-lhe na cabeça com um caniço. Cuspiam nele e, de joelhos, o adoravam. Depois de caçoarem dele, despiram-lhe a púrpura e tornaram a vesti-lo com as suas próprias vestes (Marcos, 15: 16-20). Os transeuntes injuriavam-no, meneando a cabeça dizendo: Ah! tu, que destróis o Templo e em três dias o reedificas, salva-te a ti mesmo, descendo da cruz! Do mesmo modo, também os chefes dos sacerdotes, caçoando dele entre si e com os escribas diziam: A outros salvou, a si mesmo não pode salvar! O Messias, o Rei de Israel... que desça agora da cruz, para que vejamos e creiamos! E até os que haviam sido crucificados com ele o ultrajavam (Marcos, 15: 29-32). Um dos malfeitores que suspensos à cruz insultava, dizendo: Não és tu o Cristo? Salva-te a ti mesmo, e a nós. Mas o outro, tomando a palavra, o repreendia: Nem sequer temes a Deus, estando na mesma condenação? Quanto a nós, é de justiça, pagarmos por nossos atos; mas ele não fez nenhum mal. E acrescentou: Jesus, lembra-te de mim, quando vieres com teu reino. Ele respondeu: Em verdade, te digo, que hoje estarás comigo no Paraíso (Lucas, 23: 39-43).” -( FEB - EADE )- 




Estudo do Livro dos Espíritos







178. Podem os Espíritos encarnar em um mundo relativamente inferior a outro onde já viveram? 


“Sim, quando em missão, com o objetivo de auxiliarem o progresso, caso em que aceitam alegres as tribulações de tal existência, por lhes proporcionar meio de se adiantarem.” 

a) — Mas, não pode dar-se também por expiação? Não pode Deus degredar para mundos inferiores Espíritos rebeldes? 

“Os Espíritos podem conservar-se estacionários, mas não retrogradam. Em caso de estacionamento, a punição deles consiste em não avançarem, em recomeçarem, no meio conveniente à sua natureza, as existências mal-empregadas.” 

b) — Quais os que têm de recomeçar a mesma existência? 

“Os que faliram em suas missões ou em suas provas.”




Que a graça e a paz sejam conosco!




quinta-feira, 28 de julho de 2016

Ensinos e orientações de Jesus pronunciados na última ceia IV


"Porque, se a trombeta der sonido incerto, quem se preparará para a batalha?" - Paulo - ( I Coríntios, 14: 8 )




Amados irmãos, bom dia!
Assim também somos nós, se não estivermos afinados na frequência do nosso Mestre Jesus, como poderemos seguir-lhe os passos? Busquemos, pois, estar em harmonia com ele, a fim de que sejamos colaboradores ativos na sua obra. Precisamos compreender que talvez sejamos o único Evangelho que nosso irmão possa seguir.











» O valor da prece


“Concluídas as orientações aos apóstolos, Jesus se retira para orar a Deus. Segue para o Horto das Oliveiras (Getsêmani) acompanhado de Pedro, João e Tiago Maior. Mais tarde, Judas os encontraria, vindo acompanhado dos oficiais e soldados dos principais sacerdotes que iriam aprisioná-lo (João, 18: 1-11). Antes de se entregar à elevadas vibrações da prece, Jesus pede aos três apóstolos para orarem em conjunto. — Esta é a minha derradeira hora convosco! Orai e vigiai comigo, para que eu tenha a glorificação de Deus no supremo testemunho!
Assim dizendo, afastou-se, a pequena distância, onde permaneceu em prece, cuja sublimidade os apóstolos não podiam observar. Pedro, João e Tiago [Maior] estavam profundamente tocados pelo que viam e ouviam. Nunca o Mestre lhes parecera tão solene, tão convicto, como naquele instante de penosas recomendações. Rompendo o silêncio que se fizera, João ponderou: — Oremos e vigiemos, de acordo com a recomendação do Mestre, pois, se Ele aqui nos trouxe, apenas nós três, em sua companhia, isso deve significar para o nosso espírito a grandeza da sua confiança em nosso auxílio. Puseram-se a meditar silenciosamente. Entretanto, sem que lograssem explicar o motivo, adormeceram no decurso da oração. No momento em que Jesus vai ser preso, ocorre o conhecido episódio de Pedro cortar a orelha direita de Malco, servo do sumo sacerdote. Jesus aproveita o ensejo para nos legar mais uma das suas preciosas lições quando, repreendendo o apóstolo, anuncia: “Mete a tua espada na bainha; não beberei eu o cálice que o Pai me deu?” (João, 18:11).

Sustentando a contenda com o próximo, destruidora tempestade de sentimentos nos desarvora o coração. Ideais superiores e aspirações sublimes longamente acariciados por nosso espírito, construções do presente para o futuro e plantações de luz e amor, no terreno de nossas almas, sofrem desabamento e desintegração, porque o desequilíbrio e a violência nos fazem tremer e cair nas vibrações do egoísmo absoluto que havíamos relegado à retaguarda da evolução. Depois disso, muitas vezes devemos atravessar aflitivas existências de expiação para corrigir as brechas que nos aviltam o barco do destino, em breves momentos de insânia... Em nosso aprendizado cristão, lembremo-nos da palavra do Senhor: “Embainha tua espada...” Alimentando a guerra com os outros, perdemo-nos nas trevas exteriores, esquecendo o bom combate que nos cabe manter em nós mesmos. Façamos a paz com os que nos cercam, lutando contra as sombras que ainda nos perturbam a existência, para que se faça em nós o reinado da luz. De lança em riste, jamais conquistaremos o bem que desejamos. A cruz do Mestre tem a forma de uma espada com a lâmina voltada para baixo. Recordemos, assim, que, em se sacrificando sobre uma espada simbólica, devidamente ensarilhada, é que Jesus conferiu ao homem a bênção da paz, com felicidade e renovação.” -( FEB - EADE )-






Estudo do Livro dos Espíritos








177. Para chegar à perfeição e à suprema felicidade, destino final de todos os homens, tem o Espírito que passar pela fieira de todos os mundos existentes no Universo?  

“Não, porquanto muitos são os mundos correspondentes a cada grau da respectiva escala e o Espírito, saindo de um deles, nenhuma coisa nova aprenderia nos outros do mesmo grau.” 

a) — Como se explica então a pluralidade de suas existências em um mesmo globo? 

“De cada vez poderá ocupar posição diferente das anteriores e nessas diversas posições se lhe deparam outras tantas ocasiões de adquirir experiência.”




Que a graça e a paz sejam conosco!




quarta-feira, 27 de julho de 2016

Ensinos e orientações de Jesus pronunciados na última ceia III


"Andai enquanto tendes a luz, para que as trevas não vos apanhem." - Jesus - ( João, 12: 35 )



Amados irmãos, bom dia!
Quantas vezes já dissemos: se eu pudesse voltar ao passado não cometeria esse ou aquele ato, portanto ouçamos com atenção a orientação do nosso Mestre Jesus e andemos guiados por sua luz.
Examinando os tesouros do presente, descobriremos oportunidades preciosas. 






» Jesus é a videira

“Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o lavrador. Toda vara em mim que não dá fruto, a tira; e limpa toda aquela que dá fruto, para que dê mais fruto. Vós já estais limpos pela palavra que vos tenho falado. Estai em mim, e eu, em vós; como a vara de si mesma não pode dar fruto, se não estiver na videira, assim também vós, se não estiverdes em mim. Eu sou a videira, vós, as varas; quem está em mim, e eu nele, este dá muito fruto, porque sem mim nada podereis fazer. Se alguém não estiver em mim, será lançado fora, como a vara, e secará; e os colhem e lançam no fogo, e ardem. Se vós estiverdes em mim, e as minhas palavras estiverem em vós, pedireis tudo o que quiserdes, e vos será feito. Nisto é glorificado meu Pai: que deis muito fruto; e assim sereis meus discípulos” (João, 15:1-8).

Jesus é o bem e o amor do princípio

Todas as noções generosas da Humanidade nasceram de sua divina influenciação. Com justiça, asseverou aos discípulos, nesta passagem do Evangelho de João, que seu espírito sublime representa a árvore da vida e seus seguidores sinceros as frondes promissoras, acrescentando que, fora do tronco, os galhos se secariam, caminhando para o fogo da purificação. Sem o Cristo, sem a essência de sua grandeza, todas as obras humanas estão destinadas a perecer. A ciência será frágil e pobre sem os valores da consciência, as escolas religiosas estarão condenadas, tão logo se afastem da verdade e do bem. Infinita é a misericórdia de Jesus nos movimentos da vida planetária. No centro de toda expressão nobre da existência pulsa seu coração amoroso, repleto da seiva do perdão e da bondade.
Os homens são varas verdes da árvore gloriosa. Quando traem seus deveres, secam-se porque se afastam da seiva, rolam ao chão dos desenganos, para que se purifiquem no fogo dos sofrimentos reparadores, a fim de serem novamente tomados por Jesus, à conta de sua misericórdia, para a renovação. É razoável, portanto, positivemos nossa fidelidade ao divino Mestre, refletindo no elevado número de vezes em que nos ressecamos, no passado, apesar do imenso amor que nos sustenta em toda a vida.” -( FEB - EADE )- 




Estudo do Livro dos Espíritos








176. Depois de haverem encarnado noutros mundos, podem os Espíritos encarnar neste, sem que jamais aí tenham estado? 

“Sim, do mesmo modo que vós em outros. Todos os mundos são solidários: o que não se faz num faz-se noutro.” 

a) — Assim, homens há que estão na Terra pela primeira vez? 

“Muitos, e em graus diversos de adiantamento.” 

b)— Pode-se reconhecer, por um indício qualquer, que um Espírito está pela primeira vez na Terra? 

“Nenhuma utilidade teria isso.”




Que a graça e a paz sejam conosco!

terça-feira, 26 de julho de 2016

Ensinos e orientações de Jesus pronunciados na última ceia II


"Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna com Cristo Jesus Nosso Senhor." -( Paulo aos Romanos, 6: 23 )-



Amados irmãos, bom dia!
A provação complicada é consequência do erro, a perturbação é o fruto do esquecimento do dever. Concedeu-nos o Senhor a vida eterna, mas não temos sabido vivê-la. Renovemo-nos, pois, no dia de hoje onde estivermos. Roguemos ao nosso Mestre Jesus e aos bons Espíritos que nos auxiliem na retomada de direção ao nosso caminhar.








» Jesus é o caminho, e a verdade e a vida

“Cedo ou tarde iremos compreender que somente por Jesus atingiremos o estágio de Espíritos iluminados. Jesus é o Caminho, a Verdade e a Vida. Sua luz imperecível brilha sobre os milênios terrestres, como o Verbo do princípio, penetrando o mundo, há quase vinte séculos. Lutas sanguinárias, guerras de extermínio, calamidades sociais não lhe modificaram um til nas palavras que se atualizam, cada vez mais, com a evolução multiforme da Terra. Tempestades de sangue e lágrimas nada mais fizeram que avivar-lhes a grandeza. Entretanto, sempre tardios no aproveitamento das oportunidades preciosas, muitas vezes, no curso das existências renovadas, temos desprezado o Caminho, indiferentes ante os patrimônios da Verdade e da Vida. O Senhor, contudo, nunca nos deixou desamparados. Cada dia reforma os títulos de tolerância para com as nossas dívidas; todavia, é de nosso próprio interesse levantar o padrão da vontade, estabelecer disciplinas para uso pessoal e reeducar a nós mesmos, ao contato do Mestre divino. Ele é o amigo generoso, mas tantas vezes lhe olvidamos o conselho que somos suscetíveis de atingir obscuras zonas de adiamento indefinível de nossa iluminação interior para a vida eterna.” -( FEB - EADE )- 




Estudo do Livro dos Espíritos






175. Haverá alguma vantagem em voltar-se a habitar a Terra? 

“Nenhuma vantagem particular, a menos que seja em missão, caso em que se progride aí como em qualquer outro planeta.” 

a) — Não se seria mais feliz permanecendo na condição de Espírito? 

“Não, não; estacionar-se-ia e o que se quer é caminhar para Deus.”




Que a graça e a paz sejam conosco!

segunda-feira, 25 de julho de 2016

Ensinos e orientações de Jesus pronunciados na última ceia I


"Com leite vos criei, e não com manjar, porque ainda não podíeis, nem ainda agora podeis."  -( Paulo aos Coríntios, 3: 2 )-



Amados irmãos, bom dia!
Compreensão não se improvisa. É obra de tempo, colaboração, harmonia. Se se recusam a conhecer a Verdade é porque seu espírito ainda não está maduro o suficiente para a compreender. Eis mais uma das razões que nos é dada para que nos instruamos. 








» Jesus anuncia novo mandamento

“Em dois momentos, na última ceia, Jesus expressa que o amor deve ser o fundamento que deve guiar as relações dos seus discípulos: “Um novo mandamento vos dou: Que vos ameis uns aos outros; como eu vos amei a vós, que também vós uns aos outros vos ameis. Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros” (João, 13:34-35). “O meu mandamento é este: que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei. Ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém a sua vida pelos seus amigos” (João, 15:12-13).

» Jesus destaca o valor da confiança no seu amor e na sua proteção


Jesus esclarece que o amor deve estar fundamentado na confiança, mesmo perante as adversidades: “Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito, pois vou preparar-vos lugar. E, se eu for e vos preparar lugar, virei outra vez e vos levarei para mim mesmo, para que, onde eu estiver, estejais vós também. Mesmo vós sabeis para onde vou e conheceis o caminho. Disse-lhe Tomé: Senhor, nós não sabemos para onde vais e como podemos saber o caminho? Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim. Se vós me conhecêsseis a mim, também conheceríeis a meu Pai; e já desde agora o conheceis e o tendes visto. Disse-lhe Filipe: Senhor, mostra-nos o Pai, o que nos basta. Disse-lhe Jesus: Estou há tanto tempo convosco, e não me tendes conhecido, Filipe? Quem me vê a mim vê o Pai; e como dizes tu: Mostra-nos o Pai? Não crês tu que eu estou no Pai e que o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo, não as digo de mim mesmo, mas o Pai, que está em mim; crede-me, ao menos, por causa das mesmas obras. Na verdade, na verdade vos digo que aquele que crê em mim também fará as obras que eu faço e as fará maiores do que estas, porque eu vou para meu Pai. E tudo quanto pedirdes em meu nome, eu o farei, para que o Pai seja glorificado no Filho. Se pedirdes alguma coisa em meu nome, eu o farei” (João, 14:1-14).” -( FEB - EADE )- 




Estudo do Livro dos Espíritos








174. Tornar a viver na Terra constitui uma necessidade? 

“Não; mas, se não progredistes, podereis ir para outro mundo que não valha mais do que a Terra e que talvez até seja pior do que ela.”




Que a graça e a paz sejam conosco!

domingo, 24 de julho de 2016

Ensinos e orientações de Jesus pronunciados na última ceia


"E se nós somos filhos, somos logo herdeiros também, herdeiros de Deus e herdeiros do Cristo." -( Paulo aos Romanos, 8 : 17)-




Amados irmãos, boa tarde!

Não somos réus das penas eternas, mas sim, herdeiros da vida eterna. Muitas vezes o herdeiro pensa mais na herança e isso o liga à matéria da qual precisa ser liberto, portanto, cuidemos de observar o que dela nos distancia. Busquemos sempre no nosso Mestre Jesus e no auxílio dos bons Espíritos essa graça.










» O maior será menor no Reino dos céus


Concluídas as elucidações sobre o pão e o vinho, e o anúncio da traição, os apóstolos começaram a discutir quem, entre eles, seria o maior: “E houve entre eles contenda. E ele lhes disse: Os reis dos gentios dominam sobre eles, e os que têm autoridade sobre eles são chamados benfeitores. Mas não sereis vós assim; antes, o maior entre vós seja como o menor; e quem governa, como quem serve. Pois qual é maior: quem está à mesa ou quem serve? Porventura, não é quem está à mesa? Eu, porém, entre vós, sou como aquele que serve” (Lucas, 22:24-27).

Altamente tocados pelas suas exortações solenes, porém, maravilhados ainda mais com as promessas daquele reinado venturoso e sem-fim, que ainda não podiam compreender claramente, a maioria dos discípulos começou a discutir as aspirações e conquistas do futuro. Enquanto Jesus se entretinha com João, em observações afetuosas, os filhos de Alfeu examinavam com Tiago as possíveis realizações dos tempos vindouros, antecipando opiniões sobre qual dos companheiros poderia ser o maior de todos, quando chegasse o Reino com as suas inauditas grandiosidades. Filipe afirmava a Simão Pedro que, depois do triunfo, todos deviam entrar em Nazaré para revelar aos doutores e aos ricos da cidade a sua superioridade espiritual. Levi dirigia-se a Tomé e lhe fazia sentir que, verificada a vitória, se lhes constituía uma obrigação a marcha para o Templo ilustre, em que exibiriam seus poderes supremos. Tadeu esclarecia que o seu intento era dominar os mais fortes e impenitentes do mundo, para que aceitassem, de qualquer modo, a lição de Jesus. O Mestre interrompera a sua palestra íntima com João, e os observava. As discussões iam acirradas. As palavras “maior de todos” soavam insistentemente aos seus ouvidos. Parecia que os componentes do sagrado colégio estavam na véspera da divisão de uma conquista material e, como os triunfadores do mundo, cada qual desejava a maior parte da presa. Com exceção de Judas, que se fechava num silêncio sombrio, quase todos discutiam com veemência. Sentindo-lhes a incompreensão, o Mestre pareceu contemplá-los com entristecida piedade.

» Jesus exemplifica que o maior discípulo é o que se torna servidor
“Levantou-se da ceia, tirou as vestes e, tomando uma toalha, cingiu-se. Depois, pôs água numa bacia e começou a lavar os pés aos discípulos e a enxugar-lhos com a toalha com que estava cingido. Aproximou-se, pois, de Simão Pedro, que lhe disse: Senhor, tu lavas-me os pés a mim? Respondeu Jesus e disse-lhe: O que eu faço, não o sabes tu, agora, mas tu o saberás depois. Disse-lhe Pedro: Nunca me lavarás os pés. Respondeu-lhe Jesus: Se eu te não lavar, não tens parte comigo. Disse-lhe Simão Pedro: Senhor, não só os meus pés, mas também as mãos e a cabeça. Disse-lhe Jesus: Aquele que está lavado não necessita de lavar senão os pés, pois no mais todo está limpo. Ora, vós estais limpos, mas não todos. Porque bem sabia ele quem o havia de trair; por isso, disse: Nem todos estais limpos. Depois que lhes lavou os pés, e tomou as suas vestes, e se assentou outra vez à mesa, disse-lhes: Entendeis o que vos tenho feito? Vós me chamais Mestre e Senhor e dizeis bem, porque eu o sou. Ora, se eu, Senhor e Mestre, vos lavei os pés, vós deveis também lavar os pés uns aos outros. Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também. Na verdade, na verdade vos digo que não é o servo maior do que o seu senhor, nem o enviado, maior do que aquele que o enviou. Se sabeis essas coisas, bem-aventurados sois se as fizerdes” (João, 13: 4-17).

Entregando-se a esse ato [lavar os pés dos apóstolos], queria o divino Mestre testemunhar às criaturas a suprema lição da humildade, demonstrando, ainda uma vez, que, na coletividade cristã, o maior para Deus seria sempre aquele que se fizesse o menor de todos.


Da mesma forma, ao cingir o corpo com a toalha, reproduz Jesus a forma de agir dos escravos, em relação aos seus senhores. Na verdade, “[...] quis proceder desse modo para revelar-se o escravo pelo amor à Humanidade [...], na abnegação e no sacrifício supremos”. -( FEB - EADE )- 




Estudo do Livro dos Espíritos







173. A cada nova existência corporal a alma passa de um mundo para outro, ou pode ter muitas no mesmo globo? 

“Pode viver muitas vezes no mesmo globo, se não se adiantou bastante para passar a um mundo superior.” 

a) — Podemos então reaparecer muitas vezes na Terra? 

“Certamente.” 

b) — Podemos voltar a este, depois de termos vivido em outros mundos? 

“Sem dúvida. É possível que já tenhais vivido algures e na Terra.”




Que a graça e a paz sejam conosco!

sábado, 23 de julho de 2016

Ensinos e orientações de Jesus pronunciados na última ceia - Advento de outro consolador


"Sabendo que a tribulação produz fortaleza." -( Paulo aos Romanos, 5: 3 )-



Amados irmãos, bom dia!
Nada é por acaso, se a tribulação vier ao seu encontro, aprenda com ela. É na luta que o verdadeiro guerreiro se fortalece. Ai dos que se acovardam e desistem de tudo durante uma oportunidade de aprendizado. Roguemos ao nosso Mestre Jesus e aos bons Espíritos, luz para compreendermos esses preciosos ensinamentos.








Jesus identifica a sinceridade nos pronunciamentos dos apóstolos, relativa ao anúncio da traição. Percebe, porém, que eles ainda não têm condições de compreenderem os acontecimentos em toda a sua extensão. Prorroga essa compreensão para o futuro, anunciando-lhes o advento de outro consolador, que lhes forneceria todos os esclarecimentos: “Se me amardes guardareis os meus mandamentos. E eu rogarei ao Pai, e Ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre, o Espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê, nem o conhece; mas vós o conheceis, porque habita convosco e estará em vós. Não vos deixarei órfãos; voltarei para vós. Ainda um pouco, e o mundo não me verá mais, mas vós me vereis; porque eu vivo, e vós vivereis. Naquele dia, conhecereis que estou em meu Pai, e vós, em mim, e eu, em vós. Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda, este é o que me ama; e aquele que me ama será amado de meu Pai, e eu o amarei e me manifestarei a Ele. [...] Mas aquele Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito” (João, 14:14-21; 26).

Jesus promete outro consolador: o Espírito de Verdade, que o mundo ainda não conhece, por não estar maduro para o compreender, consolador que o Pai enviará para ensinar todas as coisas e para relembrar o que o Cristo há dito. [...] O Espiritismo vem, na época predita, cumprir a promessa do Cristo: preside ao seu advento o Espírito de Verdade. Ele chama os homens à observância da lei; ensina todas as coisas fazendo compreender o que Jesus só disse por parábolas. Advertiu o Cristo: “Ouçam os que têm ouvidos para ouvir”. O Espiritismo vem abrir os olhos e os ouvidos, porquanto fala sem figuras, nem alegorias; levanta o véu intencionalmente lançado sobre certos mistérios. Vem, finalmente, trazer a consolação suprema aos deserdados filhos da Terra e a todos os que sofrem, atribuindo causa justa e fim útil a todas as dores. [...] Assim, o Espiritismo realiza o que Jesus disse do Consolador prometido: conhecimento das coisas, fazendo que o homem saiba donde vem, para onde vai e por que está na Terra; atrai para os verdadeiros princípios da Lei de Deus e consola pela fé e pela esperança.” -( FEB - EADE )- 




Estudo do Livro dos Espíritos







ENCARNAÇÃO NOS DIFERENTES MUNDOS 

172. As nossas diversas existências corporais se verificam todas na Terra? 

“Não; vivemo-las em diferentes mundos. As que aqui passamos não são as primeiras, nem as últimas; são, porém, das mais materiais e das mais distantes da perfeição.”




Que a graça e a paz sejam conosco!