"E eu vos mostrarei quanto deve padecer pelo meu nome." - Jesus - ( Atos, 9: 16 )
Amados irmãos, bom dia!
Quando despertamos para a vida espiritual e temos a oportunidade de conhecer nosso Mestre Jesus, somos como que sacudidos interiormente e uma alegria indescritível se apossa de nós. À medida que vamos nos aprofundando nos conhecimentos, parece que somos tomados por situações e sofrimentos que a princípio, não nos parecem normais, mas, aí está o grande segredo: o entendimento que vivemos num mundo de espiação e provas e que estamos aqui devido ao amor que nosso Pai Celestial nos tem e que nos permite reparar parte da falhas que temos cometido. Alegra-se então todo o nosso ser e o padecimento passa a ser a graça renovadora que nos foi dada.
O calvário de Jesus começa
quando Ele é aprisionado, no Getsêmani (Horto das Oliveiras), no momento em que
orava na companhia de Pedro, João, e seu irmão Tiago (Lucas, 22:39; Mateus,
26:36-41; João, 18:1-11). Nesse momento, os soldados e oficiais romanos chegam
acompanhados de sacerdotes, assim como do apóstolo Judas Iscariotes. Este se
aproxima do Mestre, beija-o na face para ser identificado pelas autoridades
presente (Lucas, 22:47-48). Em seguida à prisão de Jesus, os apóstolos se
revelam apreensivos, temendo que alguma coisa ruim poderia lhes acontecer.
Pedro, inclusive, nega conhecer Jesus quando, por três vezes, é inquirido,
conforme Jesus tinha previsto (Lucas, 22:54-62; João, 13:38). A negação de
Pedro serve para significar a fragilidade das almas humanas, perdidas na
invigilância e na despreocupação da realidade espiritual, deixando-se conduzir,
indiferentemente, aos torvelinhos mais tenebrosos do sofrimento, sem cogitarem
de um esforço legítimo e sincero, na definitiva edificação de si mesmas.
A excelsitude do Espírito
Jesus é especialmente notada durante o seu calvário e crucificação. O amor e a
renúncia são expressivamente demonstrados, sobretudo após a traição, a
humilhação e o abandono a que foi submetido. [...] poucos sabem partir, por
algum tempo, do lar tranquilo, ou dos braços adorados de uma afeição, por amor
ao Reino que é o tabernáculo da vida eterna! Quão poucos saberão suportar a
calúnia, o apodo, a indiferença, por desejarem permanecer dentro de suas
criações individuais, cerrando ouvidos à advertência do Céu para que se afastem
tranquilamente!... [...] os discípulos necessitam aprender a partir e a esperar
aonde as determinações de Deus os conduzam, porque a edificação do Reino do céu
no coração dos homens deve constituir a preocupação primeira, a aspiração mais
nobre da alma, as esperanças centrais do Espírito!...
Aprisionado, Jesus foi
conduzido pelos mensageiros dos sacerdotes, manietando-lhe as mãos, como se ele
fosse um criminoso vulgar. Depois das cenas descritas com fidelidade nos
Evangelhos, observamos as disposições psicológicas dos discípulos, no momento
doloroso. Pedro e João foram os últimos a se separarem do Mestre bem-amado,
depois de tentarem fracos esforços pela sua libertação. No dia seguinte, os
movimentos criminosos da turba arrefeceram o entusiasmo e o devotamento dos
companheiros mais enérgicos e decididos na fé. As penas impostas a Jesus eram
excessivamente severas para que fossem tentados a segui-lo. Da Corte Provincial
ao palácio de Ântipas, viu-se o condenado exposto ao insulto e à zombaria. Com
exceção do filho de Zebedeu, que se conservou ao lado de Maria até o instante
derradeiro, todos os que integravam o reduzido colégio do Senhor debandaram.
Receosos da perseguição, alguns se ocultaram nos sítios próximos, enquanto
outros, trocando as túnicas habituais, seguiam, de longe, o inesquecível
cortejo, vacilando entre a dedicação e o temor. O Messias, no entanto, coroando
a sua obra com o sacrifício máximo, tomou a cruz sem uma queixa, deixando-se
imolar, sem qualquer reprovação aos que o haviam abandonado na hora última.
Conhecendo que cada criatura
tem o seu instante de testemunho, no caminho de redenção da existência,
observou às piedosas mulheres que o cercavam, banhadas em lágrimas: — Filhas de
Jerusalém, não choreis por mim; chorai por vós mesmas e por vossos filhos!...
Exemplificando a sua fidelidade a Deus, aceitou serenamente os desígnios do
Céu, sem que uma expressão menos branda contradissesse a sua tarefa
purificadora. Apesar da demonstração de heroísmo e de inexcedível amor, que
ofereceu do cimo do madeiro, os discípulos continuaram subjugados pela dúvida e
pelo temor, até que a ressurreição lhes trouxesse incomparáveis hinos de
alegria.
Na manhã seguinte, Jesus é
levado à presença de Pilatos, o governador romano da Galileia, para ser
interrogado. E Pilatos lhe perguntou: Tu és o Rei dos judeus? E ele,
respondendo, disse-lhe: Tu o dizes. E os principais dos sacerdotes o acusavam
de muitas coisas, porém ele nada respondia. E Pilatos o interrogou outra vez,
dizendo: Nada respondes? Vê quantas coisas testificam contra ti. Mas Jesus nada
mais respondeu, de maneira que Pilatos se maravilhava. Ora, no dia da festa
costumava soltar-lhes um preso qualquer que eles pedissem. E havia um chamado
Barrabás, que, preso com outros amotinadores, tinha num motim cometido uma
morte. E a multidão, dando gritos, começou a pedir que fizesse como sempre lhes
tinha feito. E Pilatos lhes respondeu, dizendo: Quereis que vos solte o Rei dos
judeus? Porque ele bem sabia que, por inveja, os principais dos sacerdotes o
tinham entregado. Mas os principais dos sacerdotes incitaram a multidão para
que fosse solto antes Barrabás. E Pilatos, respondendo, lhes disse outra vez:
Que quereis, pois, que faça daquele a quem chamais Rei dos judeus? E eles
tornaram a clamar: Crucifica-o. Mas Pilatos lhes disse: Mas que mal fez? E eles
cada vez clamavam mais: Crucifica-o. Então, Pilatos, querendo satisfazer a
multidão, soltou-lhes Barrabás, e, açoitado Jesus, o entregou para que fosse
crucificado (Marcos, 15: 2-15).
Antes da crucificação, os
soldados conduziram Jesus ao Pretório, no interior do palácio governamental, e
convocaram toda a coorte. Em seguida, vestiram-no de púrpura e tecendo uma
coroa de espinhos, lha impuseram. E começaram a saudá-lo: Salve, rei dos
judeus! E batiam-lhe na cabeça com um caniço. Cuspiam nele e, de joelhos, o
adoravam. Depois de caçoarem dele, despiram-lhe a púrpura e tornaram a vesti-lo
com as suas próprias vestes (Marcos, 15: 16-20). Os transeuntes injuriavam-no,
meneando a cabeça dizendo: Ah! tu, que destróis o Templo e em três dias o
reedificas, salva-te a ti mesmo, descendo da cruz! Do mesmo modo, também os
chefes dos sacerdotes, caçoando dele entre si e com os escribas diziam: A
outros salvou, a si mesmo não pode salvar! O Messias, o Rei de Israel... que
desça agora da cruz, para que vejamos e creiamos! E até os que haviam sido
crucificados com ele o ultrajavam (Marcos, 15: 29-32). Um dos malfeitores que
suspensos à cruz insultava, dizendo: Não és tu o Cristo? Salva-te a ti mesmo, e
a nós. Mas o outro, tomando a palavra, o repreendia: Nem sequer temes a Deus,
estando na mesma condenação? Quanto a nós, é de justiça, pagarmos por nossos
atos; mas ele não fez nenhum mal. E acrescentou: Jesus, lembra-te de mim,
quando vieres com teu reino. Ele respondeu: Em verdade, te digo, que hoje
estarás comigo no Paraíso (Lucas, 23: 39-43).” -( FEB - EADE )-
Estudo do Livro dos Espíritos
178. Podem os Espíritos encarnar em um mundo relativamente
inferior a outro onde já viveram?
“Sim, quando em missão, com o objetivo de auxiliarem
o progresso, caso em que aceitam alegres as tribulações de
tal existência, por lhes proporcionar meio de se adiantarem.”
a) — Mas, não pode dar-se também por expiação? Não
pode Deus degredar para mundos inferiores Espíritos
rebeldes?
“Os Espíritos podem conservar-se estacionários, mas
não retrogradam. Em caso de estacionamento, a punição
deles consiste em não avançarem, em recomeçarem, no
meio conveniente à sua natureza, as existências
mal-empregadas.”
b) — Quais os que têm de recomeçar a mesma existência?
“Os que faliram em suas missões ou em suas provas.”
Que a graça e a paz sejam conosco!
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