sexta-feira, 29 de julho de 2016

O calvário de Jesus


"E eu vos mostrarei quanto deve padecer pelo meu nome." - Jesus - ( Atos, 9: 16 )



Amados irmãos, bom dia!
Quando despertamos para a vida espiritual e temos a oportunidade de conhecer nosso Mestre Jesus, somos como que sacudidos interiormente e uma alegria indescritível se apossa de nós. À medida que vamos nos aprofundando  nos conhecimentos, parece que somos tomados por situações e sofrimentos que a princípio, não nos parecem normais, mas, aí está o grande segredo: o entendimento que vivemos num mundo de espiação e provas e que estamos aqui devido ao amor que nosso Pai Celestial nos tem e que nos permite reparar parte da falhas que temos cometido. Alegra-se então todo o nosso ser e o padecimento passa a ser a graça renovadora que nos foi dada.








O calvário de Jesus começa quando Ele é aprisionado, no Getsêmani (Horto das Oliveiras), no momento em que orava na companhia de Pedro, João, e seu irmão Tiago (Lucas, 22:39; Mateus, 26:36-41; João, 18:1-11). Nesse momento, os soldados e oficiais romanos chegam acompanhados de sacerdotes, assim como do apóstolo Judas Iscariotes. Este se aproxima do Mestre, beija-o na face para ser identificado pelas autoridades presente (Lucas, 22:47-48). Em seguida à prisão de Jesus, os apóstolos se revelam apreensivos, temendo que alguma coisa ruim poderia lhes acontecer. Pedro, inclusive, nega conhecer Jesus quando, por três vezes, é inquirido, conforme Jesus tinha previsto (Lucas, 22:54-62; João, 13:38). A negação de Pedro serve para significar a fragilidade das almas humanas, perdidas na invigilância e na despreocupação da realidade espiritual, deixando-se conduzir, indiferentemente, aos torvelinhos mais tenebrosos do sofrimento, sem cogitarem de um esforço legítimo e sincero, na definitiva edificação de si mesmas.

A excelsitude do Espírito Jesus é especialmente notada durante o seu calvário e crucificação. O amor e a renúncia são expressivamente demonstrados, sobretudo após a traição, a humilhação e o abandono a que foi submetido. [...] poucos sabem partir, por algum tempo, do lar tranquilo, ou dos braços adorados de uma afeição, por amor ao Reino que é o tabernáculo da vida eterna! Quão poucos saberão suportar a calúnia, o apodo, a indiferença, por desejarem permanecer dentro de suas criações individuais, cerrando ouvidos à advertência do Céu para que se afastem tranquilamente!... [...] os discípulos necessitam aprender a partir e a esperar aonde as determinações de Deus os conduzam, porque a edificação do Reino do céu no coração dos homens deve constituir a preocupação primeira, a aspiração mais nobre da alma, as esperanças centrais do Espírito!...

Aprisionado, Jesus foi conduzido pelos mensageiros dos sacerdotes, manietando-lhe as mãos, como se ele fosse um criminoso vulgar. Depois das cenas descritas com fidelidade nos Evangelhos, observamos as disposições psicológicas dos discípulos, no momento doloroso. Pedro e João foram os últimos a se separarem do Mestre bem-amado, depois de tentarem fracos esforços pela sua libertação. No dia seguinte, os movimentos criminosos da turba arrefeceram o entusiasmo e o devotamento dos companheiros mais enérgicos e decididos na fé. As penas impostas a Jesus eram excessivamente severas para que fossem tentados a segui-lo. Da Corte Provincial ao palácio de Ântipas, viu-se o condenado exposto ao insulto e à zombaria. Com exceção do filho de Zebedeu, que se conservou ao lado de Maria até o instante derradeiro, todos os que integravam o reduzido colégio do Senhor debandaram. Receosos da perseguição, alguns se ocultaram nos sítios próximos, enquanto outros, trocando as túnicas habituais, seguiam, de longe, o inesquecível cortejo, vacilando entre a dedicação e o temor. O Messias, no entanto, coroando a sua obra com o sacrifício máximo, tomou a cruz sem uma queixa, deixando-se imolar, sem qualquer reprovação aos que o haviam abandonado na hora última.

Conhecendo que cada criatura tem o seu instante de testemunho, no caminho de redenção da existência, observou às piedosas mulheres que o cercavam, banhadas em lágrimas: — Filhas de Jerusalém, não choreis por mim; chorai por vós mesmas e por vossos filhos!... Exemplificando a sua fidelidade a Deus, aceitou serenamente os desígnios do Céu, sem que uma expressão menos branda contradissesse a sua tarefa purificadora. Apesar da demonstração de heroísmo e de inexcedível amor, que ofereceu do cimo do madeiro, os discípulos continuaram subjugados pela dúvida e pelo temor, até que a ressurreição lhes trouxesse incomparáveis hinos de alegria.

Na manhã seguinte, Jesus é levado à presença de Pilatos, o governador romano da Galileia, para ser interrogado. E Pilatos lhe perguntou: Tu és o Rei dos judeus? E ele, respondendo, disse-lhe: Tu o dizes. E os principais dos sacerdotes o acusavam de muitas coisas, porém ele nada respondia. E Pilatos o interrogou outra vez, dizendo: Nada respondes? Vê quantas coisas testificam contra ti. Mas Jesus nada mais respondeu, de maneira que Pilatos se maravilhava. Ora, no dia da festa costumava soltar-lhes um preso qualquer que eles pedissem. E havia um chamado Barrabás, que, preso com outros amotinadores, tinha num motim cometido uma morte. E a multidão, dando gritos, começou a pedir que fizesse como sempre lhes tinha feito. E Pilatos lhes respondeu, dizendo: Quereis que vos solte o Rei dos judeus? Porque ele bem sabia que, por inveja, os principais dos sacerdotes o tinham entregado. Mas os principais dos sacerdotes incitaram a multidão para que fosse solto antes Barrabás. E Pilatos, respondendo, lhes disse outra vez: Que quereis, pois, que faça daquele a quem chamais Rei dos judeus? E eles tornaram a clamar: Crucifica-o. Mas Pilatos lhes disse: Mas que mal fez? E eles cada vez clamavam mais: Crucifica-o. Então, Pilatos, querendo satisfazer a multidão, soltou-lhes Barrabás, e, açoitado Jesus, o entregou para que fosse crucificado (Marcos, 15: 2-15).

Antes da crucificação, os soldados conduziram Jesus ao Pretório, no interior do palácio governamental, e convocaram toda a coorte. Em seguida, vestiram-no de púrpura e tecendo uma coroa de espinhos, lha impuseram. E começaram a saudá-lo: Salve, rei dos judeus! E batiam-lhe na cabeça com um caniço. Cuspiam nele e, de joelhos, o adoravam. Depois de caçoarem dele, despiram-lhe a púrpura e tornaram a vesti-lo com as suas próprias vestes (Marcos, 15: 16-20). Os transeuntes injuriavam-no, meneando a cabeça dizendo: Ah! tu, que destróis o Templo e em três dias o reedificas, salva-te a ti mesmo, descendo da cruz! Do mesmo modo, também os chefes dos sacerdotes, caçoando dele entre si e com os escribas diziam: A outros salvou, a si mesmo não pode salvar! O Messias, o Rei de Israel... que desça agora da cruz, para que vejamos e creiamos! E até os que haviam sido crucificados com ele o ultrajavam (Marcos, 15: 29-32). Um dos malfeitores que suspensos à cruz insultava, dizendo: Não és tu o Cristo? Salva-te a ti mesmo, e a nós. Mas o outro, tomando a palavra, o repreendia: Nem sequer temes a Deus, estando na mesma condenação? Quanto a nós, é de justiça, pagarmos por nossos atos; mas ele não fez nenhum mal. E acrescentou: Jesus, lembra-te de mim, quando vieres com teu reino. Ele respondeu: Em verdade, te digo, que hoje estarás comigo no Paraíso (Lucas, 23: 39-43).” -( FEB - EADE )- 




Estudo do Livro dos Espíritos







178. Podem os Espíritos encarnar em um mundo relativamente inferior a outro onde já viveram? 


“Sim, quando em missão, com o objetivo de auxiliarem o progresso, caso em que aceitam alegres as tribulações de tal existência, por lhes proporcionar meio de se adiantarem.” 

a) — Mas, não pode dar-se também por expiação? Não pode Deus degredar para mundos inferiores Espíritos rebeldes? 

“Os Espíritos podem conservar-se estacionários, mas não retrogradam. Em caso de estacionamento, a punição deles consiste em não avançarem, em recomeçarem, no meio conveniente à sua natureza, as existências mal-empregadas.” 

b) — Quais os que têm de recomeçar a mesma existência? 

“Os que faliram em suas missões ou em suas provas.”




Que a graça e a paz sejam conosco!




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