"Tenho vos dito estas coisas, para que vos não escandalizeis." - Jesus - ( João, 16: 1 )
Amados irmãos, bom dia!
Muitas vezes esperamos que nossos dias sejam apenas de paz e alegria e não nos lembramos que aqui estamos para completar nosso ciclo de evolução. Se aqui estamos é porque somos devedores e nos foi dada mais uma oportunidade de acertar nossas escolhas e contribuir para nossa reforma íntima para que possamos prosseguir rumo à verdadeira vida. Que os bons Espíritos nos auxiliem na compreensão dessas aparentes derrotas, pois, através delas é que temos lições que nos farão crescer.
“Conforme a mais antiga
tradição, esse evangelho foi escrito por João Marcos (João do hebraico, Marcos
do latim), sobrinho de Pedro e primo de Barnabé. Ao que se sabe, vivia em
Jerusalém com seus pais. Supõe-se que o texto de Marcos foi o que serviu de fonte
para as escrituras de Lucas e de Mateus, tendo ele próprio, por sua vez,
utilizado outras fontes (Pedro, por exemplo). Foi o primeiro evangelho a ser
escrito, num tempo não muito distante da destruição de Jerusalém, ocorrida no
ano 70 d.C., possivelmente entre os anos 60 e 70. É um evangelho que apresenta
pouca evolução da doutrina cristã, e não conduz a maiores reflexões teológicas.
É provável que Marcos tenha acompanhado os acontecimentos da paixão e morte do
Cristo. Para escrever o seu evangelho, Marcos deve ter recorrido a três fontes:
às suas lembranças, às recordações de pessoas que conviveram com o Mestre e aos
documentos que circulavam na jovem comunidade cristã da época. A tradição
informa que Marcos teria sido discípulo de Pedro, de quem teria recebido os
esclarecimentos evangélicos (I Pedro, 5:13; Atos dos Apóstolos, 12:12). O
evangelho de Marcos está escrito em estilo muito simples e de pouca precisão
histórica. Descuida-se da sequência cronológica. Há muitas palavras aramaicas,
revelando proximidade com os aramaísmos dos originais em que se baseou. São
exemplos de aramaísmo as seguintes palavras ou expressões: boanerges (Marcos,
3:17); talita cumi (Marcos, 5:41); efeta (Marcos, 7:34); aba (Marcos, 14:36);
eloi, eloi (Marcos, l5: 34). Mostra também vestígios da tradição oral. Há
indícios de que Marcos teria redigido o seu texto em Roma. Os historiadores que
defendem este ponto de vista se fundamentam nos seguintes indícios: a) na
questão sobre o divórcio (Marcos, 10: 1-12) — um problema que afligia apenas os
romanos da época; b) na utilização de palavras latinas como kenturiôn
(centurião) e pretorion (tribunal), entre outras (Marcos, 6:27; 7:4; 12:42;
15:39, 44,45); c) nome latino para designar a moeda (ou óbulo) ofertada pela
viúva (Marcos, 12:41).
O evangelho de Marcos quer
mostrar que Jesus é o Messias prometido e aguardado pelos judeus. Tem como
escopo apresentar Jesus como filho de Deus (Marcos, 1:11; 3:11; 15:39), sua
condição divina, demonstrando que os milagres realizados por Jesus asseguravam
ser Ele o Messias prometido. Esclarece também que Jesus é recebido
favoravelmente pelas multidões, mas que seu messianismo, humilde e espiritual,
decepciona e diminui a expectativa popular. No propósito de nos apresentar
Jesus como filho de Deus, incompreendido e rejeitado pelo povo, Marcos se
preocupa menos em explanar o ensino do Mestre, fazendo poucas referências aos
seus ensinamentos. Escrito em linguagem popular, de estilo vivo, o texto de
Marcos deixa de lado o que interessava apenas aos Judeus, focalizando também os
interesses dos pagãos recém-convertidos na fé, após a morte de Pedro e Paulo
(entre os anos 62 e 63). No entanto, há no Evangelho de Marcos explicações que
nem mesmo os gentios compreendiam (Marcos, 3:17; 5:41; 7:34; 10:46; 14:36; 15:34),
assim como relatos de costumes judaicos (Marcos, 7:3-4; 14:12; 15:42). O autor
faz poucas referências ao Antigo Testamento. Destaca as várias emoções dos
personagens (Marcos, 3:34; 8:12; 10:14, 21,32; 16:5-6). O ponto culminante do
seu evangelho é a confissão de Pedro, em Cesareia (Marcos, 8:27-30) e a
resposta do Cristo, que não declarara antes ser o Messias por causa do falso
conceito de libertador temporal, atribuído ao enviado de Deus. Alguns autores
afirmam que Marcos usou este “segredo messiânico” para evitar explicações
embaraçosas sobre o fato de ter o Cristo morrido da forma como morreu, quando
deveria, no entender dos judeus, ser o libertador de um povo. A tradição diz
que a casa, citada em Atos dos Apóstolos, 12:12, pertencia a Marcos, e é a
mesma em que foi celebrada a última ceia de Jesus (Marcos, 14:4). Supõe-se
também que o Jardim de Getsêmani lhe pertencia, que ele (Marcos) era o homem do
cântaro (Marcos, 14:13), sendo igualmente o jovem nu, retratado unicamente em
seu Evangelho (Marcos,14:51-52). Marcos acompanhou Paulo e Barnabé na primeira
viagem do apóstolo dos gentios — de Jerusalém à Antioquia (Atos dos Apóstolos,
13:5) —, mas não completa a viagem, voltando a Jerusalém (Atos dos Apóstolos,
13:13). Com Barnabé foi a Chipre (Atos dos Apóstolos, 15:39), todavia,
permaneceu mais tempo com Pedro, servindo de intérprete e de secretário. Tendo
participado de trabalho missionário no Egito, morreu vítima de martírio.” -(
FEB - EADE )-
Estudo do Livro dos Espíritos
155. Como se opera a separação da alma e do corpo?
“Rotos os laços que a retinham, ela se desprende.”
a) — A separação se dá instantaneamente por brusca
transição? Haverá alguma linha de demarcação nitidamente
traçada entre a vida e a morte?
“Não; a alma se desprende gradualmente, não se escapa
como um pássaro cativo a que se restitua subitamente a
liberdade. Aqueles dois estados se tocam e confundem, de
sorte que o Espírito se solta pouco a pouco dos laços que o
prendiam. Estes laços se desatam, não se quebram.”
Durante a vida, o Espírito se acha preso ao corpo pelo seu
envoltório semimaterial ou perispírito. A morte é a destruição do
corpo somente, não a desse outro invólucro, que do corpo se separa
quando cessa neste a vida orgânica. A observação demonstra
que, no instante da morte, o desprendimento do perispírito
não se completa subitamente; que, ao contrário, se opera gradualmente
e com uma lentidão muito variável conforme os
indivíduos. Em uns é bastante rápido, podendo dizer-se que o
momento da morte é mais ou menos o da libertação. Em outros,
naqueles sobretudo cuja vida foi toda material e sensual, o desprendimento
é muito menos rápido, durando algumas vezes dias,
semanas e até meses, o que não implica existir, no corpo, a menor
vitalidade, nem a possibilidade de volver à vida, mas uma
simples afinidade com o Espírito, afinidade que guarda sempre proporção com a preponderância que, durante a vida, o Espírito
deu à matéria. É, com efeito, racional conceber-se que, quanto
mais o Espírito se haja identificado com a matéria, tanto mais
penoso lhe seja separar-se dela; ao passo que a atividade intelectual
e moral, a elevação dos pensamentos operam um começo de
desprendimento, mesmo durante a vida do corpo, de modo que,
em chegando a morte, ele é quase instantâneo. Tal o resultado
dos estudos feitos em todos os indivíduos que se têm podido observar
por ocasião da morte. Essas observações ainda provam
que a afinidade, persistente entre a alma e o corpo, em certos
indivíduos, é, às vezes, muito penosa, porquanto o Espírito pode
experimentar o horror da decomposição. Este caso, porém, é
excepcional e peculiar a certos gêneros de vida e a certos gêneros
de morte. Verifica-se com alguns, suicidas.
Que a graça e a paz sejam conosco!
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