"E outros, zombando, diziam: Estão cheios de mosto." -( Atos, 2: 13 )-
Amados irmãos, bom dia!
A revelação da vida eterna continua em todas as direções. O chamado à reforma íntima e à evolução nos é feito a todo momento. Há uma grande batalha espiritual a nosso favor para que superemos os obstáculos que nos prendem às coisas inferiores. Aperfeiçoa tuas qualidades de recepção, onde estiveres, porque o Senhor te chamou para intérprete de Sua Voz, ainda que os maus zombem de ti.
“O evangelho de João só foi
escrito em torno do ano 100 d.C. João é o canal de Deus para nos fazer
compreender a presença de Jesus, o Verbo divino. Esse evangelho é uma obra
unitária: as partes só podem ser compreendidas na sua relação com o todo.
Portanto, na leitura da obra deve-se ficar atento ao seu conjunto e não somente
às unidades que a compõem, tomadas isoladamente. O plano que estrutura o
evangelho de João é espiritual e não histórico-narrativo. A pessoa e a obra de
Jesus são interpretadas por uma comunidade no seio da sua experiência de fé. A
história de Jesus no evangelho de João é apresentada como um drama composto de
um prólogo, dois atos principais e um epílogo. Considerando-se o evangelho sob
essa luz, sua característica distintiva pode ser vista como seu ensinamento
iluminado. João proclama a messianidade de Jesus e a sua filiação divina,
esclarecendo que, para ter vida, é preciso ter fé em Jesus. Os traços
característicos do evangelho joanino — e que o diferenciam dos demais — mostram
a forte influência de uma corrente de pensamento amplamente difundida em certos
círculos do judaísmo: os ensinamentos dos essênios. Neles se atribuía
importância especial ao conhecimento (gnose), expresso por meio de dualismos:
luz-trevas, verdade-mentira, anjo da luz-anjo das trevas. João insiste na
mística da unidade com o Cristo e na necessidade do amor fraterno. Mais ainda:
o quarto evangelho, mais do que os sinóticos, quer dar a entender o sentido da
vida, dos gestos e das palavras de Jesus. Os acontecimentos de Jesus são
sinais, cujo sentido não transpareceu logo de início, só sendo compreendido
após a glorificação do Cristo (João, 2:22; 12:16; 13:7); muitas palavras de
Jesus eram dotadas de significação espiritual, que não foram percebidas senão
mais tarde (João, 2: 19). Caberia ao apóstolo falar em nome de Jesus
ressuscitado, recordando e ensinando aos discípulos o que Jesus lhes havia
dito: “conduzi-los à verdade completa” (João, 14:26 e seguintes). Por outro
lado, João nos mostra uma faceta da personalidade de Jesus, não percebida nos
demais evangelistas: seus ensinamentos ocorrem no contexto da vida judaica, nas
festas e no templo, deixando claro ao povo que ele, Jesus, é o centro de uma
religião renovada, em espírito e em verdade (João, 4:24). Para o evangelista,
Jesus é a Palavra (o Verbo) enviada por Deus à Terra, e deve regressar ao Pai
uma vez cumprida a sua missão (João,1:1 e seguintes). Trata-se de uma missão
que consiste em anunciar aos homens os mistérios divinos: Jesus é a testemunha
do que viu e ouviu junto ao Pai (João, 3:11 e seguintes). Jesus é a Água Viva
(João,7:37). É a Luz do mundo (João, 8:12). Jesus é o Bom Pastor (João,
10:1-18) e é também o Caminho, a Verdade e a Vida (João, 14:6). João se move
assim acima dos testemunhos dos outros escritores do evangelho, explorando a
natureza de Jesus em relação a Deus e à Humanidade, e os fundamentos para a
crença cristã e para a vida espiritual, que é a sua consequência. Jesus, no
retrato de João, é ao mesmo tempo um com o Pai e um com sua igreja na Terra. Há
detalhes, no quarto evangelho, que nos fazem supor haja entre o apóstolo e
Jesus uma maior proximidade. Por exemplo, ao descrever o encontro do Mestre com
Nicodemos, (João 3:1-15) o evangelista nos transmite a certeza de estar
presente, testemunhando a conversa. Uma testemunha que talvez estivesse à
porta, como quem se encontra à espreita, até surpreender o esclarecedor
colóquio entre o Rabi Galileu e o doutor da lei. Noutro momento, quando narra o
episódio das Bodas de Caná (João 2:1-12), João parece reviver o adolescente maravilhado,
colocado perante o Rabi pleno de sabedoria, que abençoa a união matrimonial com
sua luminosa presença. Em outras passagens evangélicas a presença de João é
percebida claramente, como se ele fosse a sombra de Jesus: acompanha o Rabi na
íngreme subida de 562 metros (Lucas, 9:28-36) até o cume do monte Tabor. Após
as quatro horas de marcha, dorme junto a Pedro e Tiago. Na madrugada que
avança, escuta vozes que vibram no ar. A sublime visão de Jesus, vestido de luz
o faria, mais tarde, evocar a cena inesquecível, ao iniciar a sua narrativa
evangélica: “Nele estava a vida e a vida era a luz dos homens; a luz
resplandece nas trevas e as trevas não a compreenderam” (João, 1:4-5).
Finalmente, é oportuno lembrar que a promessa do advento do Consolador consta
apenas do Evangelho de João, que assim nos transmite o feliz anúncio de Jesus:
“Se me amardes, guardareis os meus mandamentos. E eu rogarei ao Pai, e ele vos
dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre. O Espírito da
verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece; mas vós o
conheceis, porque habita convosco, e estará em vós. Não vos deixarei órfãos;
voltarei para vós. Mas, quando vier o Consolador, que eu da parte do Pai vos
hei de enviar, aquele Espírito da verdade, que procede do Pai, testificará de
mim. E vós também testificareis, pois estivestes comigo desde o princípio”
(João, 14:15-18; 15:26-27).” -( FEB - EADE )-
Estudo do Livro dos Espíritos
158. O exemplo da lagarta que, primeiro, anda de rastos
pela terra, depois se encerra na sua crisálida em estado
de morte aparente, para enfim renascer com uma
existência brilhante, pode dar-nos idéia da vida terrestre,
do túmulo e, finalmente, da nossa nova existência?
“Uma ideia acanhada. A imagem é boa; todavia, cumpre
não seja tomada ao pé da letra, como frequentemente
vos sucede.”
Que a graça e a paz sejam conosco!
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