sábado, 9 de julho de 2016

O Evangelho segundo João


"E outros, zombando, diziam: Estão cheios de mosto." -( Atos, 2: 13 )-



Amados irmãos, bom dia!
A revelação da vida eterna continua em todas as direções. O chamado à reforma íntima e à evolução nos é feito a todo momento. Há uma grande batalha espiritual a nosso favor para que superemos os obstáculos que nos prendem às coisas inferiores. Aperfeiçoa tuas qualidades de recepção, onde estiveres, porque o Senhor te chamou para intérprete de Sua Voz, ainda que os maus zombem de ti. 









“O evangelho de João só foi escrito em torno do ano 100 d.C. João é o canal de Deus para nos fazer compreender a presença de Jesus, o Verbo divino. Esse evangelho é uma obra unitária: as partes só podem ser compreendidas na sua relação com o todo. Portanto, na leitura da obra deve-se ficar atento ao seu conjunto e não somente às unidades que a compõem, tomadas isoladamente. O plano que estrutura o evangelho de João é espiritual e não histórico-narrativo. A pessoa e a obra de Jesus são interpretadas por uma comunidade no seio da sua experiência de fé. A história de Jesus no evangelho de João é apresentada como um drama composto de um prólogo, dois atos principais e um epílogo. Considerando-se o evangelho sob essa luz, sua característica distintiva pode ser vista como seu ensinamento iluminado. João proclama a messianidade de Jesus e a sua filiação divina, esclarecendo que, para ter vida, é preciso ter fé em Jesus. Os traços característicos do evangelho joanino — e que o diferenciam dos demais — mostram a forte influência de uma corrente de pensamento amplamente difundida em certos círculos do judaísmo: os ensinamentos dos essênios. Neles se atribuía importância especial ao conhecimento (gnose), expresso por meio de dualismos: luz-trevas, verdade-mentira, anjo da luz-anjo das trevas. João insiste na mística da unidade com o Cristo e na necessidade do amor fraterno. Mais ainda: o quarto evangelho, mais do que os sinóticos, quer dar a entender o sentido da vida, dos gestos e das palavras de Jesus. Os acontecimentos de Jesus são sinais, cujo sentido não transpareceu logo de início, só sendo compreendido após a glorificação do Cristo (João, 2:22; 12:16; 13:7); muitas palavras de Jesus eram dotadas de significação espiritual, que não foram percebidas senão mais tarde (João, 2: 19). Caberia ao apóstolo falar em nome de Jesus ressuscitado, recordando e ensinando aos discípulos o que Jesus lhes havia dito: “conduzi-los à verdade completa” (João, 14:26 e seguintes). Por outro lado, João nos mostra uma faceta da personalidade de Jesus, não percebida nos demais evangelistas: seus ensinamentos ocorrem no contexto da vida judaica, nas festas e no templo, deixando claro ao povo que ele, Jesus, é o centro de uma religião renovada, em espírito e em verdade (João, 4:24). Para o evangelista, Jesus é a Palavra (o Verbo) enviada por Deus à Terra, e deve regressar ao Pai uma vez cumprida a sua missão (João,1:1 e seguintes). Trata-se de uma missão que consiste em anunciar aos homens os mistérios divinos: Jesus é a testemunha do que viu e ouviu junto ao Pai (João, 3:11 e seguintes). Jesus é a Água Viva (João,7:37). É a Luz do mundo (João, 8:12). Jesus é o Bom Pastor (João, 10:1-18) e é também o Caminho, a Verdade e a Vida (João, 14:6). João se move assim acima dos testemunhos dos outros escritores do evangelho, explorando a natureza de Jesus em relação a Deus e à Humanidade, e os fundamentos para a crença cristã e para a vida espiritual, que é a sua consequência. Jesus, no retrato de João, é ao mesmo tempo um com o Pai e um com sua igreja na Terra. Há detalhes, no quarto evangelho, que nos fazem supor haja entre o apóstolo e Jesus uma maior proximidade. Por exemplo, ao descrever o encontro do Mestre com Nicodemos, (João 3:1-15) o evangelista nos transmite a certeza de estar presente, testemunhando a conversa. Uma testemunha que talvez estivesse à porta, como quem se encontra à espreita, até surpreender o esclarecedor colóquio entre o Rabi Galileu e o doutor da lei. Noutro momento, quando narra o episódio das Bodas de Caná (João 2:1-12), João parece reviver o adolescente maravilhado, colocado perante o Rabi pleno de sabedoria, que abençoa a união matrimonial com sua luminosa presença. Em outras passagens evangélicas a presença de João é percebida claramente, como se ele fosse a sombra de Jesus: acompanha o Rabi na íngreme subida de 562 metros (Lucas, 9:28-36) até o cume do monte Tabor. Após as quatro horas de marcha, dorme junto a Pedro e Tiago. Na madrugada que avança, escuta vozes que vibram no ar. A sublime visão de Jesus, vestido de luz o faria, mais tarde, evocar a cena inesquecível, ao iniciar a sua narrativa evangélica: “Nele estava a vida e a vida era a luz dos homens; a luz resplandece nas trevas e as trevas não a compreenderam” (João, 1:4-5). Finalmente, é oportuno lembrar que a promessa do advento do Consolador consta apenas do Evangelho de João, que assim nos transmite o feliz anúncio de Jesus: “Se me amardes, guardareis os meus mandamentos. E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre. O Espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece; mas vós o conheceis, porque habita convosco, e estará em vós. Não vos deixarei órfãos; voltarei para vós. Mas, quando vier o Consolador, que eu da parte do Pai vos hei de enviar, aquele Espírito da verdade, que procede do Pai, testificará de mim. E vós também testificareis, pois estivestes comigo desde o princípio” (João, 14:15-18; 15:26-27).” -( FEB - EADE )-




Estudo do Livro dos Espíritos







158. O exemplo da lagarta que, primeiro, anda de rastos pela terra, depois se encerra na sua crisálida em estado de morte aparente, para enfim renascer com uma existência brilhante, pode dar-nos idéia da vida terrestre, do túmulo e, finalmente, da nossa nova existência? 

“Uma ideia acanhada. A imagem é boa; todavia, cumpre não seja tomada ao pé da letra, como frequentemente vos sucede.”




Que a graça e a paz sejam conosco!

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